terça-feira, 16 de agosto de 2016

INFLUÊNCIA GENÉTICA DO COMPORTAMENTO - By Vieira Miguel Manuel

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE INTEGRAÇÃO NACIONAL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA


        






ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA





INFLUÊNCIA GENÉTICA DO COMPORTAMENTO



















LUANDA
2016
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE INTEGRAÇÃO NACIONAL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA





ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA




INFLUÊNCIA GENÉTICA DO COMPORTAMENTO




INTEGRANTES

       Osvaldo Faustino Paulino Faria
       Sahara Francisco Inácio João


Grupo nº: 04
Sala: 19
Turma: PGM
Período: Manhã
Ano:



Trabalho de pesquisa bibliográfica apresentado ao curso de Pedagogia na disciplina de Anatomia e Fisiologia Humana como requisito parcial para obtenção de notas.


Orientadora:






LUANDA
2016




Agradecemos em primeiro lugar a Deus que nos deu vida e saúde e fez com que a realização deste trabalho fosse uma realidade, em segundo lugar aos nossos pais, esposas e esposos e em geral a todas as pessoas que têm directa ou indirectamente nos apoiado.





 A genética comportamental é uma das crescentes áreas da biologia que tem causado impacto, mudanças sociais e uma nova óptica no entendimento de diversos comportamentos. Outra área da biologia que vem tratando do comportamento dos indivíduos que vivem em sociedade com a primazia genética como o parâmetro evolutivo decisivo para o comportamento é a Sociobiologia. O objectivo deste trabalho foi abordar a idéias e propostas no que tange a Genética do Comportamento. Para abordagem deste tema foram realizadas buscas de artigos em bases electrónicas, livros, e revistas científicas. Os principais comportamentos em destaque neste estudo foram os relacionados ao alcoolismo, fidelidade conjugal, homossexualismo e suicídio. A importância da abordagem deste tema é devido às semelhanças nos estudos comportamentais por essas áreas, porém elas são distintas ao justificar certas acções, sendo uma temática polémica e confusa.

Palavras-chave: Genética. Evolução. Comportamento humano.








A genética é considerada uma ciência multi e interdisciplinar. Dentro de uma análise histórico-evolutiva, conhecer seus avanços torna-se preponderante para uma visão valorativa das etapas e descobertas. Em uma perspectiva científica compreender sua influência em certos campos do saber já é uma obrigação, mesmo para aqueles que discordam se é que existe, perante a necessidade da sua actuação.

Uma das crescentes áreas da genética é a relacionada ao comportamento, que visa compreender os mecanismos genéticos e neurobiológicos envolvidos em diversos comportamentos, tanto animal quanto o de seres humanos. Nosso material genético é incrivelmente complexo assim como em inúmeras vezes complexas são as atitudes humanas. Em razão disso, os estudos genéticos que visem o entendimento comportamental requer atenção especial, e cuidado às suas afirmativas.

Outra área que aborda certos hábitos sociais admitindo a possibilidade de encontrar a resposta na biologia humana (genética), é a sociobiologia que estuda o comportamento animal de vertebrados e invertebrados, como abelhas, formigas, seres humanos etc. E afirma que os seres são regidos por uma lei comum que orienta os comportamentos dos seres que vivem em sociedade (MORRIS, 1975; SILVA, 1993).






É o conjunto dos genes que caracterizam a uma espécie. O genoma é responsável de que um ser humano seja diferente de um cão, ou de uma bactéria. O genoma dirige o desenvolvimento humano desde a fase do óvulo fecundado até a vida adulta. A cada célula do corpo contém o genoma completo: a diferença entre umas e outras células deve-se a que uns genes estão activos e outros não.


Elemento de uma célula, unidade básica da herança, particularmente visível no núcleo da mesma no momento da divisão celular. A cada cromossomo está formado por uma única macromolécula de DNA associado a proteínas.

Constam fundamentalmente de DNA e proteínas do tipo histonas e contêm os genes, isto é, a informação genética que rege o desenvolvimento, o funcionamento e a reprodução dos seres vivos individuais. Todas as células de uma espécie animal e vegetal têm um número fixo de cromossomos, por exemplo, no ser humano são 46, excepto as reprodutoras (gametos) que têm a metade.

