sexta-feira, 16 de março de 2018

IMPACTO DOS MICROPROCESSADORES NA SOCIEDADE - Trabalho Completo


UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS







TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO




IMPACTO DOS MICROPROCESSADORES NA SOCIEDADE







ROSANA DANIELA CHILEMO VIEIRA






Turma: D
Curso: Gestão e Administração de Empresas
Ano Académico: 1º


O Docente

_____________________
Rui M. S. Dominguês







LUANDA
2018



Desde a sua criação em 1981 pela IBM, o computador pessoal ou simplesmente IBM-PC, passou por grandes modificações e aperfeiçoamentos constantes. Hoje fica difícil imaginar como viveríamos se fossemos privados do seu uso. Este trabalho, foi digitado em um notebook e nem ouso imaginar se tivesse que fazê-lo, usando uma máquina de escrever.

Eles estão presentes em todos os lugares: nas escolas, empresas, bancos, supermercados, consultórios médicos, lojas e principalmente em nossas casas.

Dentro do computador, instalado em uma placa electrónica, chamada de placa-mãe, temos o principal responsável por tudo o que os computadores são capazes de realizar: o microprocessador, ou simplesmente processador.

Vamos estudar aqui no presente trabalho, um pouco da história e evolução dessas fantásticas maravilhas da electrónica, e destacar o impacto na sociedade dos vários dispositivos electrónicos que funcionam à base dos microprocessadores.




O microprocessador, popularmente chamado de processador é um circuito integrado que realiza as funções de cálculo e tomada de decisão de um computador. Todos os computadores e equipamentos electrónicos baseiam-se nele para executar suas funções.

O microprocessador moderno é um circuito integrado formado por uma camada chamada de mesa epitaxial de silício, trabalhada de modo a formar um cristal de extrema pureza, laminada até uma espessura mínima com grande precisão, depois cuidadosamente mascarada por um processo fotográfico e dopada pela exposição a altas temperaturas em fornos que contêm misturas gasosas de impurezas. Este processo é repetido tantas vezes quanto necessário à formação da micro-arquitetura do componente.

Responsável pela execução das instruções num sistema, o microprocessador, escolhido entre os disponíveis no mercado, determina, em certa medida a capacidade de processamento do computador e também o conjunto primário de instruções que ele compreende. O sistema operativo é construído sobre este conjunto. O próprio microprocessador subdivide-se em várias unidades, trabalhando em altas frequências.

A ALU (Aritmetic and Logical Unit), unidade responsável pelos cálculos aritméticos e lógicos e os registadores são parte integrante do microprocessador na família x86, por exemplo. Embora seja a essência do computador, o microprocessador diferente do micro-controlador, está longe de ser um computador completo. Para que possa interagir com o utilizador precisa de: memória, dispositivos de entrada/saída, um clock, controladores e conversores de sinais, entre outros. Cada um desses circuitos de apoio interage de modo peculiar com os programas e, dessa forma, ajuda a moldar o funcionamento do computador.


O microprocessador, também conhecido como CPU, é peça fundamental dos microcomputadores e computadores actuais. E não estamos falando apenas dos famosos computadores pessoais ou PCs. Celulares, video games, smartphones, tablets: todos esses dispositivos precisam de microprocessadores para funcionar. Esse componente tão vital é responsável por carregar e realizar as operações aritméticas e lógicas que os programas de computador fazem uso. Portanto, nada funciona sem um microprocessador.


As pesquisas no desenvolvimento e utilização de novos materiais deram origem aos transístores, que acabaram por substituir as válvulas na electrónica. O primeiro transístor, foi criado e desenvolvido em 1948, nos laboratórios da Bell Telephone, Estados Unidos da América, por John Bardeen, Walter Houser Brattain e William Bradford Shockley, que acabaram recebendo prémio Nobel de Física em 1956 pela descoberta. Os materiais utilizados foram o silício e o germânio.


