quarta-feira, 17 de junho de 2015

INVESTIMENTO E POUPANÇA - Trabalho elaborado e organizado por Vieira Miguel Manuel

ÍNDICE






 





Neste trabalho abordaremos o tema “Poupança e Investimento”. Nos dias de crise económica em que vivemos, com certeza a maior parte de população mundial já não consegue poupar muito dinheiro, pois o nível de vida e o respectivo poder de compra estão cada vez mais diminutos o que faz escassar o poder de poupança e investimento. Será também explicada a importante relação económica da poupança e do investimento e de como são cruciais para o desenvolvimento produtivo.





Existem alguns termos tantas vezes utilizados num mesmo contexto ou até mesmo erroneamente citados como sinônimos que achamos que possuem o mesmo significado. Um exemplo muito comum é tributo e imposto. Não são raras as vezes que lemos artigos de pessoas muito influentes (Nova CPMF: você vai pagar calado?, do Marcelo Tas) confundindo esses conceitos.

Imposto é apenas uma das cinco espécies de tributos, composto ainda por taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições sociais.

De uma forma bem simples, economizar é fazer um esforço para sobrar algum dinheiro no final do mês, poupar é não gastá-lo e investir é pegar esse dinheiro poupado e aplicá-lo financeiramente.

Por existir confusão entre esses termos, muita gente pensa que poupança é investimento. E não é! O objetivo é justamente explicar a diferença entre poupança e investimento e mostrar a importância de cada uma dessas entidades.


Poupar é acumular valores no presente para utilizá-los no futuro, o que geralmente envolve mudança de hábitos, pois requer uma redução nos gastos pessoais e familiares. Reduzir despesas pode significar desde simples cuidados para evitar o desperdício até o esforço, por vezes árduo, no sentido de conter gastos.

Além disso, poupar exige a avaliação objetiva das despesas, a fixação de metas e, principalmente, muita persistência, a fim de manter-se economizando pelo tempo necessário até que sejam alcançados os objetivos que motivaram a poupança.


Investir é empregar o dinheiro poupado em aplicações que rendam juros ou outra forma de remuneração ou correção. O investimento é tão importante quanto a poupança, pois todo o esforço de cortar gastos pode ser desperdiçado quando mal investido.

Ainda que a maioria das pessoas esteja acostumada a pesquisar e comparar preços de bens e serviços, isso nem sempre acontece quando o objetivo é escolher serviços financeiros. Quando se trata de finanças, tendemos confiar mais na opinião de amigos e familiares do que em conselhos de profissionais especializados.

Isso se deve, em parte, à escassez de informações sobre as características dos investimentos, mas também ao fato de que há opções demais a considerar e comparar. Quando se tem muitas alternativas, a tendência é simplificar o processo de decisão, apoiando-se em opiniões e dicas nem sempre técnicas.




É comum o investidor prestar mais atenção à promessa de rentabilidade do que às chances de perda do que foi aplicado. Mas acredite: não há investimento sem risco!

Vejamos, por exemplo, um imóvel. Mesmo quando utilizado como moradia, tem todas as características de um investimento e, portanto, está sujeito a riscos. Apesar do imóvel poder ser vendido, permitindo a recuperação do valor investido, seu preço está sujeito às altas e baixas do mercado e, dependendo do momento da venda, pode não ser fácil encontrar alguém disposto a pagar o preço desejado.

Além disso, em caso de emergência, pode ser necessário vender a um valor mais baixo do que o considerado justo. Sendo assim, há pelo menos dois riscos principais: o de não conseguir vender o imóvel no momento desejado e o de não conseguir recuperar o valor investido.

Porém, apesar de ser fácil percebermos, pelo exemplo acima, que o risco faz parte do negócio de investir, ainda assim, quem investe bem pode atingir mais rápido seus objetivos, além de poder alcançá-los com menor esforço.

Poupar e investir são duas atitudes relacionadas. Sem poupança, é muito difícil acumular recursos para realizar investimentos. Por outro lado, um investimento inadequado ao perfil do investidor pode resultar em prejuízos e, assim, comprometer os recursos poupados.


