terça-feira, 23 de maio de 2017

TUTELA COLECTIVA DO AMBIENTE - por Vieira Miguel Manuel

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO KANGONJO DE ANGOLA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
LICENCIATURA EM DIREITO

        

                                                                                






DIREITO DO URBANISMO E AMBIENTE







TUTELA COLECTIVA DO AMBIENTE













LUANDA
2017
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO KANGONJO DE ANGOLA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
LICENCIATURA EM DIREITO






DIREITO DO URBANISMO E AMBIENTE






TUTELA COLECTIVA DO AMBIENTE



ANA FRANCISCO A. F. BERNARDO
ELIZANDRA PATRÍCIA M. DA SILVA
NAMBUA ELIZABETH MANUEL
JOSIANE BANDEIRA
CONSTÂNCIA DA LUZ GARCIA



Trabalho de pesquisa bibliográfica apresentado ao Curso de Direito na disciplina de Tutela Colectiva do Ambiente como requisito parcial para obtenção de notas.


Orientador: Dr. Salúcio Evandi




LUANDA
2017




O presente trabalho tem por objectivo a abordagem da Tutela Colectiva do Ambiente. Pretende-se demonstrar a necessidade e relevância de protecção do meio ambiente especialmente para atender às disposições constitucionais que o elevou à condição de direito fundamental. Para tanto, será analisada a tutela colectiva do ambiente sob o código Civil Angolano. Além disso, a pesquisa contemplará a evolução da legislação ambiental e a as formas de tutela ambiental, bem como seu objecto e fundamentos. A tutela será analisada em seus fundamentos e formas de incidência, no intuito de se demonstrar sua superioridade em relação à tutela reparatória. Por fim, será demonstrada a pertinência da utilização da tutela colectiva para o acesso à justiça ambiental pelo paradigma da prevenção.

Palavras-chave: Tutela Colectiva; Meio Ambiente; Prevenção.











Nas últimas décadas do século passado a questão ambiental assumiu um papel de destaque nas discussões internacionais e o meio ambiente firmou-se como património da humanidade. É consensual o interesse na busca de reparação para os danos ambientais já consubstanciados e, principalmente, a adopção de uma postura preventiva que vise evitar a ocorrência de novos prejuízos. Pois, conforme reza o art. nº 3 do Código Civil Angolano, “todos os cidadãos têm direito a viver num ambiente sadio e aos benefícios da utilização racional dos recursos naturais do país, decorrendo daí as obrigações em participar na sua defesa e uso sustentado, respectivamente. É devido o respeito aos princípios do bem-estar de toda a população, à protecção, preservação e conservação do ambiente e ao uso racional dos recursos naturais, cujos valores não podem ser subestimados em relação a interesses meramente utilitários. Ao Estado compete implantar um Programa Nacional de Gestão Ambiental para atingir os objectivos preconizados anteriormente, criando para o efeito as necessárias estruturas e organismos especializados e fazendo publicar legislação que permita a sua exequibilidade”.

Ao mesmo tempo em que crescem as preocupações com o futuro do planeta e com a utilização racional dos recursos naturais, leis ambientais são diuturnamente desrespeitadas e, na maioria das vezes, não é possível reparar integralmente os danos causados.






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Neste contexto, a utilização da tutela colectiva surge como forma adequada e efectiva de tutela jurisdicional para protecção do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente sustentável, uma vez que resguarda-o inclusive contra eventual violação.

Angola   enfrenta   diversos   problemas   ambientais   com   origem   na   longa   guerra   civil,   na generalização   da   pobreza,   nos   impactes   negativos   associados   às   actividades   económicas, nomeadamente da actividade petrolífera, entre outros.

A   escassez   de   informação   ambiental   credível   e   actualizada,   a   insuficiente   capacidade institucional  da  administração  ambiental  e  a  ineficácia  dos  processos  de  tomada  de  decisão política  a  todos  os  níveis,  associado  à  falta  de  consciência  e  responsabilidade  ambiental  da população  em  geral,  enfraquece  a  capacidade  para  enfrentar  os  actuais  problemas  do  ambiente em Angola.

Portanto, Através deste estudo, pretendemos ressaltar a importância da protecção do meio ambiente para a sadia qualidade de vida do homem, buscando prestar um maior esclarecimento acerca das condições existentes para efectivação da tutela colectiva do meio ambiente.








