INSTITUTO SUPERIOR
POLITÉCNICO KANGONJO DE ANGOLA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA
EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM PSICOPEDAGOGIA
ANATOMIA HUMANA
SISTEMA TEGUMENTAR
LUANDA
2017
INSTITUTO SUPERIOR
POLITÉCNICO KANGONJO DE ANGOLA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA
EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM PSICOPEDAGOGIA
ANATOMIA HUMANA
SISTEMA TEGUMENTAR
REIS MÁRIO SIMÃO
WALDIMIRO JOÃO BAPTISTA
PEREIRA CAPEMBA FULA MASSA
EDSON DE ALBERTO EDUARDO
LUZIA VIEIRA ZETÓ
GELSA DA CONCEIÇÃO EDUARDO DOS
SANTOS
Trabalho de pesquisa bibliográfica apresentado ao
Curso de Psicopedagogia na disciplina de Anatomia Humana como requisito parcial
para obtenção de notas.
Orientador: Dr. João Celestino
LUANDA
2017
A pele representa parte
importante do sistema tegumentar, pois desempenha funções como a protecção
contra desidratação, lesões e infecções, além de apresentar alto poder de
renovação. Histologicamente, a pele consiste de duas camadas funcionais,
morfologicamente distintas, a epiderme e a derme. As glândulas mamárias,
cápsula ungueal e cornos, também fazem parte deste sistema. O principal
objectivo deste trabalho foi abordar as principais funções dos aspectos
estruturantes, funcional e clínicos (patológicos) do sistema tegumentar. Onde
notou-se que o sistema tegumentar compreende unhas, cabelos e da pele humana e
constitui o sistema de maior órgão do corpo. Este sistema é verdadeiramente
fascinante e envolve dezenas de funções maravilhosas e propósitos. Uma das suas
funções principais é a impermeabilização do corpo com a ajuda de a camada
exterior de células mortas e queratinizadas. Ele também protege o corpo contra
a perda de água e protege os órgãos internos contra ataques de germes e outras
infecções. Além disso, este sistema pode ser considerado como a primeira linha
de defesa do corpo. O sistema tegumentar não só protege os sistemas de órgãos
internos mas também regula a temperatura, sentidos da dor e desempenha um papel
vital na síntese de vitamina D, e além disso, excreta toxinas.
The skin represents an important part of the
integumentary system, as it performs functions such as protection against dehydration,
lesions and infections, besides presenting high power of renewal.
Histologically, the skin consists of two functional, morphologically distinct
layers, the epidermis and the dermis. The mammary glands, nail capsule and
horns are also part of this system. The main objective of this work was to
address the main functions of structural, functional and clinical
(pathological) aspects of the integumentary system. Where it has been noted
that the integument system contains nails, hair and human skin and constitutes
the largest organ system in the body. This system is truly fascinating and
involves dozens of wonderful functions and purposes. One of its main functions
is the waterproofing of the body with the help of the outer layer of dead and
keratinized cells. It also protects the body against water loss and protects
the internal organs against attacks of germs and other infections. In addition,
this system can be considered as the first line of defense of the body. The
integumentary system not only protects internal organ systems but also
regulates temperature, pain senses and plays a vital role in vitamin D
synthesis, and in addition, excretes toxins.
SUMÁRIO
O sistema
tegumentar é constituído pela pele (cútis) ou tegumento, a pele é o maior órgão
do corpo humano, constituindo 15& do pelo corporal, cobrindo quase todo o
corpo á excepção dos orifícios genitais e alimentares, olhos e superfícies das mucosas
genitais, chegando a medir 2 m2 e pesar 4 kg em um adulto.
A pele recebe
aproximadamente 1/3 do sangue que circula através do corpo. Ele é elástico,
regenera-se e funciona na sensação, protecção, temor, regulação e secreções.
O principal
objectivo deste trabalho visa abordar as principais funções dos aspectos
estruturantes, funcional e clínicos (patológicos) do sistema tegumentar.