As anomalias no número de cromossomos, provocadas por defeitos de herança, podem dar local a doenças genéticas, como o mongolismo.


É um fragmento da fibra de DNA, uma sessão característica de um cromossomo que contém as instruções para fabricar uma proteína específica. Entre o 2% e o 3% dos biliões de pares de bases são genes, as instruções activas codificadas para fazer as proteínas que se precisam para construir: tecidos, ossos, músculos e todas as células humanas. As proteínas são a expressão da mensagem genética e delas depende a totalidade dos caracteres de um ser vivo.

O gene está formado por correntes de nucleótidos, a cada um dos quais consta de uma molécula de ácido fosfórico, uma base nitrogenada (adenina, guanina, citosina ou timina) e um açúcar (pentosa).

Grupos de três letras formam aminoácidos, vinte diferentes blocos de construção usados em uma ordem de combinações para produzir proteínas (como a keratina do cabelo e a hemoglobina do sangue). Um gene codifica a síntese de uma proteína, a cada um de cujos aminoácidos fica codificado por uma sequência de três bases nitrogenadas, telefonema triplete.








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Códigos especiais assinalam o princípio e o final de cada gene. A cada um dos caracteres do ser humano (a cor do cabelo ou dos olhos, a forma do esqueleto, a tendência à obesidade, a alergia ao pólen das flores) está determinado por um gene. Na maioria das espécies, os indivíduos herdam os genes de seus progenitores, o que significa que para a cada carácter possuem dois genes ou informadores, o do pai e o da mãe.

Quando estes genes, que se denominam alelos, são iguais, se diz que o indivíduo é de raça pura para um determinado carácter; quando os alelos são diferentes, se diz que o indivíduo é de raça híbrida.

Neste último caso, um dos genes alelos, chamado dominante, se manifesta e desloca ao outro, chamado recesivo.


É o material que forma os cromossomos e que governa o crescimento e a reprodução da célula. É um dos ácidos nucléicos mais importantes, responsável pela transmissão dos caracteres hereditários através da reprodução de quase todos os organismos vivos.


A base da Genética Moderna teve início com monge austríaco Gregor Mendel (1822-1884), que propôs baseados em seus próprios experimentos através de cruzamentos de variadas ervilhas que cultivava em seu próprio jardim do mosteiro, duas importantes leis da hereditariedade. Dentre uma das quais mostrou ser em geral para os organismos diplóides, porém seus estudos foram ignorados pela comunidade científica da época e somente foi valorizado 34 anos após sua publicação (GRIFFITHS et al., 2002).

O botânico holandês Hugo De Vries juntamente com Correns e Tschermak-Seysenegg, redescobriram as leis proposta por Mendel através de experimentos independentes, mas mantiveram os créditos ao monge. Por meio de seus experimentos realizados com ervilhas Mendel percebeu que existem factores específicos que são passados de progenitor a prole. Também observou que determinados factores ocorrem, em pares, onde os descendentes recebem um de cada genitor.

Muitos dos mistérios da hereditariedade passaram a ter significados. Características transmitidas de geração em geração são dominantes, outras características que surgem espontaneamente ou muitas das vezes pulam uma ou mais gerações podem ser consideradas recessivas (SNUSTAD & SIMMONS, 2001; GRIFFITHS et al., 2002; WATSON, 2005).

Em 1884, com a morte de Mendel, diversos cientistas usando melhores recursos ópticos para estudar a fundo a arquitectura celular mencionaram pela primeira vez o termo “cromossomos” para a descrição de finos corpos e compridos existentes no interior do núcleo da célula. Mas somente alguns anos mais tarde (por volta de 1902) associaram os estudos de Mendel com os cromossomos.

