quinta-feira, 5 de novembro de 2015

USO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS NOS ADOLESCENTES - Trabalho por Vieira Miguel Manuel

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INOCÊNCIO NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
LICENCIATURA EM GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO











USO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS NOS ADOLESCENTES











TULOMBADIO DANIEL GOUVIM


















LUANDA
2015

     
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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INOCÊNCIO NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
LICENCIATURA EM GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO











USO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS NOS ADOLESCENTES









TULOMBADIO DANIEL GOUVIM






Pré-projecto apresentado ao Curso de Ciências de Gestão e Administração como requisito parcial para exame na disciplina de Introdução ao Direito.

Orientador:  Lando Marcelo
 
 














LUANDA
2015
 


AGRADECIMENTOS


A Deus, que sempre esteve comigo nos momentos alegres, de aflição e tristezas. Aos meus familiares que souberam entender minhas ausências e me deram o apoio, carinho e amor que tanto precisava.

Ao orientador, professora Lando Marcelo, pelo apoio, sabedoria no ensinar e dedicação e esmero na difícil arte de educar.

A todos os meus professores que souberam e tem sabido ser verdadeiros mestres e me ensinam a trilhar o caminho do saber.

Enfim, a todos que, de maneira directa ou indirecta, contribuíram para que esse trabalho fosse realizado.



 




A adolescência é caracterizada por mudanças biológicas, cognitivas, emocionais e sociais, constituindo-se em importante momento para a adopção de novas práticas, comportamentos e ganho de autonomia. Nesta fase o jovem torna-se mais vulnerável a comportamentos que podem fragilizar sua saúde, como alimentação inadequada, sedentarismo, tabagismo, consumo de álcool e de drogas. O uso de bebidas alcoólicas e outras substâncias psicoactivas constituem um problema relevante nas sociedades contemporâneas. Isto ocorre em todos os segmentos da sociedade, não importando a idade e o nível socioeconómico para sua existência entre os indivíduos. Portanto, o presente estudo tem como objectivos identificar os factores que induzem os adolescentes a iniciar o consumo de bebidas alcoólicas, investigar as consequências do uso abusivo de bebidas alcoólicas no organismo do adolescente. O estudo tem como características, pesquisa exploratória e descritiva com abordagem analítica. Para a elaboração do presente trabalho e dada à relevância do problema de Saúde Pública, optamos por abordar artigos sobre o tema: “álcool e adolescentes”, publicados entre os anos de 1983 a 2009. Em conclusão, observa-se que o consumo cada vez mais precoce de bebidas alcoólicas deve-se ao seu fácil acesso nos estabelecimentos comerciais e às vastas propagandas que incentivam o consumo do álcool. Muitos adolescentes bebem porque os colegas bebem e exercem pressão sobre eles para que se juntem ao grupo. Acredita-se que todos estes problemas apresentados tornam o consumo de álcool entre os jovens uma questão de saúde pública. E por ser público, compete a toda a sociedade a busca para a solução deste problema. Cabe ao profissional enfermeiro utilizar estratégias de acção em escolas, igrejas, grupos de jovens e famílias, na atenção primária de saúde com a finalidade de promover o despertar do risco do uso abusivo de bebidas alcoólicas.

PALAVRAS-CHAVE: Adolescentes, Uso de bebida alcoólica, Drogas.


 




Adolescence is characterized by biological changes, cognitive, emotional and social, constituting an important moment for the adoption of new practices, behaviors and gain autonomy. At this stage the young person becomes more vulnerable to behaviors that can undermine your health, such as improper diet, sedentary lifestyle, smoking, alcohol and drugs. The use of alcohol and other psychoactive substances is a major problem in contemporary societies. This occurs in all segments of society, regardless of age and socioeconomic status for its existence among individuals. Therefore, this study aims to identify factors that lead teens to start drinking, to investigate the consequences of abuse of alcohol in the body of adolescents. The study has the characteristics, exploratory and descriptive qualitative approach. For the preparation of this work and given the relevance of public health problem, we chose to address on the topic: "alcohol and adolescents, published between the years 1983 to 2009. In conclusion, we observed that the increasing consumption of alcohol early due to its easy access of shops and large-scale advertisements that encourage alcohol consumption. Many teens drink because their friends drink and put pressure on them to join the group. It is believed that all these problems presented make the consumption of alcohol among young people a public healthissue. And because it is public, it is for everyone to search for the solution of this
problem.

