sexta-feira, 27 de junho de 2014

CURRICULO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO 1º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO


POR VIEIRA MIGUEL MANUEL

INTRODUÇÃO



A educação constitui um processo que visa preparar o indivíduo para as exigências da vida política, económica e social. O Sistema de Educação tende à formação harmoniosa e integral do homem.

A Formação de professores é uma das componentes do Sistema de Educação que merece uma atenção especial, visto que um dos principais pontos de estrangulamento do Sistema . Educativo implementado em 1978 se situa na qualidade e quantidade do corpo docente.

A preparação científico-técnica, cultural, moral e cívica do professor é um factor decisivo para o desenvolvimento de toda a política educacional. Assim, a melhoria da qualidade de ensino está associada à qualidade dos currículos de Formação de Professores.

A Formação Média Normal do Sistema Educativo implementado em  1978 consiste em formar professores de nível médio que possuam à entrada a 8a classe do ensino geral ou equivalente para ministrar aulas nas escolas do 2°e 3º níveis nomeadamente a educação regular, a educação de adultos e a educação especial.

A Lei de Bases do Sistema de Educação define o 1º ciclo como parte do Subsistema do Ensino Secundário Geral e integra as7ª, 8ª e 9a classes. A formação média de professores do 1 ° ciclo do Ensino Secundário realiza-se após a 9ª classe com a duração de 4 anos, isto é da l Oª à 13ª classe.

A Formação Média Normal é realizada nos IMN - Institutos Médios Normais, no INEF - Instituto Normal de Educação Física e no INFAC - Instituto Nacional de Formação Artística e Cultural.













OBJECTIVOS GERAIS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Os objectivos gerais do Subsistema de Formação de professores são:

Formar professores com perfil necessário à materialização
integral dos objectivos gerais da educação;

Formar professores com sólidos conhecimentos científico-técnicos é uma profunda consciência patriótica de modo a que assumam com responsabilidade' a tarefa de educar as novas gerações;

Desenvolver acções    de permanente actualização e aperfeiçoamento dos agentes de educação.



CARACTERIZAÇÃO GLOBAL DO CONTEXTO ANGOLANO E RESPECTIVO SISTEMA EDUCATIVO.

(Condições Reais Em Que Se Vai Actuar)

Angola, é um país situado  na África Austral, ocupa uma área de 1.246.700-" Km2 e cuja população é estimada em 14.602.002 habitantes em 2002.

            - E Um país plurilinguístico onde o português é considerado ª língua oficial e de comunicação entre angolanos, apesar de existirem outras línguas nacionais como por exemplo: Umbundu, Kimbundu, Kikongo, Tchokwe e N'gangela.

O ensino formal é feito em Língua portuguesa; no entanto existem a nível governamental discussões sobre a possibilidade da inclusão de línguas nacionais no currículo.


Angola foi durante cinco séculos colónia portuguesa e conquistou a sua_ independência a 11 de Novembro de 1975.

- A Lei constitucional angolana consagra a educação como um direito para todos os cidadãos, independentemente do sexo, raça, etnia e crença religiosa. Em 1977, dois anos após a independência nacional é aprovado um novo sistema  nacional de educação e ensino cuja implementação se inicio em 1978 e tem como princípios gerais os seguintes:
            -          
Igualdade de oportunidade no acesso e continuação dos estudos
Gratuitidade do ensino a todos os níveis
Aperfeiçoamento constante do pessoal docente.


Este sistema é constituído por um ensino geral de oito classes (das quais as quatro primeiras, obrigatórias), por um ensino pré-universitário com seis semestres, um ensino médio de quatro anos (com dois ramos, técnico e normal) e    um ensino superior.

Em 1977, Angola dispunha apenas de cerca de 25 mil professores pobremente formados.

Em 1986, foi efectuado pelo ministro da educação um diagnóstico do sistema de educação que permitem fazer um levantamento e auscultação das debilidades e necessidades do sistema.

Com base nesse diagnóstico, chegou-se à conclusão da necessidade de uma nova reforma educativa e foi possível então, traçar as linhas gerais para a mesma.


Em 1990, Angola abandona o sistema monopartidário e envereda para o sistema político rnultipartidário, o que acarretou mudanças na política educativa. A guerra em Angola foi uma constante desestabilizadora e provocadora de um empobrecimento cada vez maior do Estado, das populações e de já escassa rede escolar. Grandes fluxos de população dirigem-se para as cidades consideradas mais seguras, o que aumenta a já grande concentração de população nas capitais de
certas províncias, nomeadamente, Lubango, Benguela, e principalmente Luanda. Assim, mais de metade da população escolar distribui-se pelas províncias de Luanda (30 %), Benguela (11,4%) e Huíla (13%). Nas restantes províncias, essa frequência não alcança os 10%. A frágil e sobressaturada rede escolar do país sucumbe, essencialmente nas províncias citadas.

Em Luanda, há muito que não existe a classe de iniciação. A pirâmide de população escolar no Ensino de Base é bastante larga na base e estreita no topo, havendo 70,4 no 10 nível, 10,9 no 20 nível.

            • De 1990 à 1992, a taxa bruta de escolaridade atingiu cerca de 82 no ensino primário, no país.

- A partir de 1992, a situação piora estimando-se que o número de crianças em idade pré-escolar ultrapassa dois milhões, mas somente 1 dessas crianças têm possibilidade de acesso.

Para atenuar o fraco poder de absorção da rede escolar, foram criados no 'ensino primário, o horário triplo e as turmas pletóricas, com 60 a 80 alunos. E neste contexto, deveras adverso, que se iniciam os primeiros passos para preparação da 2a Reforma do Sistema de Educação. Em 2002 a Assembleia Nacional da República de Angola aprovou a Lei de Bases do Sistema de Educação.
Este documento contém o delinear do que se pretende com esta acção e o novo sistema cuja estrutura integra os seguintes subsistemas:

-Subsistema da Educação Pré-escolar
-Subsistema do Ensino Geral
-Subsistema do Ensino Técnico- profissional
-Subsistema de Formação de Professores
-Subsistema da Educação de Adultos
-Subsistema do Ensino Superior
-O subsistema do Ensino Geral é constituído por:

           
-Um ensino primário de 6 classes (básico obrigatório)
-Um ensino secundário, que integra dois ciclos, com duração 'de 3 anos
cada; o 2° ciclo do ensino secundário, tanto. normal como técnico tem a
duração de 4 anos.

