quarta-feira, 22 de julho de 2015

CONCEPÇÃO - Trabalho de Psicologia por Vieira Miguel Manuel

ÍNDICE














 





Neste trabalho discutiremos as abordagens inatista e ambientalista que fazem parte de diferentes concepções de desenvolvimento do homem e do modo que ele chega a “conhecer”. Tais abordagens, como em qualquer estudo científico, dependem da visão de mundo existente em uma determinada situação histórica e caminham conforme a realidade. E depois de analisamos as posições inatista e ambientalista, especialmente da forma que foram vividas e incorporadas, discutiremos a concepção interacionista, buscando não apenas elucidar equívocos, como também propor uma nova posição em função de uma amplitude maior no que diz respeito às contribuições que trará à atuação do professor em sala de aula.


Vemos que existem diferentes concepções de crianças e de adolescentes que se fazem distintas a partir de diferentes pontos de vista teóricos e que acabam por contribuir para formar múltiplos conceitos desses grupos referidos. Assim, é importante que pensemos melhor sobre quais são e como se construíram as diferentes concepções de infância e de adolescência na nossa sociedade, pois, o comportamento humano pode se modificar em função da observação de como agem outras pessoas que acabam se tornando modelos a serem copiados. Quando tais comportamentos são reforçados, a tendência será a de imitação e quando são punidos, tende-se a evitá-los.


O trabalho está estruturado por uma capa, índice, introdução, 8 páginas de desenvolvimento, conclusão e bibliografia, o trabalho como um todo, está estruturado por 11 páginas.


Behaviorismo

Também conhecido como comportamentalismo, é uma área da psicologia, que tem  o comportamento como objeto de estudo.

Cognitivo

Em Psicologia cognitivo significa: aquele que faz referência aos mecanismos mentais presentes na percepção, no pensamento, na memória e na resolução de problemas.


Empregou-se pesquisa essencialmente bibliográfica, em meio impresso e digital, pela consulta a livros e sites, sobre a concepção no âmbito da psicologia.






Os cientistas e os filósofos criaram abordagens denominadas inatistas que valorizam os fatores endógenos e as abordagens ambientalistas que dão atenção especial à ação do meio e da cultura sobre a conduta humana.

A visão de desenvolvimento enquanto processo de apropriação pelo homem da experiência histórico-social é relativamente recente. Durante longos anos, o papel da interação de fatores internos e externos no desenvolvimento não era destacado. Enfatizava-se ora os primeiros, ora os segundos. (DAVIS, 1994, p.26)

O inatismo e o ambientalismo são teorias psicológicas formuladas acerca da constituição do psiquismo humano. Elas vêm revelar diferentes concepções das dimensões biológicas e culturais do indivíduo assim como a forma que ele aprende, se desenvolve e as possibilidades de ação na educação.


A abordagem Inatista traz a concepção de que a prática pedagógica não advém de circunstâncias contextualizadas, ela baseia-se nas capacidades básicas do ser humano. Ou seja, a personalidade, a forma de pensar, seus hábitos, seus valores, as reações emocionais e o comportamento são inatos, isto é, nascem com o indivíduo e seu destino já vem pré-determinado.

Os eventos que ocorrem após o nascimento não são essenciais ou importantes para o desenvolvimento.

Segundo Rousseau, a natureza, dizem-nos, é apenas o hábito. Que significa isso? Não há hábitos que só se adquirem pela força e não sufocam nunca a natureza? É o caso, por exemplo, do hábito das plantas, cuja direção vertical se perturba. Em se lhe devolvendo a liberdade, a planta conserva a inclinação que a obrigam a tomar; mas a seiva não muda, com isto, sua direção primitiva; e se a planta continuar a vegetar, seu prolongamento voltará a ser vertical. O mesmo acontece com os homens.