Um único transístor autónomo é chamado de componente discreto. Durante a década de 50 e início dos anos 60, os equipamentos electrónico eram compostos basicamente por esses componentes – transístores, resistores, capacitores e assim por diante. Eram produzidos separadamente, encapsulados em seus próprios receptáculos e soldados ou ligados através de fios a placas de circuitos (técnica chamada de wire-up) que eram então instalados nos computadores e outros equipamentos electrónicos. Quando um equipamento electrónico necessitava de um transístor, um pequeno tubo de metal com uma pequena peça de silício do tamanho da cabeça de um alfinete tinha que ser soldado a uma placa de circuito.


A primeira aplicação da tecnologia de circuito integrado na construção de computadores, foi no desenvolvimento do microprocessador (com implementação de unidade de controle e da unidade lógica e aritmética).

Os microprocessadores, também chamados de processadores ou simplesmente CPU (Central Processing Unit) ou ainda em português, UCP (Unidade Central de Processamento), são circuitos integrados passíveis de serem programados para executar uma tarefa predefinida, basicamente manipulando e processando dados. Resumidamente, o papel do microprocessador é somente um: pegar dados, processar esses dados conforme programação prévia e desenvolver o resultado. De onde vêm tais dados e para onde vai o resultado é, para ele, indiferente.

O primeiro microprocessador comercial do mundo, foi desenvolvido pela empresa Intel em 1971, a partir de um pedido da empresa japonesa Busicom para ser utilizado em uma calculadora portátil. Nessa época, os dispositivos electrónicos, possuíam chips separados para controlo do teclado, display e demais funções. Este novo produto, possuía todas essas características incorporadas em um único chip e foi baptizado de Intel 4004.

É considerado o primeiro microprocessador construído no mundo. Actualmente, a maioria dos sistemas electrónicos são microprocessados, isto é possuem um microprocessador internamente: fornos de microondas, televisões de LCD, DVD players, MP3 players, dispositivos de injecção electrónica de combustíveis para motores, lavadoras de pratos, máquinas de lavar roupas, aparelhos de CD, videogames, etc.



Impossível falar de microprocessadores sem mencionar a empresa Intel. Foi fundada em 1968 por Gordon Moore, Robert Noyce e Andy Grove com a intenção de actuar no sector de electrónica integrada. O nome Intel vem do termo em inglês integrated eletronic (electrónica integrada). Seus primeiros produtos foram dispositivos de memória semicondutora. A empresa ficou conhecida por inventar uma nova tecnologia, com o desenvolvimento do primeiro microprocessador comercial, o 4004 em 1971. Apesar do sucesso e popularidade do produto, a Intel ainda era uma empresa pequena na época. A projecção mundial veio no final da década de 70, com os processadores da família 8080, que equipavam os computadores pessoais IBM e seus “clones”. Com o sucesso, a empresa passa a focar o mercado de microprocessadores, tornando-se o maior fabricante mundial.


Fundada em 1969, a AMD, em seu começo, chegou a produzi chips sobe encomenda para a própria Intel, desenvolvendo posteriormente seus próprios produtos. Para ganhar popularidade no mercado, praticamente monopolizado pela Intel, a AMD ofereceu inicialmente produtos de baixo custo, o que acabou se tornando a sua própria referência. Em 1982, a AMD lançou no mercado um dos seus primeiros processadores, o 286A. Este vinha nas velocidades de 12Mhz e 16Mhz, e não representava um grande avanço tecnológico, porém tinha alguns recursos muito interessantes.

Um deles era o emulador SEM, que possibilitava ao programa sair do modo de protecção, coisa que o intel 286 não podia fazer. Sediada em Sunnyvale, Califórnia, hoje a AMD é fornecedora mundial de circuitos integrados para os mercados de computadores pessoais e de rede, bem como para o mercado de comunicação, com fábricas nos Estados Unidos, Euopa, Japão e Ásia e principal concorrente da Intel no mercado de microprocessadores.. Tanto a Intel como a AMD possuem uma história bem parecida em relação ao desenvolvimento tecnológico de seus produtos.


A história da IBM dispensa comentários. Vamos comentar aqui, e mesmo assim brevemente, apenas o processador PowerPC.