O subsistema de formação de professores, estrutura-se nos seguintes níveis com a duração de 4 e 6 anos, respectivamente

-Médio Normal
-Superior Pedagógico

Compreende ainda acções que se enquadram na formação permanente :

-Agregação Pedagógica
-Aperfeiçoamento

De notar, que este novo Projecto de Sistema de Educação, está a ser preparado em situação muito precária e em que os investimentos na educação são praticamente nulos, face ao mar de necessidades e dificuldades.

Face a esta situação, seria apropriado para o sucesso da tarefa ingente que o Ministério da Educação tem em mãos - a Reforma Educativa - que se fizessem investimentos de vulto a fim de se poder levar esta tarefa a bom porto.

Caracterização geral da formação de Professores do
Ensino de Base em Angola

A educação constitui um processo que visa preparar o indivíduo para as exigências da vida política, económica e social. O Sistema de Educação tende à formação harmoniosa e integral do indivíduo.

A estrutura do Sistema de Educação angolano aprovado em 1977 e implementado em 1978, contempla o Ensino Médio Normal com duração de 4 anos. Os Institutos Médios Normais (IMN e INEF), são instituições vocacionadas Para a formação de professores de nível médio para exercerem funções nas escolas do ensino de base (regular e de adultos).

O perfil de entrada dos candidatos à frequência dos Institutos Médios Normais é a 8ª classe do ensino de base ou equivalente e ter a idade dos 13 aos 17 mos para os cursos regulares e acima dos 18 anos para cursos reservados à trabalhadores.

A formação é essencialmente dominada por abordagens normativas  prescritas e descritas.

As condições de estudos oferecidas aos alunos, tais como: o número excessivo de alunos por turma, ausência de laboratórios e de infra-estruturas desportivas, cantinas, livrarias, falta de manuais escolares para o nível e programas uniformizados e estruturados, a falta de inspecção regular aos Institutos, têm contribuído para a fraca qualidade do Sistema de Educação.
             
Os currículos oferecem uma formação muito compartimentalizada e repetitiva pois o aluno-mestre não assume uma postura de empenhamento auto- formativo e independente.

Alguns destes alunos-mestres preparados neste tipo de currículo, são os professores que leccionam no ensino de base 1°, 2° e 3° níveis. A maioria dos professores formados nos Institutos Normais não permanecem no Sistema de Educação.. Alguns deles prosseguem os seus estudos a nível superior e outros abandonam o Ministério da Educação e vão para diferentes sectores, à procura de melhores condições salariais e de trabalho.

A maioria dos professores que leccionam nos IMN não têm perfil adequado, ou melhor, não tem formação com agregação pedagógica. Esta situação é também factor inviabilizador de inserção efectiva dos alunos na prática educativa, acrescido de inadequada organização interna do processo de ensino. Por estes e outros motivos, é inevitável a Reforma do Subsistema actual de Formação de Professores em Angola.

A educação, 1:!0 âmbito da Lei de Bases do Sistema de Educação, aprovado em Dezembro de 2001, realiza-se através de um Sistema Unificado cuja estrutura integra o Subsistema de Formação de Professores. 9s cursos de nível médio são ministrados nos IMN (IMN – Instituto Médio Normal, INEF - Instituto Normal de Educação Física e ÍNFAC - Instituto Nacional de Formação Artística e Cultural) e visa a Formação de Professores para o 1 ° ciclo do Ensino Secundário, Educação de adultos os e Educação Especial.

A reparação científica-técnica, cultural, moral e cívica do professor é um factor decisivo para o desenvolvimento de toda política educacional.

CARACTERÍSTICAS DO ALUNO NO NÍVEL ETÁRIO (13 - 17 ANOS DE IDADE)

A vida sócio -afectiva e intelectual do aluno evolui lado a lado, o que significa:

-Do ponto de vista sócio-afectivo, nesta faixa etária, o aluno organiza-se em função da sua escala de valores. Inicia a sua integração na sociedade, especialmente no que respeita, a certeza na escolha de uma profissão.

-Neste período de vida, diminuem as oscilações morais e começa a aparecer a maturidade na sua conduta e nas suas relações interpessoais.

-A ideia da entrada no mundo do trabalho e as preocupações dos estudos
superiores tomam cada vez mais sensível aos problemas do mundo. -Do ponto de vista intelectual aluno desenvolve as capacidades lógicas e de representação simbólica, tal como são usadas pelos adultos.
Aprende a equacionar de um problema, várias alternativas de solução possíveis, decidindo entre elas qual a mais apropriada.

-É de notar que o estádio de desenvolvimento depende em grande arte
do grau de instrução da pessoa em causa; muitos adultos, segundo
PIAGET, nunca chegam a fazer raciocínios formais..


FINALIDADES

* Este Subsistema tem como finalidades:

-Formar professores com perfil necessário para a materialização integral dos objectivos gerais da Educação e particularmente dos objectivos do 1º ciclo do Ensino Secundário;

-Professor que  encarem o Sistema Educativo, a Escola, a sala de aula e a comunidade envolvente, como espaços de formação harmoniosa dos alunos;

-Professores com sólidos conhecimentos científicos, pedagógicos e profissionais e uma profunda consciência patriótica de modo a que assumam com responsabilidade a tarefa de educar as novas gerações numa sociedade plural;


-Que colaborem com os colegas das mesmas turmas de modo a promoverem o sucesso educativo dos alunos;  

- Que desenvolvam acções de permanente actualização e aperfeiçoamento dos agentes da educação e do ensino;

Perfil de saída do professor do 1º ciclo do ensino secundário

A Formação e a melhoria da qualificação científica e técnico-pedagógica dos docentes devem constituir duas das condições essenciais para a obtenção de níveis elevados de eficácia e de qualidade de Ensino, adaptando-as às mudanças socio-económicas do País. Para o cumprimento cabal destes propósitos, no fim da Formação dever-se-á alcançar o seguinte perfil:
             
O PROFESSOR DESTE NÍVEL TEM O SEGUINTE PERFIL:

1. A nível do saber:

a)      Conhecer a natureza fisiológica, psicológica e sociológica dos alunos, do 1º ciclo do Ensino Secundário (12-15 anos de idade); Possuir conhecimentos científicos fundamentais tanto no âmbito da(s) especialidade( s) que vai ensinar, como nas ciências da Educação;

b)      Dominar os conteúdos programáticos, bem como a melhor utilização dos manuais  escolares, as orientações metodológicas e outros instrumentos Relativo à educação e ao Ensino nas instituições escolares;

Conhecer as problemáticas mais relevantes do mundo em que vivemos, cada vez mais complexo e em rápida mudança;

Conhecer as perspectivas educacionais que enformam o currículo dos alunos do 10 ciclo do Ensino Secundário.