Nesta teoria, a prática escolar não importa e nem desafia o aluno, já que está restrito àquilo que o educando já conquistou. O desenvolvimento biológico é que é determinante para a aprendizagem. O processo de ensinar e aprender só pode acontecer à medida que o educando estiver maduro para aprender. A educação terá o papel de aprimorar o educando.

Na concepção inatista, a prática pedagógica não tem origem contextualizada, daí a ênfase no conceito de educando em geral. Os postulados inatistas justificam práticas pedagógicas espontaneístas, do reforço das características inatas, onde o sucesso escolar está no educando e não na escola.





A abordagem ambientalista, também chamada de behaviorista ou comportamentalista, privilegia a experiência como fonte do conhecimento e formação de hábitos, atribuindo um grande poder ao ambiente no desenvolvimento e na constituição das características humanas. Preocupa-se em explicar o comportamento humano através da observação, descartando a análise de aspectos da conduta humana como raciocínio, desejos, fantasias, sentimentos, entre outros.

Destaca e valoriza a importância de medir, testar, comparar, experimentar e controlar o comportamento do educando e sua aprendizagem. O homem é concebido como um ser plástico, que desenvolve suas características em função das condições presentes no meio em que se encontra.

Esta concepção é inspirada no empirismo, que é uma corrente filosófica, que enfatiza a experiência sensorial objetiva e neutra no conhecimento da realidade humana. Watson e Pavlov trouxeram grande contribuição ao pensamento comportamentalista, mas a criação da teoria e dos princípios foi de responsabilidade do americano Burruhs Skinner, o grande defensor da posição ambientalista. Ele se propõe a construir uma ciência do comportamento. O ambiente para ele é muito mais importante do que a maturação biológica. São os estímulos presentes numa dada situação que levam ao aparecimento de um determinado comportamento.

Tais estímulos controlam o comportamento fazendo com que aumente ou diminua a frequência com que ele aparece, ou faz com que ele desapareça ou só apareça em situações consideradas adequadas ou ainda, faz com que o comportamento se refine e aprimore, etc. Daí o motivo pelo qual se atribui à concepção ambientalista uma visão do indivíduo enquanto ser extremamente reativo à ação do meio.

Mudanças no comportamento podem ser provocadas de diversas maneiras. As consequências positivas provocam um aumento na frequência com que o comportamento aparece e são chamadas de reforçamento. Já as consequências negativas levam a uma diminuição na frequência com que certos comportamentos ocorrem, recebem o nome de punição.

Por exemplo, se após arrumar os seus brinquedos (comportamento), a criança ouvir elogios de sua professora (consequência positiva) ela procurará deixar os brinquedos arrumados mais frequentemente, porque associa os comportamentos. Mas, se cada vez que um garoto jogar uma bola (comportamento) e quebrar o vidro da janela e for obrigado a pagar por ela (consequência negativa), tomará mais cuidado ao jogá-la novamente.

Já quando há um comportamento inadequado e é desejável que ele seja eliminado do repertório de comportamentos de uma pessoa, usa-se a extinção, onde é imprescindível quebrar a ligação que se estabeleceu entre o comportamento indesejável e algumas consequências do mesmo, sendo necessário que seja retirado do ambiente as consequências que o mantém. Por exemplo, quando uma criança faz bagunça na sala de aula, chamando a atenção da professora, mas esta mostrasse indiferente ao comportamento da criança, provavelmente a criança parará de fazer bagunça. Este comportamento será extinto por ter deixado de promover o aparecimento de determinadas consequências, no caso, a atenção da professora.

O comportamento humano pode se modificar em função da observação de como agem outras pessoas que acabam se tornando modelos a serem copiados. Quando tais comportamentos são reforçados, a tendência será a de imitação e quando são punidos, tende-se a evitá-los.

Na visão ambientalista, a atenção de uma pessoa é função das aprendizagens que realizou ao longo de sua vida em contato com estímulos reforçadores ou punitivos relativos aos seus comportamentos anteriores. O comportamento é sempre o resultado de associações estabelecidas entre algo que provoca (um estímulo antecedente) e algo que o segue e o mantém (um estímulo consequente).