Enquanto ciência dinâmica, o Direito busca acompanhar as mudanças sociais contínuas, incorporando as influências políticas, económicas, históricas, culturais e tecnológicas. Para tanto, precisa evoluir de forma permeável, capaz de absorver as mutações típicas da complexidade social.

Um fato que operou mudanças jurídicas paradigmáticas, sem dúvida, foi a Revolução Francesa de 1789. Este marco histórico simbolizou o rompimento do Estado Absolutista, cujo poder se concentrava apenas na figura do monarca, para estabelecer novos parâmetros sociais e garantir liberdades negativas clássicas, como por exemplo, o direito à vida, à propriedade, à liberdade política e religiosa, entre outras. Em um primeiro momento, o cidadão, enquanto indivíduo isolado, conquistou direitos civis e políticos em face do Estado, que de Absolutista passou a ser Liberal.[1]

No campo económico, esta alteração da ordem política significou verdadeiro triunfo burguês, já que, sob o lema de “liberdade, igualdade e fraternidade” a nova classe em ascensão impôs ao governo um dever de abstenção, para que não interferisse nas relações particulares, especialmente as comerciais.

Entretanto, cerca de um século depois, os referidos direitos individuais não se fizeram suficientes para atender aos anseios da colectividade, devido às mudanças proporcionadas pela franca expansão da Revolução Industrial. As péssimas condições de trabalho, a exploração desumana da força de trabalho, a proliferação de doenças, a falta de estruturas mínimas de higiene e saúde culminaram na luta pelo reconhecimento de uma segunda dimensão[2] de direitos: os direitos sociais.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

SISTEMA TEGUMENTAR - TRABALHO COMPLETO

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO KANGONJO DE ANGOLA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM PSICOPEDAGOGIA

        

                                                                                




ANATOMIA HUMANA









SISTEMA TEGUMENTAR












LUANDA
2017
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO KANGONJO DE ANGOLA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM PSICOPEDAGOGIA





ANATOMIA HUMANA




SISTEMA TEGUMENTAR




REIS MÁRIO SIMÃO
WALDIMIRO JOÃO BAPTISTA
PEREIRA CAPEMBA FULA MASSA
EDSON DE ALBERTO EDUARDO
LUZIA VIEIRA ZETÓ
GELSA DA CONCEIÇÃO EDUARDO DOS SANTOS




Trabalho de pesquisa bibliográfica apresentado ao Curso de Psicopedagogia na disciplina de Anatomia Humana como requisito parcial para obtenção de notas.


Orientador: Dr. João Celestino




LUANDA
2017



A pele representa parte importante do sistema tegumentar, pois desempenha funções como a protecção contra desidratação, lesões e infecções, além de apresentar alto poder de renovação. Histologicamente, a pele consiste de duas camadas funcionais, morfologicamente distintas, a epiderme e a derme. As glândulas mamárias, cápsula ungueal e cornos, também fazem parte deste sistema. O principal objectivo deste trabalho foi abordar as principais funções dos aspectos estruturantes, funcional e clínicos (patológicos) do sistema tegumentar. Onde notou-se que o sistema tegumentar compreende unhas, cabelos e da pele humana e constitui o sistema de maior órgão do corpo. Este sistema é verdadeiramente fascinante e envolve dezenas de funções maravilhosas e propósitos. Uma das suas funções principais é a impermeabilização do corpo com a ajuda de a camada exterior de células mortas e queratinizadas. Ele também protege o corpo contra a perda de água e protege os órgãos internos contra ataques de germes e outras infecções. Além disso, este sistema pode ser considerado como a primeira linha de defesa do corpo. O sistema tegumentar não só protege os sistemas de órgãos internos mas também regula a temperatura, sentidos da dor e desempenha um papel vital na síntese de vitamina D, e além disso, excreta toxinas.




The skin represents an important part of the integumentary system, as it performs functions such as protection against dehydration, lesions and infections, besides presenting high power of renewal. Histologically, the skin consists of two functional, morphologically distinct layers, the epidermis and the dermis. The mammary glands, nail capsule and horns are also part of this system. The main objective of this work was to address the main functions of structural, functional and clinical (pathological) aspects of the integumentary system. Where it has been noted that the integument system contains nails, hair and human skin and constitutes the largest organ system in the body. This system is truly fascinating and involves dozens of wonderful functions and purposes. One of its main functions is the waterproofing of the body with the help of the outer layer of dead and keratinized cells. It also protects the body against water loss and protects the internal organs against attacks of germs and other infections. In addition, this system can be considered as the first line of defense of the body. The integumentary system not only protects internal organ systems but also regulates temperature, pain senses and plays a vital role in vitamin D synthesis, and in addition, excretes toxins.