Ao estudar cromossomos de gafanhoto Walter Sutton percebeu a semelhança dos factores proposto por Mendel em seus emparelhamentos de ervilhas. O espermatozóide do gafanhoto possui apenas um conjunto de cromossomos não dois. Isso era idêntico ao que Mendel observara nas células espermáticas das ervilhas, que também só portava uma cópia dos factores. Estava claro que os factores de Mendel, agora denominados genes, tinham de estar nos cromossomos (SNUSTAD & SIMMONS, 2001).

Com a redescoberta dos estudos realizados por Mendel e os avanços científicos decorrentes de seus trabalhos surgiu o interesse nas implicações sociais da genética. Baseado na teoria da selecção natural de Darwin que afirma que a força é o verdadeiro estopim para determinar o destino de todas as variações genéticas na natureza, os homens já na sua antiguidade passaram a aplicar esse mesmo raciocínio aos seres humanos, perceberam que as classes menos favorecidas estavam se reproduzindo mais do que a classes respeitadas, logo os genes considerados “ruins” estariam aumentando gradativamente na população humana.

Francis Galton, baseando-se no livro A origem das espécies de seu primo Darwin, iniciou a verdadeira cruzada social e genética, em 1883 dando origem ao movimento conhecido por Eugenia. Galton introduziu o termo eugenia para descrever a aplicação a seres humanos. Com os anos a eugenia passou a ser vista de outra forma, passou a denominar a “evolução humana controlada” onde seus seguidores acreditavam que tomando decisões conscientes de quem deveria ou não ter filhos, seriam capazes de impedir a reprodução das famílias pertencentes às classes inferiores onde as taxas de reprodução dessas classes eram caracteristicamente maiores do que das classes médias superiores (WATSON, 2005).

Com a descoberta do Ácido Desoxirribonucleico (DNA), considerando o ponto central de informações sobre os seres humanos, tivemos enormes avanços na ciência, inclusive na cura e melhor conhecimento de algumas doenças. Tal descoberta se deu no ano de 1953, pela equipe médica formada pelos Dr. Francis Crick, James Watson e Maurice Wilkins da Universidade de Cambridge. Deste momento histórico até então, passamos a conviver com a evolução, quase que diária, da medicina biogenética, a qual se pauta em critérios de ética visando a oferecer melhores condições de vida para inúmeras pessoas, com o mapeamento desse material genético humano (LEÃO, 2009).


O conceito básico e clássico para a compreensão de gene é uma região funcional do DNA contidos nos cromossomos, cujo papel é codificar proteínas e que controla característica hereditária (GRIFFTHS et al., 2002). Contudo, nem sempre um carácter hereditário é determinado por um único gene, pois, podemos tê-lo determinado por um conjunto de genes agrupados, os supergenes. Também um efeito fenotípico determinado por um gene pode ser modificado por outros genes situados em outros loci, o que é conhecido como epistase; ou ainda um gene pode afectar mais de um carácter (efeito pleiotrópico).

Quando se trata de comportamento não é um único gene que determina as acções e sim a influência de vários genes (interacção génica), no entanto as experiências individuais e factores ambientais são capazes de modular os genes.

É comum ouvirmos nas conversas principalmente entre familiares o seguinte: “esse menino é inteligente como pai; essa menina tem um génio forte igual da avó”, porém até onde os genes influenciam no comportamento? Será que nossas atitudes são programadas antes de nascermos?

Conforme Brunoni (2009), o papel dos genes na formação do nosso sistema nervoso central é preponderante, mas não absoluto quando se trata de desenvolvimento mental. Outros factores entram em interacção, como os ambientais, os educativos e os socioculturais.

Mas as repostas para essas e outras perguntas tem provocado debates e reflexões, especialmente quando há divulgação das pesquisas que relacionam a pré-disposição genética e o comportamento humano.

Um exemplo de pesquisa tendenciosa por conduzir a ambiguidade de pensamentos, porém mais relativa a “destino” genético, foi realizada por Buss (1994), que chegou a conclusão que há uma forte tendência genética masculina na infidelidade conjugal, o que poderia justificar a inevitabilidade para essa atitude.

A genética do comportamento não pode ser confundida com determinismo genético, ou seja, certos comportamentos são preditos e inevitáveis apesar da capacidade cognitiva do indivíduo; a sua “natureza” poderá conduzir a contrariedade das suas vontades.