A generalização é o fenômeno que estabelece a associação de um comportamento a um determinado estímulo, que tende a reaparecer quando estiverem presentes estímulos semelhantes.

Por exemplo, na aquisição da linguagem pela criança, as palavras tornam-se a base para generalizações e, além da criança perceber semelhanças entre estímulos e a generalizar comportamentos, ela também aprende a discriminar estímulos a partir das suas diferenças.[1]

Portanto, na visão ambientalista, a aprendizagem pode ser entendida como o processo pelo qual o comportamento é modificado como resultado da experiência e para que ela ocorra é preciso que se considere a natureza dos estímulos presentes na situação, o tipo de resposta que se espera obter, o estado físico e psicológico do organismo e aquilo que resultará da própria aprendizagem como, mais conhecimentos, elogios, prestígio, notas altas, etc.

A ênfase da visão ambientalista está em proporcionar novas aprendizagens através da manipulação dos estímulos que vêm antes e depois do comportamento, fazendo-se necessário uma análise profunda da forma como os indivíduos atuam em seu ambiente, identificando os estímulos que provocam o aparecimento do comportamento e as consequências que o mantém.

Esta análise é chamada de análise funcional do comportamento. Em sala de aula, as teorias ambientalistas têm sua importância no planeamento de ensino, quando na organização das condições para que a aprendizagem ocorra, no esclarecimento dos objetivos instrucionais e operacionais, na sequência das atividades que levarão aos objetivos propostos e nos reforçadores que serão utilizados.

Nesta concepção, o papel do professor é valorizado, o que na abordagem inatista havia sido minimizado. O professor pode lançar mão de vários artifícios como elogios, notas, “pontos positivos” para entrega de lições ou até lições caprichadas, para reforçar positivamente os comportamentos esperados.

Por outro lado, há críticas quanto à concepção ambientalista, no sentido de não haver lugar para a criação de novos comportamentos, pelo excessivo diretivismo por parte do adulto (professor). Deixou-se de usar e valorizar situações onde a aprendizagem podia acontecer de forma espontânea, principalmente nos momentos onde a cooperação entre as crianças acontece, com o objetivo de alcançar um fim comum.

Enfim, a educação foi sendo entendida como tecnologia, deixando de lado a reflexão sobre a sua prática, exigindo do professor um profundo conhecimento dos fatores a serem considerados num planeamento de ensino, porém tal conhecimento ficava apenas no papel, ou seja, fazia-se a programação da aula como uma atividade meramente formal, colocando-se os projetos de aula num padrão determinado, esquecendo-se da atividade cognitiva de pesquisa ação das condições de aprendizagem.

A principal crítica que se faz à concepção ambientalista é quanto à concepção de homem como ser passivo face ao ambiente, no sentido de poder ser manipulado e controlado pela simples alteração das situações em que se encontram, não havendo espaço para a criação de novos comportamentos. Não há preocupação em explicar os processos através dos quais a criança raciocina e a forma como ela se apropria do conhecimento.


Segundo os interacionistas, o organismo e o meio exercem ações recíprocas, ou seja, um influencia o outro acarretando mudanças sobre o indivíduo. Eles discordam das teorias inatistas por desprezarem o papel do ambiente e das concepções ambientalistas por ignorarem fatores maturacionais.

É na interação da criança com o mundo físico e social que características deste mundo vão sendo conhecidas e assim ela poderá, através de sua ação sobre ele, ir construindo seus conhecimentos.

Portanto, a concepção interacionista de desenvolvimento acredita na idéia de interação entre o organismo e o meio, na qual resulta a aquisição de conhecimentos, como um processo construído pelo indivíduo que dura a vida toda.