O processador PowerPC foi criado através da união das empresas Apple, IBM e Motorola no início dos anos 90. O objectivo era criar um processador RISC para ser utilizado nos computadores da Apple (Macintosh). Seu primeiro modelo, o PowerPC 601, equipou o Apple PowerMac 6100, lançado em 1994. Embora a Apple tenha abandonado este mercado e aderido à arquitectura x86 (Intel), os processadores PowerPC ainda estão presentes em consoles de videogame (Xbox 360 da Microsoft e o NintendoWii). Esta arquitectura também está presente no microprocessador Cell, que equipa o famoso videogame da Sony, o PlayStation 3, que foi projectado em parceria com a Toshiba e IBM.


A Texas Instruments (ou simplesmente TI) é uma empresa americana que actua na área de semicondutores, especialmente no mercado de processadores de sinais digitais, conversores analógico-digital e digital-analógico, microcontroladores. A Texas está sediada em Dallas, no estado do Texas e desde 1930 até hoje, é responsável por muitas inovações tecnológicas que incluem os primeiros transístores de silício comerciais, o primeiro circuito integrado (junto com a Fairchild Semiconductor) e a primeira máquina calculadora de bolso.

Em 1987, produz o primeiro microprocessador a 32 bits que incorpora inteligência artificial e um ano depois faz a demonstração do primeiro transístor quântico. Actualmente, a Texas actua principalmente na produção de processadores de sinal digital (DSP) e dispositivos analógicos.

Os DSPs e os semicondutores analógicos potenciam uma vasta gama de dispositivos de comunicações desde telefones celulares aos acessos de alta velocidade em banda larga passando pelos leitores de música descarregada da Internet e pelas câmaras digitais de vídeo e fotografia. A empresa é líder mundial em processamento de sinal digital e em tecnologias analógicas e produz actualmente processadores com arquitectura AMR.


A Motorola foi fundada em 1928 por Paul Wault Galvin e está sediada Schaumburg, Illinois, subúrbio de Chicago.

A empresa foi responsável pela fabricação dos processadores utilizados no primeiros computadores Macintosh, o modelo Motorola 68000. De tecnologia CISC – 32 bits, foi desenvolvido no início dos anos 80. Também foi utilizado em diversos videogames, entre as décadas de 80 e 90, tais como o Sega Mega Drive, Sega Mega-CD e o Neo-Geo Seus principais produtos actualmente, são os telefones celulares, rádios de comunicação, aparelhos para conexão à Internet e TV a cabo e sistemas de comunicação para segurança pública e privada.



Em 1965, Gordon Moore, um dos fundadores da Intel, observou que o número de transístores que podiam ser impressos em uma única pastilha (chip), dobrava a cada ano e previu que esse crescimento continuaria no futuro. Essa observação ficou conhecida como Lei de Moore.

Nos anos 70, a taxa de crescimento recuou, com a duplicação acontecendo a cada período de 12 meses.

Moore baseou sua previsão no rápido desenvolvimento da indústria desde a criação do circuito integrado.

Vale ressaltar entretanto, que Moore não se referia a Intel como catalisadora deste estrondoso crescimento. Na época, a Intel ainda era uma empresa de pequenas proporções, e não havia como prever com certeza se a mesma continuaria a evoluir no mesmo ritmo.


·         O custo de uma pastilha permaneceu praticamente o mesmo ao longo do período de rápido crescimento da sua densidade;
·         Aumento da velocidade de operação dos processadores, pois devido a proximidade dos componentes, há redução do caminho eléctrico;
·         O computador ficou bem menor, tornando-se mais compacto e passível de ser utilizado em diversos ambientes;
·         Redução do consumo eléctrico e da necessidade de resfriamento eléctrico;
·         Com um número maior de circuitos em cada pastilha, o número de conexões entre pastilhas é muito menor.


Sistemas embarcados, são dispositivos em que o microprocessador está “embutido” no sistema que ele controla. Esses microprocessadores são comummente chamados de embarcados.

O termo embarcado, foi criado para diferenciar os processadores que estão em celulares, videogames, carros, geladeiras, daqueles estão nos computadores pessoais. Ou seja, sistemas embarcados possuem basicamente os mesmos componentes de computador pessoal, a diferença é que enquanto um computador é capaz de realizar diversas tarefas, um sistema embarcado é projectado para um fim específico. Analogamente, um microprocessador embarcado, é dedicado também a um fim específico.

