quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Aparelho Locomotor - Semiotécnica - ENFERMAGEM - by Vieira Miguel Manuel




O aparelho locomotor é a união dos sistemas osteoarticular e muscular, cujo objectivo é o movimento, formar as diferentes cavidades articular e suportar a pressão e o peso. O sistema osteoarticular está formado pelos ossos, as articulações e os ligamentos e o muscular está formado pelos músculos e os tendões. Será assim considerado neste trabalho a anatomia e fisiologia do sistema locomotor, o exame físico e outras matérias inerentes a este aparelho.






O sistema músculo-esquelético é formado por ossos, músculos e articulações. Temos em nosso corpo 206 ossos, que formam o esqueleto axial: cabeça e tronco e o esqueleto apendicular: membros, ombros e quadril. (BARROS & et al - 2010)

O nosso corpo é formado por três tipos de músculos: cardíaco, liso e esquelético. Sendo o nosso sistema músculo-esquelético formado por 650 músculos voluntários que se encontram sob controle consciente. (WEBER - 2007)


O osso é um tecido muito consistente, resistente aos golpes, pressões e tracções. Estão constituídos pela matriz óssea, uma substância sintetizada pelos osteocitos, cuja composição química é 25% de água, 45% de minerais (como fosfato e carbonato de cálcio. Estes minerais não permanecem fixos, senão que são constantemente trocados e substituídos. Este intercâmbio está regulado pela alimentação e pelos hormónios, por isso é tão importante comer bem) e 30% de matéria orgânica.









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O nosso esqueleto tem a função de proteger os órgãos vitais, auxiliar no movimento do corpo, produzir células sanguíneas, suportar os tecidos, fornecer uma área de armazenamento para fósforo, cálcio e sais minerais. (BARROS & et al - 2010)

O esqueleto de um homem adulto pesa 17 quilos e está formado por 206 ossos: 26 deles formam o crânio, 41 estão na cara e 6 nos ouvidos. A mão possui 27 ossos.

Podemos distinguir dois tipos de tecido ósseo:

       Osso compacto (ou cortical), no qual as “laminillas” ósseas estão muito apertadas. Dá um aspecto maciço.

       Tecido ósseo esponjoso, no qual as laminillas não estão tão compactadas, pois deixam espaços entre elas (preenchimentos pela medula óssea).

As laminillas estão dispostas de tal forma que possam suportar as pressões às que se vê submetido o osso durante sua função de suporte.

Para clarificar-nos, dividiremos o esqueleto em duas partes:

       Esqueleto Áxil, que segue a linha do corpo (isto é: cabeça, coluna vertebral, costelas e esternón).

       Esqueleto Apendicular, que se insere no esqueleto áxil, e está formado pelos ossos das extremidades superiores e inferiores.

Segundo sua forma, os ossos classificam-se em vários tipos:

·         Ossos longos: Localizados no esqueleto apendicular. Têm a função do movimento, pois neles se inserem os músculos que impulsionarão o osso. Exemplo: Úmero, morna, rádio. Têm três regiões:

       Epífisis (ou extremos): o tecido ósseo esponjoso está recoberto por tecido ósseo compacto
       Diáfisis (zona média): só é osso compacto, deixando no centro uma cavidade para a medula óssea.
       Cartílago Epifisario, que se encontra entre ambas zonas nos meninos, e é responsável pelo crescimento dos ossos em longitude.

·         Ossos curtos: Localizam-se em mãos e pés formando o carpo e o tarso. Sua disposição é muito similar à epífisis dos ossos longos. Suportam uma grande resistência ao peso e às pressões, e desfrutam de pesos variados. Exemplo: tarsos e carpos.

·         Ossos planos: Encontram-se por todo o esqueleto, já que se dispõem formando cavidades para proteger aos órgãos nobres. Sua função é proteger. Por exemplo: as costelas no tórax, os ossos do crânio, etc. Estão formados por uma camada de tecido ósseo esponjoso que está entre duas camadas de tecido ósseo compacto (estas camadas, segundo onde estejam, se chamarão tabelas internas ou externas).

·         Ossos irregulares: De formas caprichosas, encontram-se quase todos na cara, pescoço e coluna vertebral. Alguns têm somente tecido ósseo esponjoso, outros apenas tecido compacto e outros, ambos. Um exemplo: coluna vertebral.