As experiências anteriores servirão de base para novas construções de conhecimentos, que não serão adquiridos passivamente, mas sim graças às pressões do meio sobre o indivíduo e a relação que o mesmo estabelece com o ambiente numa determinada situação.

O bebê constrói suas características, ou seja, seu modo de agir, pensar, sentir e sua visão de mundo, através da interação com outras pessoas, adultos e crianças. Podemos destacar duas correntes teóricas que defendem a visão interacionista de desenvolvimento: a elaborada por Piaget e seus seguidores e a defendida por teóricos soviéticos, em especial por Vygotsky.

A seguir, serão analisadas estas duas correntes, onde serão apontadas suas semelhanças e suas diferenças.



Piaget (18961980), biólogo por formação, no entanto, teve antecedentes intelectuais no campo da filosofia, da psicologia, da matemática, da lógica e da física. Além da biologia, dedicou-se a pesquisar a gênese (nascimento) e a formação do conhecimento. Escreveu em seu livro Biologia e Conhecimento (1973:314) que, “a inteligência humana somente se desenvolve no indivíduo em função de interações sociais que são, em geral, demasiadamente negligenciadas”.

Tal afirmação pode nos causar estranheza, pois Piaget é criticado por “desprezar” o papel dos fatores sociais no desenvolvimento humano, o que seria injusto acreditarmos, pois na verdade, ele não se deteve longamente sobre a questão, situando as influências e determinações da interação social sobre o desenvolvimento da inteligência. As poucas referências que colocou sobre este assunto, são de suma importância, tanto para a sua teoria quanto para o tema em si.

Segundo Piaget:

“Se tomarmos a noção social nos diferentes sentidos do termo, isto é, englobando tanto as tendências hereditárias que nos levam à vida em comum e à imitação, como as relações “exteriores” (no sentido de Durkheim) dos indivíduos entre eles, não se pode negar que, desde o nascimento, o desenvolvimento intelectual é, simultaneamente, obra da sociedade e do indivíduo”. (PIAGET,1973, p.242)


Piaget considerou então que se estudasse profundamente a maneira pela qual as crianças constroem as noções fundamentais de conhecimento lógico, assim como as de tempo, espaço, objeto, causalidade, etc., poderia compreender a origem e evolução do conhecimento humano.

A princípio, Piaget trabalhou com Binet e Simon, psicólogos franceses que, em 1905, elaboraram um instrumento para medir a inteligência das crianças frequentadoras das escolas francesas – o teste de inteligência BinetSimon – que foi o primeiro teste destinado a “medir” a idade mental de um indivíduo.

Piaget passa a se interessar pelas respostas erradas das crianças nos testes, ressaltando que as crianças só erravam porque as respostas eram analisadas a partir do ponto de vista do adulto, ou seja, era preciso considerar que as respostas infantis tinham uma lógica própria e, portanto, não poderiam ser consideradas como erradas antes de serem analisadas segundo a idade da criança.

Mediante isto, Piaget concebeu então, que a criança possui uma lógica de funcionamento mental que difere qualitativamente da lógica do funcionamento mental do adulto.

A partir daí, Piaget passa a investigar como e através de quais mecanismos a lógica infantil se transforma em lógica adulta, ou seja, como a criança aprende, como o conhecimento progride dos aspectos mais inferiores aos mais complexos e rigorosos, iniciando por uma concepção de desenvolvimento envolvendo um processo contínuo de trocas entre o organismo e o meio ambiente.
Sempre pesquisando assuntos diversos, Piaget abriu um campo novo em seus estudos interdisciplinares, a Epistemologia Genética, que procura desvendar os processos fundamentais da formação do conhecimento, através da experimentação e da observação.

Assim: Epistemologia = saber, ciência, conhecimento
Gênese = início

A Epistemologia Genética elucidará em que condições se desenvolve a inteligência. Talvez o mais conhecido da obra de Piaget sejam as idéias sobre os estágios de desenvolvimento da inteligência, tendo como ponto central a epistemologia.