O sistema
tegumentar é composto pela pele e anexos (glândulas, unhas, cabelos, pelos e
receptores sensoriais) e tem importantes funções, sendo a principal agir como
barreira, protegendo o corpo da invasão de microrganismos e evitando o
ressecamento e perda de água para o meio externo.
O tegumento
ou pele, basicamente, cobre a superfície do corpo protegendo-o das influências
ambientais danosas. Como a pele é facilmente acessível, ela é importante nos
exames físicos.
O sistema
tegumentar recobre o corpo, protegendo-o contra o atrito, a perda de água, a
invasão de microrganismos e a radiação ultravioleta. Tem papel na percepção
sensorial (tacto, calor, pressão e dor), na síntese de vitamina D, na
termorregulação, na excreção de íons e na secreção de lípidos protectores e de
leite[1].
A terminologia
tecida é interpretada equivocadamente, como sinónimo de pele ou tegumento, com
frequência. Tecido é o agrupamento de células semelhantes, que executam funções
específicas e em comum, e podem ser divididos em tecido epitelial, tecido
conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso.
Pele ou
tegumento, por sua vez é um órgão, composto por um agregado de tecidos, que
funcionam em conjunto. A epiderme e a derme constituem as principais camadas
tegumentares, além das estruturas anexas (unhas, pelos e glândulas), que
auxiliam no exercício de suas funções. Estes componentes formam o sistema
tegumentar (Figura 1).
A pele
apresenta diferenças segundo a sua localização. A palma das mãos e a planta dos
pés, que sofrem um atrito maior, possuem uma epiderme constituída por várias
camadas celulares e por uma camada superficial de queratina bastante espessa.
Esse tipo de pele foi denominado pele grossa (ou espessa). Não possui pelos e
glândulas sebáceas, mas as glândulas sudoríparas são abundantes. A pele do
restante do corpo tem uma epiderme com poucas camadas celulares e uma camada de
queratina delgada e foi designada pele fina (ou delgada). A epiderme da pele
grossa mede 0,8 a 1,4mm, enquanto a da pele fina, 0,07 a 0,12mm[2].
Figura 1: A pele
Fonte: VAN
DE GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. Barueri: Manole, 2003.
A epiderme,
ou cutícula, não é vascularizada, consiste de epitélio estratificado, amolda-se
perfeitamente sobre a camada papilar da derme, e varia de espessura em
diferentes partes. Em alguns lugares como na palma da mão e planta dos pés, ela
é espessa, dura e de textura córnea. O epitélio estratificado da epiderme
compõe-se de várias camadas denominadas de acordo com diversas categorias, tais
como o aspecto das células, textura, composição e posição. Essas camadas são,
de superficial para profundo: estrato córneo, estrato lúcido, estrato
granuloso, estrato espinhoso e estrato basal. O estrato córneo é remanescente
das células que contém uma proteína fibrosa, a queratina.
A epiderme é
avascular, formada por epitélio estratificado, disposto em quatro ou cinco
camadas, que se ligam firmemente umas nas outras. Fina, porém resistente, sua
espessura varia entre 0,007 a 0,12 mm. Com excepção das camadas mais profundas,
é constituída por células mortas. As camadas são (Figura 2):
─
Camada Basal (ou Germinativa): único
estrato de células, em contacto directo com a derme, que possui quatro
diferentes espécies de células: queratinócitos produtores da queratina,
proteína responsável pelo fortalecimento e impermeabilidade da pele;
melanócitos, produtores de melanina, pigmento que ao ser fagocitado pelos
queratinócitos atribuem cor à pele, além de proteger as células contra os raios
solares; células tácteis, que conferem a sensibilidade ao tegumento; e células
de Langerhans, espécie de fagócitos que englobam bactérias e resíduos
estranhos, sendo a primeira protecção contra patógenos. Com excepção das
células de Langerhans, as células desta camada sofrem mitose constantemente,
para repor as células mortas da epiderme.