As articulações são um conjunto de elementos ou tecidos que constituem a união As articulações do corpo humano, pertencentes ao sistema articular, são responsáveis por muitos movimentos que realizamos uma vez que conecta os ossos do esqueleto humano há outros ossos ao às cartilagens, como acontece nos joelhos, cotovelos, punhos, tornozelos, ombros, dentre outros.

Nesse ínterim, alguns elementos que fazem parte das articulações são: a cartilagem articular (tecido conjuntivo elástico), os ligamentos (estruturas fibrosas), a cápsula articular (membrana fibrosa), a membrana sinovial (bolsa com líquido sinovial) e os meniscos (estrutura de articulação dos joelhos).

Classificação das Articulações

De acordo com o tipo de ligação, as articulação são classificadas em:

Sinartrose: São as articulações fibrosas localizadas entre um osso e outro; são caracterizadas por serem inflexíveis, por exemplo, a articulação do crânio (sutura), dos dentes e do maxilar, da tíbia e a fíbula.

Anfiartrose: São articulações flexíveis e cartilaginosas, ou seja, aquelas que possuem cartilagens entre os ossos e permitem movimentos os quais evitam o desgaste excessivo dos ossos, auxiliando, dessa maneira, no deslizamento de uns sobre os outros a partir dos diferentes movimentos do corpo.

Diartrose: Localizadas entre a pele e os ossos, a diartrose são articulações flexíveis e sinoviais, caracterizadas pela presença das bolsas sinoviais (líquido sinovial ou sinóvia) que evitam os desgastes ocasionados pelo atrito, por exemplo as articulações dos ombros, dos joelhos e dos cotovelos.


§  Abdução – É o afastamento de um membro do plano mediano do corpo ou, no caso dos dedos, distanciamento do eixo da mão e do pé. Acontece no plano frontal em torno do eixo Antero-posterior. Dica: para lembrar, pense em abrir – abdução;
§  Adução – É o movimento oposto à abdução, consiste na aproximação de um membro do plano sagital do corpo ou, para os dedos, ao eixo da mão ou do pé. Ocorre no plano frontal em torno do eixo Antero-posterior.
§  Circundação – É a combinação sucessiva de flexão, abdução, extensão e adução de um segmento. Só são possíveis nas junturas esféricas e em sela, como os ombros;
§  Depressão – Movimento de uma parte do corpo para baixo
§  Dorsiflexão – O dorso dos pés se movem em direcção anterior e para cima.
§  Elevação – Movimento de uma parte do corpo para cima. Exemplo: elevação da escápula;
§  Eversão – Movimento da sola do pé para fora nas articulações do tornozelo e intertársicas.
§  Extensão – É o movimento oposto a flexão, também ocorre no plano sagital em torno do eixo látero-lateral. Consiste em afastar uma parte corporal da outra, com o aumento do ângulo da articulação entre essas partes. Exemplo: rectificação dos dedos, inclinação do pescoço para trás;
§  Flexão – É o movimento de uma parte do corpo contra outra, com diminuição do ângulo da juntura entre essas partes, ocorre no plano sagital em torno de um eixo látero-lateral. Exemplo: “dobrar” o cotovelo, levantar a coxa contra o abdómen;
§  Flexão Lateral – Termo usado para denotar os movimentos da cabeça, pescoço e tronco no plano frontal em torno do eixo Antero-posterior;
§  Flexão Plantar – A planta dos pés se movem em direcção caudal e posterior.
§  Hiperextensão – É o movimento exagerado de extensão. Exemplo: hiperextensão dos joelhos (provocam um arco convexo posteriormente entre a coxa e a perna);
§  Inversão – Movimento da sola do pé para dentro, nas articulações do tornozelo e intertársicas;
§  Protração – Movimento de uma parte do corpo para a frente num plano horizontal. Exemplo: protração da mandíbula;
§  Retracção – Movimento de uma parte do corpo para trás num plano horizontal. Exemplo: retracção da mandíbula;
§  Rotação Lateral ou Externa – A face anterior do membro desvia-se para o lado, ocorre no plano horizontal em torno do eixo longitudinal. Exemplo: Girar o braço, as articulações do ombro e quadril;
§  Rotação Medial ou Interna – Movimento em torno do eixo longitudinal, no plano horizontal. A face anterior do membro volta-se para o plano mediano do corpo;
§  Supinação e Pronação – São movimentos de rotação do antebraço no plano horizontal. Na pronação a extremidade distal do osso rádio move-se a partir de uma posição lateral para uma posição medial e o dorso da mão fica voltado para frente. Na supinação ocorre o oposto. É melhor observar esses movimentos com o antebraço flectido a 90º para evitar que a rotação do ombro produza a falsa aparência do movimento.


