sexta-feira, 12 de junho de 2015

CANDIDÍASE VAGINAL - Trabalho de escola Por Vieira Miguel Manuel

Trabalho Elaborado Por Vieira Miguel Manuel


ÍNDICE





 





Alguns fungos fazem parte da microbiota indígena e do meio externo e ao entrarem em contacto com homens e animais, podem ou não produzir doenças, desde as micoses superficiais benignas até infecções mais graves. Actualmente houve um aumento das infecções fúngicas, em especial em pacientes imunocomprometidos. Dentre os fungos causadores das infecções invasivas, as leveduras do género Candida têm-se destacado pela sua frequência e relevância clínica, sendo considerada como um dos principais agentes causadores de infecções sistémicas de origem hospitalar.

A infecção disseminada acomete pacientes com factores de risco específicos: pacientes imunossuprimidos, infectados pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), criticamente enfermos, em tratamento intensivo da terapia do câncer, das complicações de cirurgias cardíacas e abdominais, transplantes de órgãos, queimaduras, traumas, com diabetes, em uso de antibióticos de amplo espectro, entre outros factores. Trata-se de condição clínica de difícil diagnóstico e elevada morbidade e mortalidade.

As infecções fúngicas tem se destacado pelo papel importante em clínica médica humana principalmente pela emergência de isolados resistentes e pela dificuldade em se estabelecer o diagnóstico rápido e preciso destas infecções. A terapêutica antifúngica e o diagnóstico precoce são cruciais para o tratamento eficaz de Candidíase invasiva. Actualmente, a principal metodologia de identificação do género Candida tem-se baseado em técnicas laboratoriais padronizadas. A Candidíase pode ser diagnosticada através da presença de tubo germinativo, realização de testes bioquímicos, por meio da cultura ou histologia de um sítio estéril, sendo que o teste diagnóstico padrão consiste da visualização de pseudo-hifas invadindo tecidos. Estes procedimentos requerem o isolamento do microrganismo e disponibilidade de tempo, podendo ser prejudicado também pelas semelhanças bioquímicas apresentadas por algumas espécies do género. Além disso, amostras da mesma espécie podem diferir em algumas características bioquímicas e fisiológicas dificultando o acesso à classificação taxonômica.






Objectivo Geral:

·         Abordar relativamente às infecções que determina a Candida, com destaque para a candidíase Vaginal, nos aspectos relacionados ao diagnóstico, tratamento e prevenção, com ênfase nas técnicas actualmente disponíveis.


Objectivo Específico:

·         Descrever as manifestações clínicas causadas pelo género Candida;

·         Descrever as causas e os sintomas da Candidíase Vaginal

·         Descrever os tratamentos utilizados para Candidíase e os mecanismos de resistência aos
·         antifúngicos;










Com este trabalho pretendemos falar sobre a candidíase vaginal, nomeadamente os seus sintomas, as formas de tratamento e formas de prevenção. É um assunto de suma importância visto que quase todas as mulheres estão propensas a contrair esta infecção devido ao desenvolvimento do fungo candida albicans, que faz parte da flora normal da região íntima da mulher.





A candidíase vaginal é causada por um fungo chamado Candida albicans. Este fungo está normalmente presente no nosso organismo, onde vive tranquilamente sem provocar quaisquer danos. Todavia, se o pH natural da vagina sofrer qualquer alteração, o que acontece com relativa facilidade, a Candida pode multiplicar-se. Nessas condições, poderá desenvolver-se uma candidíase vaginal.

Este fungo afecta:

       Vulva (parte exterior da vagina)
       Vagina

Uma higiene íntima adequada contribui favoravelmente para a prevenção destas infecções. Mas há outras causas, que a dado momento podem tornar o sistema defensivo da vagina vulnerável e favorecer a multiplicação dos fungos.

A infecção fúngica vaginal é um problema desagradável e incómodo, que mesmo não sendo grave, deve ser sempre tratado.


