segunda-feira, 18 de abril de 2016

Osteopatia - Trabalho Completo de Enfermagem - Por Vieira Miguel Manuel

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INOCÊNCIO NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM


                                            





TERAPÊUTICA I





OSTEOPATIA





















LUANDA
2016

     



INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INOCÊNCIO NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM




TERAPÊUTICA I





OSTEOPATIA





HENRIQUES PEDRO SERAFIM





Trabalho apresentado ao Curso de Enfermagem na disciplina de Terapêutica I como requisito parcial para obtenção de notas.

Orientador: Evaristo Baptista
 
 


















LUANDA
2016

SUMÁRIO




 




Osteopatia, do grego osteon, "osso" e patheia, "doença", é uma prática de medicina alternativa, que consiste na utilização de técnicas de mobilização e manipulação articular, bem como de tecidos moles. Os osteopatas crêem que esses procedimentos ajudam o corpo a se curar sozinho.

A Osteopatia foi criada em 1874 pelo médico estadunidense Andrew Taylor Still. Há muito pouca evidência de que a osteopatia seja de alguma ajuda no tratamento de qualquer condição médica, já que não há estudos que comprovem a eficácia desse tipo de tratamento. Seus praticantes são considerados osteopatas.

A prática osteopática se baseia na crença de que todos os sistemas do corpo estão relacionados. Assim, qualquer disfunção em um sistema afecta todos os outros. Além disso, crê que o corpo tem total capacidade de se curar sozinho, desde que todas as suas estruturas estejam equilibradas.

A Osteopatia usa procedimentos cem por cento naturais e não invasivos, portanto sem recursos químicos ou cirúrgicos.












É reconhecido pela Organização Mundial de Saúde, a total autonomia, independência para com os actos praticados pelos Osteopatas. Portanto a Osteopatia não pertence ao grupo das Profissões Paramédicas, não é uma técnica, nem é um agregado de ideias desconectadas; mas sim uma Profissão baseada numa filosofia própria com aplicação técnico-científica, e capacidades intelectuais e práticas únicas e diferentes, das outras áreas do conhecimento, assim, ajudará na sua intervenção terapêutica, e ao paciente a compreender um “Conjunto de Cuidados de Saúde Osteopáticos” apropriado e distinto à pessoa a nível particular e Individual, para chegar ao melhor estado de saúde total.

Internacionalmente os osteopatas são eticamente correctos, e competentes, como ‘Profissionais de Saúde’; mantêm a privacidade dos seus pacientes, doentes ou utentes na relação terapêutica. Respeitam as ideias, os desejos e os direitos dos pacientes, doentes ou utentes e clientes (adiante designados de qualquer uma destas formas agora descritas, como sinónimo), e obtêm o seu consentimento, interagem e tratam os pacientes com sensatez, ponderação, com dignidade, respeito, gentilmente, e mantêm a sua confidencialidade.

É do conhecimento geral, e assim está designado Internacionalmente, a prática da osteopatia necessita de conhecimento profundo e adequado das ciências médicas e de diagnóstico. Impõe-se uma habilidade para aplicar os conceitos da osteopatia e um refinar no conhecimento quanto aos métodos de tratamento osteopáticos.

Assim, para absorver a destreza, a capacidade profissional, os valores éticos essenciais para uma prática segura, competente, hábil e eficaz, os osteopatas necessitam duma continuidade de experiência clínica combinada com uma substantiva, interacção de professores teóricos, tutores clínicos e colegas. Os osteopatas estão convictos duma aprendizagem e desenvolvimento ao longo da vida (que deve ser obrigatória para manter em dia e revalidar automaticamente dentro dos requisitos estabelecidos, a sua licença anual de exercício profissional) tendo a certeza que estas capacidades e qualidades são aprendidas num ambiente que permite e é propício a uma síntese de desenvolvimento e aprendizagem teórica, e também uma prática clínica experimental.