─
Camada Espinhosa: localizada acima da
camada basal e formada por várias camadas, é composta por queratinócitos em
formatos de poliedros, que se unem através de desmossomos, filamentos
semelhantes a espinhos. No espaço entre as células, há o glicocálix, substância
que serve de meio condutor de substâncias hidrossolúveis do meio externo para o
interno.
─
Camada Granulosa: composta por poucas
camadas de células achatadas, que possuem grânulos contendo queratomalina,
precursora da queratina, e grânulos lamelares, que impermeabilizam as células,
como prevenção à perda de água.
─
Camada Córnea: composta por células com
núcleos bem reduzidos ou anucleadas. Possui em torno de 30 estratos de células
achatadas e mortas, semelhantes a escamas. A queratinização ou cornificação é o
processo que transforma os queratinócitos em células córneas, achatadas e secas.
Este processo é importante para a função protectora da pele. Em média, este processo
dura de 26 a 28 dias, após, as células mortas se desprendem e esfoliam, para
que células novas das camadas mais profundas as substituam. Assim, a pele
encontra-se em constante renovação.
─
Camada Lúcida: camada extra presente nas
regiões palmoplanteres em que a pele é mais espessa e nos lábios, se situa
entre a camada córnea e a granulosa. Esta camada possui células transparentes e
achatadas.
Figura 2: Camadas da Pele e Anexos
Fonte: VAN
DE GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. Barueri: Manole, 2003.
A derme,
cório, cútis verdadeira ou pele verdadeira é rija, flexível e elástica. É mais
espessa na superfície dorsal do corpo que na ventral e na parte lateral mais
que na medial dos membros. Nas pálpebras, escroto e pénis é excessivamente fina
e delicada.
A pele
consiste em um tecido conjuntivo com quantidade variável de fibras elásticas e
numerosos nervos, vasos sanguíneos e linfáticos. O tecido conjuntivo se dispõe
em duas camadas: uma profunda ou reticular e a outra superficial ou papilar.
Entre a epiderme
e a derme, há uma área de transição, denominada membrana basal, que as
une firmemente. Os hemossideromas localizados inferiormente nos queratinócitos
e melanócitos permitem que a membrana se fixe à epiderme, enquanto sua face
inferior se fixa à derme através das fibrilas de ancoragem da derme papilar.
A derme é a
segunda camada da pele, mais profunda e espessa é vascularizada, constituída
principalmente por tecido conjuntivo, como o colágeno e as fibras
elásticas. Tais substâncias presentes na composição da derme tornam a pele
resistente e elástica. Além disso, as fibras elásticas e o colágeno são
organizados em padrões definidos no interior da derme, de maneira a produzir
linhas de tensão na pele, garantindo seu tônus.
A derme se
subdivide em duas camadas, uma mais superficial, a camada papilar e uma
mais profunda, a camada reticular. A primeira ocupa cerca de um quinto
da derme, e apresenta projecções, as papilas, que vão em direcção à
epiderme. A camada reticular, por sua vez, possui grande quantidade de fibras,
que se dispõem de forma mais densa. Isto confere a capacidade de distensão à
pele.
Diferente da
epiderme, a derme é vascularizada. Esta rede vascular supre a camada viva da
epiderme, a camada basal que está em constante processo de mitose, e estruturas
como os folículos pilosos e glândulas. Na derme também está presente a inervação
da pele, composta por nervos e terminações nervosas, que conferem à pele a sensibilidade
a pressão, temperatura, prurido, dor e tacto. O sistema nervoso autónomo é
responsável pela inervação motora da derme, e age nos músculos erectores do
pêlo e contraem as células do músculo liso dos vasos.
Também, actua
na manutenção e regulação da temperatura corporal e pressão arterial. Através
da inervação da pele, ocorre a vasoconstrição, que impede a circulação do
sangue nas arteríolas próximas à superfície, de forma a dificultar a perda de
calor; ou a vasodilatação, que permite a livre circulação sanguínea na derme.