Os músculos são conjuntos de células que têm a propriedade de se contrair ao receber um impulso nervoso. Neste movimento intervém  as proteínas musculares e o cálcio. A sua vez, este movimento cria calor, pelo que contribui à termo-génesis. Por isso quando temos frio trememos: os músculos movem-se para dar calor.

Possuem uma complexa malha proteica de miosina e actina, que lhe fornecem a capacidade da contractibilidad (mais abaixo). Cerca do 40% do peso de um homem é músculo-esquelético, enquanto nas mulheres, esta cifra atinge tão só uns 20%.

O músculo mais volumoso é o gluteus maximus (nalga), e o mais pequeno, aquele que controla o estribo (0,12 cm). Os músculos que mais se movem ao cabo do dia são os dos olhos. O mais potente é o masetero.

Podemos dividir os músculos em dois tipos:

Músculos involuntários ou viscerais: Regidos pelo sistema nervoso autónomo, pelo que seu controle escapa de nossa vontade.

Estão formados pelo tecido muscular liso, que contém células fusiformes, com um só núcleo. Este tecido tem a capacidade de contrair-se muito lentamente, mas aguenta muito; Isto é: a contracção é mantida, e não se esgota. Encontra-se recobrindo estruturas internas: pulmões, estômago, etc.

Outro tipo de tecido muscular involuntário é o tecido muscular cardíaco, cujas células aparecem muito juntas. Ademais, têm uma grande condutibilidade e excitabilidade, pelo que são capazes de se contrair ritmicamente com uma média de oitenta vezes por minuto. Também não se esgotam.

Músculos voluntários: Regidos pelo sistema nervoso somático, pelo que controlamos seu funcionamento. Formados pelo tecido muscular serrilhado.

Estão formados por células longas e multinucleadas. Entre estas células há espaços que estão cobertos por uma camada de tecido conectivo (o endomisio).

Estes músculos apresentam uma contracção rápida e são capazes de sofrer esgotamento. Inserem-se nos ossos através dos tendões (múltiplas fibras de colagênio que se incrustam na superfície óssea), que sempre estão presentes na inserção muscular.
A maioria dos músculos têm uma origem e uma inserção, mas alguns têm duas, três ou quatro origens (bíceps, tríceps, cuadriceps) e uma só inserção.



Na inspecção estática, com o paciente em posição ortostática deve-se inspeccionar o alinhamento da coluna vertebral no plano antero posterior e lateral para detecção de possíveis cifoses, lordoses ou escolioses, que podem acentuar-se com a flexão anterior da coluna. Observar se o paciente está adoptando um posicionamento antálgico (Meirelles, 2000).

Inspecionar os contornos ósseos e de tecidos moles, verificar se há tumorações ou derrames articulares localizados ou possíveis alterações vaso-motoras, sudomotoras, pilomotoras e tróficas. Observar a posição normal de função da articulação e se há deformidades (Freire, 2004).

Verificar a presença de alterações cutâneas que podem estar relacionadas com malformações ou doenças da coluna vertebral. Tufos pilosos na região lombar podem indicar spina bífida. Manchas “café com leite” ou nódulos subcutâneos podem estar presentes na neurofibromatose (Meirelles, 2000).

Na inspecção dinâmica, observa-se a marcha e a movimentação activa da coluna lombar. A marcha pode ser claudicante ou pode revelar deficit motor, manifestado pela incapacidade de deambular na ponta dos pés ou com os calcanhares. A inspecção da marcha pode demonstrar assimetria de comprimento de membros inferiores (Meirelles, 2000).