O sistema tegumentar é constituído pela pele (cútis) ou tegumento, a pele é o maior órgão do corpo humano, constituindo 15& do pelo corporal, cobrindo quase todo o corpo á excepção dos orifícios genitais e alimentares, olhos e superfícies das mucosas genitais, chegando a medir 2 m2 e pesar 4 kg em um adulto.

A pele recebe aproximadamente 1/3 do sangue que circula através do corpo. Ele é elástico, regenera-se e funciona na sensação, protecção, temor, regulação e secreções.

O principal objectivo deste trabalho visa abordar as principais funções dos aspectos estruturantes, funcional e clínicos (patológicos) do sistema tegumentar.





O sistema tegumentar é composto pela pele e anexos (glândulas, unhas, cabelos, pelos e receptores sensoriais) e tem importantes funções, sendo a principal agir como barreira, protegendo o corpo da invasão de microrganismos e evitando o ressecamento e perda de água para o meio externo.

O tegumento ou pele, basicamente, cobre a superfície do corpo protegendo-o das influências ambientais danosas. Como a pele é facilmente acessível, ela é importante nos exames físicos.


O sistema tegumentar recobre o corpo, protegendo-o contra o atrito, a perda de água, a invasão de microrganismos e a radiação ultravioleta. Tem papel na percepção sensorial (tacto, calor, pressão e dor), na síntese de vitamina D, na termorregulação, na excreção de íons e na secreção de lípidos protectores e de leite[1].


A terminologia tecida é interpretada equivocadamente, como sinónimo de pele ou tegumento, com frequência. Tecido é o agrupamento de células semelhantes, que executam funções específicas e em comum, e podem ser divididos em tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso.










Pele ou tegumento, por sua vez é um órgão, composto por um agregado de tecidos, que funcionam em conjunto. A epiderme e a derme constituem as principais camadas tegumentares, além das estruturas anexas (unhas, pelos e glândulas), que auxiliam no exercício de suas funções. Estes componentes formam o sistema tegumentar (Figura 1).

A pele apresenta diferenças segundo a sua localização. A palma das mãos e a planta dos pés, que sofrem um atrito maior, possuem uma epiderme constituída por várias camadas celulares e por uma camada superficial de queratina bastante espessa. Esse tipo de pele foi denominado pele grossa (ou espessa). Não possui pelos e glândulas sebáceas, mas as glândulas sudoríparas são abundantes. A pele do restante do corpo tem uma epiderme com poucas camadas celulares e uma camada de queratina delgada e foi designada pele fina (ou delgada). A epiderme da pele grossa mede 0,8 a 1,4mm, enquanto a da pele fina, 0,07 a 0,12mm[2].

Figura 1: A pele
Fonte: VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. Barueri: Manole, 2003.


A epiderme, ou cutícula, não é vascularizada, consiste de epitélio estratificado, amolda-se perfeitamente sobre a camada papilar da derme, e varia de espessura em diferentes partes. Em alguns lugares como na palma da mão e planta dos pés, ela é espessa, dura e de textura córnea. O epitélio estratificado da epiderme compõe-se de várias camadas denominadas de acordo com diversas categorias, tais como o aspecto das células, textura, composição e posição. Essas camadas são, de superficial para profundo: estrato córneo, estrato lúcido, estrato granuloso, estrato espinhoso e estrato basal. O estrato córneo é remanescente das células que contém uma proteína fibrosa, a queratina.
A epiderme é avascular, formada por epitélio estratificado, disposto em quatro ou cinco camadas, que se ligam firmemente umas nas outras. Fina, porém resistente, sua espessura varia entre 0,007 a 0,12 mm. Com excepção das camadas mais profundas, é constituída por células mortas. As camadas são (Figura 2):

       Camada Basal (ou Germinativa): único estrato de células, em contacto directo com a derme, que possui quatro diferentes espécies de células: queratinócitos produtores da queratina, proteína responsável pelo fortalecimento e impermeabilidade da pele; melanócitos, produtores de melanina, pigmento que ao ser fagocitado pelos queratinócitos atribuem cor à pele, além de proteger as células contra os raios solares; células tácteis, que conferem a sensibilidade ao tegumento; e células de Langerhans, espécie de fagócitos que englobam bactérias e resíduos estranhos, sendo a primeira protecção contra patógenos. Com excepção das células de Langerhans, as células desta camada sofrem mitose constantemente, para repor as células mortas da epiderme.

