POR VIEIRA MIGUEL MANUEL
INTRODUÇÃO
A educação constitui um processo que visa preparar o
indivíduo para as exigências da vida política, económica e social. O Sistema de
Educação tende à formação harmoniosa e integral do homem.
A Formação de professores é uma das componentes do
Sistema de Educação que merece uma atenção especial, visto que um dos
principais pontos de estrangulamento do Sistema . Educativo implementado em
1978 se situa na qualidade e quantidade do corpo docente.
A preparação científico-técnica, cultural, moral e cívica
do professor é um factor decisivo para o desenvolvimento de toda a política
educacional. Assim, a melhoria da qualidade de ensino está associada à
qualidade dos currículos de Formação de Professores.
A Formação Média Normal do Sistema Educativo implementado
em 1978 consiste em formar professores
de nível médio que possuam à entrada a 8a classe do ensino geral ou equivalente
para ministrar aulas nas escolas do 2°e 3º níveis nomeadamente a educação
regular, a educação de adultos e a educação especial.
A Lei de Bases do Sistema de Educação define o 1º ciclo
como parte do Subsistema do Ensino Secundário Geral e integra as7ª, 8ª e 9a
classes. A formação média de professores do 1 ° ciclo do Ensino Secundário
realiza-se após a 9ª classe com a duração de 4 anos, isto é da l Oª à 13ª
classe.
A Formação Média Normal é realizada nos IMN - Institutos
Médios Normais, no INEF - Instituto Normal de Educação Física e no INFAC -
Instituto Nacional de Formação Artística e Cultural.
OBJECTIVOS
GERAIS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Os objectivos gerais do Subsistema de Formação de
professores são:
Formar professores com perfil necessário à materialização
integral dos objectivos gerais da educação;
Formar professores com sólidos conhecimentos científico-técnicos
é uma profunda consciência patriótica de modo a que assumam com
responsabilidade' a tarefa de educar as novas gerações;
Desenvolver acções de
permanente actualização e aperfeiçoamento dos agentes de educação.
CARACTERIZAÇÃO
GLOBAL DO CONTEXTO ANGOLANO E RESPECTIVO SISTEMA EDUCATIVO.
(Condições Reais Em
Que Se Vai Actuar)
Angola, é um país situado
na África Austral, ocupa uma área de 1.246.700-" Km2 e cuja
população é estimada em 14.602.002 habitantes em 2002.
- E Um
país plurilinguístico onde o português é considerado ª língua oficial e de
comunicação entre angolanos, apesar de existirem outras línguas nacionais como
por exemplo: Umbundu, Kimbundu, Kikongo, Tchokwe e N'gangela.
O ensino formal é feito em Língua portuguesa; no entanto
existem a nível governamental discussões sobre a possibilidade da inclusão de
línguas nacionais no currículo.
Angola foi durante cinco séculos colónia portuguesa e
conquistou a sua_ independência a 11 de Novembro de 1975.
- A Lei constitucional angolana consagra a educação como
um direito para todos os cidadãos, independentemente do sexo, raça, etnia e
crença religiosa. Em 1977, dois anos após a independência nacional é aprovado
um novo sistema nacional de educação e
ensino cuja implementação se inicio em 1978 e tem como princípios gerais os
seguintes:
-
Igualdade de oportunidade no acesso e continuação dos
estudos
Gratuitidade do ensino a todos os níveis
Aperfeiçoamento constante do pessoal docente.
Este sistema é constituído por um ensino geral de oito
classes (das quais as quatro primeiras, obrigatórias), por um ensino
pré-universitário com seis semestres, um ensino médio de quatro anos (com dois
ramos, técnico e normal) e um ensino
superior.
Em 1977, Angola dispunha apenas de cerca de 25 mil professores
pobremente formados.
Em 1986, foi efectuado pelo ministro da educação um
diagnóstico do sistema de educação que permitem fazer um levantamento e
auscultação das debilidades e necessidades do sistema.
Com base nesse diagnóstico, chegou-se à conclusão da
necessidade de uma nova reforma educativa e foi possível então, traçar as
linhas gerais para a mesma.
Em 1990, Angola abandona o sistema monopartidário e
envereda para o sistema político rnultipartidário, o que acarretou mudanças na
política educativa. A guerra em Angola foi uma constante desestabilizadora e
provocadora de um empobrecimento cada vez maior do Estado, das populações e de
já escassa rede escolar. Grandes fluxos de população dirigem-se para as cidades
consideradas mais seguras, o que aumenta a já grande concentração de população
nas capitais de
certas províncias, nomeadamente, Lubango, Benguela, e
principalmente Luanda. Assim, mais de metade da população escolar distribui-se
pelas províncias de Luanda (30 %), Benguela (11,4%) e Huíla (13%). Nas
restantes províncias, essa frequência não alcança os 10%. A frágil e
sobressaturada rede escolar do país sucumbe, essencialmente nas províncias
citadas.
Em Luanda, há muito que não existe a classe de iniciação.
A pirâmide de população escolar no Ensino de Base é bastante larga na base e
estreita no topo, havendo 70,4 no 10 nível, 10,9 no 20 nível.
• De
1990 à 1992, a taxa bruta de escolaridade atingiu cerca de 82 no ensino
primário, no país.
- A partir de 1992, a situação piora estimando-se que o
número de crianças em idade pré-escolar ultrapassa dois milhões, mas somente 1
dessas crianças têm possibilidade de acesso.
Para atenuar o fraco poder de absorção da rede escolar,
foram criados no 'ensino primário, o horário triplo e as turmas pletóricas, com
60 a 80 alunos. E neste contexto, deveras adverso, que se iniciam os primeiros
passos para preparação da 2a Reforma do Sistema de Educação. Em 2002 a
Assembleia Nacional da República de Angola aprovou a Lei de Bases do Sistema de
Educação.
Este documento contém o delinear do que se pretende com
esta acção e o novo sistema cuja estrutura integra os seguintes subsistemas:
-Subsistema da Educação Pré-escolar
-Subsistema do Ensino Geral
-Subsistema do Ensino Técnico- profissional
-Subsistema de Formação de Professores
-Subsistema da Educação de Adultos
-Subsistema do Ensino Superior
-O subsistema do Ensino Geral é constituído por:
-Um ensino primário de 6 classes (básico obrigatório)
-Um ensino secundário, que integra dois ciclos, com
duração 'de 3 anos
cada; o 2° ciclo do ensino secundário, tanto. normal como
técnico tem a
duração de 4 anos.
