INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE KANGONJO
ÁREA DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS, JURÍDICAS
SOCIAIS E TECNOLÓGICAS
MERCADO DE TRABALHO
LUANDA
2016
MERCADO DE TRABALHO
Trabalho
a apresentado ao curso de Gestão na disciplina de Mercado do Trabalho como
requisito parcial para obtenção de Notas.
Professor: Dr.
Arão Catchivanguissa
LUANDA
2016
SUMÁRIO
Mercado de
trabalho associa aqueles que oferecem força de trabalho àqueles que a procuram,
num sistema típico de mercado onde se negocia a fim de determinar os preços e
as quantidades a transaccionar. O seu estudo procura perceber e prever os fenómenos
de interacção entre estes dois grupos tendo em conta a situação económica e
social do país, região ou cidade. Nesse contexto, pode-se incluir as ofertas de
trabalho relacionadas às empresas públicas, de economia mista, privadas,
pessoas físicas, entre outras, com suas normas para remuneração, benefícios,
carreira, condutas e a aptidão dos profissionais que desejam ingressar nestas.
A grande
procura por empregos que ofereçam melhores salários e reconhecimento, fazem com
que esse mercado se torne altamente competitivo, uma vez que a cada vaga de
emprego oferecida, muitos candidatos apresentarão não só os pré-requisitos
mínimos exigidos como também, os seus diferenciais para a candidatura da mesma.
Numa visão
classicista, classifica-se o trabalho como um produto, pelo qual os
trabalhadores actuam como vendedores e os empregadores como compradores. Os
salários e valores são considerados e o mercado de trabalho é o espaço onde
ocorre toda essa comercialização.
Karl Marx
consolida esta ideia na forma de mão-de-obra como mercadoria e na exploração do
trabalhador. Para Marx, o mercado de trabalho se caracteriza pela luta de
classes entre trabalhadores e burguesia, e na disparidade da distribuição de
riquezas e poder. Marx mantém a visão da economia clássica iniciada por Adam
Smith, na qual as relações se dão a partir da oferta e demanda de mão de obra.
Contudo, ele enfoca que o lado dos que tem sua mão-de-obra expropriada é mais
fraco, e, portanto fica vulnerável e não consegue estabelecer negociação com o
lado mais forte, que actua como mandante no estabelecimento do preço.
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No final do
século XIX, para os teóricos neoclassicistas, o mercado de trabalho abrange
questões ligadas à produtividade pessoal, por exemplo, tomadas de decisões
acerca do investimento em capacitação dos trabalhadores e permissão destes ao
lazer.
Entende-se
também que os trabalhadores têm liberdade para escolher entre as várias opções
no mercado de trabalho, de acordo com seus interesses, competências e
habilidades essenciais, e, por conseguinte, serão remunerados de acordo com sua
capacidade de capital humano.
Todas essas
abordagens trazem a visão do mercado de trabalho como uma unidade, de maneira
que seria possível a todos os trabalhadores se candidatarem para qualquer vaga
que esteja em oferta. Ao enfocar o mercado de forma ampla, ainda que sejam
conceituadas as relações de lutas entre classes, competências e até mesmo a
interferência estatal, não são considerados factores de contexto regional,
demográfico ou profissional, por exemplo. Factores estes que podem originar
rearranjos nas relações entre capital e trabalho, proporcionando o surgimento
de segmentações de mercado.
A actividade
do mercado de trabalho é de grande relevância para a economia. Variáveis como
faixas salariais, índices de emprego e desemprego, produtividade, qualificação,
distribuição de receitas, assim como o antagonismo entre os actuantes, são factores
levados em conta ao se traçarem os indicadores económicos de um país, por
exemplo.
O mercado de
trabalho tem suas origens no período da Revolução Industrial, no qual as
relações entre operários e organizações passam a assumir uma maior importância
no contexto económico e social.
No final do
século XVIII, o filósofo e economista clássico Adam Smith fez as primeiras
referências ao mercado de trabalho. Nesta concepção, a actividade do mercado de
trabalho é semelhante aos demais mercados, onde as condutas económicas das
organizações e os indivíduos visam à maximização do bem-estar, no qual a oferta
e demanda de emprego dependem da remuneração salarial.