       Camada Espinhosa: localizada acima da camada basal e formada por várias camadas, é composta por queratinócitos em formatos de poliedros, que se unem através de desmossomos, filamentos semelhantes a espinhos. No espaço entre as células, há o glicocálix, substância que serve de meio condutor de substâncias hidrossolúveis do meio externo para o interno.

       Camada Granulosa: composta por poucas camadas de células achatadas, que possuem grânulos contendo queratomalina, precursora da queratina, e grânulos lamelares, que impermeabilizam as células, como prevenção à perda de água.

       Camada Córnea: composta por células com núcleos bem reduzidos ou anucleadas. Possui em torno de 30 estratos de células achatadas e mortas, semelhantes a escamas. A queratinização ou cornificação é o processo que transforma os queratinócitos em células córneas, achatadas e secas. Este processo é importante para a função protectora da pele. Em média, este processo dura de 26 a 28 dias, após, as células mortas se desprendem e esfoliam, para que células novas das camadas mais profundas as substituam. Assim, a pele encontra-se em constante renovação.

       Camada Lúcida: camada extra presente nas regiões palmoplanteres em que a pele é mais espessa e nos lábios, se situa entre a camada córnea e a granulosa. Esta camada possui células transparentes e achatadas.

Figura 2: Camadas da Pele e Anexos
Fonte: VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. Barueri: Manole, 2003.


A derme, cório, cútis verdadeira ou pele verdadeira é rija, flexível e elástica. É mais espessa na superfície dorsal do corpo que na ventral e na parte lateral mais que na medial dos membros. Nas pálpebras, escroto e pénis é excessivamente fina e delicada.
A pele consiste em um tecido conjuntivo com quantidade variável de fibras elásticas e numerosos nervos, vasos sanguíneos e linfáticos. O tecido conjuntivo se dispõe em duas camadas: uma profunda ou reticular e a outra superficial ou papilar.

Entre a epiderme e a derme, há uma área de transição, denominada membrana basal, que as une firmemente. Os hemossideromas localizados inferiormente nos queratinócitos e melanócitos permitem que a membrana se fixe à epiderme, enquanto sua face inferior se fixa à derme através das fibrilas de ancoragem da derme papilar.

A derme é a segunda camada da pele, mais profunda e espessa é vascularizada, constituída principalmente por tecido conjuntivo, como o colágeno e as fibras elásticas. Tais substâncias presentes na composição da derme tornam a pele resistente e elástica. Além disso, as fibras elásticas e o colágeno são organizados em padrões definidos no interior da derme, de maneira a produzir linhas de tensão na pele, garantindo seu tônus.

A derme se subdivide em duas camadas, uma mais superficial, a camada papilar e uma mais profunda, a camada reticular. A primeira ocupa cerca de um quinto da derme, e apresenta projecções, as papilas, que vão em direcção à epiderme. A camada reticular, por sua vez, possui grande quantidade de fibras, que se dispõem de forma mais densa. Isto confere a capacidade de distensão à pele.

Diferente da epiderme, a derme é vascularizada. Esta rede vascular supre a camada viva da epiderme, a camada basal que está em constante processo de mitose, e estruturas como os folículos pilosos e glândulas. Na derme também está presente a inervação da pele, composta por nervos e terminações nervosas, que conferem à pele a sensibilidade a pressão, temperatura, prurido, dor e tacto. O sistema nervoso autónomo é responsável pela inervação motora da derme, e age nos músculos erectores do pêlo e contraem as células do músculo liso dos vasos.

Também, actua na manutenção e regulação da temperatura corporal e pressão arterial. Através da inervação da pele, ocorre a vasoconstrição, que impede a circulação do sangue nas arteríolas próximas à superfície, de forma a dificultar a perda de calor; ou a vasodilatação, que permite a livre circulação sanguínea na derme. Ainda com a finalidade de regular a temperatura, estruturas denominadas glomos, estão presentes nas pontas dos dedos, região central da face e orelhas. Estas estruturas são anastomoses entre vênulas e arteríolas, que se contraem para regular o fluxo periférico do sangue.