É um sistema autónomo e independente de diagnóstico e tratamento que promove a minimização ou resolução isto é, o alívio e a cura dos problemas estruturais e funcionais do ser humano incluindo o estado mental e emocional do Paciente / doente ou utente para que se chegue ao ideal dum estado de Saúde Total e Bem Estar.

Não visa somente tratar doenças e sintomas específicos, não há um único tratamento específico para uma determinada situação específica. A osteopatia é distinta em termos de cuidados, de educação, promoção e capacitação da Saúde; de tratamento e prevenção (incluindo a primária, secundária, terciária e primordial) de doenças, assim, os métodos de tratamento caracterizam-se por respeitar e estar em sintonia harmoniosa com os aspectos biológicos da pessoa, como indivíduo, levando em consideração a organização e constituição do organismo, e a sua correlação com o meio ambiente.


A osteopatia dá o maior realce à integridade estrutural e funcional, com especial relevância ao sistema neuro-músculo-esquelético, sempre ponderando nas inter-relações da mobilidade e motilidade do e no organismo, está assente numa filosofia própria, fundamentada em conceitos que adiante se expõem.

Reconhece que muitos dos quadros dolorosos e disfuncionais derivam de anormalidades da organização e função estrutural do corpo e também de doenças ou descompensações causadas por processos patológicos tais como degenerativos, inflamatórios ou infecciosos. A osteopatia reconhece a necessidade de investigação dos sintomas quando indicado e utiliza muitos métodos clínicos de diagnóstico, que também são usados na medicina convencional incluindo o recurso a meios complementares de diagnóstico, nomeadamente imagiológicos.

O tratamento começa por uma avaliação a partir das queixas e do historial do doente, paciente ou utente e de um consequente exame. Este inclui a observação da postura em situações estáticas e dinâmicas, actividades funcionais como a marcha, entre outras situações são testadas constantemente as áreas de disfunção com as mãos do operador, são usados testes de mobilidade, tensão, resistência, dor, temperatura ou textura de pontos focais, etc.. Também se dá atenção à simetria, aos contornos, à facilidade para as várias partes funcionarem activamente e em sintonia, também pode usar-se a mobilização e palpação das articulações e zonas afectadas.

A sua ênfase está também na forma, organização e integração, isto é, em como o Paciente é avaliado em termos mecânicos, funcionais e posturais e os métodos de tratamento manuais são, também, aplicados para servir a especificidade da pessoa.

Realçando e dando prioridade ao sistema neuro-músculo-esquelético e a sua integração com os outros sistemas, às influências recíprocas que podem ter uns nos outros, e os efeitos adversos que tal pode ter no estado de Saúde geral. Ponderando sobre, a intervenção manual, o aconselhamento, e a ‘instituição’, para esta última, tal poderá passar pelo uso de muitas das técnicas osteopáticas manipulativas, de exercício, de estilo de vida, nutricional, estratégias diárias, terapêutica medicamentosa ou até outro aconselhamento para que o paciente compreenda as várias causas e os factores, que de diferentes formas, contribuem para a Sua Saúde ou Doença.

Na osteopatia pratica-se um acto idêntico, embora paralelo, autónomo e independente ao Acto Médico alopático.


a)    A pessoa humana é uma unidade independente onde estrutura, função, mente e espírito (ou seja para as últimas duas, a dimensão psico-emocional) se interligam e não funcionam independentemente.
b)    Há uma auto regulação homeostática em relação a desequilíbrios ou doenças.
c)    Uma função adequada depende duma função neurotrófica normal, impulsos nervosos adequados e circulação eficaz.
d)    Um tratamento osteopático baseia-se nestes princípios.