O subsistema de formação de professores, estrutura-se nos
seguintes níveis com a duração de 4 e 6 anos, respectivamente
-Médio Normal
-Superior Pedagógico
Compreende ainda acções que se enquadram na formação
permanente :
-Agregação Pedagógica
-Aperfeiçoamento
De notar, que este novo Projecto de Sistema de Educação,
está a ser preparado em situação muito precária e em que os investimentos na
educação são praticamente nulos, face ao mar de necessidades e dificuldades.
Face a esta situação, seria apropriado para o sucesso da
tarefa ingente que o Ministério da Educação tem em mãos - a Reforma Educativa -
que se fizessem investimentos de vulto a fim de se poder levar esta tarefa a
bom porto.
Caracterização geral da formação de Professores do
Ensino de Base em Angola
A educação constitui um processo que visa preparar o
indivíduo para as exigências da vida política, económica e social. O Sistema de
Educação tende à formação harmoniosa e integral do indivíduo.
A estrutura do Sistema de Educação angolano aprovado em
1977 e implementado em 1978, contempla o Ensino Médio Normal com duração de 4
anos. Os Institutos Médios Normais (IMN e INEF), são instituições vocacionadas
Para a formação de professores de nível médio para exercerem funções nas
escolas do ensino de base (regular e de adultos).
O perfil de entrada dos candidatos à frequência dos
Institutos Médios Normais é a 8ª classe do ensino de base ou equivalente e ter
a idade dos 13 aos 17 mos para os cursos regulares e acima dos 18 anos para
cursos reservados à trabalhadores.
A formação é essencialmente dominada por abordagens
normativas prescritas e descritas.
As condições de estudos oferecidas aos alunos, tais como:
o número excessivo de alunos por turma, ausência de laboratórios e de
infra-estruturas desportivas, cantinas, livrarias, falta de manuais escolares
para o nível e programas uniformizados e estruturados, a falta de inspecção
regular aos Institutos, têm contribuído para a fraca qualidade do Sistema de
Educação.
Os currículos oferecem uma formação muito
compartimentalizada e repetitiva pois o aluno-mestre não assume uma postura de
empenhamento auto- formativo e independente.
Alguns destes alunos-mestres preparados neste tipo de
currículo, são os professores que leccionam no ensino de base 1°, 2° e 3°
níveis. A maioria dos professores formados nos Institutos Normais não
permanecem no Sistema de Educação.. Alguns deles prosseguem os seus estudos a
nível superior e outros abandonam o Ministério da Educação e vão para
diferentes sectores, à procura de melhores condições salariais e de trabalho.
A maioria dos professores que leccionam nos IMN não têm
perfil adequado, ou melhor, não tem formação com agregação pedagógica. Esta
situação é também factor inviabilizador de inserção efectiva dos alunos na
prática educativa, acrescido de inadequada organização interna do processo de
ensino. Por estes e outros motivos, é inevitável a Reforma do Subsistema actual
de Formação de Professores em Angola.
A educação, 1:!0 âmbito da Lei de Bases do Sistema de
Educação, aprovado em Dezembro de 2001, realiza-se através de um Sistema
Unificado cuja estrutura integra o Subsistema de Formação de Professores. 9s
cursos de nível médio são ministrados nos IMN (IMN – Instituto Médio Normal,
INEF - Instituto Normal de Educação Física e ÍNFAC - Instituto Nacional de
Formação Artística e Cultural) e visa a Formação de Professores para o 1 °
ciclo do Ensino Secundário, Educação de adultos os e Educação Especial.
A reparação científica-técnica, cultural, moral e cívica
do professor é um factor decisivo para o desenvolvimento de toda política
educacional.
CARACTERÍSTICAS
DO ALUNO NO NÍVEL ETÁRIO (13 - 17 ANOS DE IDADE)
A vida sócio -afectiva e intelectual do aluno evolui lado
a lado, o que significa:
-Do ponto de vista sócio-afectivo, nesta faixa etária, o
aluno organiza-se em função da sua escala de valores. Inicia a sua integração
na sociedade, especialmente no que respeita, a certeza na escolha de uma
profissão.
-Neste período de vida, diminuem as oscilações morais e
começa a aparecer a maturidade na sua conduta e nas suas relações
interpessoais.
-A ideia da entrada no mundo do trabalho e as
preocupações dos estudos
superiores tomam cada vez mais sensível aos problemas do
mundo. -Do ponto de vista intelectual aluno desenvolve as capacidades lógicas e
de representação simbólica, tal como são usadas pelos adultos.
Aprende a equacionar de um problema, várias alternativas
de solução possíveis, decidindo entre elas qual a mais apropriada.
-É de notar que o estádio de desenvolvimento depende em
grande arte
do grau de instrução da pessoa em causa; muitos adultos,
segundo
PIAGET, nunca chegam a fazer raciocínios formais..
FINALIDADES
* Este Subsistema
tem como finalidades:
-Formar professores com perfil necessário para a
materialização integral dos objectivos gerais da Educação e particularmente dos
objectivos do 1º ciclo do Ensino Secundário;
-Professor que
encarem o Sistema Educativo, a Escola, a sala de aula e a comunidade
envolvente, como espaços de formação harmoniosa dos alunos;
-Professores com sólidos conhecimentos científicos,
pedagógicos e profissionais e uma profunda consciência patriótica de modo a que
assumam com responsabilidade a tarefa de educar as novas gerações numa sociedade
plural;
-Que colaborem com os colegas das mesmas turmas de modo a
promoverem o sucesso educativo dos alunos;
- Que desenvolvam acções de permanente actualização e
aperfeiçoamento dos agentes da educação e do ensino;
Perfil de saída do professor do 1º ciclo do ensino
secundário
A Formação e a melhoria da qualificação científica e
técnico-pedagógica dos docentes devem constituir duas das condições essenciais
para a obtenção de níveis elevados de eficácia e de qualidade de Ensino,
adaptando-as às mudanças socio-económicas do País. Para o cumprimento cabal
destes propósitos, no fim da Formação dever-se-á alcançar o seguinte perfil:
O PROFESSOR DESTE
NÍVEL TEM O SEGUINTE PERFIL:
1. A nível do
saber:
a)
Conhecer
a natureza fisiológica, psicológica e sociológica dos alunos, do 1º ciclo do
Ensino Secundário (12-15 anos de idade); Possuir conhecimentos científicos
fundamentais tanto no âmbito da(s) especialidade( s) que vai ensinar, como nas
ciências da Educação;
b)
Dominar
os conteúdos programáticos, bem como a melhor utilização dos manuais escolares, as orientações metodológicas e
outros instrumentos Relativo à educação e ao Ensino nas instituições escolares;
Conhecer as problemáticas mais relevantes do mundo em que
vivemos, cada vez mais complexo e em rápida mudança;
Conhecer as perspectivas educacionais que enformam o
currículo dos alunos do 10 ciclo do Ensino Secundário.