A hipoderme (Figura 3) é uma tela subcutânea, que une a derme aos tecidos e órgãos subjacentes. Apesar e sua estreita relação funcional com a pele, não é considerada parte constituinte da pele/sistema tegumentar. Composta por células adiposas, age como isolante térmico, e reserva calórica. Em determinadas regiões do corpo, protege contra traumas, actuando como amortecedor. A quantidade de tecido adiposo na camada da hipoderme pode variar, dependendo da região do corpo, da idade e sexo.


Figura 3: Tecido Subcutâneo
Fonte: VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. Barueri: Manole, 2003.


São estruturas derivadas do ectoderma, como pelos, unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas, que fixam-se na derme, através de uma invaginação na epiderme.

A complexidade estrutural da pele, constituída por grande diversidade de células, com especificidades funcionais, confere a capacidade de executar:

       Funções metabólicas e de protecção contra agentes nocivos químicos, físicos ou biológicos;
       Regulação da temperatura;
       Síntese de vitamina D;
       Percepção sensorial;
       Possibilita a identificação de pessoas, características faciais e cor da pele;
       Comunicação, através de expressões faciais e emissão de sinais emocionais;
       Papel importante no processo de cicatrização de feridas;
       Manifestação de sinais que indicam o estado clínico da pessoa;
       Sofre modificações ao longo do desenvolvimento, sua aparência difere entre as faixas etárias, são influenciadas pelos hábitos de vida, ambiente e cultura.

Unhas: são estruturas achatadas, elásticas, de textura córnea, aplicadas sobre a superfície dorsal das falanges distais. Cada unha está implantada por uma porção chamada raiz em um sulco da pele; a porção exposta é denominada corpo e a extremidade distal, borda livre (Figura 4).

A unha é firmemente aderente ao cório e exactamente moldada sobre a superfície; a parte de baixo do corpo e da raiz da unha é chamada matriz da unha porque é esta que a produz. Próximo a raiz da unha o tecido não está firmemente aderido ao tecido conjuntivo, mas apenas em contacto com o mesmo; por isso esta porção da unha é esbranquiçada e chamada lúnula devido a sua forma.

Figura 4: A Unha
Fonte: VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. Barueri: Manole, 2003.

Pelos: são encontrados em quase toda superfície do corpo. Variam muito em comprimento, espessura e cor nas diferentes partes do corpo e nas várias raças humanas. Um pelo consiste em raiz (a parte implantada na pele) e haste (a porção que se projecta da superfície).

A raiz do pelo termina no bulbo do pelo que é mais esbranquiçado e de textura mais mole do que a haste e está alojado em um canalículo da epiderme que o envolve, chamado folículo do pêlo. No fundo de cada folículo encontra-se uma pequena eminência cónica vascular ou papila. Ela é contínua com a camada dérmica do folículo e suprida com fibrilas nervosas. O folículo piloso consiste em duas túnicas: externa e interna ou epidérmica. O bulbo piloso é moldado sobre a papila e compõe-se de células epiteliais poliédricas que, ao passarem para o interior da raiz do pêlo, se alongam, tornando-se fusiformes. A haste do pêlo consiste, de dentro para fora, de três partes: a medula, o córtex e a cutícula. A medula em geral está ausente em delgados pêlos que cobrem a superfície do corpo e comummente nos da cabeça. Compõe-se de fileiras de células poliédricas contendo grânulos de eleidina e frequentemente espaços aéreos. O córtex constitui a parte da haste; suas células são alongadas e unidas para formar fibras fusiformes a achatadas contendo grânulos de pigmento em pêlos escuros e ar nos brancos. A cutícula compõe-se de uma simples camada de escamas achatadas que se sobrepõem da profundidade para a superfície.

Correlacionado aos folículos pilosos há um conjunto de pequeninos feixes de fibras musculares lisas involuntárias, denominadas erectores dos pelos. Emergem da camada superficial da derme e se inserem no folículo. Colocam-se do lado para onde o pêlo se inclina, e pela sua acção diminuem a obliquidade do folículo, tornando-o recto.