2. A nível do saber-fazer:

a)      Definir os objectivos específicos com base nos objectivos gerais e conteúdos dos programas estabelecidos, tendo em conta o contexto em que vai trabalhar, ou seja as condições das instituições de ensino, do meio económico e sócio-cultural em que estas estão inseridas e as características e necessidades dos alunos concretos que vai ensinar;

b)      Adoptar métodos e meios de ensino, bem como mecanismos diferenciação pedagógica e de flexibilização dos programas, adequando:. os à diversidade dos alunos a fim de promover o sucesso escolar, nomeadamente a nível dos objectivos específicos/conteúdos essenciais, e do desenvolvimento integral do jovem;

c)      Preparar o adolescente para um enquadramento auspicioso nas classes e níveis de ensino subsequentes ~ para uma opção vocacional e profissional consciente compatível com uma inserção social harmoniosa na comunidade;

d)     Proporcionar aos alunos a aquisição e domínio de saberes, instrumentos, Capacidades, atitudes e valores indispensáveis a uma escolha esclarecida  das vias escolares ou profissionais subsequentes;

e)      Identificar o jovem necessitado em atendimento e cuidados especiais.

  
3. A nível do ser:

            a) Distinguir-se por um elevado sentido de responsabilidade, de idoneidade moral, cívica e deontológica, e saber transmitir estes valores aos educandos;

Assumir uma atitude de respeito pela importância da actividade docente na formação da personalidade humana, e no desenvolvimento socio-económico da sociedade.

FORMAÇÃO GERAL

Tendo em conta a análise dos documentos iá referidos, nomeadamente a Lei de Bases do Sistema de Educação, concluiu-se que a duração dos cursos dos Institutos Médio Normais seria a mesma mudando apenas os níveis de acesso a essa instituição que passaria a ser a 93 classe e não a 83 classe como até agora. Este facto levou a que se concluísse que em princípio, os alunos candidatos aos institutos de formação de professores do 10 ciclo do Ensino Secundário teriam uma formação básica mais sólida do que anteriormente, o que levou a decidir que algumas disciplinas poderiam a partir daí ser encaradas de maneira diferente, de forma a dar ao futuro professor uma visão geral, mais global dos problemas prementes e candentes do mundo actual sob diferentes vertentes, como é o caso de disciplinas de História, Filosofia, Geografia, Física, Química, Biologia, despertando nele o autodidactismo.

Da Formação Geral faz ainda arte a disciplina de Informática que proporcionará ao professor conhecimentos técnicos que lhe permitam usar o computador que é hoje um meio tecnológico essencial para grande parte das profissões, e nomeadamente para o professor.

A disciplina de Filosofia responde à necessidade de proporcionar, aos futuros professores, ainda que de um modo global e introdutório, as perspectivas mais actuais sobre problemas essenciais do homem, do mundo e do conhecimento. Esta bagagem, restrita pelo pouco tempo de que se dispõe para esta disciplina, é ainda necessária para que os futuros professores possam compreender os conceitos mais ligados à Filosofia da Educação que estarão subjacentes ao Desenvolvimento Curricular e à Formação Pessoal, Social e Deontológica.

Por outras palavras, a formação geral tem com objectivo dar ao futuro professor uma visão global científica como reforço da cultura geral que ele deve ter.

FORMAÇÃO ESPECÍFICA

O grupo de Formação Específica integra disciplinas das Ciências da Educação que asseguram o fundamento científico-pedagógico para o exercício da actividade docente.

Este grupo inclui um tronco comum (Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem, Análise Sociológica da Educação e Administração e Gestão Escolar, Higiene e Saúde Escolar, Teoria da Educação e Desenvolvimento Curricular e Formação Pessoal, Social e Deontológica) e uma parte que varia de acordo com as especialidades definidas.

A disciplina de Psicologia centra-se na Psicologia do Desenvolvimento e de aprendizagem que permitirá a análise dos factores fundamentais de desenvolvimento e da aprendizagem, para que o futuro "professor conheça minimamente a natureza fisiológica, psicológica, psíquica e social da criança e saiba identificar a necessidade em atendimento e cuidados especiais, dando-lhe um tratamento diferenciado.

Análise Sociológica da Educação estuda essencialmente, sob o ponto de vista sociológico, os factores que interferem na escola e particularmente no processo de ensino/aprendizagem. Surge nas 10as  e 11as classes antes da Prática Pedagógica, uma vez que é uma disciplina que permite o levantamento de questões de natureza sociológica observadas na Prática Pedagógica, podendo considerar-se como reforço para a compreensão de problemas concretos que possam ter surgido na turma.

À esta disciplina juntou-se Administra ao e Gestão Escolar que possibilita a compreensão dos factores de natureza legal, institucional e organizacional que contextuam as práticas educativas na escola.
             
A aparente extinção da disciplina de Pedagogia, deve-se ao facto de se terem transferido os seus conteúdos para outras disciplinas, por razões ligadas a perspectivas curriculares actualizadas, mais amplas do que as desenvolvidas na Didáctica Geral que integrava a Formação de Professores.

A componente de Teoria da Educação visa fornecer conhecimento ao nível das teorias e modelos pedagógicos que configuram o quadro educativo na actualidade, eliminando e fundamentando posições a nível da Prática Pedagógica. Finalmente o módulo de Desenvolvimento Curricular permite, por um lado clarificar o conceito e os fundamentos do currículo escolar, relacionando-o com as opções societárias e as decisões assumidas aos níveis político e administrativo. Por outro lado, esse módulo caracteriza o processo de desenvolvimento curricular, explicitando as operações de gestão do currículo na escola e na sala de aula, com referência às alternativas de decisão e de acção e respectivas incidências educativas.

A disciplina de Formação Pessoal, Social e Deontológica no currículo de formação de Professores, visa fomentar ao futuro professor uma consciência

reflexiva sobre si como pessoa, contribuindo para a construção progressiva de uma
identidade profissional.

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

O grupo de Formação Profissional constam disciplinas que asseguram a formação profissional do candidato à docência e dá-lhe a formação específica para as respectivas especialidades.