A partir do
crescimento da crítica à Teoria do Capital Humano iniciada no final dos anos
1960 e início dos 1970, vem criando corpo uma nova teoria, a da segmentação do
mercado de trabalho. Esta teoria propõe a releitura de pressupostos da teoria económica
tradicional que vê, por exemplo; a determinação dos valores de salários da
mesma forma que a determinação de valores de quaisquer outros empregos
caracterizados por tempo integral, estabilidade e salários e produtividade
altos; típicos de empresas de grande porte, mais precisamente as dos sectores
de transformação e de serviços (transportes e comunicação) e as burocráticas da
administração directa e indirecta do governo. Neste segmento, a qualificação e
o acesso a melhores salários; se dá por meio do desempenho de funções, da
experiência adquirida no próprio emprego e de promoções internas.
O Primário
Independente compreende ocupações de gerência e supervisão administrativa, de planeamento
ou financeiras de grandes empresas, instituições bancárias, bem como de sectores
governamentais. São ocupações que prescindem de iniciativa própria e
criatividade por parte do trabalhador. Contrapõem o Primário Dependente, na
medida em que o empregado toma as normas e procedimentos internos como um dado
e os inovam. Não podem, portanto; ser desempenhadas por mera repetição de
práticas adquiridas. Neste segmento salários, alocação e treinamento sofrem maiores
influências externas.
No Segmento
Secundário do mercado de trabalho estão inseridas actividades que requerem
mínima qualificação e mínimo treinamento, nestas ocupações não há cadeia de
promoção. Os salários pagos são em geral, baixos tanto quanto a produtividade.
Neste segmento não há estabilidade e a rotatividade ocorre em alto grau. A
maioria das vagas oferecidas vem de pequenas empresas, com baixo acesso a
capital e tecnologia, que actuam em mercados restritos e de demanda instável.
Talvez a
característica mais marcante das relações económicas seja a lei da oferta e da
procura. Via de regra, quanto maior for a oferta de um produto ou de um
serviço, se a procura se mantiver a mesma, menor será o valor cobrado por ele,
pois a concorrência de mercado obriga a redução dos preços para tornar viável
as vendas. Por outro lado se a procura é maior do que a oferta, a tendência é
que o valor cobrado pelo produto seja maior.
Em termos de
profissões pode-se dizer que quando existe a formação de excesso de
profissionais e falta de procura desses profissionais não há um equilíbrio
entre a oferta e a procura e ocorre o que se chama uma saturação de mercado, em
que não existem suficientes postos de trabalho para absorver os profissionais.
Por outro lado pode acontecer que não exista oferta em excesso mas sim procura
em falta. Este é um dos casos que acontece quando, por exemplo, a indústria
progride e inova rapidamente. Deixa de haver procura de uma dada profissão ou
qualificação que está sendo substituída pela procura de outra profissão ou
qualificação em que ainda não há oferta suficiente, gerando desemprego que
também está ligado com o aumento no número de máquinas, que podem substituir a
mão-de-obra.
Durante o
período em análise as grandes cidades do país eram os principais locais de
concentração das populações onde as possibilidades de garantir a sobrevivência
e a reprodução das famílias eram asseguradas.
Nas grandes
cidades as perspectivas de trabalho eram mais diversificadas e ofereciam
oportunidades para os migrantes, realizarem as suas actividades económicas para
a sobrevivência das suas famílias, apesar do declínio do emprego no sector
formal a informalidade era o refúgio da maior parte da população.
O desemprego
crescente era visto pelas instâncias governativas e pelos agentes do
desenvolvimento como um problema temporário. O sector informal foi importante
para amortecer e dar suporte à sobrevivência de diversas famílias deslocadas de
guerra.
Desta forma a
interacção entre os mercados formais e informais de trabalho são expressões
positivas no decorrer do processo de negociação de paz que mostraram como a
capacidade de adaptação da população às condições económicas e sociais adversas.
Desta forma o
sector informal representava uma solução no curto prazo, mas muitas
interrogações eram colocadas quanto à possibilidade de este tipo de actividades
permitir a longo prazo, quer a sua própria reprodução quer a melhoria das
condições de vida da vasta camada da população que se apoiavam na sobrevivência
e reprodução deste tipo de actividades.
