AGRADECIMENTOS
Agradecemos a nossa querida Professora
________________ que nos deu a chance de fazer esse maravilhoso trabalho e nos
proporcionou mais entendimento sobre o assunto relacionado. Agradecemos também
a todos que nos ajudaram directamente ou indirectamente nesse trabalho.
DEDICATÓRIA
Dedicamos esse trabalho á todas as pessoas
que contribuíram para que o mesmo pudesse ser impresso, também dedicamos a
todas as mães adolescentes que foram o nosso objectivo da nossa pesquisa.
OBJECTIVOS
DA PESQUISA
OBJECTIVO GERAL:
Compreender, com a disponibilidade de informações, no
contexto social, os problemas gerados pela gravidez precoce.
OBJECTIVOS
ESPECÍFICOS:
Conhecer as causas da gravidez precoce entre adolescentes
(12 a 15 Anos)
Identificar as Dificuldades económicas e Familiar.
INTRODUÇÃO
Falar da adolescência resulta uma questão
apaixonante quanto complicada e delicada. Como momento de transição importante
entre a infância e a juventude conserva aspectos pertencente a um e a outro
estágio no desenvolvimento humano; ainda não têm uso de razão, mas também não
se carece dela, sói se dizer, e nisso radica uma das maiores dificuldades para
a uma educação e orientação correctas. Requer-se assim, tacto pedagógico bem
como conhecimentos profundos sobre as qualidades e problemas normais pelos que atravessa,
que implica saber sobre as particularidades fisiológicas, psicológicas próprias
da etapa.
Por vezes observa-se que uma criança com
determinados valores e características da sua personalidade muda grandemente na
etapa adolescente e que mais tarde volta a mudar numa espécie de recuperação de
certo jeito que parecia já perdido. Tem a ver com adolescência e são questões
necessárias de ser sabidas por pais e professores. Nesse sentido é tão decisiva
a adolescência que de ser manejada sem os cuidados correspondentes poderia
resultar fatalmente influente para a formação futura e para os relacionamentos
da pessoa com familiares e com colegas e outros componentes do meio social.
O presente estudo, representa um esforço mais
da síntese e reflexão em torno de diversos problemas no seio dos adolescentes,
com gravidez indesejada que dão origem assim a desistência por parte de muitos
alunos no decorrer do ano lectivo, bem como a morte pela prática do aborto,
assim como mortes pós e pré – parto.
Alguns estudos mostram que em Angola as
relações sexuais iniciam entre 11 e 12 anos de idade, fazendo com que muitos
adolescentes engravidem antes de atingir a idade adulta. Uma sexualidade muito
alta com 75% de adolescentes sexualmente activos, alta frequência de gravidez
na adolescência dos 14 – 17 anos de idade, 37% das raparigas já tinham
engravidado e 17% dos rapazes tinham consciência de ter engravidado uma
rapariga. Alta incidência de abortos de risco, 50% das adolescentes grávidas
abortou e 79% desses abortos foram provocados ou induzidos (FNUAP, 2002).
Uma das razões do casamento precoce entre
adolescentes tem sido a gravidez indesejada. O casamento precoce aliado à
gravidez traz como consequência a interrupção dos estudos na adolescente. Traz
também um afastamento do mundo dos jovens, já que as responsabilidades duma
casa, duma criança, aliadas às dificuldades financeiras acabam por dificultar o
envolvimento com os antigos grupos de jovens e transformam os adolescentes,
inevitável e bruscamente num semi-adulto.
As jovens que assumem a gravidez sozinhas
enfrentam ainda mais dificuldades de carácter financeiro e psicológico, para
além das responsabilidades duma nova vida intra-uterina numa etapa em que o seu
próprio organismo não está totalmente desenvolvido. Como resultante desta
situação, surge, muitas vezes o abandono do filho, a entrega para adopção ou a
alguém da família.
GRAVIDEZ
PRECOCE:CIÊNCIA E CONSCIÊNCIA DO PROBLEMA
SEXUALIDADE
E ADOLESCÊNCIA
A adolescência é um período no que se
experimentam importantes mudanças a nível biológico, psicológico e social.
