INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO
INOCÊNCIO NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
ADMINISTRAÇÃO DE ENFERMAGEM
DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO
LUANDA
2016
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO
INOCÊNCIO NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
ADMINISTRAÇÃO DE ENFERMAGEM
DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO
CLEMENTINA SILVA
ELIZABETH SEBASTIÃO
LOIDE MUQUEMBO
MAGDA DOMINGOS
MARCELA MUQUEMBO
|
LUANDA
2016
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. ABORDAGEM
TEÓRICA
2.1 DOENÇAS
PROFISSIONAIS
2.2 DOENÇAS DO APARELHO
RESPIRATÓRIO
2.3 PNEUMOCONIOSES POR
POEIRAS MINERAIS
2.3.1 SILICOSE
2.3.1.1 Sintomas e
diagnóstico
2.3.1.2 Prevenção
2.3.1.3 Tratamento
2.4 GRANULOMATOSES
PULMONARES EXTRÍNSECAS PROVOCADAS POR POEIRAS OU AEROSSÓIS COM ACÇÃO
IMUNOALÉRGICA
2.4.1 SUBEROSE
2.5 BRONCOPNEUMOPATIAS
PROVOCADAS POR POEIRAS OU AEROSSÓIS COM ACÇÃO IMUNOALÉRGICA E OU IRRITANTE
2.5.1 ASMA PROFISSIONAL
2.5.1.1 Sintomas
2.5.1.2 Diagnóstico
2.5.1.3 Prevenção e
tratamento
2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
3. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO
O sistema
respiratório constitui uma interface importante do organismo humano com o meio
ambiente particularmente com o ar e seus constituintes, gases e aerossóis, sob
a forma líquida ou sólida. A poluição do ar nos ambientes de trabalho
associa-se a uma extensa gama de doenças do trato respiratório, que acometem
desde o nariz até o espaço pleural. Entre os factores que influenciam os
efeitos da exposição a esses agentes estão as propriedades químicas e físicas
dos gases e aerossóis e as características próprias do indivíduo como herança
genética, hábitos de vida, como tabagismo e doenças preexistentes.
2. ABORDAGEM TEÓRICA
De acordo com o Regime
Jurídico dos Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais Angolano, no Decreto
n.º 53/05 de 15 de Agosto no artigo 6, são consideradas doenças profissionais a
alteração da saúde patologicamente definida, gerada por razões da actividade
laboral nos trabalhadores que de forma habitual se expõem a factores que produzem
doenças e que estão presentes no meio ambiente de trabalho ou em determinadas
profissões ou ocupações.
2.2 DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO
São consideradas
doenças do aparelho respiratórias àquelas que atingem órgãos do sistema
respiratório (pulmões, boca, faringe, fossas nasais, laringe, brônquios, traqueia,
diafragma, bronquíolos e alvéolos pulmonares).
2.3 PNEUMOCONIOSES POR POEIRAS MINERAIS
As doenças do
aparelho respiratório causadas por Pneumoconioses por poeiras minerais, podem
ser: Silicose (simples ou combinada, como a silico-siderose,
asílico-antracose); Amiantose ou asbestose; Antracose, baritose, estanose,
siderose, silicatoses e outras pneumoconioses de depósito.
A silicose é
a formação permanente de tecido cicatricial nos pulmões causada pela inalação
de pó de sílica (quartzo).
A silicose, a
doença profissional mais antiga que se conhece, desenvolve-se em pessoas que
inalaram pó de sílica durante muitos anos. O pó de sílica é o elemento principal
que constitui a areia, sendo por isso frequente a exposição entre os mineiros
do metal, os cortadores de arenito e de granito, os operários das fundições e
os oleiros.
Os sintomas
aparecem, geralmente, após 20 ou 30 anos de exposição ao pó. No entanto, nos
trabalhos em que se utilizam jactos de areia, na construção de túneis e no
fabrico de sabões abrasivos que requerem quantidades elevadas de pó de sílica,
os sintomas podem surgir em menos de 10 anos.
Quando se inala, o
pó de sílica entra nos pulmões e as células depuradoras, como os macrófagos, engolem-no.
As enzimas libertadas pelas células depuradoras causam a formação de
tecido cicatricial nos pulmões. No princípio, as zonas cicatrizadas são
pequenas protuberâncias redondas (silicose nodular simples), mas, finalmente,
reúnem-se em grandes massas (conglomerados silicóticos). Estas áreas
cicatrizadas não permitem a passagem do oxigénio para o sangue de forma normal.
Assim os pulmões perdem elasticidade e requer-se mais esforço para respirar.