A Poupança e o Investimento estão divididos em 3 áreas nomeadamente

·         A utilização do rendimento – o consumo e a poupança;
·         Os destinos da poupança – a importância do investimento;
·         O financiamento nas actividades económica.

       A utilização do rendimento é um dos factores fundamentais da economia. È a formação de capital e a sua aplicação que permitem que a economia funcione e não entre em colapso, até porque, se congelarmos todas as formas de rendimento e colocarmo-la em modo de repouso (poupança) estaríamos a impossibilitar o consumo e a parar a produção. Consequentemente, haveria desemprego e ainda menos rendimento para ser aplicado em bens de consumo fazendo com que o sistema produtivo deixa-se pura e simplesmente de existir.

Mas o que é o consumo e a poupança? O consumo é, um fenómeno social complexo, condicionado por múltiplos factores e, com influência sobre a vida humana e a do Planeta. Por consumo pode entender-se o acto de apropriação e/ou utilização (geralmente de carácter aquisitivo, implicando uma troca) de um determinado bem ou serviço, por parte de um ou mais indivíduos, com vista à satisfação de necessidades materiais ou não-materiais, ou, em termos mais latos, “qualquer actividade envolvendo a selecção, compra, uso, manutenção, reparação e destruição de qualquer produto ou serviço. A tentativa de explicar o consumo pode implicar o estudo da satisfação de necessidades ou desejos (desde a necessidade de comer e vestir à compensação de sentimentos de inferioridade, insegurança ou perda), da comunicação de distinções sociais, do reforço de padrões de superioridade e inferioridade entre indivíduos e grupos, assim como da expressão de estados de espírito ou de formas de comunicação interpessoal.

A poupança, nada é mais do que retirar parte do rendimento de circulação para uma posterior utilização, em períodos mais proveitosos para a pessoa ou empresa em questão. A poupança é a parte do rendimento disponível que não é consumida, a poupança é igual ao rendimento menos o consumo. O rendimento é o principal determinante do consumo, sendo que os indivíduos mais ricos tendem a poupar mais. Constitui um acto de renúncia a uma satisfação imediata, em prol de uma satisfação de consumo futuro.

       Factores determinantes da Poupança:
       Económico
       Rendimento disponível
       Psicológicos
       Incerteza quanto ao futuro
       Sociais / Culturais
       Publicidade;
       Incentivos ao consumo.

No decurso da actividade económica nem tudo aquilo que se produz é consumido na sua totalidade. Com efeito, é precisamente esta parcela do rendimento que não é consumida que constitui a poupança. A poupança dá origem à formação de capital desde que seja utilizada em investimento, pois é este que permite a manutenção do processo produtivo. A formação de capital fixo é crucial no crescimento e no desenvolvimento duma economia. Afinal, é esse capital fixo que aumenta e assegura a capacidade produtiva da economia. O investimento constitui o motor do desenvolvimento económico e depende em grande da poupança realizada pelo país. Hoje em dia, um dos grandes problemas das economias do Terceiro Mundo, reside precisamente na dificuldade que estas têm em realizar poupanças, devido aos seus baixos rendimentos.

Algumas das formas de possíveis destinos das poupanças são:

Entesouramento: Foi durante muito tempo uma forma muito utilizada, principalmente pelas populações rurais, de lidar com as suas poupanças. Trata-se de guardar a moeda não utilizada em casa para fazer face a eventuais futuras despesas. Ainda hoje, algumas famílias, normalmente de fracas possibilidades (mas que, apesar disso, conseguem efectuar algumas poupanças), guardam dinheiro em casa por desconfiarem dos bancos ou para sentirem o dinheiro mais próximo de si, pronto para qualquer eventualidade. No entanto, como facilmente podemos calcular, esta forma de poupança comporta riscos relacionados com a falta de segurança das habitações e possibilidade de assaltos.

Depósitos: É uma das formas muito utilizada actualmente por praticamente todas as classes sociais e que consiste na colocação das poupanças em depósitos à ordem ou a prazo nas instituições bancárias.

