terça-feira, 12 de julho de 2016

SOLIDARIEDADE - Trabalho completo

ESCOLA DO ENSINO PRIMÁRIO E Iº CICLO Nº 104
COLÉGIO KILUNJI KIAME (MEU JUÍZO)


EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA

  
SOLIDARIEDADE





Orientadora: Prof. Francisca Alberto Guilherme

  
LUANDA
2016 



 Solidariedade é o substantivo feminino que indica a qualidade de solidário e um sentimento de identificação em relação ao sofrimento dos outros.

Em muitos casos, a solidariedade não significa apenas reconhecer a situação delicada de uma pessoa ou grupo social, mas também consiste no ato de ajudar essas pessoas desamparadas.
  


Solidariedade é um ato de bondade com o próximo ou um sentimento, uma união de simpatias, interesses ou propósitos entre os membros de um grupo. Ao pé da letra, significa: Cooperação mútua entre duas ou mais pessoas. Interdependência entre seres e coisas. Identidade de sentimentos, de ideias, de doutrinas. O Sinónimo de solidariedade ajuda, companheirismo, camaradagem, adesão, reciprocidade, correlação, irmandade, caridade, apoio, amparo, amizade, auxílio, cooperação.

A tradição individualista e socialmente irresponsável é muito forte, por isso, provavelmente tem-se em nosso próprio condicionamento psíquico o maior obstáculo. Esta é uma das razões do esvaziamento ético e do declínio humano na civilização urbano industrial, principalmente nas grandes cidades. E tem como resposta mais lúcida a forma de grupos que desenvolvem formas de estimular o potencial humano, por meio do auto-conhecimento colectivo como extensão do auto percepção individual.
Para estabelecer pontes artificiais sobre o distanciamento e não conhecimento do outro, repetimos frases, clichés, estereótipos, crenças, de todos conhecidos, e fazemos da relação social algo inauténtico. Porém, se tivermos clareza sobre o grau de condicionamento individualista determinado por nosso passado, teremos dado um importante passo em direcção a solidariedade. E se, além disso, percebemos a relação social como um momento privilegiado de auto-conhecimento e aprendizado em aberto, sem fim teremos dado outro passo fundamental.
  
Uma análise das obras existentes sobre o assunto revela um acentuado consenso de que o trabalho voluntário contribui para a felicidade ao eliminar o tédio e dar objectivo à vida. Em média, os voluntários têm duas vezes mais chances de se sentirem felizes consigo mesmos do que aqueles que não se dedicam a nada.

Observamo-nos, na relação solidária, evitando autocensura e auto justificação, permanecendo atentos à possibilidade de ver a nossa liberdade acompanhar a liberdade do outro, momento a momento, sem expectativa de um resultado concreto, de um fim.

Para isso, é preciso contar não só com a desmistificação de estereótipos, dos inúmeros artifícios sociais, mas também com o propósito claro de desenvolver a solidariedade. Com este propósito sendo consensual, os conflitos são relativizados, diluídos, e o silêncio ganha espaço na relação. Observa-se que entre amigos, o silêncio não é factor de constrangimento, como acontece nas relações entre desconhecidos ou recém-conhecidos como defende Vasconcellos (2006) “que os sujeitos querem ser reconhecidos, uns pelos outros, amados, notados, eles desejam ter valor para os outros (...) ser revelado pelo outro como merecedor de sua estima.” A solidariedade é um caminho para a amizade (com amor ético), a mais bela forma de amor social, a que mais gera valores e amplia a liberdade humana.

Na solidariedade, redescobrimos o sentido original da palavra respeito, que nada tem a ver com temor e obediência, mas com atenção integral de alguém. Na solidariedade, percebe-se a beleza da partilha, da acção em conjunto e a percepção desta beleza em si, suscita valores essenciais, como o amor, a paz, a liberdade, a meditação, a evolução e harmonia.

A solidariedade, entretanto, precisa distinguir-se da bondade, que pode ser unilateral. Quando somos solidários, de certa forma vamos além da bondade, porque participamos de um movimento social nascente, que pode incluir duas ou mais pessoas.