A marcha tem como função locomover o corpo de um lado para o outro, sendo dividido em duas fases: fase de balanço, quando o membro sofre um avanço ou translação; fase de apoio: quando ficamos de pé e o mesmo suporta o peso. (BARROS & et al -2010)

Iniciamos a marcha normal com o calcanhar no solo, tendo o apoio da borda lateral do pé, do antepé e dos dedos, aos poucos o calcanhar vão se deslocando do solo. Dessa mesma maneira ocorre com o antepé e com o hálux. Depende da marcha para ocorrer o equilíbrio. Existem alterações, que dependem do tipo de lesão, podendo ser elas: neurológicas, ortopédicas ou reumatológicas. (BARROS & et al – 2010; VIANA e PETENUSSO - 2012)

Exame físico da marcha deve ser realizado no momento de deambulação normal. Para avaliar o paciente deve-se pedir que ele se levante e nesse momento devemos observar se o mesmo usa os braços para se apoiar, se necessita de auxílio ou usa bengala, andador, prótese ou órtese. Deve-se observar na marcha se o paciente tem contacto total dos pés no solo, os movimentos a posição, força da marcha, ritmo e passo. (BARROS & et al – 2010; VIANA e PETENUSSO - 2012)


§  Marcha espástica: o paciente não consegue flexionar e fazer a extensão dos membros inferiores, tornando-se o quadril rígido e comprometendo a marcha pela adução e rotação.
§  Marcha talomante: o paciente bate fortemente os calcanhares no solo ao mudar de passo.
§  Marcha braquibásica: o paciente demonstra que os pés estão pesados e que não consegue levantá-los, por isso arrasta os pés.
§  Marcha escavante: o paciente não consegue fazer flexão dorsal do pé, pois quando caminha apóia primeiro a ponta dos pés e, seguida o calcâneo, essa marcha geralmente é vista em pacientes que tiveram AVC.
§  Marcha claudicante: nesta marcha o paciente ao andar manca para um dos lados, isso ocorre devido insuficiência arterial ou lesão no aparelho locomotor.
§  Marcha anserina: essa marcha é apresentada em pacientes que tem excesso de peso no abdómen, ex: mulher grávida.
§  Marcha em bloco: o paciente ao se locomover apresenta uma marcha lenta com a cabeça e o tronco inclinados para frente, e sua principal característica é a de não conseguir ultrapassar o obstáculo, isso ocorre na síndrome parkinsoniana.
§  Marcha parkinsoniana: o paciente nesta marcha não tem movimentos nos braços, a cabeça fica inclinada para frente, apresenta no seu andar passos diminuídos e rígidos.
§  Marcha ceifante: essa marcha é característica em pacientes hemeparéticos, que ao deambular não consegui flexionar o membro farético, quando isso acontece ocorre a abdução do quadril e a circundação em foice do membro inferior.
§  Marcha cerebelar: essa marcha é comum em pacientes com doenças cerebelares, com intoxicação alcoólica ou barbituícas, nesse exame é pedido que o paciente deambule de costas, quando estiver marchando de costas e fizer em estrelas, isso indica que o paciente tem problemas no cerebelo.
§  Marcha distônica: nessa marcha o paciente é caracterizado por movimentos de flexão, tendo extensão e rotação do pescoço associado a caretas e movimentos rápidos dos braços e dedos, características de paralisia cerebral.
§  Marcha em tesoura: nessa marcha o paciente deambula na ponta dos pés e coloca uma perna a frente da outra.
§  Marcha em estrela ou vestibular; nessa marcha o paciente marcha de frente e volta de costas com os olhos fechados desenhando no chão uma estrela.



Para avaliarmos os ombros, devemos observar durante os movimentos de rotação interna, abdução, rotação externa e adução. No movimento de rotação externa e abdução o paciente deve alcançar com o braço por trás da cabeça, alcançando a borda superior da escápula contralateral. Já na rotação interna e adução o paciente deverá alcançar o acrômio contralateral com o braço, tocando o ângulo inferior da escápula contralateral. Enquanto o paciente faz os movimentos pedidos, deve-se observar a simetria de cada movimento e a presença de algia. BARROS & et al – 2010; VIANA e PETENUSSO – 2012; WEBER - 2007)

Quando o paciente fizer a extensão que é feita com os braços abduzidos a 90°, o cotovelo deve ser mantido em linha recta, as palmas das mãos devem retornar para cima em supinação, deve-se continuar o movimento de abdução, encontrando-se as mãos por cima da cabeça. (BARROS & et al – 2010; VIANA e PETENUSSO – 2012; WEBER - 2007)

As articulações devem ser avaliadas por meio da inspecção, sendo os movimentos activos e passivos. Tendo uma segunda fase que é a palpação.