Os agentes patogénicos estão sempre presentes no nosso organismo

Os seres humanos não são infectados com fungos, mas sim portadores de fungos. Mesmo quando nos encontramos de boa saúde e não apresentamos qualquer tipo de sintoma, os fungos (Candida albicans) residem, com frequência, na vagina. Normalmente, o sistema imunitário e a acidez vaginal (pH de 4) mantêm-nos sob controlo, pelo que passam totalmente despercebidos. É só quando o equilíbrio do pH da mucosa vaginal se altera que se verificam as condições favoráveis à multiplicação descontrolada dos fungos. A infecção instala-se, com todos os seus sintomas indesejados.

Alguns factos sobre a candidíase vaginal:

Ø  3 em cada 4 mulheres contraem candidíase vaginal numa determinada altura da sua vida.
Ø  Qualquer mulher pode ser infectada.
Ø  O agente causal é um fungo.
Ø  O fungo mais comum é a Candida albicans.
Ø  A presença de fungos na vagina é normal.
Ø  O tratamento da doença é simples.

Os sintomas são claros: a maioria das mulheres sabe identificar os sintomas de uma reinfecção.






Quais são os sintomas de uma candidíase vaginal?

O principal sintoma da candidíase vaginal e - de longe - o mais incómodo é a comichão. Poderá também sentir uma ligeira dor, um ardor que poderá ser acompanhado de um corrimento branco e inodoro.

Embora sejam bastante desconfortáveis, estes sintomas podem ser rápida e facilmente eliminados, tratando o local da infecção e acalmando a irritação.

A maioria das mulheres procura ajuda médica para combater a comichão externa. Todavia, é importante que a infecção seja tratada tanto interna como externamente, de forma a impedir que estes sintomas se repitam.

Principais sintomas:

Ø  Comichão;
Ø  Corrimento mais espesso, de cor branca amarelada e grumoso;
Ø  Coceira intensa e sensação de ardência na região íntima;
Ø  Dor e ardência durante o contacto íntimo;
Ø  Inchaço e vermelhidão da região íntima.

Quais os grupos de risco?

Embora, teoricamente, qualquer mulher possa desenvolver candidíase vaginal, existem algumas mulheres mais susceptíveis à infecção:

As mulheres com diabetes têm um nível de glicose mais elevado no sangue e tecidos, o que constitui um ambiente preferencial para o desenvolvimento de fungos, em termos da sua alimentação e reprodução.

As mulheres com uma dieta desequilibrada criam um ambiente favorável à propagação de fungos, enfraquecendo o seu próprio sistema imunitário. Noutros tipos de doenças infecciosas como a gripe, inflamações, constipações fortes ou outras infecções, o sistema de defesas naturais do nosso organismo também fica enfraquecido, favorecendo o desenvolvimento dos fungos.

As mulheres que tomam medicamentos, podem apresentar alterações a nível do pH vaginal, e essas alterações são aproveitadas pelos fungos. O mesmo pode acontecer se usarmos roupa demasiado justa, que não permita a respiração da pele, durante períodos prolongados.

Factores de podem provocar estas infecções:

Ø  Uso de roupa interior sintética ou justa;
Ø  Higiene íntima excessiva ou com produtos desadequados;
Ø  Uso de medicamentos, tais como antibióticos, corticosteróides, etc;
Ø  Uso de anticoncepcionais orais;
Ø  Diabetes;
Ø  Defesas diminuídas causadas por doença, estado de fadiga excessiva ou alimentação deficiente (dietas ricas em hidratos de carbono);
Ø  Pós-menopausa;
Ø  Relação sexual desprotegida com parceiro contaminado;
Ø  Gravidez.

As principais causas não são: Utilizar casas de banho públicas / Falta de higiene / Múltiplos parceiros.


O tratamento deve ser iniciado, o mais cedo possível, pois uma infecção fúngica vaginal desenvolve-se de forma relativamente rápida. A substância activa de Gino-Canesten® previne o desenvolvimento e a proliferação dos fungos e também os mata.