Podemos dizer que no ambiente doméstico, os microprocessadores que antes eram restritos aos computado pessoais, agora estão presentes nos mais diversos aparelhos, tais como televisores, smartphones, geladeiras, carros máquinas de lavar, tablets, videogames e outros.

Vamos conhecer alguns desses dispositivos e seus microprocessadores:


Smartphone, do inglês telefone “inteligente” , são celulares com recursos avançados tais como telas sensíveis ao toque, câmeras fotográficas de alta definição e GPS. São capazes de rodar aplicativos e como os computadores também possuem sistemas operacionais e microprocessadores para controlar todos esses recursos.


Um tablet é um dispositivo pessoal em forma de prancheta, ou a grosso modo, um pequeno computador em forma de prancheta. Suas principais utilidades são: leitura de livros, revistas, jornais, visualização de fotos e vídeos, executar jogos e navegar na internet.


Os tocadores de música, também precisam de um microprocessador para funcionar. Na figura abaixo vemos em destaque, o processador do iPod Nano.


Como foi dito anteriormente, sendo as tecnologias de informação hoje uma combinação de processamento electrónico de dados e telecomunicações, é importante ressaltar a necessidade do conhecimento nessas duas áreas para o desenvolvimento, assimilação e utilização das mesmas. A palavra tecnologia, convém lembrar, tem um componente cada vez mais crescente de conhecimento, como já foi visto em Barreto (1994). Maia et al (1991) descreve um fluxo em que o conhecimento, ao mesmo tempo que possibilita a produção científica e tecnológica, capacita para a assimilação e o desenvolvimento de novas tecnologias.


É inegável que as tecnologias de informação exigem mais especialização e melhor capacitação do indivíduo, modificando sua forma de educação e, via de consequência, tanto sua habilitação para ingresso no mercado de trabalho como seu desempenho na realização do mesmo, propiciando-lhe assim, maior vantagem competitiva.

Vale registar, contudo, a observação de Palmquist (1992, p. 5) em uma análise exaustiva da literatura onde o autor mostra que," para cada argumento de que tecnologias de informação contribuem para maior prosperidade, há um contra-argumento de que podem escravizar o indivíduo e degradar a qualidade de vida".

Destacam-se dessa análise as questões relacionadas com a qualidade e a produtividade das tarefas realizadas, as quais podem apresentar uma relação estreita com a utilização dessas tecnologias. Neste sentido, os aspectos a serem apresentados para reflexão neste trabalho estão relacionados com:


A utilização de novas tecnologias de informação (computadores com as mais diversificadas configurações, vídeos, hipertextos ou quaisquer outras tecnologias) na condução da formação do indivíduo, além de fornecer melhores oportunidades de conhecimento especializado (exigem habilidade na sua utilização) tendem a responder de maneira satisfatória às necessidades de acesso rápido e diversificado à informação requerida para essa formação.

O indivíduo que tem oportunidade de ter acesso aos recursos das novas tecnologias de informação na sua formação tem maiores chances de que essa formação seja mais bem realizada. Levando-se em conta a dinâmica do mercado de trabalho hoje, em função das inovações tecnológicas, deve-se ter em mente a necessidade de que a educação acompanhe esses fenómenos.

Uma carreira profissional dura em torno de 30 a 35 anos. No ritmo em que a pesquisa avança actualmente, isso significa que a pessoa passará por quatro a cinco revoluções tecnológicas. Cada uma significará uma chance de a pessoa se tornar obsoleta para o mercado de trabalho.

Portanto, o processo de aprendizado tem de ser contínuo" Giannasi (1995) enfatiza que o enfoque deve ser sobre as necessidades do homem, quando acrescenta, citando Silva apud Araújo (1991), que o grande desafio não será a tecnologia, mas o aprimoramento do próprio ser humano, como um pré-requisito para que a tecnologia possa continuar a se desenvolver sem ameaçar a qualidade de vida do homem e a segurança da humanidade".


O domínio na utilização das tecnologias de informação tem sido crescentemente considerado como requisito para melhores oportunidades de trabalho. Verifica-se, nas tendências recentes do mercado de trabalho, a necessidade cada vez maior de conhecimento a respeito das mais diversificadas tecnologias de informação para um melhor desempenho das tarefas executadas nos diversos campos de trabalho e em qualquer sector da economia.