Os movimentos usados no movimento físico do cotovelo são: flexão, extensão, supinação e pronação. Na flexão o paciente precisa flexionar o cotovelo, tocando a face anterior do ombro com a mão, na extensão é dado o limite no ponto do olecrano (é uma grande eminência que compreende a porção proximal e posterior da ulna) onde se encontra a fossa olecrâniana (saliência óssea do cúbito que fica localizada atrás do cotovelo), na supinação a mobilidade é feita com a flexão do cotovelo a 90°, tendo como base o nível da cintura, punho cerrado, palma da mão voltada para baixo, e em seguida pede-se ao paciente que volte a mão para cima, na pronação a avaliação é feita com os cotovelos flectidos na altura da cintura, tendo a palma da mão voltada para cima atingindo dessa maneira a posição completa. (BARROS & et al – 2010; VIANA e PETENUSSO – 2012; WEBER - 2007)



Osteoporose: Osteoporose é uma doença que se apresenta com perda óssea progressiva associada a um risco aumentado de fracturas. Ela literalmente significa "osso poroso". Frequentemente a doença se desenvolve sem ser notada através de muitos anos, sem sintomas ou desconfortos até que uma fractura aconteça. A osteoporose frequentemente causa diminuição da estatura e gibosidade (uma região lombar marcadamente arredondada).

Doença de Paget dos Ossos: A doença de Paget é um distúrbio crónico do esqueleto, no qual áreas de ossos apresentam um crescimento anormal, aumentam de tamanho e tornam-se mais frágeis. O distúrbio pode afectar qualquer osso. No entanto, os ossos mais comummente atingidos são: os ossos da pelve, o fémur, os ossos do crânio, a tíbia, os ossos da coluna vertebral (vértebras), as clavículas e o úmero. Nos Estados Unidos, cerca de 1% dos indivíduos com mais de 40 anos apresentam esse distúrbio, o qual raramente ocorre entre os indivíduos mais novos.

Os homens apresentam uma probabilidade 50% maior de apresentar a doença de Paget do que as mulheres. A doença de Paget é mais comum na Europa (excluindo a Escandinávia), na Austrália e na Nova Zelândia que nas Américas, na África e na Ásia. Ela é particularmente comum na Inglaterra. Em condições normais, as células que destroem o osso velho (osteoclastos) e as células que formam o osso novo (osteoblastos) trabalham em equilíbrio para manter a estrutura e a integridade ósseas.

No caso da doença de Paget, tanto os osteoclastos quanto osteoblastos tornam-se hiperativos em algumas áreas dos ossos e a velocidade do turnover (renovação) dessas áreas aumenta de modo significativo. As áreas hiperativas aumentam de tamanho. No entanto, elas apresentam uma estrutura anormal e, por essa razão, são mais frágeis que as áreas normais. A causa da doença de Paget é desconhecida. Apesar dela apresentar uma tendência a ocorrer em família, até o momento não foi descoberto qualquer padrão genético específico. Algumas evidências sugerem a possibilidade do envolvimento de uma infecção viral.

Joanete (hálux valgo): Joanete é uma deformidade com tumoração no lado externo do pé, desviando o hálux (dedão) para a parte interna dos pés. Na verdade esta tumoração não é simplesmente um crescimento do osso, mas uma grande mudança na arquitectura e funcionamento dos ossos e articulações do pé. Esta deformidade resulta do uso de calçados inadequados (salto alto e ponta fina). A irritação e pressão dos sapatos sobre esta região inicialmente causam dores e inflamação da articulação do halux (bursite) e com o passar do tempo vão deformar esta região. Em muitos casos o tratamento é cirúrgico, pois a deformidade é tão exagerada que afecta o modo de caminhar das pessoas.

Portanto, joanete é o conjunto destes dois componentes Bursite e Hallux valgus, ou seja, desvio e inflamação da articulação do dedo grande do pé e seu desvio para fora, com a sua rotação para dentro.


Distrofias musculares: A distrofia muscular provoca uma degeneração progressiva do músculo-esquelético. Com o passo do tempo, o músculo vai-se atrofiando (aumenta a debilidade, diminui a funcionalidade e a massa muscular), até que ao final o paciente tem que ir em cadeira de rodas.