Como mostrou
Rodrigues, esta forma de economia baseada na informalidade é comum em diversos
países africano:
Segundo Rodrigues, (2003, p.82), existem várias propostas de
enquadramento das actividades do mercado de trabalho em África, considerando
alguns analistas a existência de cinco segmentos homogéneos no mercado de
trabalho em África: os trabalhadores independentes com capital, os assalariados
protegidos, os trabalhadores irregulares, os trabalhadores independentes
marginais e os assalariados não protegidos, sendo estes três últimos tipos
aqueles que apresentam um estatuto de emprego vulnerável e que representam
cerca de 60% dos trabalhadores das zonas urbanas de África. (RODRIGUES, p.82,
2003)
Segundo
relato acima os mercados informais não são apanágio das economias e sociedades
dos países em desenvolvimento. Mesmo nos países mais centrais, se registaram a
existência de aspectos informais no desempenho das actividades formais.
Em Angola as
pessoas da mesma origem étnica têm tendência de praticar os mesmos ofícios.
Entre o sector dominante e o sector informal existem relações de conflito, de
complementaridade e de exploração.
Actualmente,
nos países do terceiro mundo, uma proporção por meio de agregados familiares
urbanos combina com fontes de rendimentos formais e informais. A economia
informal organiza-se através das relações de parentesco, étnicas, de
solidariedade ou de violência.
Eles têm os
seus códigos, as suas sanções e as suas hierarquias.
Rodrigues
define o mercado informal como:
Segundo Rodrigues, (2003, p.89), o sector da economia africana que não
está registado nas estatísticas e não é regulado pelo controle do Estado e por
taxas. Não sendo estruturado, refere-se à pequena produção, utilizando técnicas
muito simples e de trabalho intensivo com um mínimo de capital. As capacitações
são improvisadas, os salários são geralmente baixos e irregulares,
frequentemente envolve mulheres como empresárias; não está limitado às áreas
urbanas e muitas vezes ligam actividades urbanas e rurais. Regista-se certa
tendência para os produtores se unirem, mas as trocas no interior do sistema
são reduzidas, apesar de existirem frequentemente ligações de troca com o
formal.
No sistema de
mercado informal o seu funcionamento é regulado pelos governos províncias,
através de introdução dos fiscais que exercem serviços de cobrança de taxas
diárias aos vendedores ambulantes.
Durante o
período em análise existia um deficit de quadros superiores em todo país que
contribuíam no aumentando na taxa de desemprego.
A economia
angolana é dependente fortemente das receitas do petróleo, um sector de capital
intensivo com pouco impacto no fornecimento de emprego. O petróleo angolano foi
descoberto no século XVIII, já em 1960 o país entra na orbita dos grandes
produtores africanos, com expansão da indústria petrolífera.
O mesmo é a
principal fonte de receitas para o estado angolano, receitas que representam mais
do que a metade das receitas fiscais e que são canalizadas para a elaboração do
Orçamento Geral do Estado (OGE).
Protegido da
guerra civil, o sector petrolífero continuou a crescer, duplicando a sua
produção entre 1990 e 2003, atingindo quase 1 milhão de barris/dia. Segundo o
relatório das perspectivas económicas na África (2004, p.52), em 2003 o
petróleo era responsável por mais de 45% do PIB, contribuindo com 75% nas
receitas do Governo e em 90% das exportações.
A lei das actividades
petrolíferas regula toda actividade petrolífera e determina o âmbito legal para
as actividades petrolíferas, clarificando que todos os direitos minerais do
petróleo pertencem ao Estado e indica como única concessionária dos direitos
para todas as actividades da prospecção, pesquisa, produção, exploração do
petróleo e gás a SONANGOL. A SONANGOL tem a responsabilidade exclusiva das actividades
acima citadas e ainda a autorização de associar-se a companhias estrangeiras
para a realização de tais actividades.