Distingue-se a matéria que constitui objecto de ensino, e que consta da Formação Geral, das Metodologias específicas, que se enquadram na Formação Profissional, uma vez que a experiência nas instituições de Formação de Professores leva a inferir que, se não se atribuem horas a cada componente, os professores se preocupam muito mais com a Ciência do que com a respectiva Metodologia de ensino. Contudo, o mesmo professor encarregar-se-á das duas vertentes referidas, bem como da Prática Pedagógica e do Estágio, a fim de possibilitar a integração destas componentes do Plano Curricular.

- A Formação Profissional compreende a(s) ciência(s) da especialidade, as metodologia destas, as Práticas, Seminários e o Estágio Pedagógicos.

- O professor da especialidade é o mesmo da Metodologia de ensino, da Pratica Pedagógica e o que acompanha o Estágio e orienta os respectivos Seminários.

A Prática e Seminários Pedagógicos são a caracterização da parte teórica e pretende-se com esta etapa da formação específica como profissional, nomeadamente a formulação de objectivos, elaboração e gestão de planos de aula, em conformidade com as características do meio envolvente da escola, da disciplina, da classe e da temática a ministrar. Todos estes elementos devem contemplar uma visão sistémica dos conteúdos a tratar, objectivos gerais respectivos e específicos que se pretendem atingir, pré-requisitos, selecção de métodos, mio e instrumentos de avaliação e ainda o tempo previsto.
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A prática pedagógica contempla três fases diferentes, de observação, de colaboração e de responsabilização.

1ª  fase – Observação nas escolas do 10 ciclo do ensino secundário, visando possibilitar os primeiros contactos com a realidade educativa, incluindo aulas, recreios e modos de funcionamento da instituição.

2ª fase – Após o estudo dos programas e dos manuais, segue-se a fase de colaboração com o professor da classe em tarefas progressivamente mais complexas, sob a orientação do professor da respectiva disciplina.

3ª fase – Preparação e realização de aulas sob orientação do professor da respectiva disciplina.  

Na avaliação da Prática Pedagógica, nas fases 2 e 3, deve ser ouvido o professor dos alunos.

O Estágio Pedagógico dos alunos dos IMN e INFAC aparece no último semestre do curso e o dos alunos do INEF nos últimos dois semestres, o período de plena responsabilização. O aluno estagiário trabalha com uma turma do 1º ciclo do ensino secundário. Receberá visitas sistemáticas de controlo quer dos Professores da escola, quer dos dois docentes dos respectivos institutos dessas disciplinas.

O aluno estagiário deve apresentar quinzenalmente um relatório das actividades realizadas, pois isto permitirá determinar o nível do perfil que se preenche.
           
Como já foi acentuado, o aluno-mestre na sua actuação durante o estágio deve ser capaz de aplicar todos os conhecimentos assimilados na formação geral, específica e profissional.

Durante o estágio, a avaliação dos alunos será realizada pelos professores responsáveis da disciplina e ouvidos os professores das turmas. Os Seminários Pedagógicos estão ligados à Prática e Estágio Pedagógico e servem para preparar, avaliar as aulas, identificando os problemas que nelas ocorreram, reflectir sobre o processo de ensino/aprendizagem, debater os problemas de carácter pedagógico,_ metodológico, científico e cultural, relacionados com problemas detectados

FORMAÇÃO FACULTATIVA

O grupo de Formação Facultativa é constituído por aquelas disciplinas que se consideram como desejáveis e necessárias para o perfil do futuro professor mas que por condicionalismos vários do nosso País, levou com que se decidisse que o melhor seria incluí-las como facultativas sendo leccionadas onde as condições o

permitissem, respeitando assim a autonomia e as próprias realidades de cada
província ou região. Tais disciplinas são: Línguas Nacionais e Estrangeiras,
Expressões Artísticas e Fotografias.

Inovações em relação ao plano de estudos vigente

Quanto ao leque de disciplinas para o plano de estudos conclui-se que seria
basicamente o mesmo com algumas modificações.

1.      FORMAÇÃO GERAL 

Introduziram-se para todos os cursos na formação geral:

            - A cadeira de Filosofia (noções gerais) que serve para ajudar a formar o futuro professor uma visão crítica sobre o mundo e a Informática na óptica do utilizador.

Diversificou-se parte da formação geral, de acordo com as necessidades dos diferentes cursos.

2.      FORMAÇÃO ESPECÍFICA

Nesta vertente da Formação, as alterações mais significativas dizem respeito à substituição da Pedagogia por uma disciplina, com dois módulos: Teoria da Educação e Desenvolvimento Curricu1ar.

A Sociologia foi substituída por Análise Sociológica da Educação a que se juntou um módulo de Administração e Gestão Escolar. Introduziu-se ainda a Formação Pessoal, Social e Deontológica.

3.      FORMAÇÃO PROFISSIONAL

A mudança mais importante nesta área é a da separação da Ciência da especialidade da respectiva metodologia,

Caracterização Geral dos Programas

Os programas escolares constituem a componente fundamental dum currículo. Eles são desenvolvidos tendo em conta quer as condições da comunidade escolar no sentido restrito, quer da comunidade envolvente, para preverem o sucesso escolar educativo.

No País, estes aspectos tomam-se relevantes tanto pela diversidade cultural e de condição em que funciona a escola (recursos materiais e humanos - nível de Formação de Professores e de Desenvolvimento dos Alunos), como pela necessidade imperiosa de diminuir as altas taxas de insucesso escolar e promover o sucesso educativo, tão necessário para o desenvolvimento do País.

Elementos do programa

Os programas da Formação de Professores do 10 Ciclo do Ensino Secundário estruturam-se de seguinte forma:

         Introdução da disciplina;
         Objectivos gerais da disciplina na Formação de Professores do 1º Ciclo do Ensino Secundário;
         Objectivos gerais da disciplina na classe;
         Conteúdos programáticos

•          Unidade
•          Subunidade

         Sugestões metodológicas
         Avaliação
         Bibliografia

ESTA ESTRUTURA É FLEXÍVEL TENDO EM CONTA AS ESPECIFICIDADES DE ALGUMAS DISCIPLINAS.

Esta forma de organização pensa-se ser a adequada para facilitar ao professor, a compreensão da complexidade do Sistema Educativo e dos conteúdos dos diversos elementos do programa.

A introdução geral da disciplina permite compreender que, embora qualquer área do conhecimento possa ser importante por si mesma, a sua introdução no programa escolar tem a ver com o papel que ela desempenha na consecução dos objectivos do referido nível de ensino, o que tem a ver com a cultura herdada, com a sociedade em que se está e com a que se pretende construir.

