segunda-feira, 25 de abril de 2016

DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO - Elaborado por Vieira Miguel Manuel

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INOCÊNCIO NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM


                                            




ADMINISTRAÇÃO DE ENFERMAGEM





DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO























LUANDA
2016
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INOCÊNCIO NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM









ADMINISTRAÇÃO DE ENFERMAGEM



DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO



CLEMENTINA SILVA
ELIZABETH SEBASTIÃO
LOIDE MUQUEMBO
MAGDA DOMINGOS
MARCELA MUQUEMBO






Trabalho apresentado ao Curso de Enfermagem na disciplina de Administração de Enfermagem como requisito parcial para obtenção de notas.

Orientador: Dulce Rodriguez
 
 














LUANDA
2016


SUMÁRIO

1.      INTRODUÇÃO.. 3
2.      ABORDAGEM TEÓRICA.. 4
2.1        DOENÇAS PROFISSIONAIS.. 4
2.2        DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO.. 4
2.3        PNEUMOCONIOSES POR POEIRAS MINERAIS.. 4
2.3.1         SILICOSE.. 4
2.3.1.1          Sintomas e diagnóstico. 4
2.3.1.2          Prevenção. 5
2.3.1.3          Tratamento. 5
2.4        GRANULOMATOSES PULMONARES EXTRÍNSECAS PROVOCADAS POR POEIRAS OU AEROSSÓIS COM ACÇÃO IMUNOALÉRGICA.. 5
2.4.1         SUBEROSE.. 5
2.5        BRONCOPNEUMOPATIAS PROVOCADAS POR POEIRAS OU AEROSSÓIS COM ACÇÃO IMUNOALÉRGICA E OU IRRITANTE.. 6
2.5.1         ASMA PROFISSIONAL. 6
2.5.1.1          Sintomas. 6
2.5.1.2          Diagnóstico. 6
2.5.1.3          Prevenção e tratamento. 7
2.6        CONSIDERAÇÕES FINAIS.. 8
3.      REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.. 9





 


1.    INTRODUÇÃO


O sistema respiratório constitui uma interface importante do organismo humano com o meio ambiente particularmente com o ar e seus constituintes, gases e aerossóis, sob a forma líquida ou sólida. A poluição do ar nos ambientes de trabalho associa-se a uma extensa gama de doenças do trato respiratório, que acometem desde o nariz até o espaço pleural. Entre os factores que influenciam os efeitos da exposição a esses agentes estão as propriedades químicas e físicas dos gases e aerossóis e as características próprias do indivíduo como herança genética, hábitos de vida, como tabagismo e doenças preexistentes.



2.    ABORDAGEM TEÓRICA

2.1 DOENÇAS PROFISSIONAIS

De acordo com o Regime Jurídico dos Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais Angolano, no Decreto n.º 53/05 de 15 de Agosto no artigo 6, são consideradas doenças profissionais a alteração da saúde patologicamente definida, gerada por razões da actividade laboral nos trabalhadores que de forma habitual se expõem a factores que produzem doenças e que estão presentes no meio ambiente de trabalho ou em determinadas profissões ou ocupações.

2.2 DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO

São consideradas doenças do aparelho respiratórias àquelas que atingem órgãos do sistema respiratório (pulmões, boca, faringe, fossas nasais, laringe, brônquios, traqueia, diafragma, bronquíolos e alvéolos pulmonares).

2.3 PNEUMOCONIOSES POR POEIRAS MINERAIS

As doenças do aparelho respiratório causadas por Pneumoconioses por poeiras minerais, podem ser: Silicose (simples ou combinada, como a silico-siderose, asílico-antracose); Amiantose ou asbestose; Antracose, baritose, estanose, siderose, silicatoses e outras pneumoconioses de depósito.


A silicose é a formação permanente de tecido cicatricial nos pulmões causada pela inalação de pó de sílica (quartzo).

A silicose, a doença profissional mais antiga que se conhece, desenvolve-se em pessoas que inalaram pó de sílica durante muitos anos. O pó de sílica é o elemento principal que constitui a areia, sendo por isso frequente a exposição entre os mineiros do metal, os cortadores de arenito e de granito, os operários das fundições e os oleiros.
Os sintomas aparecem, geralmente, após 20 ou 30 anos de exposição ao pó. No entanto, nos trabalhos em que se utilizam jactos de areia, na construção de túneis e no fabrico de sabões abrasivos que requerem quantidades elevadas de pó de sílica, os sintomas podem surgir em menos de 10 anos.