A lei tem
como principais aspectos:
a)
Sistema de obrigatoriedade do concurso público e
regime da negociação directa;
b)
Supervisão das operações petrolíferas com o
principal papel de destaque o Ministério dos Petróleos e a SONANGOL;
c)
Princípio da responsabilidade;
d)
Protecção das empresas nacionais;
Essa Lei
confere ao estado as regras de acesso e de exercícios das operações
petrolíferas nas áreas disponíveis da superfície e submersa do território
nacional, das águas interiores, do mar territorial da zona económica exclusiva
e da plataforma continental.
A empresa
estatal é proprietária dos campos de extracção e de exploração do petróleo e é
responsável por 35% das vendas de petróleo do país. A empresa assinou contratos
de repartição de produção com as maiores empresas petrolífera ocidental,
liderada pela Chevron Texaco e pela Total, responsáveis respectivamente por 61%
e 27% da produção total.
Segundo (João
Chimpolo, 2009), a história do petróleo em Angola pode ser distinguida em três importantes
períodos:
a)
Fase da descoberta (1910 – 1952);
b)
Fase de confirmação e Exploração (1952 – 1974);
c)
Fase de estruturação e desenvolvimento (1974 –
1995).
Estes
acontecimentos impulsionaram o desenvolvimento do sector petrolífero,
alicerçando as bases que levaram o sector na liderança da economia do país.
Entre 2004 e
2007, Angola registou um aumento na produção global, superando países como o
Brasil, Azerbaijão, Líbia e Cazaquistão. Mais tarde, ultrapassou, brevemente, a
Nigéria, como principal produtora de petróleo em África.
Importa
referir, ainda, que Angola está inserida, desde Dezembro de 2006, na OPEP
(Organização dos países exportadores de petróleo, criada em 1960). Segundo o
relatório n° 2 que aborda sobre a Visão Geral do Trabalho e Emprego das
Mulheres em Angola (2009, p.28), durante o período da guerra civil, as
indústrias transformadoras perderam importância e muito delas foram destruídas
totalmente. No período em análise, o crescimento anual médio das indústrias
estava em torno dos 16% entre os anos de 1997-2007.
Com o plano
do governo central em termos de industrializar, o sector industrial está sendo
expandido principalmente nos sectores de produção de metal, da engenharia,
plásticos e produtos associados.
A partir de
2005, iniciou-se a reconstrução nacional e a reabilitação definitiva de infra-estruturas.
A República
Popular da China tem tido um papel importante no apoio à reabilitação das
infra-estruturas do país. No entanto, também nesta área a China obteve vantagens,
de que podem destacar-se as seguintes: postos de trabalho para milhares de trabalhadores
que se encontrem em Angola 30 000 trabalhadores chineses, calculando-se que em
2008 esse número tenha aumentado para 80 000 contratos para as empresas chinesas,
com tecnologia chinesa, pessoais técnicos e operários maioritariamente chineses
e material importado da China.
Verifica-se,
no entanto, que algumas empresas chinesas a trabalhar em Angola ao abrigo das
linhas de crédito concedidas pretendem estabelecerem-se no país, uma vez terminados
os contratos acordados com o estado angolano. Algumas destas empresas, como a
China Jiangsu e a China Roads and Bridges Cooperation, comprometeram-se a investir
capitais próprios em projectos no sector privado. A SinoHydro, uma das maiores empresas
de engenharia chinesas no sector energia hidráulica, foi contratada pelo Banco Mundial
para uma rede de fornecimento de água no valor de 20 milhões de US dólares.
As relações
politico-institucionais entre os dois países datam da altura da conquista da
independência da República de Angola, altura em que se consagra como Estado de
Jure.
A 12 de
Janeiro de 1983, as relações diplomáticas entre os dois países concretizaram-se
através de um Comunicado Conjunto sobre o Estabelecimento das Relações
Diplomáticas entre a República Popular da China e a então República Popular de
Angola.
Dilma esteve,
destaca as principais contrapartidas do relacionamento China com Angola:
a)
O Petróleo;
b)
O acesso aos mercados angolanos;
c)
A utilização do poder geopolítico de Angola;
d)
O apoio internacional para o isolamento de
Taiwan.