Interessantemente a dualidade entre “natureza” e “capacidade racional”, foi tratada há alguns séculos pelo apóstolo cristão Paulo que diz “Porque nem mesmo compreendo o meu modo próprio de agir, pois não faço o que prefiro e sim o que detesto... Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Romanos 7:15,24). Em outra parte do livro sagrado dos cristãos, a bíblia (Jeremias 17:9) diz “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”. Para os cristãos a crença em Deus ajuda a controlar certas atitudes ou uma mudança total de hábito.

No entanto, há aqueles que não possuem essas crenças, são em livros, na maioria deles de auto-ajuda que procuram entender o seu “eu”. Em casos mais complexos, às vezes, por questões de incómodo pessoal e familiar, há procura e a necessidade da actuação do profissional, psicólogo e psicoterapeuta.

Há vários comportamentos que são intrigantes desafios para o entendimento como: anorexia, ortoroxia, transtorno bipolar, entre outros. Na questão psicológica e genética o homossexualismo talvez seja o mais polémico, principalmente pelas controvérsias religiosas, culturais e científicas. Ainda mais que no presente século (XXI) a dita opção sexual é sempre motivo de grandes debates, principalmente quando abordados em programas televisivos ou de rádio, há sempre grande audiência quando o tema está em destaque.

Segundo Heilig (2008), o álcool promove seus efeitos utilizando a rede neural que tem receptores naturais para o ópio, pois produzimos naturalmente substâncias semelhantes ao ópio, chamadas endorfinas, onde as mesmas estão relacionadas aos eventos de prazer. O álcool vicia porque estimula essa rede, e através dessa ligação foi possível descobrir uma substância, o Naltrexone, que bloqueia essa rede e torna a bebida pouco prazerosa, porém quando utilizado no tratamento para alcoolismo o efeito terapêutico dessa substância ocorreu apenas em alguns pacientes, logo a chave para essa resposta individual ao medicamento é a genética.

No entanto, não é vicioso lembrar, por mais que a genética possua o objectivo da herança biológica, transmissão dos caracteres morfológicos, fisiológicos e até comportamentais para gerações seguintes e mantendo-se como ciência multidisciplinar, merece destacar que apesar da inevitável influência dos genes, não se pode considerar como factor determinante para o comportamento (excepção as mutações cromossómicas, especialmente numéricas), pois o código genético não é um controlador ou programador de nosso comportamento. Sabe-se que as experiências individuais e socioculturais contribuem na formação pessoal.





A sociobiologia acredita que o indivíduo que está inserido em uma sociedade possui a capacidade de aumentar sua sobrevivência e reprodução como já acontece desde os primórdios e cada vez mais se evolui.

Fundada pelo Biólogo Edward Wilson na década de 70 nos Estados Unidos sua especialidade era o comportamento de insectos sociais, mas no lançamento do seu livro, Sociobiology: The New Synthesis”, base da sua teoria, ele abordou todo o comportamento animal (HICKMAN et al., 2004).

Edward Wilson, actualmente professor da Haward, foi influenciado por vários pesquisadores dentre eles o trabalho de Konred Lonrenz na década de 30 do século XX, por suas pesquisas no campo dos estudos do comportamento animal, a entologia (SILVA, 1993).

Na época do lançamento das idéias de Wilson, seu maior opositor era o brilhante biólogo Lewontim que se considerava Marxista (WALLACE, 1985). Após sua declaração, partindo da premissa comum entre os geneticistas comportamentais que trabalhavam com os animais, menos com os seres humanos, onde os genes influenciavam directamente o comportamento, Wilson provocou ataques surpreendentes.

“Os detractores argumentavam que, se nosso comportamento é geneticamente controlado em qualquer grau, então nos falta liberdade de escolha precisamente naquele mesmo grau. Se nossa liberdade é limitada, nós somos, por definição, imutáveis em certa medida; segue-se que a sociedade humana não pode ser muito alterada por programas culturais ou pela mudança social. E, se isso é verdade, onde vai ficar a ideologia marxista, com seus esquemas de moldagem social, sua crença na “perfectibilidade” do homem, sua presunção de que a melhora da sociedade é dependente de uma mudança fundamental do indivíduo?” (WALLACE, 1985).