Ainda com a finalidade de regular a temperatura, estruturas denominadas glomos,
estão presentes nas pontas dos dedos, região central da face e orelhas. Estas
estruturas são anastomoses entre vênulas e arteríolas, que se contraem para
regular o fluxo periférico do sangue.
A hipoderme
(Figura 3) é uma tela subcutânea, que une a derme aos tecidos e órgãos
subjacentes. Apesar e sua estreita relação funcional com a pele, não é considerada
parte constituinte da pele/sistema tegumentar. Composta por células adiposas,
age como isolante térmico, e reserva calórica. Em determinadas regiões do
corpo, protege contra traumas, actuando como amortecedor. A quantidade de
tecido adiposo na camada da hipoderme pode variar, dependendo da região do
corpo, da idade e sexo.
Figura 3: Tecido Subcutâneo
Fonte: VAN
DE GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. Barueri: Manole, 2003.
São
estruturas derivadas do ectoderma, como pelos, unhas, glândulas sebáceas e
sudoríparas, que fixam-se na derme, através de uma invaginação na epiderme.
A
complexidade estrutural da pele, constituída por grande diversidade de células,
com especificidades funcionais, confere a capacidade de executar:
─
Funções metabólicas e de protecção contra
agentes nocivos químicos, físicos ou biológicos;
─
Regulação da temperatura;
─
Síntese de vitamina D;
─
Percepção sensorial;
─
Possibilita a identificação de pessoas,
características faciais e cor da pele;
─
Comunicação, através de expressões faciais e
emissão de sinais emocionais;
─
Papel importante no processo de cicatrização de
feridas;
─
Manifestação de sinais que indicam o estado
clínico da pessoa;
─
Sofre modificações ao longo do desenvolvimento,
sua aparência difere entre as faixas etárias, são influenciadas pelos hábitos
de vida, ambiente e cultura.
Unhas: são estruturas achatadas,
elásticas, de textura córnea, aplicadas sobre a superfície dorsal das falanges
distais. Cada unha está implantada por uma porção chamada raiz em um sulco da
pele; a porção exposta é denominada corpo e a extremidade distal, borda livre
(Figura 4).
A unha é
firmemente aderente ao cório e exactamente moldada sobre a superfície; a parte
de baixo do corpo e da raiz da unha é chamada matriz da unha porque é esta que
a produz. Próximo a raiz da unha o tecido não está firmemente aderido ao tecido
conjuntivo, mas apenas em contacto com o mesmo; por isso esta porção da unha é
esbranquiçada e chamada lúnula devido a sua forma.
Figura 4: A Unha
Fonte: VAN
DE GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. Barueri: Manole, 2003.
Pelos: são encontrados em quase toda
superfície do corpo. Variam muito em comprimento, espessura e cor nas
diferentes partes do corpo e nas várias raças humanas. Um pelo consiste em raiz
(a parte implantada na pele) e haste (a porção que se projecta da superfície).
A raiz do
pelo termina no bulbo do pelo que é mais esbranquiçado e de textura mais mole
do que a haste e está alojado em um canalículo da epiderme que o envolve,
chamado folículo do pêlo. No fundo de cada folículo encontra-se uma pequena eminência
cónica vascular ou papila. Ela é contínua com a camada dérmica do folículo e
suprida com fibrilas nervosas. O folículo piloso consiste em duas túnicas:
externa e interna ou epidérmica. O bulbo piloso é moldado sobre a papila e
compõe-se de células epiteliais poliédricas que, ao passarem para o interior da
raiz do pêlo, se alongam, tornando-se fusiformes. A haste do pêlo consiste, de
dentro para fora, de três partes: a medula, o córtex e a cutícula. A medula em
geral está ausente em delgados pêlos que cobrem a superfície do corpo e comummente
nos da cabeça. Compõe-se de fileiras de células poliédricas contendo grânulos
de eleidina e frequentemente espaços aéreos. O córtex constitui a parte da
haste; suas células são alongadas e unidas para formar fibras fusiformes a
achatadas contendo grânulos de pigmento em pêlos escuros e ar nos brancos. A
cutícula compõe-se de uma simples camada de escamas achatadas que se sobrepõem
da profundidade para a superfície.