Os indivíduos com
silicose nodular simples não têm dificuldade em respirar, mas têm tosse e
expectoração devido à irritação das grandes vias aéreas, no processo denominado
bronquite. A silicose conglomerada pode causar tosse, produção de expectoração
e dispneia. No princípio, a dispneia verifica-se só durante os momentos de
actividade, mas por fim manifesta-se também durante o repouso. A respiração
pode piorar aos 2 a 5 anos depois de ter deixado de trabalhar com sílica. O
pulmão lesado submete o coração a um esforço excessivo e pode causar
insuficiência cardíaca, a qual, por sua vez, pode evoluir para a morte. Além
disso, os indivíduos com silicose expostos ao microrganismo causador da
tuberculose (Mycobacterium tuberculosis) são três vezes mais propensos a
desenvolver a tuberculose do que aqueles que não estão afectados pela silicose.
A silicose
diagnostica-se com uma radiografia ao tórax que mostra o padrão típico de
cicatrizes e nódulos.
O controlo da
produção do pó no local de trabalho pode ajudar a prevenir a silicose. Quando
esta não pode ser controlada, como poderá ser o caso da indústria de jactos de
areia, os trabalhadores devem usar máscaras que forneçam ar exterior limpo ou
que filtrem completamente as partículas. Essa protecção pode não estar ao
alcance de todos os trabalhadores numa zona poeirenta (por exemplo, pintores e
soldadores) e, nesse caso, sempre que seja possível, devem utilizar-se
abrasivos diferentes da areia.
Os trabalhadores expostos
ao pó da sílica devem fazer radiografias ao tórax com regularidade, todos os 6
meses os que trabalham com jactos de areia e todos os 2 a 5 anos os restantes,
de modo que seja possível detectar qualquer problema o mais cedo possível. Se a
radiografia revelar silicose, o médico, provavelmente, aconselhará o trabalhador
a evitar a exposição constante à sílica.
A silicose é
incurável. No entanto, pode deter-se a evolução da doença, interrompendo a
exposição à sílica desde os primeiros sintomas. Uma pessoa com dificuldade em
respirar pode sentir alívio com o tratamento utilizado para a doença pulmonar
crónica obstrutiva, como são os medicamentos que dilatam os brônquios e expelem
as secreções das vias aéreas. Dado que os indivíduos que sofrem de silicose têm
um alto risco de contrair tuberculose, devem submeter-se periodicamente a
revisões médicas que incluam a prova cutânea para a tuberculose.
As doenças do
aparelho respiratório causadas por Pneumoconioses por poeiras minerais, podem
ser: Suberose, beriliose bessinose, pulmão dos sulfatadores de vinha, pulmão
dos criadores de aves, pulmão do cimento, etc.
A Suberose é uma
doença ocupacional dos trabalhadores da indústria de transformação da cortiça,
associada à exposição repetida a poeiras de cortiça bolorenta, apresentando-se
habitualmente como uma doença do interstício pulmonar (Alveolite Alérgica
Extrínseca). Contudo, o envolvimento das vias aéreas, presente nalguns casos,
torna a abordagem diagnóstica complexa.
- Categoria:
Pneumonite de Hipersensibilidade
- Crónica
- Também conhecida
como "Doença do corticeiro"
- Apresentação
aguda: semelhante à gripe, com tosse / Subaguda: pneumonia recorrente/ Crónica:
dispneia de exercício, tosse produtiva e perda de peso.
- A exposição é ao
pó da cortiça e o antigénio suspeito o fungo. Deve ser tratada como uma
pneumonia de hipersensibilidade, aguda ou crónica.
- Período de
incubação: semanas até ser sentidos, mas os sintomas agudos surgem 4-12 horas
após a exposição
- Diagnóstico:
Clínico, Radiografia do tórax, Função Respiratória.
As doenças do
aparelho respiratório causadas por Pneumoconioses por poeiras minerais, pode
ser: Asma profissional.
A asma profissional
é um espasmo reversível das vias aéreas pulmonares causado pela aspiração, no
local de trabalho, de partículas ou de vapores que actuam como irritantes ou
causam uma reacção alérgica.
Muitas substâncias,
no local de trabalho, podem provocar espasmos das vias aéreas que dificultam a
respiração. Algumas pessoas são particularmente sensíveis aos agentes
irritantes que se encontram no ar.
A asma profissional
pode causar dispneia, opressão no peito, respiração sibilante, tosse, rinorreia
e lacrimejo.