Quando se inala, o pó de sílica entra nos pulmões e as células depuradoras, como os macrófagos, engolem-no.  As enzimas libertadas pelas células depuradoras causam a formação de tecido cicatricial nos pulmões. No princípio, as zonas cicatrizadas são pequenas protuberâncias redondas (silicose nodular simples), mas, finalmente, reúnem-se em grandes massas (conglomerados silicóticos). Estas áreas cicatrizadas não permitem a passagem do oxigénio para o sangue de forma normal. Assim os pulmões perdem elasticidade e requer-se mais esforço para respirar.


Os indivíduos com silicose nodular simples não têm dificuldade em respirar, mas têm tosse e expectoração devido à irritação das grandes vias aéreas, no processo denominado bronquite. A silicose conglomerada pode causar tosse, produção de expectoração e dispneia. No princípio, a dispneia verifica-se só durante os momentos de actividade, mas por fim manifesta-se também durante o repouso. A respiração pode piorar aos 2 a 5 anos depois de ter deixado de trabalhar com sílica. O pulmão lesado submete o coração a um esforço excessivo e pode causar insuficiência cardíaca, a qual, por sua vez, pode evoluir para a morte. Além disso, os indivíduos com silicose expostos ao microrganismo causador da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis) são três vezes mais propensos a desenvolver a tuberculose do que aqueles que não estão afectados pela silicose.

A silicose diagnostica-se com uma radiografia ao tórax que mostra o padrão típico de cicatrizes e nódulos.


O controlo da produção do pó no local de trabalho pode ajudar a prevenir a silicose. Quando esta não pode ser controlada, como poderá ser o caso da indústria de jactos de areia, os trabalhadores devem usar máscaras que forneçam ar exterior limpo ou que filtrem completamente as partículas. Essa protecção pode não estar ao alcance de todos os trabalhadores numa zona poeirenta (por exemplo, pintores e soldadores) e, nesse caso, sempre que seja possível, devem utilizar-se abrasivos diferentes da areia.

Os trabalhadores expostos ao pó da sílica devem fazer radiografias ao tórax com regularidade, todos os 6 meses os que trabalham com jactos de areia e todos os 2 a 5 anos os restantes, de modo que seja possível detectar qualquer problema o mais cedo possível. Se a radiografia revelar silicose, o médico, provavelmente, aconselhará o trabalhador a evitar a exposição constante à sílica.


A silicose é incurável. No entanto, pode deter-se a evolução da doença, interrompendo a exposição à sílica desde os primeiros sintomas. Uma pessoa com dificuldade em respirar pode sentir alívio com o tratamento utilizado para a doença pulmonar crónica obstrutiva, como são os medicamentos que dilatam os brônquios e expelem as secreções das vias aéreas. Dado que os indivíduos que sofrem de silicose têm um alto risco de contrair tuberculose, devem submeter-se periodicamente a revisões médicas que incluam a prova cutânea para a tuberculose.



As doenças do aparelho respiratório causadas por Pneumoconioses por poeiras minerais, podem ser: Suberose, beriliose bessinose, pulmão dos sulfatadores de vinha, pulmão dos criadores de aves, pulmão do cimento, etc.


A Suberose é uma doença ocupacional dos trabalhadores da indústria de transformação da cortiça, associada à exposição repetida a poeiras de cortiça bolorenta, apresentando-se habitualmente como uma doença do interstício pulmonar (Alveolite Alérgica Extrínseca). Contudo, o envolvimento das vias aéreas, presente nalguns casos, torna a abordagem diagnóstica complexa.

- Categoria: Pneumonite de Hipersensibilidade
- Crónica
- Também conhecida como "Doença do corticeiro"
- Apresentação aguda: semelhante à gripe, com tosse / Subaguda: pneumonia recorrente/ Crónica: dispneia de exercício, tosse produtiva e perda de peso.
- A exposição é ao pó da cortiça e o antigénio suspeito o fungo. Deve ser tratada como uma pneumonia de hipersensibilidade, aguda ou crónica.
- Período de incubação: semanas até ser sentidos, mas os sintomas agudos surgem 4-12 horas após a exposição
- Diagnóstico: Clínico, Radiografia do tórax, Função Respiratória.


As doenças do aparelho respiratório causadas por Pneumoconioses por poeiras minerais, pode ser: Asma profissional.


A asma profissional é um espasmo reversível das vias aéreas pulmonares causado pela aspiração, no local de trabalho, de partículas ou de vapores que actuam como irritantes ou causam uma reacção alérgica.

Muitas substâncias, no local de trabalho, podem provocar espasmos das vias aéreas que dificultam a respiração. Algumas pessoas são particularmente sensíveis aos agentes irritantes que se encontram no ar.