Correlacionado
aos folículos pilosos há um conjunto de pequeninos feixes de fibras musculares
lisas involuntárias, denominadas erectores dos pelos. Emergem da camada
superficial da derme e se inserem no folículo. Colocam-se do lado para onde o
pêlo se inclina, e pela sua acção diminuem a obliquidade do folículo, tornando-o
recto.
Glândulas
Sudoríparas: são encontradas em quase toda a parte da pele. Consistem de um
simples tubo cuja parte profunda constitui uma bolsa esférica ou oval chamada
corpo da glândula, enquanto a porção superior ou ducto atravessa a derme e a
epiderme, abrindo-se na superfície da pele por uma abertura afunilada. Nas
camadas superficiais da derme o ducto é rectilíneo, mas nas camadas profundas o
ducto é enrolado ou mesmo retorcido. São muito abundantes na palma das mãos e
planta dos pés.
A porção
secretora é constituída pelas células escuras, produtoras de glicoproteínas, e
pelas células claras, com características de células transportadoras de íons e
responsáveis pela secreção aquosa do suor. Ao redor da porção secretora, há
células mioepiteliais. O ducto abre-se na crista epidérmica, de onde a glândula
se originou, e tem trajecto tortuoso. Seu diâmetro é menor que a porção
secretora. O epitélio é estratificado cúbico, com células menores e mais
escuras que as células da porção secretora. Elas reabsorvem a maior parte dos
íons e excretam substâncias, como ureia e ácido láctico.
O suor é uma
solução aquosa, hipotônica, com pH neutro ou levemente ácido, contendo íons de
sódio, potássio e cloro, ureia, ácido úrico e amónia. Além da função excretora,
as glândulas sudoríparas regulam a temperatura corporal pelo resfriamento em consequência
da evaporação do suor.
As glândulas sudoríparas odoríferas
são encontradas nas axilas, nas aréolas mamárias e na região anogenital.
Estão localizadas profundamente na derme ou na região superior da hipoderme.
São glândulas exócrinas tubulares simples ou ramificadas enoveladas apócrinas (actualmente
há controvérsia, na literatura, se são apócrinas, merócrinas ou apresentam
ambos modos de secreção).
A porção
secretora tem luz ampla, é constituída por células cúbicas, com a porção apical
em cúpula e é circundada por células mioepiteliais. O ducto é relativamente recto,
de epitélio estratificado cúbico e se abre no folículo piloso, acima do ducto
da glândula sebácea[3].
Assim como as
glândulas sebáceas, as glândulas sudoríparas odoríferas são estimuladas pelos hormónios
sexuais e tornam-se funcionais na puberdade. A secreção contém proteínas,
carboidratos, lípidos, amónia e feromônios, envolvidos na atracção sexual. Inicialmente
inodora, adquire um odor acre ou almiscarado em resposta à decomposição por
bactérias.
Glândulas
Sebáceas: são órgãos glandulares pequenos e saculiformes alojados na derme,
encontradas em muitas partes da pele, mas em abundância no couro cabeludo e na
face. Cada glândula consiste de um simples ducto que emerge de um agrupamento
ovalado ou em forma de garrafa – os alvéolos, que são em geral de dois a cinco,
podendo chegar, em alguns casos, até vinte. Cada alvéolo é composto de uma membrana
basal transparente contendo um certo número de células epiteliais.
A glândula mamária é uma área modificada
da pele com glândulas sudoríparas especializadas na secreção de nutrientes sob
a influência hormonal.