2. A nível do
saber-fazer:
a)
Definir
os objectivos específicos com base nos objectivos gerais e conteúdos dos
programas estabelecidos, tendo em conta o contexto em que vai trabalhar, ou
seja as condições das instituições de ensino, do meio económico e
sócio-cultural em que estas estão inseridas e as características e necessidades
dos alunos concretos que vai ensinar;
b)
Adoptar
métodos e meios de ensino, bem como mecanismos diferenciação pedagógica e de
flexibilização dos programas, adequando:. os à diversidade dos alunos a fim de
promover o sucesso escolar, nomeadamente a nível dos objectivos
específicos/conteúdos essenciais, e do desenvolvimento integral do jovem;
c)
Preparar
o adolescente para um enquadramento auspicioso nas classes e níveis de ensino
subsequentes ~ para uma opção vocacional e profissional consciente compatível
com uma inserção social harmoniosa na comunidade;
d)
Proporcionar
aos alunos a aquisição e domínio de saberes, instrumentos, Capacidades,
atitudes e valores indispensáveis a uma escolha esclarecida das vias escolares ou profissionais
subsequentes;
e)
Identificar
o jovem necessitado em atendimento e cuidados especiais.
3. A nível do ser:
a)
Distinguir-se por um elevado sentido de responsabilidade, de idoneidade moral,
cívica e deontológica, e saber transmitir estes valores aos educandos;
Assumir uma atitude de respeito pela importância da actividade
docente na formação da personalidade humana, e no desenvolvimento
socio-económico da sociedade.
FORMAÇÃO
GERAL
Tendo em conta a análise dos documentos iá referidos,
nomeadamente a Lei de Bases do Sistema de Educação, concluiu-se que a duração dos
cursos dos Institutos Médio Normais seria a mesma mudando apenas os níveis de
acesso a essa instituição que passaria a ser a 93 classe e não a 83 classe como
até agora. Este facto levou a que se concluísse que em princípio, os alunos
candidatos aos institutos de formação de professores do 10 ciclo do Ensino
Secundário teriam uma formação básica mais sólida do que anteriormente, o que
levou a decidir que algumas disciplinas poderiam a partir daí ser encaradas de
maneira diferente, de forma a dar ao futuro professor uma visão geral, mais
global dos problemas prementes e candentes do mundo actual sob diferentes
vertentes, como é o caso de disciplinas de História, Filosofia, Geografia,
Física, Química, Biologia, despertando nele o autodidactismo.
Da Formação Geral faz ainda arte a disciplina de
Informática que proporcionará ao professor conhecimentos técnicos que lhe
permitam usar o computador que é hoje um meio tecnológico essencial para grande
parte das profissões, e nomeadamente para o professor.
A disciplina de Filosofia responde à necessidade de
proporcionar, aos futuros professores, ainda que de um modo global e
introdutório, as perspectivas mais actuais sobre problemas essenciais do homem,
do mundo e do conhecimento. Esta bagagem, restrita pelo pouco tempo de que se
dispõe para esta disciplina, é ainda necessária para que os futuros professores
possam compreender os conceitos mais ligados à Filosofia da Educação que
estarão subjacentes ao Desenvolvimento Curricular e à Formação Pessoal, Social
e Deontológica.
Por outras palavras, a formação geral tem com objectivo
dar ao futuro professor uma visão global científica como reforço da cultura
geral que ele deve ter.
FORMAÇÃO
ESPECÍFICA
O grupo de Formação Específica integra disciplinas das
Ciências da Educação que asseguram o fundamento científico-pedagógico para o
exercício da actividade docente.
Este grupo inclui um tronco comum (Psicologia do
Desenvolvimento e da Aprendizagem, Análise Sociológica da Educação e
Administração e Gestão Escolar, Higiene e Saúde Escolar, Teoria da Educação e
Desenvolvimento Curricular e Formação Pessoal, Social e Deontológica) e uma
parte que varia de acordo com as especialidades definidas.
A disciplina de Psicologia centra-se na Psicologia do
Desenvolvimento e de aprendizagem que permitirá a análise dos factores
fundamentais de desenvolvimento e da aprendizagem, para que o futuro
"professor conheça minimamente a natureza fisiológica, psicológica,
psíquica e social da criança e saiba identificar a necessidade em atendimento e
cuidados especiais, dando-lhe um tratamento diferenciado.
Análise Sociológica da Educação estuda essencialmente,
sob o ponto de vista sociológico, os factores que interferem na escola e
particularmente no processo de ensino/aprendizagem. Surge nas 10as e 11as classes antes da Prática
Pedagógica, uma vez que é uma disciplina que permite o levantamento de questões
de natureza sociológica observadas na Prática Pedagógica, podendo considerar-se
como reforço para a compreensão de problemas concretos que possam ter surgido
na turma.
À esta disciplina juntou-se Administra ao e Gestão
Escolar que possibilita a compreensão dos factores de natureza legal,
institucional e organizacional que contextuam as práticas educativas na escola.
A aparente extinção da disciplina de Pedagogia, deve-se
ao facto de se terem transferido os seus conteúdos para outras disciplinas, por
razões ligadas a perspectivas curriculares actualizadas, mais amplas do que as
desenvolvidas na Didáctica Geral que integrava a Formação de Professores.
A componente de Teoria da Educação visa fornecer
conhecimento ao nível das teorias e modelos pedagógicos que configuram o quadro
educativo na actualidade, eliminando e fundamentando posições a nível da
Prática Pedagógica. Finalmente o módulo de Desenvolvimento Curricular permite,
por um lado clarificar o conceito e os fundamentos do currículo escolar,
relacionando-o com as opções societárias e as decisões assumidas aos níveis
político e administrativo. Por outro lado, esse módulo caracteriza o processo
de desenvolvimento curricular, explicitando as operações de gestão do currículo
na escola e na sala de aula, com referência às alternativas de decisão e de
acção e respectivas incidências educativas.
A disciplina de Formação Pessoal, Social e Deontológica
no currículo de formação de Professores, visa fomentar ao futuro professor uma
consciência
reflexiva sobre si como pessoa, contribuindo para a
construção progressiva de uma
identidade profissional.
FORMAÇÃO
PROFISSIONAL
O grupo de Formação Profissional constam disciplinas que
asseguram a formação profissional do candidato à docência e dá-lhe a formação
específica para as respectivas especialidades.