KEYWORDS: Adolescents. Use of beverage, Drugs.


 


SUMÁRIO





 




O uso de bebidas alcoólicas e outras substâncias psicoativas constituem um problema relevante nas sociedades contemporâneas (BASTOS et al., 2008). Isto ocorre em todos os segmentos da sociedade, não importando a idade e o nível socioeconómico para sua existência entre os indivíduos (LORDELLO, 1998).

Apesar das diferenças socioeconómicas e culturais entre os países, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta o álcool como substância psicoativa ais consumida no mundo e também como a droga de escolha entre crianças e adolescentes (VIEIRA et al., 2008).

Segundo Vieira et al. (2008), a adolescência é caracterizada por mudanças biológicas, cognitivas, emocionais e sociais, constituindo-se em importante momento para a adopção de novas práticas, comportamentos e ganho de autonomia. Nesta fase o jovem torna-se mais vulnerável a comportamentos que podem fragilizar sua saúde, como alimentação inadequada, sedentarismo, tabagismo, consumo de álcool e de drogas. Essa necessidade de autonomia leva o adolescente a rejeitar a protecção dos adultos e a enfrentar situações e condutas de risco.

A vontade de sentir-se especial pode levá-lo a acreditar que é invulnerável e que não sofrerá as consequências dos riscos que corre (GIL et al., 2008). A adolescência é um período caracterizado por pouca capacidade de lidar com situações de estresse na vida, como, por exemplo, a morte de um membro da família. Isso faz com que aumente sua vulnerabilidade em relação às drogas e bebidas alcoólicas (ANDRADE; HEIM, 2008).

Um exemplo dessa situação é o consumo de álcool cada vez mais precoce pelos adolescentes. Além de sua alta prevalência, dois outros factores são relevantes: a idade de início e o padrão de consumo. Estudos sugerem que a idade de início vem se tornando cada vez mais precoce. Em Angola, a média de idade para o primeiro uso de álcool é 12,5 anos. Por sua vez, quanto mais cedo a experimentação, pior as consequências e maior o risco de desenvolvimento de abuso e dependência do álcool (MELONI; LARANJEIRA, 2004).

Quanto ao padrão de consumo, a literatura revela que quando adolescentes bebem, tendem a fazê-lo de forma pesada, apresentando episódios de abuso agudo, ou seja, bebem cinco ou mais doses em uma ocasião. Tal comportamento aumenta o risco de uma série de problemas sociais e de saúde, incluindo: doenças sexualmente transmissíveis, gravidez não planejada, enfarto do miocárdio, acidentes de trânsito, problemas de comportamento, violência e ferimentos não intencionais (MELONI; LARANJEIRA, 2004).

Por se tratar de um problema de saúde pública, a Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que, como tal, é preciso enfrentá-lo a partir da formulação de políticas governamentais. A principal bandeira dos especialistas que tentam incluir a discussão sobre o álcool na agenda nacional é a proibição total da propaganda de bebidas. Países que adoptaram essa medida reduziram em 30% os acidentes fatais de carro (MELO, 2001).

De acordo com Crives e Dimenstein (2003), os diversos modelos de intervenção nos casos de uso e abuso de substâncias passíveis de causar dependência estão relacionados à seguinte questão: é possível uma sociedade livre de todas as drogas? Se se parte de uma perspectiva positiva, é possível compreender as políticas internacionais e nacionais voltadas para reduzir a comercialização, distribuição e consumo dessas substâncias, as quais terminam penalizando o usuário, estimulando o enriquecimento ilícito e a organização do crime, potencializando os sistemas policiais, judiciais e penitenciários. Se se considera que não há possibilidade de uma sociedade que não faça uso de psicoativos, uma perspectiva, então, volta-se para a redução de danos, sejam individuais ou colectivos.

Para Vieira et al. (2008), a população jovem é vulnerável às consequências negativas, e muitas vezes trágicas, do uso de bebidas alcoólicas.


Presente estudo justifica-se pela necessidade de se conhecer os principais factores que levam os adolescentes a iniciar o consumo de bebidas alcoólicas e suas principais consequências para a saúde. Desse modo, nota-se que compreensão dos problemas relacionados ao consumo de álcool entre adolescentes deve se estender para além da prevalência do uso, e considerar também os diversos factores que influenciam o comportamento de beber. Conhecer os motivos que levam os adolescentes a abusar do álcool e as consequências deste ato é particularmente necessário para a implementação de políticas públicas de prevenção e combate ao consumo de bebidas alcoólicas pelos jovens.