Independentemente do tratamento que escolheres, é importante lembrar que os sintomas vão começar a melhorar apenas cerca de 3 dias após o início do mesmo.

Gino-Canesten existe em creme vaginal e em comprimidos vaginais de 1 dia ou 6 dias de tratamento. Quer o creme vaginal quer os comprimidos vaginais devem ser inseridos na vagina com o aplicador especial que se encontra na embalagem, eliminando, assim, a infecção na sua fonte. Se quiseres aliviar os sintomas externos, como a comichão e o ardor, utiliza Gino-Canesten® Creme.

O tratamento da candidíase vaginal pode durar até 15 dias e não dói, sendo feito com a aplicação de pomadas antifúngicas como:

Ø  Nistatina;
Ø  Clotrimazol;
Ø  Cicloexilmetilamina;
Ø  Cetoconazol.

Estas pomadas devem ser aplicadas até 2 vezes por dia ou de acordo com as indicações do ginecologista, não devendo existir contacto íntimo durante o tratamento.

Em alguns casos, também pode ser utilizada uma dose única oral de remédio antifúngico, como o Fluconazol, especialmente em situações de candidíase vaginal recorrente.

Tratamento Caseiro

Um óptimo tratamento caseiro para candidíase vaginal é lavar a região íntima com água e vinagre, na proporção de 4 colheres de vinagre para meio litro de água.

É também importante adoptar alguns cuidados para evitar a recorrência da candidíase vaginal, como:

Ø  Lavar e secar bem a região íntima;
Ø  Utilizar roupa pouco apertada e de algodão;
Ø  Dar preferência para a ingestão de probióticos e lactobacillus, como iogurte;
Ø  Não utilizar produtos de higiene íntima com químicos.

Além disso, deve-se evitar alimentos ricos em carboidratos, gordura e açúcar, pois são a principal fonte de alimento do fungo causador da candidíase vaginal.


Conselhos para prevenir e evitar reincidências de irritações e/ou infecções fúngicas vaginais

Ø  Escolhe roupa que não seja justa ou apertada e que permita que a pele respire;
Ø  Opta por roupa interior de algodão para que absorva a transpiração e possa ser lavada a temperaturas superiores a 60ºC;
Ø  Depois de nadar no mar ou numa piscina, toma duche e seca-te cuidadosamente. Evita ficar com o fato de banho molhado durante muito tempo;
Ø  Depois de urinar, limpa-te cuidadosamente sempre de frente para trás;
Ø  Lava-te uma a duas vezes por dia, com movimentos da parte da frente para a parte de trás e nunca na direcção contrária;
Ø  Quando te lavares, é importante enxaguares-te abundantemente com água e secares-te suavemente com uma toalha limpa;
Ø  Utiliza produtos de higiene que não sejam agressivos e que sejam formulados especialmente para a zona íntima;
Ø  Não partilhes as tuas toalhas e troca-as regularmente.







Em harmonia com a matéria considerada no presente trabalho, concluímos que é importante usar preservativo durante as relações sexuais e tê-las apenas com uma única pessoa para prevenir que esta e outras doenças não se espalhem.






       Lima, Geraldo Rodrigues de; Girão, Manoel J.B.C.; Baracat, Edmund Chada. Doenças Sexualmente Transmissiveis. In: Ginecologia de Consultório. 2003.1ª Edição. P.193-210. Editora de Projetos Médicos. São Paulo-SP.

       Rosa MI, Rumel D. Fatores associados à candidíase vulvovaginal: estudo exploratório. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2004;26(1):65-70.

       Sobel, Jack D. “Epidemiology and pathogenesis of recurrent vulvovaginal candidiasis, realizado por Jack D. Sobel, do The Medical College of Pennsylvania.

       American journal of obstetrics and gynecology 1985 – 152, no. 7 (1985): 924-935.


       TUA SAÚDE; Candidíase. Disponível em: < http://www.tuasaude.com/candidiase/>. Acesso em 09 de janeiro de 2014.

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