Distingue-se a matéria que constitui objecto de ensino, e
que consta da Formação Geral, das Metodologias específicas, que se enquadram na
Formação Profissional, uma vez que a experiência nas instituições de Formação
de Professores leva a inferir que, se não se atribuem horas a cada componente,
os professores se preocupam muito mais com a Ciência do que com a respectiva
Metodologia de ensino. Contudo, o mesmo professor encarregar-se-á das duas
vertentes referidas, bem como da Prática Pedagógica e do Estágio, a fim de
possibilitar a integração destas componentes do Plano Curricular.
- A Formação Profissional compreende a(s) ciência(s) da
especialidade, as metodologia destas, as Práticas, Seminários e o Estágio
Pedagógicos.
- O professor da especialidade é o mesmo da Metodologia
de ensino, da Pratica Pedagógica e o que acompanha o Estágio e orienta os
respectivos Seminários.
A Prática e Seminários Pedagógicos são a caracterização
da parte teórica e pretende-se com esta etapa da formação específica como
profissional, nomeadamente a formulação de objectivos, elaboração e gestão de
planos de aula, em conformidade com as características do meio envolvente da
escola, da disciplina, da classe e da temática a ministrar. Todos estes
elementos devem contemplar uma visão sistémica dos conteúdos a tratar,
objectivos gerais respectivos e específicos que se pretendem atingir,
pré-requisitos, selecção de métodos, mio e instrumentos de avaliação e ainda o
tempo previsto.
13
A prática pedagógica contempla três fases diferentes, de
observação, de colaboração e de responsabilização.
1ª fase –
Observação nas escolas do 10 ciclo do ensino secundário, visando possibilitar
os primeiros contactos com a realidade educativa, incluindo aulas, recreios e
modos de funcionamento da instituição.
2ª fase – Após o estudo dos programas e dos manuais,
segue-se a fase de colaboração com o professor da classe em tarefas
progressivamente mais complexas, sob a orientação do professor da respectiva
disciplina.
3ª fase – Preparação e realização de aulas sob orientação
do professor da respectiva disciplina.
Na avaliação da Prática Pedagógica, nas fases 2 e 3, deve
ser ouvido o professor dos alunos.
O Estágio Pedagógico dos alunos dos IMN e INFAC aparece
no último semestre do curso e o dos alunos do INEF nos últimos dois semestres,
o período de plena responsabilização. O aluno estagiário trabalha com uma turma
do 1º ciclo do ensino secundário. Receberá visitas sistemáticas de controlo
quer dos Professores da escola, quer dos dois docentes dos respectivos institutos
dessas disciplinas.
O aluno estagiário deve apresentar quinzenalmente um
relatório das actividades realizadas, pois isto permitirá determinar o nível do
perfil que se preenche.
Como já foi acentuado, o aluno-mestre na sua actuação
durante o estágio deve ser capaz de aplicar todos os conhecimentos assimilados
na formação geral, específica e profissional.
Durante o estágio, a avaliação dos alunos será realizada
pelos professores responsáveis da disciplina e ouvidos os professores das
turmas. Os Seminários Pedagógicos estão ligados à Prática e Estágio Pedagógico
e servem para preparar, avaliar as aulas, identificando os problemas que nelas
ocorreram, reflectir sobre o processo de ensino/aprendizagem, debater os
problemas de carácter pedagógico,_ metodológico, científico e cultural,
relacionados com problemas detectados
FORMAÇÃO
FACULTATIVA
O grupo de Formação Facultativa é constituído por aquelas
disciplinas que se consideram como desejáveis e necessárias para o perfil do
futuro professor mas que por condicionalismos vários do nosso País, levou com
que se decidisse que o melhor seria incluí-las como facultativas sendo
leccionadas onde as condições o
permitissem, respeitando assim a autonomia e as próprias
realidades de cada
província ou região. Tais disciplinas são: Línguas
Nacionais e Estrangeiras,
Expressões Artísticas e Fotografias.
Inovações em
relação ao plano de estudos vigente
Quanto ao leque de disciplinas para o plano de estudos
conclui-se que seria
basicamente o mesmo com algumas modificações.
1.
FORMAÇÃO GERAL
Introduziram-se para todos os cursos na formação geral:
- A
cadeira de Filosofia (noções gerais) que serve para ajudar a formar o futuro
professor uma visão crítica sobre o mundo e a Informática na óptica do
utilizador.
Diversificou-se parte da formação geral, de acordo com as
necessidades dos diferentes cursos.
2.
FORMAÇÃO ESPECÍFICA
Nesta vertente da Formação, as alterações mais
significativas dizem respeito à substituição da Pedagogia por uma disciplina,
com dois módulos: Teoria da Educação e Desenvolvimento Curricu1ar.
A Sociologia foi substituída por Análise Sociológica da
Educação a que se juntou um módulo de Administração e Gestão Escolar.
Introduziu-se ainda a Formação Pessoal, Social e Deontológica.
3.
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
A mudança mais importante nesta área é a da separação da
Ciência da especialidade da respectiva metodologia,
Caracterização
Geral dos Programas
Os programas escolares constituem a componente
fundamental dum currículo. Eles são desenvolvidos tendo em conta quer as
condições da comunidade escolar no sentido restrito, quer da comunidade
envolvente, para preverem o sucesso escolar educativo.
No País, estes aspectos tomam-se relevantes tanto pela
diversidade cultural e de condição em que funciona a escola (recursos materiais
e humanos - nível de Formação de Professores e de Desenvolvimento dos Alunos),
como pela necessidade imperiosa de diminuir as altas taxas de insucesso escolar
e promover o sucesso educativo, tão necessário para o desenvolvimento do País.
Elementos do programa
Os programas da Formação de Professores do 10 Ciclo do
Ensino Secundário estruturam-se de seguinte forma:
Introdução
da disciplina;
Objectivos
gerais da disciplina na Formação de Professores do 1º Ciclo do Ensino
Secundário;
Objectivos
gerais da disciplina na classe;
Conteúdos
programáticos
• Unidade
• Subunidade
Sugestões
metodológicas
Avaliação
Bibliografia
ESTA
ESTRUTURA É FLEXÍVEL TENDO EM CONTA AS ESPECIFICIDADES DE ALGUMAS DISCIPLINAS.
Esta forma de organização pensa-se ser a adequada para
facilitar ao professor, a compreensão da complexidade do Sistema Educativo e
dos conteúdos dos diversos elementos do programa.
A introdução geral da disciplina permite compreender que,
embora qualquer área do conhecimento possa ser importante por si mesma, a sua
introdução no programa escolar tem a ver com o papel que ela desempenha na
consecução dos objectivos do referido nível de ensino, o que tem a ver com a
cultura herdada, com a sociedade em que se está e com a que se pretende
construir.