Os objectivos gerais da disciplina na Formação de Professores do 1º Ciclo do Ensino Secundário, são necessários para se compreenderem os objectivos gerais da mesma na classe a que o programa diz respeito que são a concretização de uma parte daqueles.

A escolha dos conteúdos à volta de Unidades organizadoras que se dividem em subunidades, é uma maneira de sequenciar os conteúdos dum modo lógico e coerente, facilita ao professor e aos alunos a compreensão da articulação entre as subunidades da Unidade que constitui.

A identificação de conteúdos básicos chama a atenção do professor para os conteúdos (factos, conceitos, princípios, leis, procedimentos, valores e atitudes) que, por serem essenciais para a aquisição de novas aprendizagens, como tal será obrigatório ensiná-los, não podendo deixar de ser trabalhados com todos os alunos, de modo a que na generalidade atinja os objectivos correspondentes a um bom nível de consecução.

O tempo previsto para cada Unidade tem a ver com a importância e a dificuldade dos conteúdos e ajuda o professor a elaborar a planificação geral, no sentido de cumprir, pelo menos os conteúdos básicos de modo que os alunos os assimilem.

As sugestões metodológicas, são escolhidas de acordo com a maturidade e interesse dos alunos de modo a que as actividades propostas:

•  Proporcionem uma ampla gama de objectivos de desenvolvimento;
•          Respondam aos interesses e necessidades das crianças;
•          Propiciem um desenvolvimento em sequência;
•          Sejam diversificadas.

O que se apresenta são apenas sugestões, que cada professor gerirá de modo que lhe parecer mais adequado à situação concreta em que se encontra.

A avaliação, destina-se a propor o modo como se pode avaliar a aprendizagem dos alunos e que tem especificidades para as diversas disciplinas, tendo sempre como referência o modelo de avaliação

ESTRUTURA CURRICULAR DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO 1º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO

Embora a Lei de Bases do Sistema da Educação determine que a Formação de Professores de todo o Ensino Secundário venha a ser feita pelo Ensino Superior, tudo indica que pelo menos a médio prazo, e no caso da Formação de Professores do 1º Ciclo do Ensino Secundário, a formação continue a ser feita pelos Institutos Médios Normais.

Os planos de estudo contemplam quatro componentes de formação que visam assegurar uma formação teórico-prática sólida: a Formação Geral, a Formação Específica, a Formação Profissional e a Formação Facultativa.


As componentes Formação Específica e particularmente a Profissional foram reforçadas, procurando-se deste modo, preparar melhor os professores para o exercício da sua função, ao mesmo tempo que se espera minimizar a situação actual em que uma percentagem significativa de professores não vão exercer essa profissão, transitando para o mundo empresarial, onde auferem melhores vencimentos.

SUBSISTEMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A Formação de Professores 1º Ciclo do Ensino Secundário realiza-se após a 9ª classe do Ensino Geral ou equivalente, nos Institutos Normais de. Educação (IMN, INEF, e INFAC) com a duração de 4 anos (10ª, 11ª, 12ª e 13ª classes). Para a concretização do currículo da formação de professores do lº ciclo do ensino secundário, os planos de estudo incorporam não só disciplinas que preferem a continuação dos estudos no ensino superior, mas também outras de mais variados conhecimentos práticos que facilitam o desenvolvimento com eficácia da actividade profissional do docente. 
Perspectivas que fundamentam as opções tomadas a nível da sociedade, educação, ensino aprendizagem e princípios gerais de intervenção educativa.

Pronunciar-se sobre a natureza, funções e características da educação escolar supõe, implícita e explicitamente, pronunciar-se sobre o modelo de sociedade para cuja formação se quer contribuir e o modelo de pessoa e cidadão que se pretende formação: Estes modelos enunciados de forma clara na Lei de Base do Sistema Educativo Angolano definem como finalidade do Sistema de Educação a "formação integral da personalidade com vista à consolidação de uma sociedade, progressiva e democrática" (art. 1º)

Não há pessoa possível à margem de uma sociedade e de uma cultura. Os processos de individualização - a construção de uma identidade pessoal - e a socialização - a incorporação activa numa sociedade e numa cultura - são processos inter-relacionados e interdependente; ou se prefere duas vertentes de um mesmo processo: aquele pelo qual nos formamos como pessoas.

O desenvolvimento é uma construção evolutiva, social e culturalmente mediante, realizadas e traduzida segundo aprendizagem progressiva.

Segundo o construtivismo o conhecimento implica sempre um processo de reconstrução e construção no qual o sujeito, em interacção com os outros, tem o papel de actor e autor. Essa construção é consentânea com os processos de desenvolvimento e maturação do indivíduo, a sua marcha no sentido de uma autonomia cognitiva e ética em colaboração com os seus pares.

            A noção de conhecimento construtivista, pressupõe e implica um conjunto de postulados epistemológicos e antropológicos de relevância incontornável quando se procura pensar um modelo de ensino em articulação íntima com um modelo de aprendizagem, ou seja se procura estruturar uma teoria do ensino sobre o domínio compreensivo científico das formas e processos pelos quais aprendemos e nos desenvolvemos.

Com efeito, o assumir-se a natureza pessoal, social e colaborativa do conhecimento e o modelo activo, funcional e estrutural da

construção, traz à educação escolar, desafios e compromissos importantes, como entre outros:

Uma noção de pessoa entendida como um ser em desenvolvimento em e na relação com os outros e o ambiente social e cultural onde se situa;

Uma noção alargada de escola, ou seja, uma escola compreendida e integrada no tecido social e cultural envolvente;

Outras formas de compreender e gerir o currículo escolar em geral e o plano de estudos e programas em particular

Modelos de ensino que coloquem a actividade construtiva do aluno e os processos de crescimento pessoal no centro da intervenção pedagógica, fomentando metodologias activas e investigarias nas quais os alunos possam exercer o papel de sujeito na pesquisa e utilização de informação, no desenvolvimento de hipóteses e sua aplicação, na tomada de decisões e no comprometimento pessoal com as posições criticamente assumidas.

Uma perspectiva do desenvolvimento integrado de toda a pessoa, pela própria compreensão globalizadora do desenvolvimento, onde o conhecimento cognitivo (o saber), os conteúdos morais e valorativos (saber ser e estar) e os procedimentos técnicos e éticos (o saber fazer e agir) são entendidos como pilares de um mesmo processo formativo.

A autonomia da escola como pessoa plural e dos alunos, como condição e consequência de desenvolvimento.

