quarta-feira, 7 de setembro de 2016

INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA BIOESTATÍSTICA - 2ª Versão - Enfermagem - by Vieira Miguel Manuel

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE INTEGRAÇÃO NACIONAL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM


        




BIOESTATÍSTICA




INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA BIOESTATÍSTICA





MARIANA JÚLIA M. ZUNZA










LUANDA
2016
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE INTEGRAÇÃO NACIONAL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM





BIOESTATÍSTICA




INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA BIOESTATÍSTICA





MARIANA JÚLIA M. ZUNZA





Trabalho de pesquisa bibliográfica apresentado ao Curso de Enfermagem na disciplina de Bioestatística como requisito parcial para obtenção de notas.


Orientador: Arlindo de Almeida






LUANDA
2016
SUMÁRIO












O advento da Medicina Baseada em Evidências determinou novos padrões e exigências, o que marcou uma importante mudança na prática médica. A obtenção de conhecimento deixou de ser baseada apenas na sempre importante, mas limitada, experiência clínica, para ser adquirida por meio de metodologia científica. Esta envolve, de forma fundamental, o emprego de análise estatística. Com isso, o conhecimento em bioestatística é habilidade fundamental para se realizar, avaliar ou interpretar adequadamente um trabalho científico. Entretanto, tal área representa um campo de dificuldades e preconceitos para o médico. Neste trabalho, abordamos a história da bioestatística.




Desde séculos o homem tem, muitas vezes, tomado notas de coisas e de pessoas, não com o único fim de acumular números, mas com a esperança de utilizar os dados do passado para a resolução de problemas do presente assim como para a previsão de acontecimentos futuros. No entanto, o sucesso quanto a este objectivo só foi possível em data muito recente: só no final do século XIX e, sobretudo, no princípio do século XX é que, com a aplicação de probabilidades aos problemas sobre a interpretação dos dados recolhidos, foi possível resolver alguns deles.









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A Estatística conquistou, hoje, o seu lugar entre as ciências. O poder do seu método é, sobretudo, afirmado nas últimas décadas e aplica-se, agora, nos domínios mais variados. Até aqui, só um pequeno número de pessoas se preocupou com estudos estatísticos, quer pela natureza das suas investigações, quer por causa da sua utilidade para as diferentes profissões. O valor e a importância do método estatístico residem no esforço para melhor compreender o nosso mundo, tão maravilhosamente complexo, tanto no ponto de vista físico como social, levam-nos a sonhar que ele se torne objecto de um conhecimento como as outras ciências. A vida corrente leva-nos a decisões para passar do conhecido ao desconhecido, da experiência à previsão.


Para algumas pessoas, a Estatística não é senão um quadro de colunas mais ou menos longas de números que dizem respeito à população, à indústria ou ao comércio, como se vê frequentemente em revistas; para outras, ela dá gráficos mostrando a variação no tempo de um facto económico ou social, a produção ou os números relativos aos negócios de uma empresa, assim como se encontra nos escritórios de empresas privadas.

Tão diferenciados se apresentam os métodos estatísticos que não é possível estabelecer uma definição que os contenha a todos. Apesar disso, apresentamos a seguir uma definição que, embora necessariamente incompleta como qualquer outra, tem a vantagem de introduzir o aluno na matéria.

A Estatística tem como finalidade elaborar de uma síntese numérica que evidencie o que de mais generalizado e significativo exista num conjunto numeroso de observações.

O grande número de observações de que se parte reflecte uma diversidade tal que se torna ininteligível a sua interpretação. Para que, a partir dessa diversidade se possa começar a entender logo, torna-se necessário reduzir sucessivamente as observações, ganhando-se em generalidade o que se vai perdendo em individualidade.

A síntese implica, assim, que nos desprendamos do que é particular e individual para nos atermos ao que existe de mais geral no conjunto das observações; à medida que a síntese progride, vai-se perdendo o contacto com as particularidades imediatas.

Deste modo, a Estatística não se ocupa do que é excepcional, mas apenas do que é geral: não se interessa pelo indivíduo, mas por grupos de indivíduos; não se ocupa, em suma, de uma só medição, mas de um conjunto de medições.