No que Diz
respeito a Angola:
a)
A importância do crédito chinês;
b)
A troca de experiências;
c)
A cooperação na área militar;
d)
A cooperação tecnológica;
e)
A cooperação médica;
f)
Os benefícios do relacionamento com um dos
membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
Em 2000, a
China perdoou a Angola uma dívida estimada em tornos dos 81 milhões de dólares,
a quando a realização do Fórum para a Cooperação.
Angola
tornou-se o maior parceiro comercial da China na África, com o comércio
bilateral atingindo a soma dos US$ 25,3 bilhões de dólares em 2008, antes da
crise financeira internacional.
No momento actual,
em virtude do maior acesso à informação e estudos, os trabalhadores pleiteiam
as vagas de trabalho em condições de igualdade dentro de suas formações. Porém,
não há garantias de uma permanência perdurável no emprego. Além disso, o
trabalhador inserido no actual mercado de trabalho deve estar preparado para
constantes pressões por geração de lucros, produtividade e inovação, ainda que
exista uma maior possibilidade de negociação do salário, visto que agrega
valores à empresa.
Em meados do
século XX, surge outra vertente económica, o keynesianismo, que entre outras propostas
defendia a intervenção do Estado na economia. Os adeptos dessa visão contestam
o modelo de mercado de trabalho descrito pelos neoclássicos no que tange à lei
da oferta e demanda. Para estes, a demanda por trabalho não é determinada pela
remuneração, e sim pela necessidade de produção da empresa para atender seu
mercado consumidor ou o que se espera vender a este. Desta forma, a demanda por
mão-de-obra é definida fora do proposto pelo modelo de mercado de trabalho dos
neoclássicos. Assim, seria possível ocorrer situações onde a oferta de emprego
possa ser inferior à mão de obra disponível, configurando-se o cenário de
desemprego.
Todas essas
abordagens trazem a visão do Mercado de Trabalho como uma unidade, de maneira
que seria possível a todos os trabalhadores se candidatarem para qualquer vaga
que esteja em oferta. Ao enfocar o mercado de forma ampla, ainda que sejam
conceituadas as relações de lutas entre classes, competências e até mesmo a
interferência estatal, não são considerados factores de contexto regional,
demográfico ou profissional, por exemplo. Factores estes que podem originar
rearranjos nas relações entre capital e trabalho, proporcionando o surgimento
de segmentações de mercado.
As mudanças
aceleradas, o desenvolvimento tecnológico, as novas formas de organização e
configuração das empresas, novos produtos e serviços e novos processos de
trabalho estão modificando profundamente os requisitos da força de trabalho
(CHIAVENATO, 2008).
É importante
analisarmos as transformações ocorridas no mercado de trabalho para traçarmos
um perfil de competências necessárias aos profissionais que buscam a
competitividade.
Franco (1999)
descreve o mercado de trabalho de forma significativa. Segundo ele, a partir
dos anos 80, começaram as revoluções no mundo do trabalho. Surgiram novas
estruturas organizacionais, em busca de melhores resultados e de adaptação das
empresas à modernidade. Isso afectou o mundo do trabalho. As pessoas precisavam
se adequar às mudanças, renovando o seu perfil profissional, acrescentando
iniciativa, criatividade e aprendizado contínuo. O novo paradigma profissional
exige alterações importantes que vão além do saber e do saber fazer, é preciso
ser um vencedor. Para ser vencedor, a palavra-chave é a competitividade.
Quem busca um
emprego ou quer se manter no emprego compete com muitas pessoas. Então é
preciso ser melhor, ter ousadia, saber mudar para sobreviver e se diferenciar,
o que exige ter habilidades e conhecimentos que agreguem ao trabalho, pensar,
abrir oportunidades, aceitar riscos e competir com coragem. Os profissionais
devem se dedicar ao aprimoramento por conta própria, continuamente, o que o
autor chama de auto-desenvolvimento.
Como se auto-desenvolver:
Adquirindo conhecimentos e capacidade aplicável ao mercado e cuidar da forma de
ser, de agir, das características pessoais. Um conjunto de competências precisa
ser trabalhado, de modo a ampliar a atratividade do profissional no mercado:
a)
Apresentação pessoal;
b)
Habilidade de relacionamento e de comunicação;
c)
Rapidez de raciocínio e decisão;
d)
Criatividade;
e)
Liderança;
f)
Capacidade de observação;
g)
Capacidade de persuasão;
h)
Determinação;
i)
Resistência emocional (FRANCO, 1999).