O Equilíbrio é a base da teoria de Piaget. Para ele, todo organismo vivo procura agir, mantendo um estado de equilíbrio ou adaptação com seu meio, no intuito de superar perturbações na relação que ele estabelece com esse meio. O processo constante e dinâmico da busca do organismo a um equilíbrio novo e superior é chamado de equilibração majorante.

Nos sistemas cognitivos, as reequilibrações podem levar a estados de equilíbrio considerados como estados de qualidade melhor que o anterior.

O equilíbrio cognitivo busca sempre estados mais complexos, que se caracterizam pela manutenção de uma ordem estrutural e funcional em um sistema aberto, nos quais a interação pode ser mais rica, realizando então uma criação de estruturas ao invés de sua destruição.

Equilibração é um fator essencial para o desenvolvimento cognitivo. Para uma melhor compreensão, devemos relacionar o termo a três fatores clássicos:

·         Ao que é inato, hereditário;
·         As influências do ambiente físico, a experiência externa;
·         A transmissão social, os efeitos de influências sociais.

Para Piaget, o desenvolvimento cognitivo do indivíduo ocorre através de constantes desequilíbrios e equilibrações. O surgimento de uma nova possibilidade orgânica no indivíduo ou alguma mudança que ocorra no meio ambiente, por pequena que seja, provoca a quebra do estado de repouso entre o organismo e o meio, causando um desequilíbrio.

Dois mecanismos entram em ação, na busca de um novo estado de equilíbrio: assimilação e acomodação.


O próprio Piaget define a assimilação como:

“...uma integração à estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação”. (PIAGET, 1996:13)

Assimilação é a compreensão do mundo pelo sujeito através de interpretações. Segundo nossas concepções, diante de qualquer situação nova, levantamos as hipóteses possíveis à sua interpretação, dentro do presente contexto de nossa inteligência. Todas as idéias, do sujeito e dos outros, tendem a ser explicadas, a princípio, pelo próprio sujeito segundo seus esquemas ou estruturas cognitivas construídas até então.

O sujeito está em constante assimilação, ou seja, quando o sujeito passa por novas experiências, vendo e ouvindo, tenta adaptar esses novos estímulos às estruturas cognitivas que já possui até aquele momento, ocorrendo a incorporação, o entendimento desta situação, sem necessariamente implicar modificação interior nas concepções de nossos esquemas cognitivos. O sujeito age apropriando-se do objeto de conhecimento, atribuindo-lhe significado próprio.

Segundo Wadsworth (1996), assimilação é o processo cognitivo pelo qual uma pessoa integra (classifica) um novo dado perceptual, motor ou conceitual às estruturas cognitivas prévias.

Piaget diz:

...pela assimilação, quando o sujeito age sobre o objeto este não é absorvido pelo objeto, mas o objeto é assimilado e compreendido como relativo às ações do sujeito... desde as coordenações mais elementares encontramos na assimilação uma espécie de esboço ou prefiguração do julgamento: o bebê que descobre que um objeto pode ser sugado, balançado ou puxado se orienta para uma linha ininterrupta de assimilação, que conduzem até as condutas superiores, que usa o físico quando assimila o calor ao movimento ou uma balança a um sistema de trabalhos virtuais. (PIAGET,1973:69)

Porém, quando o sujeito se depara com uma característica da experiência que contradiz suas hipóteses possíveis de interpretação, uma situação nova poderá provocar perturbações. Um exemplo poderia ser a criança, quando na fase silábica do processo de alfabetização, escreve pato com duas letras: PT e pede que alguém leia e lê-se: PT, ou até, depois de algum tempo ela não consegue mais ler o que escreveu.


O próprio Piaget define a acomodação como: “Chamaremos acomodação (por analogia com os "acomodatos" biológicos) toda modificação dos esquemas de assimilação sob a influência de situações exteriores (meio) aos quais se aplicam”. (PIAGET, 1996:18).