Os objectivos gerais da disciplina na Formação de
Professores do 1º Ciclo do Ensino Secundário, são necessários para se
compreenderem os objectivos gerais da mesma na classe a que o programa diz
respeito que são a concretização de uma parte daqueles.
A escolha dos conteúdos à volta de Unidades organizadoras
que se dividem em subunidades, é uma maneira de sequenciar os conteúdos dum
modo lógico e coerente, facilita ao professor e aos alunos a compreensão da
articulação entre as subunidades da Unidade que constitui.
A identificação de conteúdos básicos chama a atenção do
professor para os conteúdos (factos, conceitos, princípios, leis,
procedimentos, valores e atitudes) que, por serem essenciais para a aquisição
de novas aprendizagens, como tal será obrigatório ensiná-los, não podendo
deixar de ser trabalhados com todos os alunos, de modo a que na generalidade
atinja os objectivos correspondentes a um bom nível de consecução.
O tempo previsto para cada Unidade tem a ver com a
importância e a dificuldade dos conteúdos e ajuda o professor a elaborar a
planificação geral, no sentido de cumprir, pelo menos os conteúdos básicos de
modo que os alunos os assimilem.
As sugestões metodológicas, são escolhidas de acordo com
a maturidade e interesse dos alunos de modo a que as actividades propostas:
• Proporcionem
uma ampla gama de objectivos de desenvolvimento;
• Respondam
aos interesses e necessidades das crianças;
• Propiciem
um desenvolvimento em sequência;
• Sejam
diversificadas.
O que se apresenta são apenas sugestões, que cada
professor gerirá de modo que lhe parecer mais adequado à situação concreta em
que se encontra.
A avaliação, destina-se a propor o modo como se pode
avaliar a aprendizagem dos alunos e que tem especificidades para as diversas disciplinas,
tendo sempre como referência o modelo de avaliação
ESTRUTURA
CURRICULAR DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO 1º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO
Embora a Lei de Bases do Sistema da Educação determine
que a Formação de Professores de todo o Ensino Secundário venha a ser feita
pelo Ensino Superior, tudo indica que pelo menos a médio prazo, e no caso da
Formação de Professores do 1º Ciclo do Ensino Secundário, a formação continue a
ser feita pelos Institutos Médios Normais.
Os planos de estudo contemplam quatro componentes de
formação que visam assegurar uma formação teórico-prática sólida: a Formação
Geral, a Formação Específica, a Formação Profissional e a Formação Facultativa.
As componentes Formação Específica e particularmente a
Profissional foram reforçadas, procurando-se deste modo, preparar melhor os
professores para o exercício da sua função, ao mesmo tempo que se espera
minimizar a situação actual em que uma percentagem significativa de professores
não vão exercer essa profissão, transitando para o mundo empresarial, onde
auferem melhores vencimentos.
SUBSISTEMA
DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
A Formação de Professores 1º Ciclo do Ensino Secundário
realiza-se após a 9ª classe do Ensino Geral ou equivalente, nos Institutos
Normais de. Educação (IMN, INEF, e INFAC) com a duração de 4 anos (10ª, 11ª,
12ª e 13ª classes). Para a concretização do currículo da formação de
professores do lº ciclo do ensino secundário, os planos de estudo incorporam
não só disciplinas que preferem a continuação dos estudos no ensino superior,
mas também outras de mais variados conhecimentos práticos que facilitam o desenvolvimento
com eficácia da actividade profissional do docente.
Perspectivas que fundamentam as opções tomadas a nível da
sociedade, educação, ensino aprendizagem e princípios gerais de intervenção
educativa.
Pronunciar-se sobre a natureza, funções e características
da educação escolar supõe, implícita e explicitamente, pronunciar-se sobre o
modelo de sociedade para cuja formação se quer contribuir e o modelo de pessoa
e cidadão que se pretende formação: Estes modelos enunciados de forma clara na
Lei de Base do Sistema Educativo Angolano definem como finalidade do Sistema de
Educação a "formação integral da personalidade com vista à consolidação de
uma sociedade, progressiva e democrática" (art. 1º)
Não há pessoa possível à margem de uma sociedade e de uma
cultura. Os processos de individualização - a construção de uma identidade
pessoal - e a socialização - a incorporação activa numa sociedade e numa
cultura - são processos inter-relacionados e interdependente; ou se prefere
duas vertentes de um mesmo processo: aquele pelo qual nos formamos como
pessoas.
O desenvolvimento é uma construção evolutiva, social e
culturalmente mediante, realizadas e traduzida segundo aprendizagem
progressiva.
Segundo o construtivismo o conhecimento implica sempre um
processo de reconstrução e construção no qual o sujeito, em interacção com os
outros, tem o papel de actor e autor. Essa construção é consentânea com os
processos de desenvolvimento e maturação do indivíduo, a sua marcha no sentido
de uma autonomia cognitiva e ética em colaboração com os seus pares.
A noção
de conhecimento construtivista, pressupõe e implica um conjunto de postulados
epistemológicos e antropológicos de relevância incontornável quando se procura
pensar um modelo de ensino em articulação íntima com um modelo de aprendizagem,
ou seja se procura estruturar uma teoria do ensino sobre o domínio compreensivo
científico das formas e processos pelos quais aprendemos e nos desenvolvemos.
Com efeito, o assumir-se a natureza pessoal, social e
colaborativa do conhecimento e o modelo activo, funcional e estrutural da
construção, traz à educação escolar, desafios e
compromissos importantes, como entre outros:
Uma noção de pessoa entendida como um ser em
desenvolvimento em e na relação com os outros e o ambiente social e cultural
onde se situa;
Uma noção alargada de escola, ou seja, uma escola
compreendida e integrada no tecido social e cultural envolvente;
Outras formas de compreender e gerir o currículo escolar
em geral e o plano de estudos e programas em particular
Modelos de ensino que coloquem a actividade construtiva
do aluno e os processos de crescimento pessoal no centro da intervenção
pedagógica, fomentando metodologias activas e investigarias nas quais os alunos
possam exercer o papel de sujeito na pesquisa e utilização de informação, no
desenvolvimento de hipóteses e sua aplicação, na tomada de decisões e no
comprometimento pessoal com as posições criticamente assumidas.
Uma perspectiva do desenvolvimento integrado de toda a
pessoa, pela própria compreensão globalizadora do desenvolvimento, onde o
conhecimento cognitivo (o saber), os conteúdos morais e valorativos (saber ser
e estar) e os procedimentos técnicos e éticos (o saber fazer e agir) são
entendidos como pilares de um mesmo processo formativo.