Glândulas Sudoríparas: são encontradas em quase toda a parte da pele. Consistem de um simples tubo cuja parte profunda constitui uma bolsa esférica ou oval chamada corpo da glândula, enquanto a porção superior ou ducto atravessa a derme e a epiderme, abrindo-se na superfície da pele por uma abertura afunilada. Nas camadas superficiais da derme o ducto é rectilíneo, mas nas camadas profundas o ducto é enrolado ou mesmo retorcido. São muito abundantes na palma das mãos e planta dos pés.

A porção secretora é constituída pelas células escuras, produtoras de glicoproteínas, e pelas células claras, com características de células transportadoras de íons e responsáveis pela secreção aquosa do suor. Ao redor da porção secretora, há células mioepiteliais. O ducto abre-se na crista epidérmica, de onde a glândula se originou, e tem trajecto tortuoso. Seu diâmetro é menor que a porção secretora. O epitélio é estratificado cúbico, com células menores e mais escuras que as células da porção secretora. Elas reabsorvem a maior parte dos íons e excretam substâncias, como ureia e ácido láctico.

O suor é uma solução aquosa, hipotônica, com pH neutro ou levemente ácido, contendo íons de sódio, potássio e cloro, ureia, ácido úrico e amónia. Além da função excretora, as glândulas sudoríparas regulam a temperatura corporal pelo resfriamento em consequência da evaporação do suor.

As glândulas sudoríparas odoríferas são encontradas nas axilas, nas aréolas mamárias e na região anogenital. Estão localizadas profundamente na derme ou na região superior da hipoderme. São glândulas exócrinas tubulares simples ou ramificadas enoveladas apócrinas (actualmente há controvérsia, na literatura, se são apócrinas, merócrinas ou apresentam ambos modos de secreção).

A porção secretora tem luz ampla, é constituída por células cúbicas, com a porção apical em cúpula e é circundada por células mioepiteliais. O ducto é relativamente recto, de epitélio estratificado cúbico e se abre no folículo piloso, acima do ducto da glândula sebácea[3].

Assim como as glândulas sebáceas, as glândulas sudoríparas odoríferas são estimuladas pelos hormónios sexuais e tornam-se funcionais na puberdade. A secreção contém proteínas, carboidratos, lípidos, amónia e feromônios, envolvidos na atracção sexual. Inicialmente inodora, adquire um odor acre ou almiscarado em resposta à decomposição por bactérias.

Glândulas Sebáceas: são órgãos glandulares pequenos e saculiformes alojados na derme, encontradas em muitas partes da pele, mas em abundância no couro cabeludo e na face. Cada glândula consiste de um simples ducto que emerge de um agrupamento ovalado ou em forma de garrafa – os alvéolos, que são em geral de dois a cinco, podendo chegar, em alguns casos, até vinte. Cada alvéolo é composto de uma membrana basal transparente contendo um certo número de células epiteliais.

A glândula mamária é uma área modificada da pele com glândulas sudoríparas especializadas na secreção de nutrientes sob a influência hormonal.


Receptores sensoriais são ramificações de fibras nervosas, algumas se encontram encapsuladas formando corpúsculos, outras estão soltas como as que se enrolam em torno do folículo piloso. Possuem função sensorial, sendo capazes de receber estímulos mecânicos, de pressão, de temperatura ou de dor. São eles: Corpúsculos de Ruffini, Corpúsculos de Paccini, Bulbos de Krause, Corpúsculos de Meissner, Discos de Merkel, Terminais do Folículo Piloso e Terminações Nervosas Livres (Figura 5).

Figura 5: Receptores Cutâneos
Fonte: Bear, M:F., CONNORS, B.W & PARADISO, M.A. Neurociências – Desvendando o Sistema Nervoso. Porto Algre, 2ª ed. Artmed editora, 2002.


Nesta parte do nosso trabalho nos concentraremos na descrição das principais patologias que ameaçam o sistema tegumentar humano, considerando suas causas, sintomas e possíveis formas de tratamento.


A alopecia areata é uma condição caracterizada pela perda de cabelos ou de pelos em áreas arredondadas ou ovais do couro cabeludo ou de outras partes do corpo, comummente chamada de “peladeira”. Em alguns casos, pode haver perda total de todos os pelos do corpo, inclusive cílios. Esse problema é comum em cerca de 1 a 2% da população.

Causa: A causa da alopecia areata não é totalmente conhecida, mas sabe-se que é uma condição auto-imune, em que o sistema imunológico ataca e destrói tecido corporal sadio por engano. Nesse caso, o alvo do ataque são estruturas que formarão o pelo.