Os defensores da sociobilogia consideravam que ela seria o fruto da colisão espectacular de quatro ciências, a Etologia, a Teoria Sintética (neodarwinismo), Genética e a Ecologia (CHRISTEN, 1979). Segundo Silva (1993), diz que a sociobiologia tem como perspectiva básica de que existam leis comuns orientando o comportamento do ser humano e de outros animais.

Um dos argumentos determinista genético da sociobiologia, por exemplo, é a questão da protecção materna dos animais. Boa parte das fêmeas não protege seus filhos motivados pelo amor, pois não possuem capacidade cognitiva, e sim há uma protecção instintiva. Para os sociobiólogos da mesma forma são os seres humanos com a capacidade racional os pais não amam os seus filhos e sim os genes contidos neles (WALLACE, 1975; SILVA, 1993).

A interpretação da Sociobiologia sobre organização social do ser humano, não é diferente ao de outros grupos que vivem em sociedade. A análise precisamente coloca-se como se tudo fosse muito óbvio, o que é incorrecto. Ao mesmo tempo a sociobiologia admite que os factores ambientais influenciem na dinâmica do comportamento das espécies. Vários trabalhos são publicados anualmente no “Sociobiology”, pela universidade Estadual da Califórnia (SOCIOBIOLOGY, 2010).

A homossexualidade é explicada em razão, que os primeiros pais no passado não aceitavam, pois reduziriam o processo reprodutivo de seus descendentes, portanto, era contra a norma reprodutiva e foi rotulado como indesejável (WALLACE, 1985; SILVA, 1993).

Até mesmo a questão de estética questiona-se: a preocupação de estar bem arrumado é para se sentir bem, ou para causar atracção para o sexo oposto? O cérebro humano, conforme a teoria da evolução que é a base da sociobiologia, cresceu sob a pressão da selecção natural, então, opiniões estéticas e morais podem ter sua origem neste mecanismo adaptativo. Portanto, os argumentos sociobiologistas explicam que tudo o que fazemos é por questões reprodutivas, que são determinadas geneticamente (HICKMAN et al., 2004).

Apesar do descrédito, e o possível desconhecimento das idéias sociobiologistas de algumas comunidades académicas, a sociobiologia tem os seus seguidores, ainda que sejam seguidores inconscientes.


O cérebro funciona de forma orquestrada, ou seja, certos processos funcionam de forma independente, como na orquestra, porém o resultado depende do conjunto de funcionamento.

Nosso sistema nervoso é dividido em Sistema nervoso central (SNC) engloba o encéfalo e medula espinhal, e Sistema nervoso periférico (SNP), nervos e glânglios (BRANDÃO, 2008).

O sistema nervoso é a base para a nossa capacidade de perceber, adaptar-nos e interagir com o mundo ao nosso redor. É o meio pela qual recebemos, processamos e, então, respondemos á informação oriunda do ambiente (STERBERG, 2000).


A Psicologia sempre esteve dividida em dois grandes campos para explicar a personalidade do homem: a hereditariedade e o meio ambiente.

Temos os olhos verdes da nossa mãe, e as sardas do nosso pai, mas onde fomos buscar o talento para cantar? Aprendemos através dos nossos progenitores ou foi pré-determinado pelos nossos genes? Embora seja claro que as características físicas são hereditárias, as águas genéticas tornam-se um pouco mais turvas quando se trata de um comportamento individual, inteligência e personalidade. Em última instância, o velho argumento da natureza versus genética nunca foi realmente ganho. Nós ainda não sabemos quanto do que somos é determinado pelo nosso DNA e quanto pela nossa experiência de vida, mas sabemos que ambos desempenham um papel.