A autonomia da escola como pessoa plural e dos alunos,
como condição e consequência de desenvolvimento.
Só assim, as aprendizagens dos saberes e as formas
culturais incluídas no currículo escolar podem ser fonte de desenvolvimento
pessoal dos alunos ajudando-os a situarem-se individualmente de forma activa,
construtiva e critica no contexto social e cultural de que fazem parte.
ORIENTAÇÕES
DIDÁCTICAS GERAIS
Epistemológica/Pedagógica: Selecção, sequencialização e
apresentação de conteúdos
A selecção, organização e sequencialização dos conteúdos
e ( uma decisão tomada na conjugação e confluência de diversos campos e
factores.
- modelo curricular adoptado;
- paradigma educativo e o modelo pedagógico de
referencia;
-teorias psicológicas sobre o desenvolvimento cognitivo
moral;
-analise de estrutura conceptualógica dos conteúdos;
-analise da estrutura conceptual psicológica dos
conteúdos.
Relativamente o paradigma educativo e ao modelo, ou
modelos, pedagógicos que sustenta, muito se joga no domínio da decisão política
as opções neste terreno são, em primeira instancia, condicionadas (porque
condicionadoras) do modelo de Sociedade, Homem, e Conhecimento que deseja
construir. Mas, na base destas opções e em coerência com as mesmas, é
necessário estruturar uma teoria do ensino processos pelos quais
cientificamente alicerçada sobre o conhecimento compreensivo dos processos
pelos quais nos formamos e desenvolvimento. É assim que, em função do
desenvolvimento das investigações no campo da epistemologia genética o centro
das Teorias do Ensino e da Aprendizagem, gravita, na actualidade, em tomo do
eixo epistemológico de como aprendemos : como devemos ensinar, ou seja devemos
fundamentar e radicar os nossos processos de ensino dos processos de construção
do conhecimento e mecanismos de aprendizagem.
No fundo trata-se como o diz Luís del Carmen (1996) de
dar resposta, cientificamente enformada a questão como:
• Que
conteúdos são mais importantes o processo de ensino?
• Como
demos apresentar aos alunos de forma que resultem compreensíveis,
interessantes e relacionáveis com as suas ideias e
conhecimento prévios?
• Como
estabelecer o seu desenvolvimento progressivo?
• Como
potenciar as relações entre diferentes conteúdos que se ensinem?
ESTRUTURA
EPISTEMOLÓGICA
O primeiro aspecto fundamental a ter em conta quando se
fala de estrutura psicológica do conhecimento é a própria estrutura receptora
dos alunos. Esta é determinada em função dos processos cognitivos gerais, e
padrões de desenvolvimento social e moral, próprios do seu nível de
desenvolvimento (estudados por Piaget e Kolberg) e das ideias previas dos alunos.
As representações mentais todas as pessoas organizam-se segundo estruturas
conceptuais, construídas e solidificadas ao longo do nosso processo de
desenvolvimento. Estas estruturas, para as quais o construtivismos , desde J.
Piaget, chamou a atenção, desempenham uma função mediadora nas relações com o
meio e são, como tal determinantes na aquisição do conhecimento. É em função
das estruturas conceptuais previas, ou seja as estruturas anteriormente formada
e adquiridas, que percepcionamos e aprendemos novos dados, que interpretamos o
real e organizamos as acções.
De acordo com a
teoria construtivista (Ausubel1973) podemos considerar dois tipos gerais de
aprendizagem:
- Mecânica: quando o sujeito não é capaz de estabelecer
relações entre os conhecimentos que já possui e nos novos;
- Significativa: quando a relação entre os conhecimentos
e os novos.
Estes conhecimentos são, assim, integradas na estrutura
cognitiva do indivíduo, dando origem a uma assimilação e acomodação de
significados.
A aprendizagem significativa, porque realizada através de
uma construção pessoal e integradora, traduz-se em aprendizagens duradoiras e
mais operatórias: A aprendizagem mecânica, uma vez que não se concretiza numa
apropriação pessoal é rígida (pouco operatória) a facilmente esquecida: Acima
de tudo trata-se de uma . aprendizagem que sendo de certa forma exterior ao
sujeito (não há uma integração pessoal dos novos dados na estruturas
conceptuais previas) não o modifica não se traduz numa alteração ou
aprofundamento significativo, da sua visão do mundo. Com efeito, se a
aprendizagem significativa se produz através da interacção entre a nova
informação e os conhecimentos prévios pertinentes, logo a possibilidade de
aprendizagem é condicionada pelas características dos conhecimentos prévios do
aluno, em relação com os conteúdos que se pretende ensinar.
ANÁLISE
DA ESTRUTURA CONCEPTUAL DOS CONTEÚDOS
Mas não basta atendermos aos conceitos prévios, sua
analise e desmontagem critica, quando programas unidades didácticas. Os
conceitos organizam-se segundo estruturas hierárquicas na estrutura cognitiva
dos indivíduos. Em função desta estrutura podem, basicamente, definir-se três
tipos de aprendizagem:
.... - Aprendizagem sub-ordenada ou inclusiva: realiza-se
quando as novas ideias introduzidas se relacionam de uma forma subordinada com
ideias relevantes de maior grau de obstarão, ou seja de incluisividade, que são
designadas de ideias inclusão. A inclusão pode realizar-se por derivação (a
ideia não modifica os atributos do conceito inclusor) ou correlação. (Há
modificação dos atributos do conceito inclusor.
... - Aprendizagem supra-ordenada: produz-se quando os
conceitos aprendidos anteriormente se integram num conceito mais amplo e
inclusivo. É o que acontece com a inclusão, por exemplo de diversas espécies
animais no conceito de vertebrado.
.... - Aprendizagem combinatória: realiza-se quando uma
ideia nova é colocada em relação com outras já existentes, mais com o mesmo
nível de generalidade: Estabelecem-se então, relações de horizontalidade as
distintas ideias precisando as relações e diferenças entre as mesma.
Usado estrategicamente em diferentes momentos do processo
de ensino-aprendizagem estas três modalidades constituem em si uma estrutura
sólida de
organização da própria estrutura cognitiva dos alunos.
Para Ausubel a maioria das aprendizagens significativas
realizam-se através de aprendizagens do primeiro tipo I. E, sub-ordenadas.