Receptores
sensoriais são ramificações de fibras nervosas, algumas se encontram
encapsuladas formando corpúsculos, outras estão soltas como as que se enrolam
em torno do folículo piloso. Possuem função sensorial, sendo capazes de receber
estímulos mecânicos, de pressão, de temperatura ou de dor. São eles:
Corpúsculos de Ruffini, Corpúsculos de Paccini, Bulbos de Krause, Corpúsculos
de Meissner, Discos de Merkel, Terminais do Folículo Piloso e Terminações
Nervosas Livres (Figura 5).
Figura 5: Receptores Cutâneos
Fonte: Bear, M:F., CONNORS, B.W
& PARADISO, M.A. Neurociências – Desvendando o Sistema Nervoso. Porto
Algre, 2ª ed. Artmed editora, 2002.
Nesta parte
do nosso trabalho nos concentraremos na descrição das principais patologias que
ameaçam o sistema tegumentar humano, considerando suas causas, sintomas e
possíveis formas de tratamento.
A alopecia areata é uma condição caracterizada pela perda de cabelos ou de pelos em áreas arredondadas ou ovais do couro cabeludo ou de outras partes do corpo, comummente chamada de “peladeira”. Em alguns casos, pode haver perda total de todos os pelos do corpo, inclusive cílios. Esse problema é comum em cerca de 1 a 2% da população.
Causa: A causa da alopecia areata não é
totalmente conhecida, mas sabe-se que é uma condição auto-imune, em que o
sistema imunológico ataca e destrói tecido corporal sadio por engano. Nesse
caso, o alvo do ataque são estruturas que formarão o pelo.
Sintomas: Apesar de ser caracterizada
pela perda de cabelo, este é apenas um sintoma da alopecia areata. Algumas
pessoas também podem sentir uma sensação de queimação ou coceira na região em
que houve a queda. A alopecia areata é mais frequentemente observada no couro
cabeludo, mas também pode ocorrer na barba, sobrancelhas, braços e pernas.
Os pontos
onde houve a queda de cabelo são lisos e arredondados. Pode haver uma coloração
rósea também na região.
Pode haver
também alterações nas unhas: pequenas alterações no relevo da superfície da
unha, com aspecto de “furinhos”, chamados depitting.
Há também a
possibilidade de associação com outras doenças auto-imune, como lúpus, vitiligo
e tireoidite.
Tratamento de Alopecia areata: Se a
perda de cabelo não for total, o cabelo pode crescer novamente dentro de alguns
meses, sem tratamento. No entanto, o tratamento é recomendado em quase sempre
todos os casos, pois geralmente a região em que ocorre queda não costuma mais
nascer cabelo. No entanto, mesmo no caso de perda de cabelos mais intensa, não
está claro o quanto o tratamento pode ajudar a mudar o curso da situação.
Os
tratamentos comuns e que estão disponíveis incluem:
─
Injecção de esteroides sob a superfície da pele
─
Medicamentos aplicados à pele
─
Terapia com luz ultravioleta
─
Medicação administradas por via oral (pela
boca).
A psoríase é uma doença de pele que causa manchas escamadas e inchaço. As células da pele crescem fundo e aos poucos sobem à superfície. Esse processo de renovação da pele dura em torno de um mês. Com a psoríase isso acontece em apenas alguns dias porque as células sobem muito rápido e se empilham na superfície.
Causas: A psoríase começa no sistema
imunológico, que fica tão activo que causa respostas imunológicas exageradas,
as quais ocasionam a psoríase. Alguns factores também podem agravar a psoríase
como infecções, estresse, alterações no clima que ressequem a pele, e certos
remédios.
Sintomas: Os sintomas da psoríase são
manchas de pele vermelha grossa com escamas prateadas. Essas manchas podem
coçar e doer. Manchas de psoríase são mais encontradas nos ombros, joelhos,
partes da perna, couro cabeludo, região lombar, palmas das mãos e solas dos
pés. Porém, manchas de psoríase podem aparecer em outros locais como unhas dos
dedos e dos pés, genitais e dentro da boca.