Só assim, as aprendizagens dos saberes e as formas culturais incluídas no currículo escolar podem ser fonte de desenvolvimento pessoal dos alunos ajudando-os a situarem-se individualmente de forma activa, construtiva e critica no contexto social e cultural de que fazem parte.
 
ORIENTAÇÕES DIDÁCTICAS GERAIS

Epistemológica/Pedagógica: Selecção, sequencialização e apresentação de conteúdos 

A selecção, organização e sequencialização dos conteúdos e ( uma decisão tomada na conjugação e confluência de diversos campos e factores.

- modelo curricular adoptado;
- paradigma educativo e o modelo pedagógico de referencia;
-teorias psicológicas sobre o desenvolvimento cognitivo moral;
-analise de estrutura conceptualógica dos conteúdos;
-analise da estrutura conceptual psicológica dos conteúdos.

Relativamente o paradigma educativo e ao modelo, ou modelos, pedagógicos que sustenta, muito se joga no domínio da decisão política as opções neste terreno são, em primeira instancia, condicionadas (porque condicionadoras) do modelo de Sociedade, Homem, e Conhecimento que deseja construir. Mas, na base destas opções e em coerência com as mesmas, é necessário estruturar uma teoria do ensino processos pelos quais cientificamente alicerçada sobre o conhecimento compreensivo dos processos pelos quais nos formamos e desenvolvimento. É assim que, em função do desenvolvimento das investigações no campo da epistemologia genética o centro das Teorias do Ensino e da Aprendizagem, gravita, na actualidade, em tomo do eixo epistemológico de como aprendemos : como devemos ensinar, ou seja devemos fundamentar e radicar os nossos processos de ensino dos processos de construção do conhecimento e mecanismos de aprendizagem.

No fundo trata-se como o diz Luís del Carmen (1996) de dar resposta, cientificamente enformada a questão como:

•          Que conteúdos são mais importantes o processo de ensino?
•          Como demos apresentar aos alunos de forma que resultem compreensíveis,
interessantes e relacionáveis com as suas ideias e conhecimento prévios?
•          Como estabelecer o seu desenvolvimento progressivo?
•          Como potenciar as relações entre diferentes conteúdos que se ensinem?

ESTRUTURA EPISTEMOLÓGICA

O primeiro aspecto fundamental a ter em conta quando se fala de estrutura psicológica do conhecimento é a própria estrutura receptora dos alunos. Esta é determinada em função dos processos cognitivos gerais, e padrões de desenvolvimento social e moral, próprios do seu nível de desenvolvimento (estudados por Piaget e Kolberg) e das ideias previas dos alunos. As representações mentais todas as pessoas organizam-se segundo estruturas conceptuais, construídas e solidificadas ao longo do nosso processo de desenvolvimento. Estas estruturas, para as quais o construtivismos , desde J. Piaget, chamou a atenção, desempenham uma função mediadora nas relações com o meio e são, como tal determinantes na aquisição do conhecimento. É em função das estruturas conceptuais previas, ou seja as estruturas anteriormente formada e adquiridas, que percepcionamos e aprendemos novos dados, que interpretamos o real e organizamos as acções.

 De acordo com a teoria construtivista (Ausubel1973) podemos considerar dois tipos gerais de aprendizagem:

- Mecânica: quando o sujeito não é capaz de estabelecer relações entre os conhecimentos que já possui e nos novos;

- Significativa: quando a relação entre os conhecimentos e os novos.

Estes conhecimentos são, assim, integradas na estrutura cognitiva do indivíduo, dando origem a uma assimilação e acomodação de significados.

A aprendizagem significativa, porque realizada através de uma construção pessoal e integradora, traduz-se em aprendizagens duradoiras e mais operatórias: A aprendizagem mecânica, uma vez que não se concretiza numa apropriação pessoal é rígida (pouco operatória) a facilmente esquecida: Acima de tudo trata-se de uma . aprendizagem que sendo de certa forma exterior ao sujeito (não há uma integração pessoal dos novos dados na estruturas conceptuais previas) não o modifica não se traduz numa alteração ou aprofundamento significativo, da sua visão do mundo. Com efeito, se a aprendizagem significativa se produz através da interacção entre a nova informação e os conhecimentos prévios pertinentes, logo a possibilidade de aprendizagem é condicionada pelas características dos conhecimentos prévios do aluno, em relação com os conteúdos que se pretende ensinar.



ANÁLISE DA ESTRUTURA CONCEPTUAL DOS CONTEÚDOS

Mas não basta atendermos aos conceitos prévios, sua analise e desmontagem critica, quando programas unidades didácticas. Os conceitos organizam-se segundo estruturas hierárquicas na estrutura cognitiva dos indivíduos. Em função desta estrutura podem, basicamente, definir-se três tipos de aprendizagem:

.... - Aprendizagem sub-ordenada ou inclusiva: realiza-se quando as novas ideias introduzidas se relacionam de uma forma subordinada com ideias relevantes de maior grau de obstarão, ou seja de incluisividade, que são designadas de ideias inclusão. A inclusão pode realizar-se por derivação (a ideia não modifica os atributos do conceito inclusor) ou correlação. (Há modificação dos atributos do conceito inclusor.

... - Aprendizagem supra-ordenada: produz-se quando os conceitos aprendidos anteriormente se integram num conceito mais amplo e inclusivo. É o que acontece com a inclusão, por exemplo de diversas espécies animais no conceito de vertebrado.

.... - Aprendizagem combinatória: realiza-se quando uma ideia nova é colocada em relação com outras já existentes, mais com o mesmo nível de generalidade: Estabelecem-se então, relações de horizontalidade as distintas ideias precisando as relações e diferenças entre as mesma.

Usado estrategicamente em diferentes momentos do processo de ensino-aprendizagem estas três modalidades constituem em si uma estrutura sólida de
organização da própria estrutura cognitiva dos alunos.