Durante esta etapa é comum o aumento do interesse pelo sexo e o início das
primeiras relações sexuais. Para que esta primeira relação possa se considerar
saudável, deve cumprir alguns requisitos: a) prevista com antecipação; b)
desejada por ambos membros do casal; c) com protecção ante riscos de embaraços
não desejados e de doenças de transmissão sexual (DTS), e d) desfrutada,
resultando gratificante para os dois (Mitchel y Wellings, 1998). Estes autores
pediram a um grupo de jovens de 16 a 29 anos que lhes relataram sua primeira
experiência sexual. Grande parte deles reconheceu que sua primeira relação foi
totalmente inesperada. Em esta linha, (Loewensteim e Frustenberg 1991)
estimaram que em uma amostra de mil pessoas, 65% não tinha previsto sua
primeira relação sexual. Esta circunstância, que se dá também entre os
adolescentes espanhóis (López, 1995), faz muito improvável a adopção de medidas
protectoras.
Segundo o último informe sobre a epidemia do
SIDA (ONUSIDA, 2002), quase a metade das novas infecções se dão em jovens entre
os 15 e os 24 anos. Para poder realizar intervenções preventivas eficazes, é
preciso conhecer as variáveis que originam e mantêm as condutas de risco dos
adolescentes.
Em continuação se descrevem os principais
aspectos que caracterizam as relações sexuais na adolescência, como a idade de
inicio, o tipo de relações, o número de companheiros sexuais, ou os
conhecimentos sobre os riscos associados.
Como média, o primeiro contacto sexual dá-se
em torno dos 16 anos (Bimbela e Cruz, 1997; Cerwonka, Isabell e Hansem, 2000;
INJUVE, 2000). Embora que as meninas alcançam antes a maturidade sexual,
geralmente são os rapazes quem se iniciam primeiro. (Weinberg, Lottes e Aveline
1998) encontram médias muito similares em raparigas e rapazes europeus, sendo
as primeiras a idade média 17,3 anos e 17,7 nos homens.
A literatura
científica observa como principais condutas sexuais na adolescência:
a) Masturbação:
tanto a auto estimulação, como a masturbação do casal são práticas muito
estendidas entre os adolescentes. Entre jovens estudantes se têm observado
taxas que chegam a 95 %, e cerca da metade se masturbam com uma frequência de
uma ou mais vezes por semana. Dois terços dos rapazes a praticam
frequentemente, frente a tão-somente um terço das mulheres (Mc Cabe e Cummins,
1998; Weinberg, Lottes e Aveline, 1998).
b) Sexo oral:
os estudos com adolescentes indicam que mais da metade dos sujeitos têm tido
alguma prática de sexo oral, chegando a 76 % nos homens e 66 % nas mulheres
(Murphy et all., 1998). Outras investigações, não obstante, mostram que as
raparigas praticam o sexo oral com mais frequência que os rapazes (Mc Cabe e
Cummins, 1998).
c) Coito vaginal:
entre 68 e 83 % dos jovens manifestam ter mantido relações sexuais com
penetração vaginal (Mc Cabe e Cummins, 1998). Outros estudos indicam que entre
raparigas e rapazes sexualmente activos, 100 % há tido alguma relação com
penetração vaginal (Murphy et al. 1998).
d) Coito anal:
esta prática, uma das que carrega maior risco de transmissão do vírus de
imunodeficiência humana (VIH), tem uma frequência muito variável em função dos
estudos. (Murphy et al. 1998) encontraram que 11 % dos adolescentes iniciados sexualmente
havia realizado este tipo de relação. Distinguindo entre sexos, (Weinberg,
Lottes e Aveline 1998) assinalam que entre 8 e 12 % dos rapazes haviam mantido
relações com penetração anal, sendo algo mais frequente tal prática nas
mulheres, entre 11 e 15 %. Outros estudos referem percentagens superiores, até
25 % em mulheres adolescentes (Mc Farland, 1999).
CAUSAS
DA GRAVIDEZ PRECOCE
A gravidez na adolescência é multicausal e
sua etiologia está relacionada a urna série de aspectos que podem ser agrupados
em:
Factores Biológicos, que envolvem desde a
idade da menarca até o aumento do número de adolescentes na população geral.
