quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Ébola: Angola passa a risco "moderado a alto" de infeção - Por Vieira Miguel Manuel





Angola passou a integrar o grupo de países com risco «moderado a alto» de infeção por Ébola, depois de casos confirmados na República Democrática do Congo (RDCongo), avançou hoje à Lusa a Diretora Nacional de Saúde Pública angolana.

«Até há uma semana, Angola era considerada como um país de baixo-médio risco. Neste momento entra para o grupo de países com risco moderado a alto, porque tem um país vizinho com a epidemia confirmada», explicou Adelaide de Carvalho, referindo-se à classificação internacional sobre a propagação da doença.

A também porta-voz da comissão sobre o Ébola em Angola garantiu à Lusa que «não existe» qualquer notificação de casos suspeitos da epidemia no país ou sequer «rumores». «Não fomos alertados para nenhuma situação que nos levasse à investigação até ao momento», disse Adelaide de Carvalho.

A RDCongo confirmou no domingo os seus primeiros casos da febre hemorrágica Ébola, que já afeta quatro outros países africanos. A validação resultou da análise às amostras retiradas a pessoas com uma febre hemorrágica que causou 13 mortos desde 11 de agosto no noroeste do país.

«O facto de ter um país vizinho a notificar casos [de Ébola] faz colocar [Angola] numa posição de maior risco, relativamente à semana anterior», disse, por seu turno, a responsável angolana da Saúde Pública.

Angola, através de sete províncias, partilha uma vasta fronteira terrestre com a RDCongo.

De acordo com Adelaide de Carvalho, face a este «risco de proximidade» as autoridades sanitárias angolanas estão a «redobrar» e a «acelerar» a mobilização de equipas para o controlo, alerta a vigilância sanitária, nomeadamente nos postos de fronteira.

«Identificar claramente quem é o viajante e orientar no sentido de notificar algum caso que se inscreva naquilo que está definido como quadro suspeito. É o redobrar da vigilância, estamos a apelar aos nossos técnicos para estarem muito mais atentos a qualquer indício», sublinhou Adelaide de Carvalho.

Desde o início da epidemia de Ébola, em março, e até 20 de agosto, a Organização Mundial de Saúde contabilizou 1.427 mortos em 2.615 casos identificados.

A Libéria é o país mais afetado, com 624 mortos em 1.082 casos, seguindo-se a Guiné-Conacri com 407 vítimas mortais.

A Serra Leoa e a Nigéria registaram, respetivamente, 392 mortos e cinco mortos.

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