Pertencer a um grupo faz com que as pessoas se sintam mais próximas umas das outras e aumenta a confiança e a satisfação pessoais em cerca de sete por cento.

Percebe-se tratar de uma arte complexa, que exige extraordinária sensibilidade e discernimento. Popularidade não indica solidariedade. Não será pela extensão superficial do rótulo de “amizade” às relações sociais, com estranhos colegas que a solidariedade fará parte de nossas vidas. Ser solidário é sentir-se solidário. Descobrir, em si mesmo esse sentimento, é motivo de comemoração, de confraternização, porque é algo raro tão transformador que geralmente é reprimido nas instituições hierárquicas, nos grupos formais.

Cada um de nós tem um ritmo próprio no desenvolvimento desta arte, porque nossos condicionamentos diferem em graus de repressão das emoções superiores, da abertura perceptiva e de educação do raciocínio lógico.

Geralmente, ocorre uma combinação complexa destas carências, de modo que precisamos todos compreender a necessidade não só de aprender a ser solidário, mas também a necessidade social de estimular o aprendizado de outrem.

Vasconcellos (2006) retrata que “há que descobrir que sua afirmação não significa (...) a negação do outro, mas que, ao contrário, a convivência com o outro o leva a potencializar-se e desenvolver-se,” ou seja, a solidariedade, sendo um processo de libertação social, de auto conhecimento colectivo, não é qualidade que se tem ou não, mas que se aprende e se ensina partindo das mais variadas condições sociais, dos mais variados ambientes ou ecossistemas.

Com esses pressupostos, traz-se para a educação com interesses colectivos, consolidando uma educação democrática, que consiste num processo de humanização, despertando no mesmo exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos saberes, o cultivo do humor.

A educação como formação e consolidação de tais valores torna o ser humano só mesmo com o tempo, mas consciente de sua dignidade e da de seus semelhantes – o que garante o valor da solidariedade – assim como mais apto para exercer a sua soberania enquanto cidadão.

Podemos destacar as solidariedades em diferentes categorias


Solidariedade social subentende, a princípio, a ideia de que seus praticantes sintam-se integrantes de uma mesma comunidade e, portanto, sintam-se interdependentes. A palavra “solidariedade” é derivada do termo obligatio in solidum, que no direito romano expressava, primitivamente, a obrigação comunitária, ou seja, as responsabilidades que o indivíduo tinha em relação a uma colectividade à qual pertencia e de cuja manutenção se beneficiava, como a família.

Há importantes estudos sociológicos realizados pelo francês Émile Durkheim (1858-1917), em sua obra intitulada Divisão do Trabalho Social. Sua tese é de que a sociedade era mantida coesa por duas forças de unidade. Uma em relação a pontos de vista semelhantes compartilhados pelas pessoas, por exemplo, valores e crenças religiosas, o que ele denominou de solidariedade mecânica. A outra é representada pela divisão do trabalho em profissões especializadas, que foi denominada de solidariedade orgânica.


À medida que as sociedades se tornam mais complexas, a divisão do trabalho e as consequentes diferenças entre os indivíduos conduzem a uma crescente independência nas consciências. As sanções repressivas, que existem nas sociedades "primitivas", dão origem a um sistema legislativo que acentua os valores da igualdade, liberdade, fraternidade e justiça.

A divisão do trabalho, característica das sociedades mais desenvolvidas, gera um novo tipo de solidariedade, não mais baseado na semelhança entre os componentes (solidariedade mecânica), mas na complementação de partes diversificadas. O encontro de interesses complementares cria um laço social novo, ou seja, um outro tipo de princípio de solidariedade, com moral própria, e que dá origem a uma nova organização social - solidariedade orgânica. Sendo seu fundamento a diversidade, a solidariedade orgânica implica uma maior autonomia, com uma consciência individual muito mais livre.