Sabe-se que as adolescentes engravidam mais e mais a cada dia e em idades cada
vez mais precoces. Observa-se que a idade em que ocorre a menarca tem se
adiantado em torno de quatro meses por década no nosso século. De modo geral se
admite que a idade de ocorrência da menarca tenha urna distribuição gaussiana e
o desvio-padrão é aproximadamente 1 ano na maioria das populações, consequentemente,
95% da sua ocorrência se encontra nos limites de 11,0 a 15,0 anos de idade.
Sendo a menarca, em última análise, a
resposta orgânica que reflecte a inteiração dos vários segmentos do eixo
neuroendócrino feminino, quanto mais precocemente ocorrer, mais exposta estará
a adolescente á gestação. É nas classes económicas mais desfavorecidas onde há
maior abandono e promiscuidade, maior desinformação, menor acesso á
contracepção, está a grande incidência da gestação na adolescência.
O contexto familiar tem relação directa com a
época em que se inicia a actividade sexual. Assim sendo, adolescentes que
iniciam vida sexual precocemente ou engravidam nesse período, geralmente vêm de
famílias cujas mães também iniciaram vida sexual precocemente ou engravidaram
durante a adolescência. De qualquer modo, quanto mais jovens e imaturos os
pais, maiores as possibilidades de desajustes e desagregação familiar. O
relacionamento entre irmãos também está associado com a actividade sexual:
experiências sexuais mais cedo são observadas naqueles adolescentes em cuja
família os irmãos mais velhos têm vida sexual activa.
As atitudes individuais são condicionadas
tanto pela família quanto pela sociedade. A sociedade tem passado por profundas
mudanças em sua estrutura, inclusive aceitando melhor a sexualidade na
adolescência, sexo antes do casamento e também a gravidez na adolescência.
Portanto tabus, inibições e estigmas estão diminuindo e a actividade sexual e
gravidez aumentando (Hechtman, 1989, Block et al., 1981; Lima et al, 1985;
Almeida & Fernandes, 1998; McCabe & Cummins, 1998; Medrado & Lyra,
1999).
Por outro lado, dependendo do contexto social
em que está inserida a adolescente, a gravidez pode ser encarada como evento
normal, não problemático, aceite dentro de suas normas e costumes (Necchi,
1998).
A identificação com a postura da religião
adoptada se relaciona com o comportamento sexual. Alguns trabalhos mostram que
a religião tem participação importante como preditora de atitudes sexuais.
Adolescentes que têm actividade religiosa apresentam um sistema de valores que
os encoraja a desenvolverem comportamento sexual responsável (Glass, 1972;
Werner-Wilson, 1998). No nosso meio, nos últimos anos as novas religiões
evangélicas têm florescido, e são de modo geral, bastante rígidas no que diz
respeito á prática sexual pré-marital. Alguns profissionais de saúde que
trabalham com adolescentes têm a impressão de que as adolescentes que
frequentam essas igrejas iniciam a prática sexual mais tardiamente, porém, não
há pesquisas comprovando essas impressões (De Souza e Silvério, 2002).
Numa sociedade massificadora e coercitiva,
muitos adolescentes, influenciados por um comportamento sexual mais liberado,
são levados a assumir sua sexualidade precocemente. A influência do grupo de
amigos e o "bombardeio" de informações e imagens da mídia produzem
uma aceleração do ingresso no mundo adulto, quando não têm preparação física
nem psíquica para isso.
Instabilidade emocional, carência afectiva,
invulnerabilidade e fragilidade de uma menina ainda em formação, omissão dos
pais, falta de informações e fantasias adolescentes como as de "engravidar
para prender o namorado" ou mostrar aos pais que já é adulta, são alguns
dos motivos que determinam uma gravidez precoce (Banks, 2000)
REPERCUSSÕES
DA GRAVIDEZ PRECOCE NA ADOLESCÊNCIA
Os primeiros dos riscos a ter em conta estão
referidos a mãe adolescente. Existem relatos de que complicações obstétricas
ocorrem em maior proporção nas adolescentes, principalmente nas de faixa etária
mais baixa. Há constatações que vão desde anemia, ganho de peso insuficiente,
hipertensão, infecção urinária, DST, desproporção céfalo-pélvica, até
complicações puerperais (Rubio et al, 1981; Sismondi, et al, 1984; Black &
Deblassie, 1985; Stevens-Simon & White, 1991; Zhang & Chan, 1991).