Em algumas pessoas,
a respiração sibilante é o único sintoma. Os sintomas podem verificar-se
durante a jornada de trabalho, mas, muitas vezes, começam algumas horas depois
de ela ter terminado. Em algumas pessoas, os sintomas começam até 24 horas
depois da exposição.
Além disso, os
sintomas podem aparecer e desaparecer durante umas semana ou mais depois da
exposição. Deste modo é difícil estabelecer a relação entre o local de trabalho
e os sintomas. Muitas vezes, os sintomas diminuem ou desaparecem durante o
fim-de-semana ou nas férias. Os sintomas pioram com a exposição repetida aos
agentes irritantes.
2.5.1.2
Diagnóstico
Para estabelecer o
diagnóstico, o médico solicita ao paciente que lhe descreva os sintomas e o
tipo de exposição à substância que causa a asma. Às vezes, a reacção alérgica
pode ser detectada por um prova cutânea (prova do adesivo), na qual uma pequena
quantidade da substância suspeita é colocada na pele.
Se se tornar
difícil estabelecer um diagnóstico, efectua-se um teste de provocação por
inalação, em que o paciente aspira pequenas quantidades da substância suspeita
e o médico observa se aparecem sibilos e dispneia e também faz provas para
determinar se existe uma diminuição da função pulmonar.
Dado que as vias
aéreas pulmonares podem começar a estreitar-se antes de os sintomas aparecerem,
o indivíduo com sintomas retardados pode utilizar um aparelho para controlar as
vias aéreas durante as horas laborais. Este aparelho, um medidor manual do
débito máximo, mede a velocidade de expiração do ar dos pulmões. Quando as vias
aéreas se estreitam, a velocidade diminui acentuadamente, sugerindo asma profissional.
2.5.1.3
Prevenção
e tratamento
Existem medidas de
controlo de pó e de vapores nas indústrias que utilizam substâncias que podem
causar asma; no entanto, pode ser impossível eliminá-las totalmente. Os
trabalhadores que sofrem de asma aguda deveriam fazer o possível por mudar de
trabalho. Com frequência, a exposição constante provoca asma mais grave e
persistente.
Os tratamentos são
os mesmos que se aplicam noutros tipos de asma. Os fármacos que abrem as vias
aéreas (broncodiladores) podem administrar-se num inalador (por exemplo, o albuterol)
ou em comprimidos (por exemplo, a teofilina). Para os ataques graves, podem
tomar-se corticosteróides (como a prednisona) por via oral durante um período
breve. Em tratamentos de longa duração, preferem-se os corticosteróides por
inalação.
2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a apresentação
dos argumentos propostos defende-se que o acidente do trabalho gera
consequências de ordem material para o trabalhador, todavia a avaliação dos
prejuízos sofridos pelo obreiro deve ir além da esfera material, recaindo
também sobre as consequências sociais que este passou a sofrer após a
ocorrência do acidente.
O trabalho conclui
que a organização do ambiente laboral, bem como o acesso aos meios de protecção
e prevenção de doenças deverão ser observados por ambos, empregados e
empregadores, sendo deste a responsabilidade por danos oriundos de infortúnios
laborais, quando não observadas às determinações legais para a garantia de um
meio ambiente do trabalho seguro e sadio.
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALGRANTI, E.,
CAPITANI, E.M., & BAGATIN, E. - Sistema Respiratório. In: MENDES R. (Ed.)
Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro, 1995. p. 89-137.
ATLAS - Segurança e
Medicina do Trabalho. 43a ed. São Paulo, Atlas, 1999. 630p.
ILO – Encyclopaedia of Occupational Health and Safety.
4th ed. Geneva. ILO, 1998.
LEVY, B.S.& WEGMAN, D.H. (Eds.) - Occupational
Health – Recognizing and Preventing Work-Related Disease. 4rd ed. New York,
Little, Brown and Co., 2000.
MENDES, R. & CARNEIRO, A.P.S. - Doenças
respiratórias ocupacionais. In: TARANTINO, A.B. (Ed.) - Doenças Pulmonares. 4a.
ed. Rio de Janeiro, Guanabara-Koogan, 1997. p. 807-35.
ORGANIZAÇÃO
INTERNACIONAL DO TRABALHO/ FUNDACENTRO. Leitura Radiológica das Pneumoconioses.
São Paulo, Fundacentro, 1990.
REPÚBLICA DE ANGOLA,
Regime Jurídico dos Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais, EAL, Edições
de Angola, Luanda. 2012.
VIEIRA, S. I.
Acidentes do trabalho e em serviço, doenças profissional e do trabalho. Florianópolis,
1997.
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