Tratamento: O tratamento da psoríase
depende factores como:
─
Gravidade da doença.
─
Tamanho das manchas de psoríase.
─
Tipo de psoríase.
─
Como o paciente reage a certos tratamentos.
Nem todos os
tratamentos para psoríase têm os mesmos resultados para todos. O médico pode
mudar de tratamento se ele não funcionar ou se houver reacção negativa.
Verrugas são pequenos crescimentos na pele, que geralmente não são dolorosos. Causadas por vírus, as verrugas quase sempre são inofensivas e podem desaparecer sozinhas. Elas podem surgir em qualquer parte do corpo e podem ser de diversos tipos também.
Verrugas
podem variar muito de tamanho e formato de uma para outra. A textura também tende
a ser diferente, podendo apresentar desde superfícies lisas até mais rugosas.
Causas: Existem inúmeras causas
possíveis para o surgimento de verrugas. Elas são causadas por um vírus chamado
Papiloma Vírus Humano – conhecido popularmente como HPV, que infecta a camada
superior da pele, causando as verrugas. Elas podem surgir mais facilmente
quando a pessoa apresenta alguma lesão ou corte na pele. Por isso é tão comum
encontrar verrugas em crianças. São bastante comuns também em áreas do corpo em
que as pessoas costumam depilar, como no rosto, no caso de homens que se
barbeiam, e nas pernas, no caso de mulheres que depilam as pernas.
É igualmente
possível, aliás, transmitir verrugas para outras pessoas também, principalmente
por meio do toque, num processo chamado de auto inoculação – muito comum em
banheiros compartilhados de academias, piscinas, clubes, etc. A transmissão
pode acontecer também durante o ato sexual desprotegido.
A reinfecção
também é possível. Uma pessoa não se torna imune a verrugas se já apresentou
uma alguma vez.
A dermatite é uma doença inflamatória da pele que gera vermelhidão, coceira e bolhas, e que não é transmitida por contacto directo ou por objectos de uso pessoal. Ela pode surgir em qualquer idade e também pode atingir qualquer parte do corpo. A doença tem cura e depende muito do tipo e da causa, mas, na maioria dos casos, o tratamento é com base em remédios e cremes prescritos por um dermatologista.
Além da
dermatite, há outras dermatoses que possuem sintomas e lesões muito parecidas.
Cada uma delas requer um pouco de atenção, para que você tenha sempre o
diagnóstico correcto.
Causas: A dermatite pode surgir por
diversos motivos, sejam eles genéticos, emocionais ou desencadeados por agentes
externos, como o clima frio e a oleosidade de nossa pele. As causas da doença,
muitas vezes, estão relacionadas com os seus tipos e cada um deles necessita de
um tipo específico de tratamento.
Sintomas: Os sintomas mais comuns são
coceiras e erupções cutâneas. Além desses, cada tipo de dermatite – já
explicados anteriormente – possui sintomas diferentes. Por exemplo: no caso da
dermatite seborreica, além das manchas vermelhas e escamosas no couro cabeludo,
pode haver um grande volume de caspas também.
Tratamento: Assim como os sintomas, os
tratamentos para a dermatite variam de acordo com o seu tipo e intensidade.
Para a atópica, evitar banhos muito quentes e hidratar a pele constantemente já
ajuda na melhora da doença. Já no caso da dermatite de contacto, o tratamento
difere por conta da gravidade da doença, podendo ser feito através de
medicamentos via oral ou injectável.
Independente
do tipo de dermatite que você tenha, o importante é não se automedicar e
procurar a ajuda de seu dermatologista.
O pé de atleta, conhecido popularmente como frieira, é uma infecção nos pés causada por fungo. É a doença fúngica mais comum dentre todas as que acometem a pele.