Porém, devemos ter o cuidado de nos lembrar que esses achados se relacionam
também com os cuidados pré-natais e desde que haja adequado acompanhamento
pré-natal, não há maior risco de complicações obstétricas quando se compararam
mulheres adultas e adolescentes de mesmo nível socioeconómico (Felice et al,
1981; McAnarney & Thiede, 1981).
Outro ponto doloroso dessa questão é a morte
da mãe decorrente de complicações da gravidez, parto e puerpério; sendo que na
adolescência, em estudo realizado no nosso meio, verificou-se ser esta a sexta
causa de morte (Siqueira & Tanaka, 1986).
No tocante á educação, a interrupção,
temporária ou definitiva, no processo de educação formal, acarretará prejuízo
na qualidade de vida e nas oportunidades futuras. Não é raro que aconteça com a
conivência do agrupamento familiar e social a adolescente se afasta da escola,
frente a gravidez indesejada, quer por vergonha, quer por medo da reacção de
seus pares (McGoldrich, 1985; Aliaga et al, 1985; Fernadéz et al., 1998; Souza,
1999).
As repercussões nutricionais serão tanto
maiores quanto mais próxima da menarca acontecer a gestação, já que nesse
período o processo de crescimento ainda está ocorrendo. O crescimento materno
pode sofrer interferências por que há urna demanda extra requisitada para o
crescimento fetal (American Dietetic Association, 1989).
A inundação hormonal da gestação promoverá
consolidação precoce das epifíses naquelas adolescentes que engravidaram antes
de ter completado seu crescimento biológico, podendo ter portanto, prejuízo na
estatura final. Lembramos ainda que na adolescência há necessidades maiores de
calorias, vitaminas e minerais e estas necessidades somam-se aquelas exigidas
para o crescimento do feto e para a lactação.
Dada sua imaturidade e labilidade emocional
podem ocorrer importantes alterações psicológicas, gerando extrema dificuldade
em adaptar-se á sua nova condição, exacerbando sentimentos que já estavam
presentes antes da gravidez, como ansiedade, depressão e hostilidade. As taxas
de suicídio nas adolescentes grávidas são mais elevadas em comparação com ás
não grávidas (Foster & Miller, 1980), principalmente nas jovens grávidas
solteiras (Cabrera, 1995).
RISCOS
PARA A SAÚDE
Um dos problemas mais comuns na gravidez precoce
é a anemia, que faz com que a gestante fique mais vulnerável a infecções e
pré-eclampsia. Existem ainda os factores psicológicos e sociais envolvidos. Um
filho interfere muito na vida da mulher.
O adolescente, em geral, não está preparado
para tantas mudanças na área escolar e nos hábitos diários. A liberdade tão
desejada é de uma certa forma ameaçada.
Muitas jovens acabam recorrendo ao aborto,
aumentando ainda mais os riscos a sua saúde. Em 1998, mais de 50 mil
adolescentes foram atendidas em hospitais públicos de Brasil para a realização
de curetagem após aborto. A gravidez na adolescência pode até ser uma opção
pessoal e representar uma boa experiência, mas geralmente a jovem não está
preparada emocionalmente, fisicamente e nem financeiramente para assumir a
maternidade (ABN, 2004).
Mesmo sendo bem menos do que a mulher, o pai
adolescente também sofre as consequências de uma gravidez precoce. Se o pai
reconhece a criança, ele se vê obrigado a assumir novas responsabilidades e, em
muitos casos, acaba abandonando os estudos para trabalhar, ressalta a médica.
Já se não assume o filho, gera consequências para a criança.
Uma das prioridades seria reforçar a
importância da responsabilidade paterna. Nesse sentido, está capacitando
profissionais de saúde para oferecerem informações sobre os métodos
contraceptivos combinados - associação do preservativo com algum outro método
anticoncepcional. A ideia é fazer com que o homem participe da escolha do
melhor contraceptivo para o casal. É preciso mudar a cultura de que a gravidez
é exclusivamente feminina e só cabe à mulher a responsabilidade pelo filho.