Há várias formas clínicas, que dependem da gravidade da distrofia, a zona, etc.:

Distrofia muscular de Duchenne: Apresenta-se antes dos cinco anos de idade. Primeiro se atrofiam os músculos do tronco e da pélvis, pelo que se produz uma escolioses. Ao final da adolescência quase todos os grupos musculares estão afectados. Costuma-se morrer por uma falha respiratória ou do coração. Transmite-se de forma recessiva no cromossomo X, pelo que quase sempre são varões os doentes.

Distrofia muscular de Becker: Como a distrofia muscular de Duchenne, mas mais leve.

Distrofia muscular facio-escápulo-humeral: Produz atrofia e debilidade nos músculos da cintura escapular e nos membros inferiores. Costuma aparecer nos primeiros anos da puberdade. A maioria dos pacientes são capazes de caminhar até idades avançadas, e afecta por igual a ambos sexos.

Distrofia muscular de cintura: Afecta a ambos sexos e pode ser desenvolvido a qualquer idade. Podem ser visto afectados os músculos da cintura escapular ou pelviana; sua progressão é lenta; ao final da vida, a maioria dos músculos vêem-se afectados.

Distrofia muscular miotónica: Neste tipo de distrofia existe, além de atrofia e debilidade, lentidão na relaxação muscular de postcontracción. É mais grave nas gerações mais jovens de uma família afectada: os filhos de uma mãe afectada.

Escoliosis: Esta doença provoca um desvio da coluna já que os músculos torácicos não têm suficiente força para manter a coluna recta. É uma complicação derivada da distrofia muscular.


Artrite Reumatoide: Damos o nome de artrite à inflamação de uma ou mais articulações Uma articulação com artrite se apresenta inchada, avermelhada, quente e extremamente dolorida.

Quando apenas uma articulação está inflamada, chamamos de monoartrite. Quando ocorre inflamação de várias articulações estamos diante de uma poliartrite. A artrite pode ainda ser simétrica quando acomete simultaneamente duas articulações irmãs como joelhos, punhos, tornozelos, etc.

A articulação é a região onde há conexão de dois ou mais ossos distintos. Exemplos: joelhos, cotovelo, punhos, tornozelo, ombros, etc.

As articulações ao longo do corpo não são todas iguais. Algumas articulações são conectadas por um tecido fibroso, que cola um osso ao outro, tornando-os imóveis, como no caso dos ossos do crânio; outras são ligadas por cartilagens e permitem uma pequena mobilidade como os discos vertebrais que unem as vértebras da coluna; há ainda as articulações móveis, que normalmente são ligadas por uma cartilagem e uma bolsa cheia de líquido (líquido sinovial) permitindo amplo movimento dos ossos com mínimo atrito entre eles, como é o caso do joelho, cotovelo, ombros, etc.

Quando a articulação apresenta-se inflamada damos o nome de artrite. Quando a articulação encontra-se dolorida, mas sem sinais clínicos de inflamação (inchaço, calor e rubor) dizemos que há uma artralgia.

Várias outras doenças acometem as articulações, manifestando-se com quadros de artrite, fazendo parte do diagnóstico diferencial da artrite reumatoide, entre elas podemos citar:

– Lúpus.
– Gota.
– Osteoartrite/artrose.
– Artrite séptica (infecção da articulação).
– Artrite psoriásica.).
– Doença de Still.
– Espondilite anquilosante.
– Febre reumática.

Não se sabe ainda o que causa a artrite reumatoide, mas factores auto-imunes estão presentes. Por que o organismo passa a atacar as próprias articulações ainda é um mistério, mas o resultado final é a destruição de tecidos pelo próprio sistema imune. Factores genéticos parecem ser importantes e a presença de determinados genes está associada a um maior risco de se desenvolver a doença. Parentes de 1º grau de doentes, apresentam até 3 vezes mais chances de também apresentar AR.

A artrite reumatoide é mais comum em mulheres e em caucasianos (brancos). O pico de aparecimento da doença é entre 30 e 55 anos. Até 5% das mulheres acima de 65 anos apresentam AR. O ato de fumar está associado a um maior risco de AR e a uma maior gravidade da doença. A nuliparidade (ausência de filhos) também parece ser outro factor de risco.


Atadura é uma tira de pano de qualquer largura ou comprimento, que serve para fixar curativo-proteção contra factores externos nocivos, dar suporte a membro lesado, corrigir defeitos ou agir como hemostético-deter hemorragia e favorecer a circulação.