Para Ausubel a maioria das aprendizagens significativas realizam-se através de aprendizagens do primeiro tipo I. E, sub-ordenadas. Neste sentido, é fundamental que o professor trabalhe na sua disciplina organizadores prévios, ou seja, conceito ou proposições unificadoras, de grande generalidade, que funcionando como conteúdos introdutórios mais inclusivos que os conteúdos a ensinar, devem facilitar a relação dos novos conhecimentos com a estrutura cognitiva dos alunos estabelecendo assim uma ponte entre o que o aluno sabe e o que precisa de saber antes aprender significativamente a tarefa em causa. Estes organizadores, sendo dotados de uma grande capacidade explicativa são susceptíveis de ser relacionarem, vertical a transversalmente, com outros. Quanto aos critérios sequencialização de sequência, Ausubel, Novack, Henesian ( 1983), estabelecem, sob a mesma teoria, dois princípios básicos:

- diferenciação progressiva: as ideias mais gerais e inclusivas são apresentadas em primeiro plano, diferenciando-se progressivamente em especificidade. A apresentação dos organizadores é, como tal, feita segundo uma hierarquia descendente, na qual as ideias mais inclusivas ocupam a vértice superior e as proposições, os conceitos e factos vão sendo progressivamente, menos inclusivos. Os mapas conceptuais propostos por Novack (1982) são um instrumento que permite representar, precisamente, estas estruturas hierárquicas.
 
- reconciliação integradora: expressa a forma qual se estabelecem novas relações entre conceitos que no decorrer de aprendizagem supra-ordenadas e combinatória, sofreram modificações. Estas modificações, se não reintegradas, provocam nos alunos o que Novack (1982) designa de dissonância cognitiva. É preciso, como tal, organizar as sequências de ensino de modo a demonstrar as relações entre os novos significados conceptuais e os conceitos supra-ordenados.

ESTRATÉGIAS DE SEQUENCIALIZAÇÃO

A sequencialização de conteúdos (conceitos princípios, procedimentos, valores' e atitudes) deve assim quer pela sua ordem lógica de classificação e organização, quer pela ordem psicológica de reconstrução do conhecimento ( a aprendizagem), no domínio da conceptuais, começando pelos conceitos mais gerais e ínc1usivos, e avançando progressivamente para os mais particulares, neste avanço o conceito geral é sucessivamente ampliado ou reconstruído. Também a construção e desenvolvimento de. valores e sua solidificação em atitudes estáveis e durado iras, passa, necessariamente pela sua apresentação em contextos significativos, concretos e vivências e a sua progressiva reelaboração através de estratégias cognitivos e socio-morais onde o domínio do conceito e do seu pessoal dá lugar à descentralização critica e a universidade.

É neste sentido que alguns autores como Reigeluth e Stein(1983), fala da necessidade de ao organizarem-se sequências de ensino se definir um epítome como elemento articulador. Segundo Luís dei Carmem (1996,137), o processo de elaboração de um epítome requer:

- seleccionar o tipo de conteúdos organizador ( pode ser um conceito, um
principio, Um procedimento ... )
- analisar a estrutura lógica desse conteúdo;
- analisar a estrutura psicológica de construção de conteúdo definido
requisitos da aprendizagem;
- seleccionar os elementos nucleares do conteúdo que serão apresentados
em epítome no inicio da unidade;

- seleccionar os conteúdos de suporte necessários ao desenvolvimento dos conteúdos fundamentais;

A continuação da sequência implica a elaboração e desenvolvimento de cada um dos elementos nucleares apresentados no epítome. Neste processo, é importante criar contextos significativos que favoreçam a motivação dos alunos e, simultaneamente, a formação de estruturas cognitivas estáveis, facilitando a interpelação entre os processos de analise e síntese:

- Entre outros aspectos, importa
- Agrupar sempre os conceitos relacionados.
- variar as estratégias cognitivas (elaboração de desenhos, leitura de diagrama, produção de textos, ... ) na sua vertente individual e de colaboração em grupo.
- estabelecer pontualmente momentos de síntese (articulação de conteúdos dentro da unidade e fora da unidade), de sistematização ( sobre a forma de resumos), de aplicação e transferência, de recapitulação integradora, analogias, e actividades de auto e hetero controlo da aprendizagem .



MODELO DE AVALIAÇÃO ADOPTADOS PARA ALUNOS
(ORIENTAÇÕES GERAIS)

1-Considerações Gerais

De um modo geral, o processo de avaliação fornece informações capazes de conduzir, quando necessário, ao reajuste do processo de ensino-aprendizagem para que o mesmo se tome mais útil e eficiente tanto para a melhoria da aprendizagem do aluno como para o aperfeiçoamento dos procedimentos didácticos do professor. Por outras palavras, a avaliação do desempenho do aluno é a fonte básica de retroinformação (feedback sobre a adequação do comportamento do aluno e sobre os procedimentos didácticos.

            Este modelo de avaliação da aprendizagem dos alunos abandona assim o conceito e a função da avaliação tradicional e redutores que a ligavam essencialmente à classificação e aos exames.

CONCEITO DE AVALIAÇÃO

A avaliação é o processo de identificar, obter e proporcionar informação útil e descritiva acerca do valor e do mérito das metas, da planificação, da realização e do impacto de um objectivo determinado, com o fim de servir de guia para a tomada de decisões, para solucionar os problemas de responsabilidade e para promover a compreensão dos fenómenos implicados" (Stuffebeam), D, 1998). Avaliar significa aqui "examinar o grau de adequação entre um conjunto de informações e um conjunto de critérios adequados.

Como se pode verificar, a avaliação é um processo cuja a etapa final é a tomada de decisões; decisões essas que podem tocar ou concernir o aluno, o professor e o currículo.

FINALIDADES DA AVALIAÇÃO

A principal finalidade da avaliação da aprendizagem é «saber se um aluno está a aprender e para saber como o apoiar se ele tiver dificuldades» De modo geral, a avaliação da aprendizagem destina-se a:

- verificar e optimizar os processos e resultados de processo ensino- aprendizagem ao:
a) orientar o aluno a precisar mais objectivamente as suas aspirações;
b)ajudar o aluno a melhor apreciar os seus progressos em direcção aos objectivos alvejados;


c) orientar o professor quanto as necessidades de remediação ou de recuperação da aprendizagem para alunos individualmente, em grupo ou para toda a turma
d) elevar o professor a reflectir sobre o seu ensino, -a fim de o levar a realizar as modificações e reajustes que se revelarem necessárias;

- classificar e certificar os conhecimentos e as competências adquiridas ao nível do saber; isto é, do domínio cognitivo (conhecimentos, procedimentos e destrezas mentais), do saber ser, isto é, do domínio afectivo, satisfação, interesses, valores, atitudes e do saber fazer, isto é, do domínio psicomotor, orientações espacial e temporal, expressão corporal, coordenação psicomotora, manejo de utensílios, manipulações e automatização.