São conceitos da Osteopatia:

a)    O corpo é uma unidade funcional com interligação dos sistemas que não podem ser considerados isoladamente.
b)    Há uma relação entre estrutura e função.
c)    A integridade estrutural do corpo condiciona o estado de saúde do indivíduo.
d)    Alterações na estrutura podem levar a alterações na função e vice-versa.
e)    Há muitos mecanismos de compensação que adaptam as alterações na estrutura/função sem necessariamente impedir os mecanismos de auto-cura.
f)     O organismo é naturalmente auto-suficiente.
g)    Quando os mecanismos inerentes de auto regulação estão impedidos a disfunção pode ocorrer.
h)   Os mecanismos de auto recuperação ou regulação são afectados pela maneira como os sistemas nervoso, circulatório e linfático funcionam.
i)     A perca ou redução dos mecanismos intrínsecos de auto recuperação pode levar a estados patológicos.
j)      A intervenção osteopática deve sobretudo incidir no estado pré-patológico, mas também pode intervir no estado patológico para facilitar os mecanismos inerentes de auto recuperação equilibrando a reciprocidade entre estrutura e função.
k)    A aplicação destes conceitos e princípios resulta numa versatilidade de abordagem de tratamento, (incluindo a prevenção), especifica para as necessidades de cada paciente, doente ou utente.
l)     A disfunção dum ou mais sistemas do corpo (por exemplo músculo-esquelético, “visceral”, neurológico ou psicológico) pode causar ou influenciar uma disfunção noutros sistemas do corpo.
m)  O tratamento osteopático promove a função optimizada do sistema neuro músculo-esquelético que influência todos os sistemas do corpo incluindo as vísceras (que podem ser tratadas em termos osteopáticos)


Um licenciado em osteopatia, sem excepção, em todos os países onde há uma regulamentação oficial, recebe os pacientes directamente sem qualquer interferência.

Dada a sua perspectiva filosófica, técnica e científica, está em condições de avaliar que uma dor que pode estar associada a incómodos do sistema músculo-esquelético pode ter origem visceral, de qualquer parte do corpo e assim referir o paciente para um médico convencional, se tal caso não for apropriado para a osteopatia nos países onde esta é somente exercida como “especialidade”.

Um osteopata assim reconhece, quando aplicável, a necessidade da investigação para o diagnóstico também usada na medicina convencional ou alopática, só que não se limita a uma abordagem sistema a sistema, procura integrar e interpretar todos os sistemas em um todo que é o organismo.

No entanto, está provado e tem-se demonstrado, sobretudo no Reino Unido que os osteopatas não carecem de tantos exames para chegar ao diagnóstico. Nesta consequência, devemos reafirmar que para isto o osteopata tem que ter conhecimento profundo dos processos patológicos das doenças, o que implica o estudo desenvolvido e adequado das disciplinas das Ciências Médicas, e deve possuir as competências necessárias ao desempenho das suas funções com total profissionalismo, ética, responsabilidade e autonomia em termos técnicos e deontológicos, terá que estar habilitado a tomar decisões nas mais variadas e complexas situações clínicas que surgem.
Deve avaliar /diagnosticar e adaptar-se às circunstâncias, ter capacidades de comunicação, tanto para com os utentes como para com os outros profissionais de saúde especialmente se estiver integrado com total autonomia e independência em equipas multidisciplinares. Ter aptidão e capacidade para aplicar os conhecimentos adequados, ser capaz de utilizar as novas tecnologias com relevância a informática, e também saber e poder usar as bibliotecas.


A manipulação vertebral é comummente utilizada por fisioterapeutas para o tratamento de diversas disfunções do sistema músculo-esquelético, principalmente nos casos de restrição dos movimentos articulares acessórios que causam dor ou restrição do movimento fisiológico normal, possibilitando através de um tratamento conservador a eliminação de queixas álgicas de origem vertebral e periférica.

O procedimento de realização da manipulação consiste em uma manobra de alta velocidade e baixa amplitude, a partir da barreira restritiva, e pelo fato de estar além do controle voluntário do paciente, o fisioterapeuta precisa ter certeza de que não existem contra-indicações para o tratamento.