Gaze = comummente usada para fixar curativos. É feita de material fino e maleável, o que facilita sua aplicação em qualquer superfície.
Crepom = mais usada para fixar curativos e imobilização, por promover maior segurança devido a sua elasticidade.
Elástico = mais indicada nos casos de hemorragia e varizes.
Flanela = serve como isoladora entre a epiderme e a atadura gessada. Conserva o calor facilitando a circulação.
Tartalana, crinolina = é uma gaze torcida com fios frouxos que são endurecidos por meio de uma goma (ataduras gessadas).


       Preparar todo o material antes da realização do procedimento.
       Lavar as mãos antes e após contacto com paciente.
       Orientar o paciente sobre a necessidade do procedimento, antes de realiza-lo.
       Aplicar a atadura sempre da esquerda para direita.

       O corpo da atadura deve estar sempre voltado para cima.
       Fixar a parte inicial com o polegar, fazer a lacínia (pequena dobra).
       Fixar bem o extremo inicial e final.
       Não ajustar muito para evitar transtornos circulatórios.
       Evitar pregas e rugas, use a atadura sempre esticada (evitar escoriações da pele).
       Deixar, sempre que possível, a extremidade do membro descoberta, a fim de verificar condições da circulação.
       Cobrir apenas 1/3 ou ½ da atadura em cada volta.
       Não deixar duas superfícies em contacto (evitar escoriações da pele).
       Dar apoio ao local onde está sendo aplicada a atadura.
       Verificar a largura da atadura de acordo com o diâmetro da superfície do corpo a ser enfaixada.
       Encerrar a atadura fazendo 2 ou 3 circulares, afim de impedir o deslocamento.
       Cortar parte da atadura quando a mesma sobrar.
       Fazer uma pequena dobra na extremidade terminal para fixação.
       Fixar com esparadrapo ou fita crepe.

       Não fazer fixação sobre:

       Local ferido;
       Saliências ósseas ou face inferior do membro;
       Lado em que paciente durma ou repouse;
       Qualquer local que cause desconforto ao paciente.

       Para retirar a atadura:

       Cortar com tesoura apropriada (ponta arredondada);
       Desenrolar para aproveita-la posteriormente;
       Nunca aproveite ataduras de feridas ou em situações que estiverem muito sujas.


Circular: a atadura é enrolada em volta da parte afectada, sobrepondo-se uma volta completa À volta anterior.

Locais: dedos, pescoço, tórax, abdómen, punho, tornozelo.

Espiral: enrolada obliquamente de maneira que a volta posterior recubra metade ou 2/3 de sua largura.

Ascendente = Começa na parte inferior do segmento corporal, de baixo para cima.

Locais: punho, dedos e tronco.

Descendente = começa na parte superior do segmento corporal, de cima para baixo.
Reversa = faz-se uma volta em espiral ascendente, fazendo-se o inverso na metade de cada volta.
Local: braço, antebraço, coxas e pernas.

Cruzada, em oito ou espica: consiste em se fazer voltas oblíquas passando uma sobre as outras que ascendem e descendem alternadamente, sendo que cada uma segue a precedente e assim parece uma figura em oito.

Local: joelho, cotovelo, tornozelo e punho.





Diante do exposto concluímos, em suma, que o sistema locomotor é formado pela combinação de dois sistemas, que actuam juntos para garantir uma grande quantidade de movimentos: o sistema muscular e o sistema esquelético. Sem esses sistemas seria impossível nos alimentar, ir para novos ambientes, reproduzir, entre diversas outras funções importantes. O sistema muscular é formado por músculos, estruturas compostas por tecidos musculares. A principal característica desses tecidos é a capacidade de contracção, que pode ser voluntária ou involuntária dependendo do tipo em questão.













BARROS, Alba Lucia Bottura Leite de  et al - Anamnese & Exame Físico, 2ª edição Porto Alegre: Artmed, 2010.

MORAIS, Junior, SERGIO, Luis Alves de – Processo de Cuidar III – Faculdade Anhanguera - 2014.

VIANA, Dirce Laplaca e PETENUSSO, Marcio – Manual para Realização do Exame Físico. 2ª edição São Paulo: Yendis, 2012.



WEBER, Janet R. - Semiologia Guia Prático para Enfermagem, 5ª edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

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