São vários os motivos apontados para a alta
incidência de gravidez entre adolescentes. Os principais são a iniciação sexual
cada vez mais cedo, dificuldade de acesso aos métodos anticoncepcionais,
desagregação familiar, falsas expectativas e falta de informação.
A dificuldade de uma adolescente se impor na
relação é outro agravante. Na maioria dos casos, elas não usam pílulas
anticoncepcionais, pois não possuem parceiro fixo. É comum as jovens não terem
coragem de exigir que o parceiro use a camisinha.
A gravidez precoce é consequência de
problemas sociais e é fundamental que os gestores de saúde trabalhem para
enfrentar esse problema e intervir, de alguma forma, para que os adolescentes
não cheguem a essa situação. É uma questão de promoção da saúde. Paralelamente
ao trabalho de prevenção deve buscar-se alertar os pais sobre a importância do
pré-natal para garantir a segurança da mãe e do bebé. No caso dos adolescentes,
uma boa assistência durante os nove meses de gestação torna-se ainda mais
importante para evitar problemas relacionados à gravidez e ao parto.
Em contraposição com o enfoque "de
risco" emerge o "enfoque sociocultural" argumentando que o enfoque
de risco `pressupõe que a gravidez na adolescência é indesejável e trazem
consequências morais, psicológicas e sociais negativas, desconsiderando a
particularidade dos sujeitos que a estão vivenciando, apontando subliminarmente
para uma visão negativa do exercício da sexualidade na adolescência.
Para (Stern e Garcia, 1999) As práticas
sexuais precoces só se tornam arriscadas quando ocorrem de modo desprotegido e
desinformado, alertando para o facto de que a queda das taxas de fecundidade
entre as mulheres adultas nas últimas décadas, acreditando que seja decorrência
da política de planeamento familiar dos anos 70’, dá maior evidencia ao
fenómeno da gravidez na adolescência.
CONSIDERAÇÕES
CIENTÍFICAS NA VOLTA DA GRAVIDEZ PRECOCE
A gravidez na adolescência é representada
socialmente como uma experiência a ser evitada nesse momento evolutivo, sendo
as ideias e sentimentos ancorados nos valores culturais de uma sociedade
tradicional que privilegia o equilíbrio e a conformidade às normas instituídas.
Assim, como comportamento desviante, objectiva-se no senso comum reafirmando
sua natureza estereotipada e seu carácter ideológico. Ressaltamos que os
resultados são restritos a um pequeno número de adolescentes que não
vivenciaram a gravidez precoce, tão pouco a maternidade e a paternidade até
esse momento, o que sugere uma maior adesão aos princípios e sistemas
simbólicos e que também sustentam as diferenças entre os géneros numa tentativa
de manutenção de equilíbrio e bem estar sociais.
CONSIDERAÇÕES
DA PSICOLOGIA
A adolescência constitui uma fase de
conquista da sexualidade. Pensamos ser esta uma conquista importante, que vai
sendo amadurecida e que é tanto mais madura quando constitui um veículo de
aprofundamento do conhecimento do outro, do próprio e da relação.
Com efeito, assiste-se a uma descoberta
desenfreada da sexualidade que constitui uma mera passagem ao acto, do qual
resultam muitas vezes uma gravidez precoce.
Sabemos que a relação sexual entre dois
namorados ocorre quando menos se planeia ou espera, mas a atitude preventiva
pode estar sempre presente. É necessário evitar que um terceiro ser surja numa
altura indevida.
Muitas vezes a gravidez na adolescência
ocorre porque não há abertura na relação para se falar nos métodos
anticoncepcionais, depois surge a gravidez, a vergonha, a desistência, a fuga a
uma vida adolescente... e muitas vezes a depressão.
São, na maior parte das vezes, raparigas com
problemas de auto-estima que se deixam arrastar por situações onde fantasiam
que estão a ser amadas, sem tomarem as devidas precauções.
Penso que, cada vez mais, surge nos jovens a
ideia de que "careta" não é quem não tem relações, mas sim quem as
tem sem precaução. Como não se trata de uma questão de desconhecimento, há
muitos factores de ordem psicológica que interferem.