Investimentos: É a forma de utilização das poupanças que consiste na compra de bens de produção. É o caso da aplicação das poupanças na compra de um edifício para instalação de uma empresa, ou na compra de um novo sistema informático, ou ainda na compra de nova máquina para essa empresa. Em todos estes exemplos, a poupança está a ser utilizada para comprar bens que, por terem como finalidade a actividade produtiva, vão servir para gerar novos rendimentos.


Alguns exemplos de investimentos são:

Investimento material - É o conjunto de despesas destinadas à aquisição de bens de produção físicos, tais como máquinas e edifícios.

Investimento imaterial - Ou seja, aquele que é efectuado em bens imateriais. Assim, quando uma empresa compra um programa informático, quando lança uma campanha publicitária ou quando, através de acções deformação, aposta na melhoria da qualificação dos seus trabalhadores, essa empresa não está a comprar bens materiais, mas nem por isso deixa de estar a investir.

Investimento financeiro - É aquele que resulta da venda de acções, ou outros títulos, para as empresas poderem aumentar a sua capacidade de produção. O investimento desempenha um papel determinante no desenvolvimento da actividade económica de um país, traduzindo-se no aumento dos rendimentos a repartir.


O investimento pode desempenhar várias funções:

Investimento de substituição: É constituído pelas despesas efectuadas em bens de produção que têm como objectivo substituir o material danificado ou já gasto (quando se compra uma nova máquina para substituir uma outra já avariada).

Investimento de inovação: Quando o investimento é aplicado na compra de novas tecnologias, por forma a melhorar e modernizar o processo de produção.

Investimento em aumento da capacidade produtiva: Quando as compras se destinam a aumentar a capacidade produtiva da empresa (a compra de um edifício para nele instalar uma nova unidade de produção, por forma a aumentar a produção).

Apesar de classificarmos o investimento desta três formas possíveis, isso não significa que cada uma destas categorias de investimento seja perfeitamente distinta das outras. Assim, um investimento pode ser simultaneamente de inovação e de aumento de capacidade produtiva. A compra de uma máquina inovadora, em termos tecnológicos, acaba, frequentemente, por permitir também um aumento da produção. A verificação deste facto mostra-nos a importância da inovação no aumento da capacidade de produção de um país. Ao longo dos tempos, a Humanidade evoluiu devido à sua capacidade de inovar.







É muito importante compreender a diferença entre poupança e investimento e a importância de cada um deles, pois dificilmente atingiremos nossos objectivos financeiros sem utilizarmos ambos os conceitos.

Assim, o fogo, a roda, muito mais tarde, a máquina a vapor (que impulsionou a Revolução Industrial) e, actualmente, um sem número de inovações, nomeadamente as que estão ligadas às novas tecnologias de informação, fazem parte de uma lista de inventos que, em virtude de terem sido postos em prática, revolucionaram a vida das sociedades. Dito isto, podemos facilmente concluir da importância do investimento em inovação tecnológica tanto ao nível das empresas como ao nível do país. No entanto, a inovação tecnológica não surge por acaso mas sim como fruto da investigação, seja ela realizada de forma isolada, como aconteceu ao longo dos séculos ou como acontece, actualmente, através de equipas de investigadores que trabalham nas empresas, nos laboratórios ou nas universidades.







KEYNES, John Maynard, A distinção entre poupança e investimento, Tamás Szmercsányi, org. ([1930] 1978), Keynes.

MENEZES, Caldeira. Princípios da Gestão Financeira. 10ª Edição. Editorial Presença ano 2001

Copeland, Tom E., 1946- e Antikarov, Vladimir, "Opções Reais, Um novo paradigma para reinventar a avaliação de investimentos", traduzido por Maria José Cyhlar, Rio de Janeiro: Campus, 2002

BARRACHO, Carlos. Lições de psicologia Económica. Lisboa: Instituto Piaget, 2001.

CEBOLA, António (2011). Projectos de Investimento de Pequenas e Médias Empresas : Elaboração e Análise. Lisboa : Edições Sílabo.

LEAL, Ana Catarina Pereira Mendes (2007). A diplomacia económica em Portugal no século XXI : que papel no investimento directo português no exterior? (Negócios estrangeiros n.º 11).





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