Que factores induzem os adolescentes a iniciar o consumo de bebidas alcoólicas?


·         Elementos relacionados à estrutura de vida do adolescente desencadeiam um papel fundamental na génese da dependência de consumo de bebidas alcoólicas nos adolescentes.

·         Os amigos dos adolescentes são considerados como os principais motivadores para o início do consumo de bebidas alcoólicas.



·         Descrever os factores que induzem os adolescentes a iniciar o consumo de bebidas alcoólicas.


·         Investigar as consequências do uso abusivo de bebidas alcoólicas no organismo do adolescente;






A adolescência pode ser considerada como um período crucial na vida de um indivíduo, pois se constitui em uma etapa decisiva no processo natural e normal de crescimento. Segundo Aberastury e Knobel (1984), esta fase marca o ingresso no mundo dos adultos e a definitiva perda da condição de criança.

O jovem tem que enfrentar o desejado e ao mesmo tempo temido mundo dos adultos para o qual não se encontra preparado. É importante desprender-se do conhecido mundo infantil onde, em geral, vivia seguro e prazerosamente a dependência que lhe garantia a satisfação de suas necessidades básicas e onde os papéis estão claramente estabelecidos. Esta trabalhosa tarefa de abandonar o mundo infantil e construir a identidade adulta é o objectivo deste momento de vida (ABERASTURY; KNOBEL, 1984).

Essa etapa da vida é marcada por importantes e profundas transformações, as quais produzem desequilíbrios e instabilidades extremas. Esta fase perturbada e perturbadora, embora definitivamente necessária, implica o fundamental processo de estabelecimento da identidade (ABERASTURY; KNOBEL, 1984).

A experiência do rompimento dos laços emocionais com a família, a descoberta da sexualidade e a receosa, e porque não temida e excitante, entrada numa vida nova que lhe acena, é acompanhada de sentimentos de isolamento e fragilidade, o que gera defesa, caracterizando confrontos e oposições ao meio familiar e social (ABERASTURY; KNOBEL, 1984).

Esse período pode ser marcado por maior ou menor risco, dependendo das condições ambientais nas quais os indivíduos estiverem inseridos. O término desta fase somente se concretiza quando o jovem elabora o luto pelo corpo de criança, pela identidade infantil, pela relação com os pais na infância (MARCONDES FILHO, 1998).

Não há como definir o momento exacto em que começa e em que termina a adolescência. A transformação maior acontece por volta dos 18 anos e pode avançar até os 25 anos. Cientistas acreditam que esse longo período de desenvolvimento do cérebro pode ser a explicação para comportamentos típicos da adolescência, como busca por situações novas e potencialmente perigosas, entre elas experimentar álcool e outras drogas (SOARES, 2006).

É nessa fase que, segundo Andrade e Heim (2007) o adolescente apresenta pouca capacidade de lidar com situações de estresse na vida, como, por exemplo, a morte de um membro da família. Isso faz com que aumente a sua vulnerabilidade em relação às drogas, principalmente o álcool.


O uso exagerado e indevido de bebidas alcoólicas é considerado um grave problema de saúde pública. O consumo de álcool pode ser advindo do estilo de vida actual, dos elevados níveis de estresse, de ansiedade, de baixa auto-estima, sentimentos depressivos, susceptibilidade à pressão dos pares e problemas relacionados à escola (MANSUR; MONTEIRO, 1983).

No estudo de Cardenal e Adell (2000), além da prevalência do exagero no uso de bebidas alcoólicas na população adulta, esse comportamento está presente igualmente entre adolescentes, repercutindo na sua saúde física e mental. Em todos os tempos, sempre houve pessoas que utilizavam substâncias que alteravam o comportamento, os pensamentos e/ou as emoções. Hoje em dia, as drogas consumidas habitualmente incluem o álcool, a maconha, os alucinógenos, a heroína, a cocaína, os barbitúricos e as anfetaminas (KAIL, 2004).