O novo perfil
do profissional requer ainda iniciativa, multifuncionalidade, agilidade,
flexibilidade, gerenciamento de riscos, prontidão para resolver problemas,
habilidade para trabalhar em equipa, conhecimento de línguas, informática,
especialização, cultura geral e visão global de processos e situações.
Fernandes (2006) concorda com estas competências e complementa que o
profissional moderno precisa ‘ser digital’ e buscar aprendizagem contínua. O
autor diz também que um diploma universitário não é mais suficiente, é preciso
que o profissional continue adquirindo conhecimento, para se adaptar às novas
tecnologias e aumentar sua competitividade.
Na era da
globalização, o profissional deve se manter em condições de disputar um emprego
e ampliar suas chances de contratação. Para isso, precisa administrar o
presente e o futuro com eficiência. O profissional deve saber que
diferenciar-se é essencial à competitividade. Franco (1999, p. 73) cita que “no
mundo contemporâneo, a diferença é a diferença”. Até mesmo quem tem um emprego
deve inovar, usar o potencial inventivo, buscar ajudar a empresa com soluções
eficientes, como encontrar uma nova forma de organização do fluxo de
documentos, por exemplo, agilizando processos e resultando no aumento da
produtividade.
A adaptação proactiva
é fundamental aos profissionais actualmente, mas aliar a criação à proactividade
qualifica o profissional como excelente no mercado de trabalho. O profissional
moderno precisa ser flexível e criativo para se adequar às demandas do mercado
e das organizações. Não há limites para o auto-desenvolvimento. É preciso tornar-se
um inventor de si mesmo. Para isso, a base é o pensar. Pensar por si próprio,
correr riscos, traçar objectivos.
Perceber o
mundo e também a si mesmo. Esses aspectos são importantes não somente para ser
um bom profissional, mas para ser humano (FRANCO, 1999). Agora trataremos das
estratégias e ferramentas disponíveis aos profissionais para a sua preparação
para o actual mercado de trabalho.
Diante do
exposto acima, posso concluir que a configuração actual do mercado está
centrada no dinamismo, na tecnologia, na informação e na alta competitividade.
As organizações procuram se adaptar a essas demandas aprimorando processos e
buscando profissionais qualificados capazes de elevar o seu desempenho,
dotando-as de vantagem competitiva.
É por meio
dos talentos humanos que uma organização se desenvolve e oferece aos seus
clientes e à sociedade produtos e serviços de qualidade. O reconhecimento do
valor das pessoas para uma empresa vem enfatizando o conhecimento, tanto por
parte das organizações quanto dos profissionais. Nesse contexto, os
profissionais precisam buscar actualização constante, reciclar seus
conhecimentos, competências e desenvolver habilidades de comunicação e de
relacionamento interpessoal, para tornarem-se atractivos ao mercado.
11ᵃ Assembleia - Geral.
Desenvolvimento de Politicas Públicas para a Inserção da Mulher Angolana no
Mercado de Trabalho. Trabalho de Pesquisa. Relator Aline Pereira. Luanda
(Capital), ANGOLA: Conselho para o Desenvolvimento da Pesquisa
ARROIO, A.; RÉGNIER, K. O Novo
Mundo do Trabalho: Oportunidades e Desafios para o Presente. Serviço nacional
de aprendizagem comercial – SENAC. BOLETIM TÉCNICO DO SENAC. Vol. 27, nº 2 maio/agosto
de 2001.
CHIAVENATO, I. Gestão de
Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2004.
ESTEVES, K. P. DILMA. Relações
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FERNANDES, W. O novo mercado
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FONTOURA, M. Paula. ; VALÉRIO,
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FRANCO, S. Criando o próprio
futuro: o mercado de trabalho na era da competitividade total. 5 ed. São Paulo:
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Antonio David; HOL-ZMANN, Lorena. Dicionário de trabalho e tecnologia.
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MACEDO, G. B. de. Empregue seu
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MAPESS – Ministério da
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SOUZA, M. C. C. de. O Mercado
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