Segundo Suaiden (1990), entretanto, as modernas tecnologias de informação tomarão ainda mais crítica a situação dos trabalhadores com relação à diminuição de vagas disponíveis e a exigência de alta qualificação para os postos de trabalho mais seguros.

Sobre essa questão, Palmquist {op. cit, p. 13) comenta que Peter Drucker documentou a evolução do mundo dos negócios, a partir da Segunda Guerra Mundial como de um ambiente baseado na indústria para um baseado no conhecimento, demonstrando, no entanto, que os operários, por terem alcançado espectaculares avanços nos primeiros 75 anos do século, tornaram-se o problema social do actual ambiente altamente qualificado e tecnológico.

A constatação de Drucker apud Palmquist (1992) revela um momento em que o mercado não parece estar absorvendo esses trabalhadores, tal como afirma Suaiden (1990).


As sociedades mais desenvolvidas no mundo hoje são chamadas sociedades da informação, em função de sua actividade económica ser fortemente baseada na produção do sector informacional, composto do que se convencionou chamar indústrias de informação. Fazem parte dessas indústrias as actividades centradas e intensivas em conhecimento científico e tecnológico.

Um dos indicadores mais fortemente relacionados a essas sociedades é a inovação tecnológica, cujas aplicações a quase totalidade dos fenómenos constituem a questão-chave na discussão de questões relacionadas com o impacto das tecnologias na sociedade. Afinal, é esse impacto que tem transformado o status das nações neste final de século: o desenvolvimento científico e tecnológico é que tem sido a principal medida de seu desenvolvimento.

De acordo com Williams apud Webster (1994), nessas sociedades a economia reflecte o crescimento resultante dos avanços tecnológicos. Webster discute visões antagónicas a respeito do assunto e comenta que respeitados e sérios pesquisadores têm considerado que as tecnologias de informação representam o estabelecimento de uma nova época, a era da informação, que deve amadurecer no início do próximo século.

A análise das questões concernentes à sociedade da informação é polémica e complexa. Webster chega a questionar se há, de fato, uma definição aceitável dessas sociedades. O que se quer ressaltar, no entanto, é o fato de que a maioria dos autores centra a discussão na análise de indicadores económicos.

Entretanto, as questões sociais constituem um aspecto importante que merece especial atenção dos estudiosos do assunto. Inglehart apud Palmquist (1992) com base na análise de resultados de pesquisas sobre 12 países europeus mais uma pesquisa em nível mundial, conclui que o crescimento económico tem sido substituído pela melhor qualidade de vida, como principal meta dos indivíduos.

De modo geral, as áreas consideradas para análise de indicadores sociais em um país são: educação, saúde, emprego, habitação, saneamento básico, expectativa de vida, bem-estar social e qualidade de vida. Os dois últimos podem ser vistos como um somatório dos primeiros e constituem o objectivo último do desenvolvimento em um país.

Estão, sem dúvida alguma, intimamente relacionados com o maior e melhor uso de informação científica e tecnológica, a qual, por sua vez, depende da utilização efetiva de tecnologias de informação apropriadas ao perfil das necessidades da sociedade, valendo ressaltar que os impactos dessas tecnologias de informação na sociedade têm aspectos positivos e negativos.


As tecnologias de informação, se utilizadas de forma efectiva, podem contribuir para a melhoria na qualidade da educação, considerando-se que a utilização dos recursos oferecidos por essa tecnologia proporciona uma formação mais completa, fazendo com que a vantagem competitiva de uma sociedade mais bem-educada seja verificada sobre aquelas com dificuldades no acesso rápido ao conhecimento gerado e sua utilização.

A transformação rápida do conhecimento registado por um produtor/gerador em conhecimento adquirido por um receptor usuário desse conhecimento, no intuito de suprir suas necessidades cognitivas, depende basicamente, hoje, da utilização de novas tecnologias de informação.

Um dos aspectos ao qual se deve dar maior atenção, contudo, é a questão das disparidades causadas pela posse e uso de tecnologias de informação na educação. Tais disparidades entre os países que dominam os recursos tecnológicos (computadores, telefones, televisão, serviços especializados prestados por bibliotecas, entre outros) e os que não podem fazê-lo tendem a se expandir, na mesma medida das disparidades económicas. Daí a necessidade de que sejam adoptadas medidas e tomadas decisões que possam minimizar tal tendência.