Podemos definir Hereditariedade, portanto, como o somatório de todas as características contidas no núcleo das células gaméticas, transmitidas a um indivíduo durante a fecundação. Podendo os descendentes ocultar ou manifestar as características herdadas, inscritas no material genético, mais precisamente pela expressão génica dos cromossomos (molécula portadora dos caracteres biológicos de um ser vivo ou até mesmo um vírus).

Quando não expressa a característica, não significa dizer que foi apagado do genoma (conjunto de cromossomos de uma espécie), típico da população, ou seja, um indivíduo portador de um genótipo qualquer, mesmo tendo seu gene inactivo, transmite aos seus descendentes um fenótipo que ficou escondido na geração parental.


O meio social – família, grupos e cultura a que se pertence – desempenha um papel determinante na construção da personalidade. A personalidade forma-se num processo interactivo com os sistemas de vida que a envolvem: a família, a escola, o grupo de pares, o trabalho, a comunidade…

Uma personalidade é marcada por todo o processo de socialização em que a família, sobretudo nos primeiros anos, assume um papel muito importante, pelas características e qualidade das relações existentes e pelos estilos educativos.

Na actualidade, embora não se ignore a existência da influência genética, os defensores da teoria da educação acreditam que, em última análise, a mesma isolada não tem grande relevância – que os nossos aspectos comportamentais têm apenas origem a factores ambientais de nossa educação. Estudos sobre o comportamento infantil realçam a importância da influência do meio ambiente.


Há quem defenda que o nosso desenvolvimento é influenciado sobretudo pelo meio, ou principalmente pela hereditariedade. Porém, a hereditariedade não pode exprimir-se sem um meio apropriado, assim como o meio não tem qualquer efeito sem o potencial genético.

A forma como nos comportamos nasceu connosco, ou terá sido desenvolvida ao longo do tempo em resposta às nossas experiências?

Pesquisadores envolvidos em ambas as teorias (hereditariedade vs meio) concordam que a ligação entre um gene e o comportamento não é o mesmo que “causa e efeito”. Enquanto um gene pode aumentar a probabilidade de nos comportarmos de uma maneira particular, não faz as pessoas actuarem, o que significa que continuamos a ter de escolher quem vamos ser quando crescermos.

Por tudo isto, podemos afirmar que a hereditariedade e o meio interagem, determinando o desenvolvimento orgânico, psicomotor, a linguagem, a inteligência, a afectividade, etc.









O ser humano tem a liberdade para pensar criticar e decidir, mesmo assim, pode torna-se preso às suas teorias ou teorias de outros reduzindo sua liberdade. Ainda acreditando que esteja livre, ou seja, por mais aparente o seu estado racional coloca-se na escravidão das idéias. Manter o equilíbrio é o grande desafio, pois em quase em tudo há contradições. Avançamos consideravelmente nas pesquisas comportamentais em seus aspectos psicológicos, genéticos, neurológicos e sociais, todavia a liberdade de pensar e as variáveis mudanças sejam elas físicas, sociais, entre outras, trazem constantes novidades e sempre trará.

A genética do comportamento, como vimos, busca compreender os mecanismos genéticos e neurobiológicos que participam significativamente do comportamento animal e do homem. No entanto, deixa claro que ela não é o destino, pois, mostra a importância de factores ambientais.

É importante ressaltar que ciência não é uma pessoa jurídica que tem um representante respondendo por ela. Muito pelo contrário, a visão em único tema é abrangente, onde vários autores argumentam. O que comanda é o grau de coerência nas pesquisas. Vale ainda lembrar que em cada época, há uma realidade. Aquilo que possivelmente hoje é considerado como “certo” no meio científico, futuramente poderá ser deixado de lado.

Diante do exposto, apesar da contrariedade de idéias, sabemos que divergências fazem parte do nosso quotidiano principalmente na ciência. O interessante delas é a sua contribuição para a não estagnação há mediocridade de pesquisa, “forçando” o contínuo aprofundamento técnico e filosófico, e de maneira especial para o avanço nas pesquisas no tema abordado neste trabalho.






A BIBLIA SAGRADA. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. 2 ed. Barueri – SP. Romanos 7:15-24, Jeremias 17:9. 1999.

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