Sintomas: Apesar de ser caracterizada pela perda de cabelo, este é apenas um sintoma da alopecia areata. Algumas pessoas também podem sentir uma sensação de queimação ou coceira na região em que houve a queda. A alopecia areata é mais frequentemente observada no couro cabeludo, mas também pode ocorrer na barba, sobrancelhas, braços e pernas.

Os pontos onde houve a queda de cabelo são lisos e arredondados. Pode haver uma coloração rósea também na região.

Pode haver também alterações nas unhas: pequenas alterações no relevo da superfície da unha, com aspecto de “furinhos”, chamados depitting.

Há também a possibilidade de associação com outras doenças auto-imune, como lúpus, vitiligo e tireoidite.

Tratamento de Alopecia areata: Se a perda de cabelo não for total, o cabelo pode crescer novamente dentro de alguns meses, sem tratamento. No entanto, o tratamento é recomendado em quase sempre todos os casos, pois geralmente a região em que ocorre queda não costuma mais nascer cabelo. No entanto, mesmo no caso de perda de cabelos mais intensa, não está claro o quanto o tratamento pode ajudar a mudar o curso da situação.


Os tratamentos comuns e que estão disponíveis incluem:

       Injecção de esteroides sob a superfície da pele
       Medicamentos aplicados à pele
       Terapia com luz ultravioleta
       Medicação administradas por via oral (pela boca).


A psoríase é uma doença de pele que causa manchas escamadas e inchaço. As células da pele crescem fundo e aos poucos sobem à superfície. Esse processo de renovação da pele dura em torno de um mês. Com a psoríase isso acontece em apenas alguns dias porque as células sobem muito rápido e se empilham na superfície.

Causas: A psoríase começa no sistema imunológico, que fica tão activo que causa respostas imunológicas exageradas, as quais ocasionam a psoríase. Alguns factores também podem agravar a psoríase como infecções, estresse, alterações no clima que ressequem a pele, e certos remédios.

Sintomas: Os sintomas da psoríase são manchas de pele vermelha grossa com escamas prateadas. Essas manchas podem coçar e doer. Manchas de psoríase são mais encontradas nos ombros, joelhos, partes da perna, couro cabeludo, região lombar, palmas das mãos e solas dos pés. Porém, manchas de psoríase podem aparecer em outros locais como unhas dos dedos e dos pés, genitais e dentro da boca.

Tratamento: O tratamento da psoríase depende factores como:

       Gravidade da doença.
       Tamanho das manchas de psoríase.
       Tipo de psoríase.
       Como o paciente reage a certos tratamentos.

Nem todos os tratamentos para psoríase têm os mesmos resultados para todos. O médico pode mudar de tratamento se ele não funcionar ou se houver reacção negativa.


Verrugas são pequenos crescimentos na pele, que geralmente não são dolorosos. Causadas por vírus, as verrugas quase sempre são inofensivas e podem desaparecer sozinhas. Elas podem surgir em qualquer parte do corpo e podem ser de diversos tipos também.

Verrugas podem variar muito de tamanho e formato de uma para outra. A textura também tende a ser diferente, podendo apresentar desde superfícies lisas até mais rugosas.

Causas: Existem inúmeras causas possíveis para o surgimento de verrugas. Elas são causadas por um vírus chamado Papiloma Vírus Humano – conhecido popularmente como HPV, que infecta a camada superior da pele, causando as verrugas. Elas podem surgir mais facilmente quando a pessoa apresenta alguma lesão ou corte na pele. Por isso é tão comum encontrar verrugas em crianças. São bastante comuns também em áreas do corpo em que as pessoas costumam depilar, como no rosto, no caso de homens que se barbeiam, e nas pernas, no caso de mulheres que depilam as pernas.

É igualmente possível, aliás, transmitir verrugas para outras pessoas também, principalmente por meio do toque, num processo chamado de auto inoculação – muito comum em banheiros compartilhados de academias, piscinas, clubes, etc. A transmissão pode acontecer também durante o ato sexual desprotegido.

A reinfecção também é possível. Uma pessoa não se torna imune a verrugas se já apresentou uma alguma vez.


A dermatite é uma doença inflamatória da pele que gera vermelhidão, coceira e bolhas, e que não é transmitida por contacto directo ou por objectos de uso pessoal. Ela pode surgir em qualquer idade e também pode atingir qualquer parte do corpo. A doença tem cura e depende muito do tipo e da causa, mas, na maioria dos casos, o tratamento é com base em remédios e cremes prescritos por um dermatologista.