A asma profissional pode causar dispneia, opressão no peito, respiração sibilante, tosse, rinorreia e lacrimejo.

Em algumas pessoas, a respiração sibilante é o único sintoma. Os sintomas podem verificar-se durante a jornada de trabalho, mas, muitas vezes, começam algumas horas depois de ela ter terminado. Em algumas pessoas, os sintomas começam até 24 horas depois da exposição.

Além disso, os sintomas podem aparecer e desaparecer durante umas semana ou mais depois da exposição. Deste modo é difícil estabelecer a relação entre o local de trabalho e os sintomas. Muitas vezes, os sintomas diminuem ou desaparecem durante o fim-de-semana ou nas férias. Os sintomas pioram com a exposição repetida aos agentes irritantes.

2.5.1.2        Diagnóstico

Para estabelecer o diagnóstico, o médico solicita ao paciente que lhe descreva os sintomas e o tipo de exposição à substância que causa a asma. Às vezes, a reacção alérgica pode ser detectada por um prova cutânea (prova do adesivo), na qual uma pequena quantidade da substância suspeita é colocada na pele.

Se se tornar difícil estabelecer um diagnóstico, efectua-se um teste de provocação por inalação, em que o paciente aspira pequenas quantidades da substância suspeita e o médico observa se aparecem sibilos e dispneia e também faz provas para determinar se existe uma diminuição da função pulmonar.

Dado que as vias aéreas pulmonares podem começar a estreitar-se antes de os sintomas aparecerem, o indivíduo com sintomas retardados pode utilizar um aparelho para controlar as vias aéreas durante as horas laborais. Este aparelho, um medidor manual do débito máximo, mede a velocidade de expiração do ar dos pulmões. Quando as vias aéreas se estreitam, a velocidade diminui acentuadamente, sugerindo asma profissional.

2.5.1.3        Prevenção e tratamento

Existem medidas de controlo de pó e de vapores nas indústrias que utilizam substâncias que podem causar asma; no entanto, pode ser impossível eliminá-las totalmente. Os trabalhadores que sofrem de asma aguda deveriam fazer o possível por mudar de trabalho. Com frequência, a exposição constante provoca asma mais grave e persistente.

Os tratamentos são os mesmos que se aplicam noutros tipos de asma. Os fármacos que abrem as vias aéreas (broncodiladores) podem administrar-se num inalador (por exemplo, o albuterol) ou em comprimidos (por exemplo, a teofilina). Para os ataques graves, podem tomar-se corticosteróides (como a prednisona) por via oral durante um período breve. Em tratamentos de longa duração, preferem-se os corticosteróides por inalação.










2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Após a apresentação dos argumentos propostos defende-se que o acidente do trabalho gera consequências de ordem material para o trabalhador, todavia a avaliação dos prejuízos sofridos pelo obreiro deve ir além da esfera material, recaindo também sobre as consequências sociais que este passou a sofrer após a ocorrência do acidente.

O trabalho conclui que a organização do ambiente laboral, bem como o acesso aos meios de protecção e prevenção de doenças deverão ser observados por ambos, empregados e empregadores, sendo deste a responsabilidade por danos oriundos de infortúnios laborais, quando não observadas às determinações legais para a garantia de um meio ambiente do trabalho seguro e sadio.




3.    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ALGRANTI, E., CAPITANI, E.M., & BAGATIN, E. - Sistema Respiratório. In: MENDES R. (Ed.) Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro, 1995. p. 89-137.

ATLAS - Segurança e Medicina do Trabalho. 43a ed. São Paulo, Atlas, 1999. 630p.

ILO – Encyclopaedia of Occupational Health and Safety. 4th ed. Geneva. ILO, 1998.

LEVY, B.S.& WEGMAN, D.H. (Eds.) - Occupational Health – Recognizing and Preventing Work-Related Disease. 4rd ed. New York, Little, Brown and Co., 2000.

MENDES, R. & CARNEIRO, A.P.S. - Doenças respiratórias ocupacionais. In: TARANTINO, A.B. (Ed.) - Doenças Pulmonares. 4a. ed. Rio de Janeiro, Guanabara-Koogan, 1997. p. 807-35.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO/ FUNDACENTRO. Leitura Radiológica das Pneumoconioses. São Paulo, Fundacentro, 1990.

REPÚBLICA DE ANGOLA, Regime Jurídico dos Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais, EAL, Edições de Angola, Luanda. 2012.

VIEIRA, S. I. Acidentes do trabalho e em serviço, doenças profissional e do trabalho. Florianópolis, 1997.


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