Causas: O pé de atleta é causado por
diferentes fungos do género Tricophyton, o mesmo tipo que causa a micose. Meias
e sapatos húmidos favorecem o crescimento desses organismos nos pés.
O pé de
atleta é contagioso e pode ser transmitido pelo contacto com uma pessoa
infectada ou por contacto com superfícies contaminadas, como toalhas, pisos e
calçados. Os indivíduos, no entanto, não adquirem facilmente a infecção
entrando em contacto com o fungo, existem factores imunológicos e de barreira
que impedem a pene tracção do fungo.
Sintomas: O sintoma mais comum do pé de
atleta é apresentar pele rachada e descamada entre os dedos ou na parte lateral
do pé. Outros sintomas podem incluir:
─
Pele vermelha e com coceira
─
Sensação de queimação ou dor
─
Surgimento de bolhas
A infecção
pode afectar um ou ambos os pés e pode se espalhar para as unhas, que ficam
descoloridas, grossas e quebradiças. O pé de atleta também pode se espalhar
para as mãos - especialmente se a pessoa arranhar ou pegar nas partes
infectadas de seus pés. O pé de atleta pode ocorrer juntamente com outras
infecções de pele por fungo.
Tratamento: Se a micose for recente, de
pequena intensidade ou causada por um fungo não resistente a tratamento tópico,
o médico poderá sugerir o uso de um antifúngico de venda livre, geralmente
vendido como uma pomada, loção ou em pó. Se o pé de atleta não responder a esse
tipo de tratamento, você pode precisar de um medicamento mais forte, que
somente o médico poderá receitar. Infecções graves podem necessitar de
comprimidos antifúngicos de via oral.
De acordo com
o exposto ao longo do desenvolvimento do presente trabalho sob o tema Sistema
Tegumentar, chegamos a conclusão de que o sistema tegumentar compreende,
histologicamente, duas camadas funcionais, morfologicamente distintas, a
epiderme e a derme. As glândulas mamárias, cápsula ungueal e cornos fazem parte
deste sistema, assim também como unhas, cabelos e pelos constituem os órgãos anexos
deste sistema. O sistema tegumentar, conforme vimos, é verdadeiramente fascinante
e envolve dezenas de funções maravilhosas e propósitos. Uma das suas funções
principais é a impermeabilização do corpo com a ajuda de a camada exterior de
células mortas e queratinizadas. Ele também protege o corpo contra a perda de
água e protege os órgãos internos contra ataques de germes e outras infecções.
Além disso, este sistema pode ser considerado como a primeira linha de defesa
do corpo. O sistema tegumentar não só protege os sistemas de órgãos internos
mas também regula a temperatura, sentidos da dor e desempenha um papel vital na
síntese de vitamina D, e além disso, excreta toxinas. O funcionamento deste
sistema é crucial para a saúde de todo o corpo humano.
JARVIS, C.
Exame Físico e Avaliação de Saúde para Enfermagem. 6. ed. Tradução de Denise
Costa Rodrigues. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
VAN DE
GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. Barueri:
Manole, 2003.
WYSOCKI, A. B. Anatomy and
physiology of skin and soft tissue. In: BRYANT, R. A.; NIX, D. P. Acute &
Chronic Wounds: current management concepts. 4th ed. St. Louis: Mosby Elsevier,
2012.
[1]
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 12.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2013. p. 354.
[2]
GARTNER, L. P.; HIATT, J. L. Tratado de Histologia em cores. 3.ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2007. pp. 333-335.
[3]
KÜHNEL, W. Atlas de Citologia, Histologia e Anatomia microscópica para teoria e
prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. pp. 82-83, 360-363.
Muito bom mesmo. parabéns!
ResponderExcluirgOSTEI DESTE TEMA, FOI MUITO PROVEITOSO PARA MIM. GOSTEI
ResponderExcluir•Gostei imenso do contéudo, conheci inúmeras coisas que nem tinha noção que existiam. Muitíssimo obrigado.
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