Constitui-se um tema naturalmente controverso no meio social e académico angolano, o uso de álcool entre a população adolescente. Ao mesmo tempo em que a lei angolana define como proibida a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos (Lei nº. 9.294, de 15 de Julho de 1996), é prática comum o consumo de álcool pelos jovens, seja no ambiente domiciliar, em festas, ou mesmo em ambientes públicos. Isso demonstra que a sociedade como um todo adopta atitudes paradoxais frente o alcoolismo e o adolescente. Por um lado, condena o abuso de álcool pelos jovens, mas é permissiva ao estimular o consumo de bebidas alcoólicas por meio de propagandas (PECHANSKY; SZOBOT; SCIVOLETTO, 2004).


O álcool é uma das substâncias psicoativas mais precocemente consumidas pelos jovens. Diferentes estudos, nacionais e estrangeiros, sistematicamente confirmam a impressão genérica de que, se o álcool é facilmente obtenível e fartamente propagandeado, isto se reflecte em seu consumo precoce e disseminado (PECHANSKY; SZOBOT; SCIVOLETTO, 2004).

Para Lima et al. (2008) a literatura tem sugerido que o ambiente familiar pré separação apresenta características altamente stressantes, não só para os cônjuges, mas, principalmente, para os filhos. Algumas pesquisas revelaram risco para o uso de drogas em jovens pertencentes a famílias com pais separados ou com relacionamentos muito deteriorados.

Ronzani e Paiva (2009) reforçam a instituição familiar sendo considerada um dos elos mais fortes dessa cadeia multifacetada que pode levar ao uso abusivo de álcool e drogas, além de também actuar como importante factor de protecção.

Segundo Pechansky, Szobot e Scivoletto (2004), elementos relacionados à estrutura de vida do adolescente desencadeiam um papel fundamental na génese da dependência de drogas. Os autores ainda ressaltam que existem evidências de factor dentro do ambiente familiar, como a negligência, o distanciamento emocional, a rejeição dos pais e a tensão familiar, que estão relacionados com o consumo de bebidas alcoólicas.

Porém, para Soldera et al. (2004), nas famílias sem violência, nas quais os problemas são conversados e os pais vivem juntos e se preocupam com os filhos, haveria menor probabilidade de um uso abusivo de álcool e drogas.

Estudos empíricos têm apontado que os diferentes estilos parentais de socialização e as práticas educativas que permeiam a relação entre pais e filhos funcionam como variáveis psicossociais capazes de exercer grande influência na adopção de diferentes comportamentos prejudiciais à saúde entre os jovens (RONZANI; PAIVA, 2009).

Moraes (2007) acredita que entre os jovens o grupo de amigos possui uma grande influência sobre seus padrões de comportamento. Beber é um ritual de sociabilidade, sendo uma auto-afirmação frente aos amigos. Nos grupos, a bebida pode ser também um factor de aproximação e de identificação entre seus membros.

Existe uma associação também entre o ato de beber e a masculinidade do homem, a construção do ser homem a partir de certos parâmetros, a construção social do homem adulto.

Bertolote (1997), Primo e Stein (2004), Llambrich (2005), Gallego et al. (2005), descrevem que os amigos dos adolescentes são considerados como os principais motivadores para o início do consumo de bebidas alcoólicas, pois o fato de consumirem tais bebidas é uma maneira de inserir-se no mundo adulto, representando uma prova de maturidade; no caso dos adolescentes do sexo masculino, é uma forma de provar sua masculinidade frente ao grupo.

A classe social é uma das variáveis mais importantes. Estudo realizado em 2002, com estudantes de uma escola pública em Florianópolis (SC), verificou que a classe socioeconómica alta tinha um risco duas vezes maior de uso de álcool do que a classe baixa (LIMA, 2003).

Para Moraes (2007), a religiosidade, ou ter alguma religião, é apontada como inibidor do consumo de bebidas alcoólicas, dependendo de cada religião também, funcionando como uma forma de protecção contra o uso.

As bebidas alcoólicas são encontradas facilmente, em qualquer lugar e com preços acessíveis aos jovens. Apesar de existirem leis que proíbem a venda de bebidas para menores de 18 anos, essa é uma prática comum e que deve ser combatida (LEPRE; MARTINS, 2007).

Para Costa et al. (2007), destaca-se o incentivo social veiculado pela mídia, através de propagandas exaustivas de bebidas alcoólicas e cigarros, transmitindo bons momentos e sentimentos - sucesso, beleza, felicidade, humor - atendendo, portanto, às expectativas do público mais jovem.