Característica da fase primitiva da organização social que se origina das semelhanças psíquicas e sociais (e, até mesmo, físicas) entre os membros individuais. Para a manutenção dessa igualdade, necessária à sobrevivência do grupo, deve a coerção social, baseada na consciência colectiva, ser severa e repressiva. O progresso da divisão do trabalho faz com que a sociedade de solidariedade mecânica se transforma.
  

Num dia a dia corrido, onde precisamos dar conta das demandas agendadas e das que vão surgindo constantemente e num ritmo acelerado, muitas vezes não prestamos atenção nos gestos solidários que temos ou que recebemos.

Nos relacionamos com pessoas diferentes de nós o tempo todo. Pessoas que tem o seu modo de pensar, de agir e de falar. E lidar com essas diferenças é um desafio constante. No trabalho, diariamente temos oportunidade de sermos solidários. Por exemplo: não alimentar as famosas fofocas ou “a rádio corredor”, respeitando o outro como ele é, com suas características e seu jeito de ser e não falar de coisas das quais quase sempre nem temos conhecimento. Precisamos ser comprometidos diante dos fatos, sem procurar culpados, mas sim, buscar as soluções mais adequadas para as situações que precisam ser resolvidas. Agir para o bem comum, e não pensar somente sem si mesmo.

Acreditamos ser importante pensar sobre isso, porque ambientes de trabalho mais tranquilos e cooperativos, podem ser alcançados com o exercício da solidariedade. Prezar pela harmonia ao invés das “picuinhas” e os ranços pessoais, é indispensável para que se possa trabalhar com leveza e tranquilidade.
Solidariedade nos faz evoluir como seres humanos e crescer como profissionais.


De acordo com o sociólogo francês Émile Durkheim, existem dois tipos de solidariedade: a mecânica e a orgânica. A solidariedade mecânica expressa a parecença entre indivíduos e ajusta os detalhes da ligação entre esses mesmos indivíduos. Este tipo de solidariedade se manifesta através da religião, família, dos costumes e tradições, ou seja, aspectos que contribuem para o vínculo social.

A solidariedade orgânica também tem como objectivo melhorar o vínculo social, mas isso acontece através da divisão social do trabalho. Neste caso, a diferenciação entre os indivíduos através do trabalho resulta na solidariedade, quando existe a interdependência e o reconhecimento que todos são importantes.


Muitos pais têm filhos como sonho de consumo, compram tudo o que é mais caro e moderno, e não dá o que eles mais necessitam que seja o amor, o carinho, umas palavras amigas muitas vezes se levantam para ir ao trabalho e os filhos nem acordaram e voltam para casa com eles já dormindo, e na pouca convivência ainda dão um chega para lá, pois estão atrapalhando os seus negócios. Depois vemos alguns pequenos actos de vandalismo e desrespeito ai da para perceber que é da estrutura familiar que hoje esta formada. Pais se separando e os filhos no meio de brigas por vaidades, ou casais que ambos trabalham fora e os filhos ficam em escolas em período integral ou com babas. Hoje ambos precisam trabalhar para se sustentar e podem tirar um pouco do seu tempo para poder dar atenção real aos seus filhos.~

Mas mesmo com tantas coisas acontecendo no mundo, existem pessoas diferentes que se preocupam em passar valores, digo que é a excepção e não a regra. Muitas vezes escuto que falta Deus no coração das pessoas, uma religião e isso pode ser uma verdade. Uma vez escutando uma palestra num centro espírita, a palestrante citando as crianças levantou uma questão muito interessante que era exactamente sobre o que se oferece aos filhos, tantas opções e por que não oferecer uma religião, ela não era contra oferecer outras opções, mas fez os seus ouvintes a pensarem que podemos fazer de tudo um pouco na vida, trabalhar para o sustento da família, passear, ter horas de lazer com a família, fazer leituras, diversificar suas actividades, sem prejudicar o seu convívio familiar.