Mas, para todas as situações é possível uma
alternativa saudável. No desenvolvimento da personalidade, entre os multíplices
factores, joga um papel muito importante a mudança profunda que experimentam na
juventude dois elementos: o sexual e o sentimental. Dita mudança se realiza de
maneira diferente na rapariga e no rapaz.
Na menina, a sentimentalidade ultrapassa ao
começo as energias sexuais; a inclusão do sexual se realiza em forma constante
desde o princípio da idade juvenil em diante; já aos 18 anos, é muito mais
madura que o rapaz porque ela é capaz de um maior domínio de si e de dirigir as
situações a medida que se apresentam, mais deve ter sempre presente que se sua
sentimentalidade chega a ser cativada, deixa de julgar objectivamente e cede
com certa facilidade a seus impulsos.
Pelo que se sabe, o mero impulso sexual é uma
necessidade biológica que representa ao instinto e está condicionada por
modificações químicas no interior do organismo. Esta é a natureza do impulso
sexual, nada mais; mas também não nada menos.
Num começo o jovem muitas vezes busca
satisfazer o impulso sexual consigo mesmo; isso lhe leva à masturbação. Mais
tarde, o jovem fixa sua atenção noutras pessoas de diferente sexo, polarizando
progressivamente seu desejo sexual. Finalmente, o jovem dirige sua atenção em
uma forma selectiva sobre uma pessoa determinada e a escolhe definitivamente.
CONSIDERAÇÕES
DA PEDAGOGIA
O debate sobre a gravidez na adolescência
provoca ou não a evasão escolar é um tanto quanto repetitivo, entretanto,
questionamos se a baixa escolaridade e a evasão seriam causa ou efeito deste
fenómeno.
Para enfrentar a discussão da relação entre a
gravidez na adolescência e a evasão escolar e estabelecermos as directrizes
para este trabalho consideramos os dados levantados por investigações apontam
que a incidência da gestação foi decrescendo e a incidência de evasão
manteve-se estável: em 1999 foram informadas pelos directores das unidades
escolares 114 gravidezes para 25 casos de evasão; em 2000 foram 108 gestações
para 19 evasões e em 2001 registou-se 82 casos de gravidezes para 21 casos de
abandono da escola em decorrência de gravidez (Trindade et. all, 2003).
Diante de tudo o que foi exposto, estes
números sugerem muitos desafios para as políticas públicas, de um modo geral,
assim como aquelas estreitamente relacionadas ao adolescente, como saúde,
educação e assistência social.
A inserção profissional num Projecto de
Extensão Universitária permitiria sugerir algumas medidas importantes para,
pelo menos, diminuir a apartheid social da juventude de nosso país,
especialmente daquelas meninas que acidental e/ou conscientemente engravidaram:
Capacitar profissionais afectos a questão da
adolescência para actuarem nas unidades escolares e de saúde que facilite o
acesso aos direitos previstos na legislação vigente, como: assistência
pré-natal, amamentação (conforme salienta as campanhas oficiais), aulas de
apoio para que a performance da aluna não seja prejudicada, garantindo,
inclusive a disponibilidade da matéria que está sendo dada na grade curricular
(Ibíd.).
CONSIDERAÇÕES
DEMOGRÁFICAS
Um estudo demográfico relativo à gravidez
precoce em São Paulo acusa que de 1982 para cá, enquanto a população cresceu
42,5%, a taxa de gravidez dos 10 aos 19 anos aumentou 391%. Entre os óbitos
neonatais, essa era a faixa etária de 30% das mães. Os dados são da Sociedade
Brasileira de Pediatria e alertam para um dos problemas mais graves na área de
saúde do adolescente: a gravidez precoce. Hoje, o parto é a principal causa de
internação de meninas entre 10 e 14 anos e o principal procedimento médico. Em
1999, 26% deles foram de adolescentes (SBP, 2000).
Segundo os médicos, as consequências do
exercício irresponsável da sexualidade costumam estar relacionadas a abortos,
abandono de bebés, casamentos forçados e proliferação de doenças sexualmente
transmissíveis, como a sífilis e o SIDA.