A acomodação acontece quando não existe uma estrutura cognitiva que assimile um novo estímulo, uma nova informação, em função das particularidades desse novo estímulo e, diante disto, ou cria-se um novo esquema ou então um esquema já existente é modificado, resultando em qualquer das duas situações, em uma mudança na estrutura cognitiva. Portanto, a acomodação, não é determinada pelo objeto e sim pela atividade do sujeito sobre este objeto para tentar assimilá-lo.

Ocorrida a acomodação na tentativa do sujeito assimilar o estímulo novamente, uma vez modificada a estrutura cognitiva, tal estímulo poderá prontamente ser assimilado, ou seja, cria-se um novo esquema encaixando o novo estímulo ou modificasse um já existente de modo que o estímulo possa ser incluído nele.

WADSWORTH (1996:7) diz: "A acomodação explica o desenvolvimento (uma mudança qualitativa), e a assimilação explica o crescimento (uma mudança quantitativa); juntos eles explicam a adaptação intelectual e o desenvolvimento das estruturas cognitivas."

O equilíbrio entre a assimilação e a acomodação é chamado de adaptação. A aprendizagem ocorre através deste equilíbrio.






De acordo com a abordagem do conteúdo apresentado acima, podemos resumir de uma forma simples que cada uma das teorias do desenvolvimento que analisamos, apoiam-se em diferentes concepções de homem e do modo como ele aprende. Essas teorias dependem, também, da visão de mundo existente em determinada situação.

A teoria Inatista do Desenvolvimento é uma teoria baseada na crença de que as características e capacidades básicas de cada ser humano (personalidade, valores, comportamento, formas de pensar etc) são inatas. Ou seja, já estariam praticamente prontas no momento do nascimento ou potencialmente definidas e na dependência do amadurecimento para se manifestar. O ser humano já nasce pronto.

A teoria ambientalista, também chamada behaviorista ou comportamentalista, atribui exclusivamente ao ambiente a constituição das características humanas, privilegiando a experiência como fonte de conhecimento e de formação de hábitos de comportamento; preocupa-se em explicar os comportamentos observáveis do educando, desprezando a análise de outros aspectos da conduta humana tais como: o raciocínio, o desejo, a imaginação, os sentimentos e a fantasia, entre outros.

E por fim, As teorias interacionistas do desenvolvimento apoiam-se na idéia de interação entre o organismo e o meio. Nessa teoria, a criança é concebida como um ser dinâmico, que a todo momento interage com a realidade, operando ativamente com objetos e pessoas. Essa interação com o ambiente faz com que construa estruturas mentais e adquira maneiras de fazê-las funcionar.


Sabemos que por trás de toda ação pedagógica há sempre uma concepção de ensino-aprendizagem que a sustenta. A ação do alfabetizador, portanto, não é neutra, por mais que ele não tenha consciência das ideias que servem de base para a sua prática. É necessário, assim, conhecer bem essas concepções para entender o porquê das diferentes formas de alfabetizar, bem como as teorias que as fundamentam.


Uma vez que a que fomos designados a efectuar foi-nos proveitoso no desenvolvimento dos nossos conhecimentos, sugerimos ao nosso querido e estimado professor que nos transmita mais conhecimentos que nos ajudarão entender cada vez mais os diferentes processos ligados ao desenvolvimento perspicaz.


Recomendamos a todos os leitores deste trabalho, por se considerar uma assunto importante para cada um de nós, que deem mais do que a costumeira atenção às informações existente nele, visto que aborda um importante tema no estudo da Psiclogia.


BARROS, J. & BARROS, A. (1996). Psicologia da educação escolar I. Coimbra: Almedina

BARROS, J. & BARROS, A. (1999). Psicologia da educação escolar II (2º ed.). Coimbra: Almedina

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