Neste sentido, é fundamental que o professor trabalhe na sua disciplina
organizadores prévios, ou seja, conceito ou proposições unificadoras, de grande
generalidade, que funcionando como conteúdos introdutórios mais inclusivos que
os conteúdos a ensinar, devem facilitar a relação dos novos conhecimentos com a
estrutura cognitiva dos alunos estabelecendo assim uma ponte entre o que o
aluno sabe e o que precisa de saber antes aprender significativamente a tarefa
em causa. Estes organizadores, sendo dotados de uma grande capacidade
explicativa são susceptíveis de ser relacionarem, vertical a transversalmente,
com outros. Quanto aos critérios sequencialização de sequência, Ausubel,
Novack, Henesian ( 1983), estabelecem, sob a mesma teoria, dois princípios
básicos:
- diferenciação progressiva: as ideias mais gerais e
inclusivas são apresentadas em primeiro plano, diferenciando-se
progressivamente em especificidade. A apresentação dos organizadores é, como
tal, feita segundo uma hierarquia descendente, na qual as ideias mais
inclusivas ocupam a vértice superior e as proposições, os conceitos e factos
vão sendo progressivamente, menos inclusivos. Os mapas conceptuais propostos
por Novack (1982) são um instrumento que permite representar, precisamente,
estas estruturas hierárquicas.
- reconciliação integradora: expressa a forma qual se
estabelecem novas relações entre conceitos que no decorrer de aprendizagem
supra-ordenadas e combinatória, sofreram modificações. Estas modificações, se
não reintegradas, provocam nos alunos o que Novack (1982) designa de
dissonância cognitiva. É preciso, como tal, organizar as sequências de ensino
de modo a demonstrar as relações entre os novos significados conceptuais e os
conceitos supra-ordenados.
ESTRATÉGIAS
DE SEQUENCIALIZAÇÃO
A sequencialização de conteúdos (conceitos princípios,
procedimentos, valores' e atitudes) deve assim quer pela sua ordem lógica de
classificação e organização, quer pela ordem psicológica de reconstrução do
conhecimento ( a aprendizagem), no domínio da conceptuais, começando pelos
conceitos mais gerais e ínc1usivos, e avançando progressivamente para os mais
particulares, neste avanço o conceito geral é sucessivamente ampliado ou
reconstruído. Também a construção e desenvolvimento de. valores e sua
solidificação em atitudes estáveis e durado iras, passa, necessariamente pela
sua apresentação em contextos significativos, concretos e vivências e a sua
progressiva reelaboração através de estratégias cognitivos e socio-morais onde
o domínio do conceito e do seu pessoal dá lugar à descentralização critica e a
universidade.
É neste sentido que alguns autores como Reigeluth e
Stein(1983), fala da necessidade de ao organizarem-se sequências de ensino se
definir um epítome como elemento articulador. Segundo Luís dei Carmem
(1996,137), o processo de elaboração de um epítome requer:
- seleccionar o tipo de conteúdos organizador ( pode ser
um conceito, um
principio, Um procedimento ... )
- analisar a estrutura lógica desse conteúdo;
- analisar a estrutura psicológica de construção de
conteúdo definido
requisitos da aprendizagem;
- seleccionar os elementos nucleares do conteúdo que
serão apresentados
em epítome no inicio da unidade;
- seleccionar os conteúdos de suporte necessários ao
desenvolvimento dos conteúdos fundamentais;
A continuação da sequência implica a elaboração e
desenvolvimento de cada um dos elementos nucleares apresentados no epítome.
Neste processo, é importante criar contextos significativos que favoreçam a
motivação dos alunos e, simultaneamente, a formação de estruturas cognitivas
estáveis, facilitando a interpelação entre os processos de analise e síntese:
- Entre outros aspectos, importa
- Agrupar sempre os conceitos relacionados.
- variar as estratégias cognitivas (elaboração de
desenhos, leitura de diagrama, produção de textos, ... ) na sua vertente
individual e de colaboração em grupo.
- estabelecer pontualmente momentos de síntese
(articulação de conteúdos dentro da unidade e fora da unidade), de
sistematização ( sobre a forma de resumos), de aplicação e transferência, de
recapitulação integradora, analogias, e actividades de auto e hetero controlo
da aprendizagem .
MODELO
DE AVALIAÇÃO ADOPTADOS PARA ALUNOS
(ORIENTAÇÕES
GERAIS)
1-Considerações
Gerais
De um modo geral, o processo de avaliação fornece
informações capazes de conduzir, quando necessário, ao reajuste do processo de
ensino-aprendizagem para que o mesmo se tome mais útil e eficiente tanto para a
melhoria da aprendizagem do aluno como para o aperfeiçoamento dos procedimentos
didácticos do professor. Por outras palavras, a avaliação do desempenho do
aluno é a fonte básica de retroinformação (feedback sobre a adequação do
comportamento do aluno e sobre os procedimentos didácticos.
Este
modelo de avaliação da aprendizagem dos alunos abandona assim o conceito e a
função da avaliação tradicional e redutores que a ligavam essencialmente à
classificação e aos exames.
CONCEITO
DE AVALIAÇÃO
A avaliação é o processo de identificar, obter e
proporcionar informação útil e descritiva acerca do valor e do mérito das
metas, da planificação, da realização e do impacto de um objectivo determinado,
com o fim de servir de guia para a tomada de decisões, para solucionar os problemas
de responsabilidade e para promover a compreensão dos fenómenos
implicados" (Stuffebeam), D, 1998). Avaliar significa aqui "examinar
o grau de adequação entre um conjunto de informações e um conjunto de critérios
adequados.
Como se pode verificar, a avaliação é um processo cuja a
etapa final é a tomada de decisões; decisões essas que podem tocar ou concernir
o aluno, o professor e o currículo.
FINALIDADES
DA AVALIAÇÃO
A principal finalidade da avaliação da aprendizagem é
«saber se um aluno está a aprender e para saber como o apoiar se ele tiver
dificuldades» De modo geral, a avaliação da aprendizagem destina-se a:
- verificar e optimizar os processos e resultados de
processo ensino- aprendizagem ao:
a) orientar o aluno a precisar mais objectivamente as
suas aspirações;
b)ajudar o aluno a melhor apreciar os seus progressos em
direcção aos objectivos alvejados;
c) orientar o professor quanto as necessidades de
remediação ou de recuperação da aprendizagem para alunos individualmente, em
grupo ou para toda a turma
d) elevar o professor a reflectir sobre o seu ensino, -a
fim de o levar a realizar as modificações e reajustes que se revelarem
necessárias;
- classificar e certificar os conhecimentos e as
competências adquiridas ao nível do saber; isto é, do domínio cognitivo
(conhecimentos, procedimentos e destrezas mentais), do saber ser, isto é, do
domínio afectivo, satisfação, interesses, valores, atitudes e do saber fazer,
isto é, do domínio psicomotor, orientações espacial e temporal, expressão
corporal, coordenação psicomotora, manejo de utensílios, manipulações e
automatização.