Em todas as conferências mundiais sobre
população, enfatizou-se a contribuição importante da educação para resolver os
problemas ligados ao crescimento demográfico e suas consequências. E não apenas
a educação tomada no sentido amplo, incluindo as actividades extra-escolares e
o ensino propriamente dito, mas referências foram também centradas sobre o
papel da educação em matéria de população e, particularmente, da educação
sexual (Werebe, 1998).
Dessa forma, a sexualidade, como uma
instância constitutiva do humano, deverá atravessar as práticas quotidianas do
professor na escola, não para controlar ou reprimir suas manifestações, mas
para possibilitar ao adolescente a construção de sua própria identidade, e por
isso também, de sua própria sexualidade.
Existe a ideia de que o embaraço adolescente
é um fenómeno que se está incrementando. A maioria das investigações refere em
sua justificação tal preocupação, que mais do que um argumento se tenha
convertido num discurso decorrente.
Não obstante, os dados demográficos mostram
que o incremento dos embaraços adolescentes é uma ideia enganosa. São o grande
crescimento, em termos relativos e absolutos, da coorte de adolescentes e a
forte diminuição da fecundidade das mulheres maiores nos últimos 15 ou 20 anos,
o que se traduz tanto na maior visibilidade dos embaraços das adolescentes como
em ou facto de que, ainda a taxas de fecundidade menores, sejam muito grandes o
número e a proporção de filhos nascidos destes.
Outro aspecto que cremos tenha sido mal
interpretado é a associação que se estabelece entre o embaraço adolescente e o
rápido crescimento da população, que parte do reconhecimento de que as taxas de
fecundidade das mulheres menores de 20 anos se têm mantido relativamente
elevadas, apesar das campanhas de controle natal promovidas pelo Estado.
A análise demográfica tenha mostrado que os
embaraços antecipados se associam com um maior número de filhos ao longo da
vida reprodutiva e com espaços inter genésicos mais curtos, em comparação com
os de mulheres que postergam sua maternidade. Desta maneira, se coloca que a
fecundidade que se apresenta a antecipada idade contribui de modo ostensivo a
gerar um crescimento acelerado da população (Stern & García, 2002).
CONSIDERAÇÕES
SOCIOLÓGICAS
Cada sociedade estrutura e lega, de geração
em geração, um modelo de comportamento e uma aprendizagem sexual, aprovando ou
reprovando valores e comportamentos. Algumas dessas gerações introduzem
mudanças, e o menino experimenta sobre essa base. No mundo actual, não
obstante, a globalização das comunicações e a crescente estandardização das
condutas faz com que os valores e os objectos sexuais se estejam universalizando.
Não obstante, muitos povos conservam costumes
que marcam a seus membros na aprendizagem sexual. O fazer, tanto como o não
fazer, educa. Mostrar o próprio corpo nu comunica uma mensagem e oculta-lo tem
outro significado. O permitir aos meninos que toquem de uma forma natural seus
genitais educa em uma direcção, e os proibir, noutra. Em qualquer caso, o
resultado destas influências e interacções com as experiências pessoais,
através da infância e posterior adolescência, estruturarão o comportamento
sexual adulto, que será sempre personalizado.
Num contexto familiar e social o menino fará
sua aprendizagem da identidade sexual e os papéis masculino e feminino. Estes
se adquirem fundamentalmente no lar, com os pares, professores e outras pessoas
que actuam como modeladores e reforçadores. Em outra esfera, o menino adoptará
comportamentos, acções que levam ao descobrimento do prazer: as
autoestimulatorias ou masturbatórias, e as hetero ou homo-estimulatorias.
Intentará adquirir suas próprias acções e as irá construindo para toda a vida.
Mais falta a etapa onde porá em jogo todo o aprendido, e que consiste em
descobrir o amar e ser amado, a intimidade e a capacidade de comunicação nas
relações interpessoais.
Um diálogo aberto e livre de tabus entre pais
e filhos é fundamental para evitar enfermidades e embaraços não desejados.
Actualmente se tem visto um grande incremento
nas relações pré-matrimoniais em ambos sexos, embora que o aumento mais
significativo tenha sido manifestado nas mulheres.
Actualmente, muitos jovens têm relações
sexuais a muito antecipada idade, que pode ser um intento para conseguir
relações sentimentais profundas. Muitos se sentem pressionados a iniciar sua
vida sexual por muitos factores: família, amizades, sociedade, etc.