Sobre bem-estar social, a contribuição ou impacto das tecnologias de informação parece evidente: quanto melhores e mais diversificadas as tecnologias de informação na sociedade, maior a incorporação de conhecimento científico e tecnológico nos bens e serviços gerados no sector produtivo dessa sociedade e utilizados por ela.

De acordo com Menou (1984), a incorporação crescente de conhecimento no valor dos bens e serviços melhora a qualidade desses bens e, consequentemente, a competitividade das nações no mercado internacional. Maia et ai (1991), baseadas na análise feita por Menou, propõem um processo cíclico em que: informação gera conhecimento; este possibilita a produção científica e tecnológica que, por sua vez, modifica a geração de bens e serviços, os quais são incorporados ao mercado internacional; a internacionalização dos bens e serviços com forte componente de ciência e tecnologia proporciona maiores investimentos, os quais, se reutilizados ou incorporados ao sector de informações permitem recomeçar o processo.

Em suma: a melhor qualidade dos bens e serviços resultante da utilização de novas tecnologias de informação pode ser igual a melhor qualidade de vida dos usuários desses bens e serviços e a maiores investimentos por parte da sociedade; maiores investimentos podem ser iguais a melhor qualidade de bens e serviços, que podem ser iguais a melhor qualidade de vida e assim por diante. Pesquisadores citados por Palmquist revelam que várias tecnologias usadas em casa aliviam tarefas penosas e geram tempo adicional de lazer, tornando a vida doméstica mais fácil, eficiente e segura.

Estudos sobre a utilização de tecnologias de informação em diferentes comunidades revelam pouco consenso sobre diferenças por elas provocadas na vida diária das pessoas: optimistas consideram que ajudam a criar relações sociais e dar assistência a membros isolados da sociedade; pessimistas consideram que removem o indivíduo do conhecimento pessoal do meio ambiente, criando mais isolamento. Palmquist chama atenção para o fato de que claramente as tecnologias de informação contribuem para uma vida melhor em família, a despeito de não aliviarem o stress e levarem as crianças a experimentar situações próprias de adultos, prejudicando seu entendimento sobre comportamentos e papéis aceitáveis.










A indústria de tecnologia, tem crescido de forma vertiginosa, desde o tempo em que Gordon Moore proferiu a famosa Lei que leva o seu nome. Passados mais de 40 anos, a velocidade dos microprocessadores continua a crescer e a quantidade de transístores impressos nos chips segue adiante sem parar.

Actualmente, a duplicação da densidade de transístores não dobra a cada ano, mas sim a cada período de aproximadamente dezoito meses. É certo que o fim da Lei de Moore se aproxima, mas é muito difícil prever quando e como isso vai acontecer, ou seja, não temos como atrelar um prazo de validade a ela. As empresas de alta tecnologia como a Intel e outras, de forma surpreendente, encontram novas formas de trabalhar e lidar com problemas que inicialmente insuperáveis.

É muito provável que o poder de processamento dos microprocessadores vai continuar a crescer por um longo tempo, seja em função das consequências da Lei de Moore ou pela adopção de novas tecnologias. A própria Intel tem realizado pesquisas com processadores 3D, ou seja, circuitos tridimensionais empilhados um em cima do outro e o processador quântico também pode vir a se tornar realidade. Essas e outras tecnologias, podem vir a ser o futuro da arquitectura de microprocessadores e da computação. Problemas acabam sendo superados e o que parecia impossível hoje, amanhã pode ser completamente realizado.

Quanto ao impacto, os tempos modernos impõem a utilização generalizada de novas tecnologias de informação nos mais diversos sectores da sociedade. Fazem assim com que indivíduos de diferentes níveis socioeconómicos e culturais convivam com um grande número de modernos produtos que o desenvolvimento científico e tecnológico coloca à disposição dos mesmos. No entanto, as tecnologias de informação geram diversidades e mudanças na sociedade, provocando diferentes impactos e exigindo uma nova postura por parte dos indivíduos diante dos novos cenários então vivenciados.



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