FUNÇÕES
DE AVALIAÇÃO
Pode-se dizer em síntese, que são três as funções da
avaliação: de diagnóstico, de controle de aprendizagem e de hierarquização e
classificação.
a) Função de
diagnóstico, quando tem por objectivo esclarecer condições - e possibilidades
de aprendizagem ou de execução de uma ou determinadas tarefas por parte do
aluno;
b) Função de
controle da aprendizagem, quando tem o propósito de se inteirar se os
objectivos de ensino estão a ser não alcançados e o que é preciso fazer para
melhorar o desempenho do aluno individualmente ou da turma;
c) Função de
bierarquização e classificação, quando, após um período de ensino se deseja
saber quanto ao desempenho do aluno ou da turma e que pode assumir dois
aspectos:
d) Função de
hierarquização, quando informa em relação ao desempenho de um aluno ou de uma
turma, se foi excelente, bom, médio, razoável ou deficiente.
e) Aspectos
de classificação, quando procura estabelecer uma ordem classificatória, quanto
ao rendimento de um grupo de alunos submetido ao mesmo processo de
ensino-aprendizagem.
PRINCÍPIOS
ORIENTADORES
Como princípios orientadores, a avaliação deve:
a) Ser
coerente - defender a necessidade da existência de sintonia entre a avaliação e
as outras componentes do currículo, isto é, os objectivos, os conteúdos e a
metodologia;
b) ser
integral - dirigir-se tanto aos conhecimentos, quando às capacidades e aos
valores;
c) contribuir
para a aprendizagem - não limitar-se a medir o que o aluno sabe, mas também
deve gerar novas situações de aprendizagem
d) ter
carácter positivo - valorizar o que o aluno já sabe e é capaz de fazer, em cada
momento;
e) ser
diversificado - apontar para a necessidade da utilização de técnicas e
instrumentos de avaliação múltiplos e diferenciados;
f) ser
transparente - anular o secretismo a que avaliação se encontra tradicionalmente
associada, permitindo que os alunos tenham acesso ao que se espera deles, e
conheçam os parâmetros e critérios de avaliação a utilizar
MODALIDADES
DE AVALIAÇÃO
A avaliação intervém de maneira específica antes, durante
e depois da acção. Às modalidades que se vão considerar são: a diagnóstica, a
formativa e somativa.
AVALIAÇÃO
DIAGNÓSTICA
Aplica-se esta modalidade de avaliação fundamentalmente
no início de novas aprendizagens, sejam estas representadas por uma simples
unidade de ensino, por um segmento mais longo do programa escolar (em trimestre,
em semestre) ou pelo programa escolar de todo um ano lectivo.
AVALIAÇÃO
FORMATIVA
A avaliação formativa, como função de controlo, é
realizada durante todo o decorrer do ano lectivo, com intuito de verificar se o
os alunos estão atingindo os objectivos revistos.
AVALIAÇÃO
SOMATIVA
Esta modalidade aplica-se no fim de um período
relativamente longo de ensino (uma unidade temática), um período (trimestre,
semestre) um ano, etc . e tem como finalidade sancionar (positivamente ou
negativamente) uma actividade de aprendizagem a fim de contabilizar este
resultado com vista à classificação, selecção, etc ... e identificar os
objectivos que os diversos alunos não atingiram de modo a ajudá-los.
TÉCNICAS
E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
Para que a avaliação possa desempenhar as suas funções,
há necessidade de combinar várias técnicas e instrumentos de avaliação. A
diversificação das técnicas e instrumentos de avaliação permite avaliar de
forma adequada a aprendizagem, as capacidades e as atitudes dos alunos. Há
também necessidade de desenvolver técnicas e instrumentos que possam ser
utilizados, individualmente pelos alunos e por grupo de alunos.
As técnicas e instrumentos de avaliação são classificadas
de diversas formas. Em geral, as classificações são elaboradas de acordo com a
forma de colecta dos dados.
TÉCNICAS
DE AVALIAÇÃO
Processa-se através de técnicas subjectivas e objectivas:
As técnicas subjectivas- abrangem «instrumentos cujos
resultados, em grande parte, dependem do juízo pessoal do avaliador».
Técnicas objectivas empregam-se «instrumentos de
procedimentos cujos resultados valorativos não dependem muito do avaliador».
INSTRUMENTOS
DE AVALIAÇÃO
Existe uma grande variedade de instrumentos. que o
professor tem ao seu dispor para determinar o nível de desempenho apresentado
pelos alunos, em função dos objectivos propostos.
Os instrumentos de avaliação mais usados nas escolas são
as provas orais,
escritas e práticas.
PROVAS
ORAIS
As provas orais decorrem com base no diálogo entre
professor e alunos.
PROVAS
ESCRITAS
As provas escritas são as provas que podem ser usadas em
qualquer aula, como testes que podem ser aplicados no (mal de uma aula ou no
início da seguinte, para o professor certificar-se sobre o que o aluno aprendeu
e saber então, que rumos dar aos trabalhos da turma: repetir, rectificar ou
prosseguir. As mais importantes são as trimestrais, semestrais e exames finais
para além das que se aplicam numa perspectiva formativa.
As provas escritas podem constar de dissertação (provas
tradicionais ou dissertativas) ou de questões objectivas que cubram toda a
matéria que entre na prova (provas objectivas).
As provas tradicionais ou dissertativas são aquelas em
que o aluno organiza e escreve a resposta, utilizando suas próprias palavras.
PROVAS
PRÁTICAS
As provas práticas em ultima análise, colocam o
examinando diante de dificuldades -concretas ou fictícias, para a solução das
quais terá de fazer uso de elementos concretos e teóricos. Estas provas, além
de averiguarem o conhecimento teórico, aferem habilidades, segurança e domínio
de técnicas, bem como o manejo de instrumentos especializados.
CONCLUSÃO
Depois de ter lido e examinado
meticulosamente o tema já abordado cheguei à conclusão que a formação de professores é uma das
componentes do sistema de educação que merece uma atenção especial, pois, Modelos
de ensino que coloquem a actividade construtiva do aluno e os processos de
crescimento pessoal no centro da intervenção pedagógica, fomentando
metodologias activas e investigarias nas quais os alunos possam exercer o papel
de sujeito na pesquisa e utilização de informação, no desenvolvimento de
hipóteses e sua aplicação, na tomada de decisões e no comprometimento pessoal
com as posições criticamente assumidas.
REFERÊNCIAS
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ZABALLA, Miguel, Planificação e Desenvolvimento
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23, Instituto de Inovação Educacional, Lisboa, 1992
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, Informações aos pais e
encarregados de educação, Lisboa
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