A Bíblia, mesmo não usando em seus vocábulos originais a palavra solidariedade, apresenta inúmeras experiências de solidariedade tanto na história romana como na origem grega. Expressa sentimentos e atitudes de solidariedade no sentido das acções humanas feitas em público para demonstrar a coragem e a ousadia do povo.

No texto em referência, temos João Batista convidando a todos e todas a uma mudança radical de vida, convida para uma transformação nas relações humanas. É o tempo do julgamento, e nada vale ter fé teórica, pois o julgamento se baseia sobre as opções e atitudes concretas que cada um assume. João aparece como o guia equilibrado, pede coisas fundamentais como faziam os profetas antes dele. Doações da parte de todos; justiça da parte dos publica-nos, cobradores de impostos; e dos soldados que não maltratem a ninguém e nem façam acusações mentirosas.

O texto de Lucas não se limita a apresentar elementos comuns em relação à pregação de João Batista, acrescenta uma verdadeira exortação, em estilo directo, às várias categorias dos seus ouvintes. Esta tem carácter prático e constantemente realça a preocupação pela igualdade social e pelas boas relações humanas, características da teologia de Lucas. João Batista exige que o povo simples partilhe seus bens, o vestuário e a comida, com quem não tiver com que se cobrir ou com que se alimentar. Com isso ele está dizendo que os pobres também devem se preocupar com os mais carentes. Ninguém pode ser danificado pela cobiça dos outros, e nenhuma categoria social deve ser explorada por quem procura seus proveitos pessoais.

Em todo o mundo, todos os dias, a violência toma conta dos noticiários. Populações são massacradas em guerras de ocupação, injustas e covardes. Nas grandes cidades, a criminalidade assume proporções gigantescas. E na guerra do dia-a-dia, quantos inocentes perdem a vida por estarem no lugar errado, na hora errada!

A solidariedade é um termo muito generoso para as pessoas e principalmente para as crianças, elas sim são as que sofrem mais no mundo. Ficamos a saber que sem a solidariedade e a generosidade era muito complicado a ver juventudes simpáticas e carinhosos com os idosos. 

Em síntese, concluímos diversos factos e actuações ao longo do projecto, o que se pode afirmar de maneira geral é que todos os alunos praticaram actos de solidariedade e seriedade, tomando decisões e criando amadurecimento na hora da escolha da profissão, e também pudemos exercer nossos dotes de bondade como verdadeiros alunos Salesianos.

Portanto, mundo está precisando da solidariedade da sua própria população. Daquele que vai sair na frente empunhando uma bandeira em prol da paz e batalhando para que ela realmente aconteça. Palavras bonitas e frases de efeito já não bastam. Afirmar-se um pacifista, anunciar planos de cessar-fogo nas guerras, garantir que vai trazer os soldados para casa... promessas, promessas, promessas. As pessoas querem acção. Querem aplaudir e marchar ao lado de alguém que ponha a mão na massa seguindo a receita da justiça e da ajuda ao próximo.

Finalizando, cada um de nós pode fazer um pouco, plantar sementinha e ir regando todos os dias para as árvores crescerem e darem bons frutos. Nada é fácil, mas se lutarmos com amor sincero, tudo pode mudar, basta começar e ir em frente sem medo de ser feliz.
  

 CASTELLO Branco, Humberto de Alencar (25 de outubro de 1966). «Código Tributário Nacional - Presidência da República». Consultado em 6 de maio de 2015.

HÖFFE, O. O que é justiça. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.

LAKATOS, Eva Maria. Sociologia geral. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1985. p. 47-49.

NIVEN. Davi (Ph.D) Os 100 segredos das pessoas felizes. Trad. Maria Cláudia Coelho. Sextante, Rio de Janeiro, 2001.

Reproduzido de Durkheim, E. "Solidarité mécanique ou par similitudes." In: De la division du travail social. 7.ª ed. Paris, PUF, 1960.


VASCONCELLOS. Celso dos Santos. (In) Disciplina. Construção da disciplina consciente e interactiva em sala de aula e na escola. 16ª Edição. Ed. Libertad. São Paulo, 2006.

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