Gomide e Pinsky (2004), Lepre e Martins (2007), concordam que além da exposição a propagandas muito bem elaboradas, os jovens e a sociedade de uma forma geral não associam bebidas alcoólicas a drogas.

Lembrando a Lei nº. 9.294, de 15 de Julho de 1996, que proíbe a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos, seria bom se ela fosse aplicada também dentro dos próprios lares, pois o consumo de bebidas alcoólicas por menores de idade é uma pratica não só tolerada como às vezes incentivada pelos próprios pais(SOARES, 2006).


Para Lewis e Wolkmar (1993), o uso do álcool, bem como do fumo e das drogas, vem aumentando consistentemente entre os adolescentes. Numa pesquisa, 63% dos meninos e 53% das meninas entre doze e treze anos revelaram ter experimentado bebidas alcoólicas, e um em sete adolescentes de dezessete anos revelou embriagar-se uma vez por semana. Quase todos (93%) os estudantes do último ano da escola secundária, em 1997, relataram ter provado bebidas alcoólicas, e 6 % bebiam diariamente.

Usualmente, a administração do etanol ocorre através da via oral na forma de bebidas alcoólicas (cerveja, vinho ou aguardentes), nas quais a sua concentração oscila de aproximadamente 4% nas cervejas, a 11 – 12 % nos vinhos e de 38 a 54% nas aguardentes (LARINI; SALGADO, 1997).

A absorção de substâncias pelo trato gastrointestinal é, em sua maior parte, explicável em termos de simples difusão não iónica através dos poros lipóides da membrana gastrintestinal. O epitélio é pouco permeável ou impermeável às formas polarizadas dos compostos administrados e a absorção quase sempre ocorre pela difusão das suas formas lipossolúveis não ionizadas (LARINI; SALGADO, 1997).

Assim, o etanol, um não electrólito lipossolúvel, é rapidamente absorvido para corrente sanguínea através do estômago, do intestino delgado e do cólon (proporções reduzidas). Após a administração oral do etanol, cerca de 20% é absorvido na mucosa estomacal, e o restante, nas primeiras porções do intestino delgado. A absorção é variável em função do tipo de bebida alcoólica, da concentração do etanol, do pH do meio, do estado da vacuidade ou repleção do estômago, do período gasto na ingestão da bebida, além de outros factores fisiológicos individuais (LARINI; SALGADO, 1997).

A absorção no intestino delgado é extremamente rápida, completa e independente da concentração de etanol e da presença de alimentos no estômago ou no próprio intestino (LARINI; SALGADO, 1997). Observa-se, portanto que os efeitos do álcool dependerão das características fisiológicas de cada indivíduo, a forma como é ingerida, a quantidade e o tipo de bebida consumida.

Trindade e Correia (1999), reafirmam que o consumo de álcool além de influenciar de forma direta, a médio e a longo prazo, a saúde física e mental, pode relacionar-se, a curto prazo, com a diminuição do rendimento escolar e comportamentos de risco para a saúde, no âmbito de comportamentos sexuais de risco e de comportamentos de risco na condução de veículos motorizados.

Nesse contexto, Kail (2004) revela em seu estudo que muitos fatores contribuem para que um adolescente vá se juntar à maioria que bebe. Os pais são fundamentais nesta questão. Quando beber é parte importante da vida social dos pais – por exemplo, parar em um bar depois do trabalho ou convidar os amigos para um drinque.

Ainda considerando as consequências do consumo de álcool, este potencializa a propensão dos jovens a se engajarem em comportamentos de risco. Mesmo o consumo eventual revelou poder expô-los a problemas como acidentes de trânsito, comportamento sexual de risco (doenças sexualmente transmissíveis, gravidez não planejada), violência, ferimentos não intencionais, problemas académicos (LARANJEIRA; ROMANO, 2004; REBOUSSIN et al., 2006).

Porém, Romano et al. (2007), associam que o baixo preço de bebidas alcoólicas torna o álcool facilmente acessível aos adolescentes, que são também as maiores vítimas das poucas restrições à propaganda de bebidas nos meios de comunicação. Autores como Lewis e Wolkmar (1993) e Kail (2004), apontam um elevado consumo de álcool entre os adolescentes, com consequente aumento dos riscos causado pelo mesmo. De acordo com a literatura isso se deve ao fácil acesso, factor sociais predisponentes, não cumprimento da Lei nº. 9.294, de 15 de Julho de 1996 pelos revendedores de bebidas alcoólicas e bombardeamento pelas campanhas publicitárias.