Embora que em geral, se pode afirmar que os
jovens não são tão promíscuos como qualquer se pode imaginar; tendem a
estabelecer relações sexuais significativas e respeita-las por meio da
fidelidade.
CONSIDERAÇÕES
FILOSÓFICAS
No homem, a união sexual não deve ser
considerada meramente como a simples satisfação da necessidade biológica, pois
o homo sapiens não é uma criatura simples; seu apetite sexual não é de nenhum
modo similar a sua necessidade de alimento ou água. O jovem tem em realidade
poderosos impulsos físicos, mais é capaz de domina-los e envereda-los, mais,
para se encarregar com êxito destas forças necessita compreende-las.
Um elemento primordial de um novo enfoque do
embaraço adolescente é sua preocupação por conceber o fenómeno como um feito eminentemente
social, é dizer, que se constrói a partir da intersubjectividade. Sem deixar de
reconhecer a importância das implicações na saúde e nos processos demográficos
(que não se deixam de lado mas se incluem e se reinterpretam em uma perspectiva
mais ampla), se desenvolve além do que aos indivíduos corresponde na construção
subjectiva do fenómeno, na interpretação que fazem dele e que finalmente é o
que determina sua acção, pouco compreensível em ocasiões para alguns
investigadores e agentes das instituições de serviço.
Outro elemento relevante em esta redefinição
do fenómeno é o facto de vê-lo em forma dinâmica, é dizer como um processo
descontextualizado. Já não falamos aqui genericamente do "embaraço
adolescente" como único e universal, mas de suas manifestações num entorno
e significado cultural determinados. Com isso se renuncia às pretensões de
generalização e se opta por buscar a particularidade do fenómeno nos diversos
contextos sócio -culturais e como parte de um processo social mais geral.
Neste último sentido, é importante chamar a
atenção sobre a necessidade de situar também o problema do embaraço adolescente
no contexto de mudança cultural de longa duração que tem lugar em nossas
sociedades em relação com um conjunto de crenças.
CONCLUSÃO
A gravidez na adolescência é multicausal:
Factores Biológicos, relativos á precocidade da menarca; familiares, relativos
a tradições familiares, exemplos e inexperiência, figuram nas causas
fundamentais.
Tentativas de suicídio, abandono da escola, prostituição
e riscos para a saúde física e mental, são repercussões negativas da gravidez
precoce. Preocupações e considerações, psicológicas, pedagógicas, demográficas,
sociológicas e filosóficas aparecem como resultado de investigações científicas
recentes, aspectos que em termos gerais são constatados no caso da população
adolescente objecto do trabalho que se apresenta
Confirmam-se no caso de Benguela os factores
etiológicos conducentes à gravidez precoce na adolescência, bem como as
repercussões negativas deste fenómeno social mundial.
O apoio dos pais, a compreensão social de
vizinhos, amigos e professores resulta essencial uma vez consumado o facto.
A totalidade das raparigas que ficaram
grávidas manifesta se sentir arrependidas e aconselham positivamente a outras
para não caírem no mesmo erro.
BIBLIOGRAFIA
Artigo Gravidez Precoce do site Saúde de Vida On Line/
www.saudevidaonline.com.br
Artigo Projeto da Pesquisa- Metodologia Científica.
ABRAMOVAY, Miriam. A juventude e Sexualidade/ Miriam
Abramovay, Mary Garcia Castro e Lorena Bernadete da Silva. Brasília: UNESCO,
2004.
BRASIL. Constituição da Republica Federativa do Brasil.
12° Ed. São Paulo (SP): DP&A; 2002.
Brasil. Estatuto da Criança e do adolescente. 5° Ed. São
Paulo: Saraiva 1995.
FREITAS, Elizabete. Gravidez na Adolescência. Campinas:
Atual 1990.
LAKATOS, Maria Eva. MARCONI, Maria de Andrade.
METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTIFICO /4 ed. São Paulo. Revista e Ampliada. Atlas,
1992.
MARTINS, Celso. Gravidez na Adolescência, Copyright,
2005.
Nenhum comentário:
Postar um comentário