Acrescente-se, ainda, que a síntese é numérica. Quer isto dizer que se prescinde inteiramente das palavras e dos recursos literários de mais ou menos efeito que elas possibilitam. Alcança-se a síntese pelo recurso exclusivo dos números.

Daí o afã com que frequentemente se escolhem os números de acordo com os argumentos. A Estatística é intrinsecamente uma disciplina não literária, manipula exclusivamente números e alcança a síntese ordenando-os e cooperando com eles.
“Estatística”, deriva de “status” que em latim significa Estado, e que só por si demonstra a ligação que sempre existiu entre ambos;

O primeiro levantamento estatístico remonta a 3050 a.C., no Egipto, tendo como objectivo informar o estado sobre recursos humanos e económicos.
No séc. XVII d.C., a disciplina de Estatística era já leccionada nas universidades alemãs, continuando com a finalidade de descrever as populações e as riquezas do Estado.

Ainda no séc. XVII, dá-se a expansão dos seus campos de investigação a áreas como:

       Saúde pública;
       Indústria;
       Comércio;
       Estudos Demográficos.

Os métodos de inferência estatística surgem com Jonh Graunt (16201674), um modesto comerciante, que tira conclusões válidas sobre uma população desconhecida por ele.

Fermat (16011665) e Pascal (16231662) permitem que o estudo do acaso tome uma expressão matemática, introduzindo o Cálculo das Probabilidades.

O Cálculo das Probabilidades e o aparecimento do Método dos mínimos quadrados, vêm credibilizar a Estatística conferindo-lhe a fundamentação matemática em que ela assenta hoje.

No séc. XVIII Lambert Quetelet (17961874) introduziu a Estatística em áreas como:

       Meteorologia;
       Antropometria;
       Ciências Sociais;
       Economia;
       Biologia.

Francis Galton (18221911), apresenta noções de regressão e correlação;

Karl Pearson (18571936) apresenta a mais bela e acabada teoria de Estatística, ficando também conhecido pelos seus coeficientes;

Fisher e os seus trabalhos sobre inferência Estatística deram também um grande contributo ao desenvolvimento da Estatística.

Em 1943, dá-se uma grande reviravolta, uma vez que o tratamento de dados deixa de ser feito manualmente e passa a ser computadorizado.

Método Estatístico:

       “Técnica usada para obter, analisar e apresentar dados numéricos”;
       “Método científico cuja finalidade é o estudo das propriedades numéricas dos conjuntos dos factos”.

O Método Estatístico, segundo a teoria de Cramer, pressupõe as seguintes fases:

       Recolha de dados estatísticos: obtenção da amostra a partir da população, devendo depurar e rectificar os dados estatísticos, que no seu conjunto são denominados série estatística.
       Descrição: conjunto de operações, numéricas ou gráficas, efectuadas sobre os dados estatísticos determinando a sua distribuição; procede-se à sua ordenação, codificação e representação por meio de quadros e tabelas.
       Análise: consiste em tirar conclusões sobre a distribuição da população, determinar o seu grau de confiança e ainda formular hipóteses, tentando verificá-las, quanto ao fenómeno em estudo.
       Predição: é uma previsão do comportamento do fenómeno em estudo, tendo em conta a definição da distribuição estatística.








Com base no exposto, posso concluir que a bioestatística é a aplicação da estatística ao campo biológico e médico. Ela é essencial ao planeamento, colecta, avaliação e interpretação de todos os dados obtidos em pesquisa na área biológica e médica. É fundamental à epidemiologia, à ecologia, à psicologia social e à medicina baseada em evidência.







BUSSAB, W.e MORETI'IN, P. A. Estatística Básica. São Paulo: Saraiva. 2002.

DAWSON, B., TRAPP, R.G. Bioestatística básica e clínica. Rio de Janeiro, McGraw, 3 ed. 1994.

VIEIRA, S. Elementos de Estatística, São Paulo, Atlas, 5 ed. 2003.


VIEIRA, S. E HOSSNE, W. S. Metodologia cientifica para a área de saúde. São Paulo, Rio de Janeiro, Campus-Elsevier, 2007.

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