FUNÇÕES DE AVALIAÇÃO

Pode-se dizer em síntese, que são três as funções da avaliação: de diagnóstico, de controle de aprendizagem e de hierarquização e classificação.

a)         Função de diagnóstico, quando tem por objectivo esclarecer condições - e possibilidades de aprendizagem ou de execução de uma ou determinadas tarefas por parte do aluno;
b)         Função de controle da aprendizagem, quando tem o propósito de se inteirar se os objectivos de ensino estão a ser não alcançados e o que é preciso fazer para melhorar o desempenho do aluno individualmente ou da turma;
c)         Função de bierarquização e classificação, quando, após um período de ensino se deseja saber quanto ao desempenho do aluno ou da turma e que pode assumir dois aspectos:
d)        Função de hierarquização, quando informa em relação ao desempenho de um aluno ou de uma turma, se foi excelente, bom, médio, razoável ou deficiente.
e)         Aspectos de classificação, quando procura estabelecer uma ordem classificatória, quanto ao rendimento de um grupo de alunos submetido ao mesmo processo de ensino-aprendizagem.

PRINCÍPIOS ORIENTADORES

Como princípios orientadores, a avaliação deve:
a)         Ser coerente - defender a necessidade da existência de sintonia entre a avaliação e as outras componentes do currículo, isto é, os objectivos, os conteúdos e a metodologia;

b)         ser integral - dirigir-se tanto aos conhecimentos, quando às capacidades e aos valores;
c)         contribuir para a aprendizagem - não limitar-se a medir o que o aluno sabe, mas também deve gerar novas situações de aprendizagem
d)        ter carácter positivo - valorizar o que o aluno já sabe e é capaz de fazer, em cada momento;
e)         ser diversificado - apontar para a necessidade da utilização de técnicas e instrumentos de avaliação múltiplos e diferenciados;
f)         ser transparente - anular o secretismo a que avaliação se encontra tradicionalmente associada, permitindo que os alunos tenham acesso ao que se espera deles, e conheçam os parâmetros e critérios de avaliação a utilizar

MODALIDADES DE AVALIAÇÃO

A avaliação intervém de maneira específica antes, durante e depois da acção. Às modalidades que se vão considerar são: a diagnóstica, a formativa e somativa.

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

Aplica-se esta modalidade de avaliação fundamentalmente no início de novas aprendizagens, sejam estas representadas por uma simples unidade de ensino, por um segmento mais longo do programa escolar (em trimestre, em semestre) ou pelo programa escolar de todo um ano lectivo.

AVALIAÇÃO FORMATIVA

A avaliação formativa, como função de controlo, é realizada durante todo o decorrer do ano lectivo, com intuito de verificar se o os alunos estão atingindo os objectivos revistos.

AVALIAÇÃO SOMATIVA

Esta modalidade aplica-se no fim de um período relativamente longo de ensino (uma unidade temática), um período (trimestre, semestre) um ano, etc . e tem como finalidade sancionar (positivamente ou negativamente) uma actividade de aprendizagem a fim de contabilizar este resultado com vista à classificação, selecção, etc ... e identificar os objectivos que os diversos alunos não atingiram de modo a ajudá-los.

TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

Para que a avaliação possa desempenhar as suas funções, há necessidade de combinar várias técnicas e instrumentos de avaliação. A diversificação das técnicas e instrumentos de avaliação permite avaliar de forma adequada a aprendizagem, as capacidades e as atitudes dos alunos. Há também necessidade de desenvolver técnicas e instrumentos que possam ser utilizados, individualmente pelos alunos e por grupo de alunos.

As técnicas e instrumentos de avaliação são classificadas de diversas formas. Em geral, as classificações são elaboradas de acordo com a forma de colecta dos dados.

TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO

Processa-se através de técnicas subjectivas e objectivas:

As técnicas subjectivas- abrangem «instrumentos cujos resultados, em grande parte, dependem do juízo pessoal do avaliador».

Técnicas objectivas empregam-se «instrumentos de procedimentos cujos resultados valorativos não dependem muito do avaliador».

INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

Existe uma grande variedade de instrumentos. que o professor tem ao seu dispor para determinar o nível de desempenho apresentado pelos alunos, em função dos objectivos propostos.
             
Os instrumentos de avaliação mais usados nas escolas são as provas orais,
escritas e práticas.

PROVAS ORAIS

As provas orais decorrem com base no diálogo entre professor e alunos.

PROVAS ESCRITAS

As provas escritas são as provas que podem ser usadas em qualquer aula, como testes que podem ser aplicados no (mal de uma aula ou no início da seguinte, para o professor certificar-se sobre o que o aluno aprendeu e saber então, que rumos dar aos trabalhos da turma: repetir, rectificar ou prosseguir. As mais importantes são as trimestrais, semestrais e exames finais para além das que se aplicam numa perspectiva formativa.

As provas escritas podem constar de dissertação (provas tradicionais ou dissertativas) ou de questões objectivas que cubram toda a matéria que entre na prova (provas objectivas).

As provas tradicionais ou dissertativas são aquelas em que o aluno organiza e escreve a resposta, utilizando suas próprias palavras.

PROVAS PRÁTICAS

As provas práticas em ultima análise, colocam o examinando diante de dificuldades -concretas ou fictícias, para a solução das quais terá de fazer uso de elementos concretos e teóricos. Estas provas, além de averiguarem o conhecimento teórico, aferem habilidades, segurança e domínio de técnicas, bem como o manejo de instrumentos especializados.



CONCLUSÃO

Depois de ter lido e examinado meticulosamente o tema já abordado cheguei à conclusão que a formação de professores é uma das componentes do sistema de educação que merece uma atenção especial, pois, Modelos de ensino que coloquem a actividade construtiva do aluno e os processos de crescimento pessoal no centro da intervenção pedagógica, fomentando metodologias activas e investigarias nas quais os alunos possam exercer o papel de sujeito na pesquisa e utilização de informação, no desenvolvimento de hipóteses e sua aplicação, na tomada de decisões e no comprometimento pessoal com as posições criticamente assumidas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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MATOS VILAR, A. A Avaliação dos alunos no Ensino Básico Edições ASA, Porto, 1993

ZABALLA, Miguel, Planificação e Desenvolvimento Curricular, Edições ASA, Porto, 1992

FERNANDES, Domindos, o tempo da avaliação, IN NOESIS, - A Educação em revista, número 23, Instituto de Inovação Educacional,
Lisboa, 1992

 MART1NS, Margarida Alves e a1, o conceito de avaliação, IN NOESIS, - A Educação em revista, número 23, Instituto de Inovação Educacional, Lisboa, 1992

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, Informações aos pais e encarregados de educação, Lisboa



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