Além da dermatite, há outras dermatoses que possuem sintomas e lesões muito parecidas. Cada uma delas requer um pouco de atenção, para que você tenha sempre o diagnóstico correcto.

Causas: A dermatite pode surgir por diversos motivos, sejam eles genéticos, emocionais ou desencadeados por agentes externos, como o clima frio e a oleosidade de nossa pele. As causas da doença, muitas vezes, estão relacionadas com os seus tipos e cada um deles necessita de um tipo específico de tratamento.

Sintomas: Os sintomas mais comuns são coceiras e erupções cutâneas. Além desses, cada tipo de dermatite – já explicados anteriormente – possui sintomas diferentes. Por exemplo: no caso da dermatite seborreica, além das manchas vermelhas e escamosas no couro cabeludo, pode haver um grande volume de caspas também.

Tratamento: Assim como os sintomas, os tratamentos para a dermatite variam de acordo com o seu tipo e intensidade. Para a atópica, evitar banhos muito quentes e hidratar a pele constantemente já ajuda na melhora da doença. Já no caso da dermatite de contacto, o tratamento difere por conta da gravidade da doença, podendo ser feito através de medicamentos via oral ou injectável.

Independente do tipo de dermatite que você tenha, o importante é não se automedicar e procurar a ajuda de seu dermatologista.


O pé de atleta, conhecido popularmente como frieira, é uma infecção nos pés causada por fungo. É a doença fúngica mais comum dentre todas as que acometem a pele.

Causas: O pé de atleta é causado por diferentes fungos do género Tricophyton, o mesmo tipo que causa a micose. Meias e sapatos húmidos favorecem o crescimento desses organismos nos pés.

O pé de atleta é contagioso e pode ser transmitido pelo contacto com uma pessoa infectada ou por contacto com superfícies contaminadas, como toalhas, pisos e calçados. Os indivíduos, no entanto, não adquirem facilmente a infecção entrando em contacto com o fungo, existem factores imunológicos e de barreira que impedem a pene tracção do fungo.

Sintomas: O sintoma mais comum do pé de atleta é apresentar pele rachada e descamada entre os dedos ou na parte lateral do pé. Outros sintomas podem incluir:

       Pele vermelha e com coceira
       Sensação de queimação ou dor
       Surgimento de bolhas

A infecção pode afectar um ou ambos os pés e pode se espalhar para as unhas, que ficam descoloridas, grossas e quebradiças. O pé de atleta também pode se espalhar para as mãos - especialmente se a pessoa arranhar ou pegar nas partes infectadas de seus pés. O pé de atleta pode ocorrer juntamente com outras infecções de pele por fungo.

Tratamento: Se a micose for recente, de pequena intensidade ou causada por um fungo não resistente a tratamento tópico, o médico poderá sugerir o uso de um antifúngico de venda livre, geralmente vendido como uma pomada, loção ou em pó. Se o pé de atleta não responder a esse tipo de tratamento, você pode precisar de um medicamento mais forte, que somente o médico poderá receitar. Infecções graves podem necessitar de comprimidos antifúngicos de via oral.













De acordo com o exposto ao longo do desenvolvimento do presente trabalho sob o tema Sistema Tegumentar, chegamos a conclusão de que o sistema tegumentar compreende, histologicamente, duas camadas funcionais, morfologicamente distintas, a epiderme e a derme. As glândulas mamárias, cápsula ungueal e cornos fazem parte deste sistema, assim também como unhas, cabelos e pelos constituem os órgãos anexos deste sistema. O sistema tegumentar, conforme vimos, é verdadeiramente fascinante e envolve dezenas de funções maravilhosas e propósitos. Uma das suas funções principais é a impermeabilização do corpo com a ajuda de a camada exterior de células mortas e queratinizadas. Ele também protege o corpo contra a perda de água e protege os órgãos internos contra ataques de germes e outras infecções. Além disso, este sistema pode ser considerado como a primeira linha de defesa do corpo. O sistema tegumentar não só protege os sistemas de órgãos internos mas também regula a temperatura, sentidos da dor e desempenha um papel vital na síntese de vitamina D, e além disso, excreta toxinas. O funcionamento deste sistema é crucial para a saúde de todo o corpo humano.

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