A Osteopatia é considerada uma das disciplinas da medicina alternativa, ou terapêutica não convencional, já que seus princípios filosóficos diferenciam dos da medicina convencional. Os tratamentos são baseados na capacidade de recuperação do corpo através da estimulação das articulações.

Essa técnica é indicada para alterações dolorosas no sistema musculo esquelético, como é o caso das lombalgias, cervicalgias, hérnias de disco, dores de cabeça e nas articulações; alterações de sensibilidade e limitações articulares.


O tratamento osteopático é puramente manual, com grande eficácia e terapêutica conservadora, sem utilização de medicação e/ou cirurgia.

Um outro diferencial da Osteopatia é que esta foca o paciente, e não a doença, para tratar as disfunções musculares, ósseas e articulares.










De acordo com o exposto acima posso concluir, de uma forma empírica ou científica, que a osteopatia é uma ciência terapêutica baseada na biomecânica de corpo. Trata-se de um processo de diagnóstico e Terapias Manuais das disfunções de mobilidade articular e tecidual, em geral no quadro da sua participação no aparecimento das doenças. Daí que a lesão de uma articulação seja uma composição de todas as variações de lesões individuais ou conjuntas. São ocasionadas por um factor, mecânico ou não, que causa ou predispõe à doença. De facto, a filosofia e princípios osteopáticos permitem a todos os níveis o cuidado na saúde, na prevenção e tratamento das doenças.

A Osteopatia reconhece que o Sistema Neuro-Músculo-Esquelético é importante e crucial na expressão total da vida, dado que o sistema neuromuscular está intimamente ligado a todos os outros sistemas do nosso corpo através do Sistema Nervoso; daí que, em Osteopatia, estrutura e função estejam intimamente ligadas. Uma anormalidade na estrutura do nosso corpo pode levar a uma disfunção que tanto se pode manifestar localmente como distante da estrutura lesada.

Para corrigir as lesões mecânicas o osteopata aplica manipulações terapêuticas que devem ser suaves e controladas. Estas manipulações podem ser dirigidas no sentido das articulações, músculos ou fáscias, ou serem orientadas para a circulação, drenagem linfática e restabelecimento dos impulsos nervosos. A alma da Osteopatia é o reconhecimento da capacidade que o corpo humano tem para se regenerar, com alguma ajuda externa para muitas patologias.

A Osteopatia é um conjunto de terapias manuais que corrigem os efeitos perversos vindos da estrutura óssea. O tratamento requer um exame aprofundado do paciente e um diagnóstico cuidado que vai terminar no acto terapêutico osteopático.








KISNER, CAROLYN, Exercicios Terapêuticos - Fundamentos e Técnicas - 5ª Ed. Manole, Brasil 2009.

KAPANDJI, I. A. Anatomia Funcional 2 - Membro Inferior - 6ª Ed. Editora: Guanabara Koogan, São Paulo, 2012

WHITING, WILLIAM C., PH.D.; ZERNICKE, RONALD F. Manual de Cinesiologia Estrutural - 16ª Ed. Floyd, R. T. / MANOLE Biomecânica Funcional das Lesões Muscoloesqueléticas - 2ª Ed. Editora: Guanabara Koogan, São Paulo, 2009.

SARMENTO, GEORGE JERRE VIEIRA. Tratado de Fisioterapia Hospitalar - Assistência Integral Ao Paciente. Editora: Atheneu, Lisboa, 2011

REGENGA, MARISA DE MORAES.Fisioterapia Em Cardiologia - da U.t.i. À Reabilitação - 2ª Ed. Editora: Roca – Brasil, 2012

ABBAS, ABUL K.; FAUSTO, NELSON; KUMAR, VINAY ROBBINS & COTRAN - Patologia - Bases Patológicas das Doenças - 8ª Ed. Editora: Elsevier / Medicina Nacionais, Coimbra, 2010.



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