O consumo de bebidas alcoólicas ocorre em todos os segmentos de todas as sociedades, independente do nível socioeconômico para a sua existência, entre os indivíduos, diferenciando-se sim, os vários tipos de bebidas alcoólicas predominantes em cada classe económica (LORDELLO, 1998).

Além do tipo de bebida, a frequência em que é consumida influencia nos sinais e sintomas. O uso de bebida alcoólica é classificado como consumo esporádico; o abuso como o uso continuado, ou seja, é o uso compulsivo e frequente desta substância que o usuário tem dificuldade de manter sob controle, acarretando abandono de outros interesses e danos para a sua vida afectiva, social e profissional e, por último a dependência, que é o uso excessivo e incontrolado (SESMG, 2006).

O uso abusivo de bebida alcoólica pode provocar tolerância, caracterizada pela necessidade de doses cada vez maiores de álcool para que exerça o mesmo efeito, ou diminuição do efeito do álcool com as doses anteriormente tomadas; e por síndrome de abstinência um quadro de desconforto físico e/ou psíquico quando da diminuição ou suspensão do consumo etílico. Nesta situação já se trata de dependência (GIGLIOTTI; BESSA, 2004).

Muitos jovens consomem a bebida alcoólica em busca de uma sensação de desinibição que ela provoca num primeiro instante, uma sensação de que tudo pode e nada o atinge. Porém logo depois vem a sonolência, a visão turva, diminuição das capacidades de reacção e atenção, problemas estomacais, vesicais e intestinais. E se o consumo for em excesso o álcool pode provocar intoxicação podendo levar à morte (MELO, 2001; SESMG, 2006).

Fishman (1988) e Vieira et al. (2008) revelam que um dos efeitos imediatos do álcool é o de tranquilizante ou de causador de euforia e bem-estar. Um indivíduo que esteja enfrentando momentos de tensão, nervosismo, conflitos com a família, com amigos ou dificuldades no relacionamento pode entregar-se ao álcool para suprimir temporariamente a depressão, a ansiedade e os sentimentos de medo.

Estudos e trabalhos no campo da psicologia apresentados por Leite (2007) confirmam a afirmativa acima, onde mostra que os adolescentes de hoje fazem uso das drogas para escapar das terríveis realidades de seu mundo e, desta forma, alcançar uma sensação de bem-estar. O abuso de álcool pode evoluir para outras manifestações clínicas, por isso se constitui como um problema clínico importante, pelos danos que traz à vida do paciente e de seu círculo socioeconómico familiar.

Para Bellé, Sartori e Rossi (2007), a ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades, principalmente para os adolescentes, mais vulneráveis aos seus efeitos, diminui a coordenação motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir veículos ou operar outras máquinas, podendo levar a situações mais graves que impliquem em ferimentos ou mortes não-intencionais.

Outros sinais e sintomas que frequentemente são encontrados no alcoolismo, citados por Bellé, Sartori e Rossi (2007), são anorexia, instabilidade e tontura, náuseas, vómitos, emagrecimento, febre e dores abdominais; além do mais pode causar envelhecimento prematuro das funções neuropsicológicas e possivelmente do cérebro. Sabe-se que o uso de drogas, tanto com finalidade terapêutica, como exposição a substâncias químicas e tóxicas podem causar perda parcial ou total da função vestibular e/ou coclear. Dentre estas substâncias exógenas está o álcool.

Para autores como Pechansky, Szobot e Scivoletto (2004), Buchalla (2007) e Paim (2009) o consumo exagerado de álcool na adolescência pode causar alterações neurofisiológicas profundas, causando graves danos à memória, ao aprendizado, à inteligência, à capacidade de abstracção além de aumentar a propensão dos jovens ao alcoolismo.

Os jovens constituem o grupo populacional que apresenta maiores problemas de consumo de bebidas alcoólicas. Estudos mostram que mesmo o baixo consumo está relacionado à maior risco de acidentes, a uso de drogas psicotrópicas e comportamento de risco, incluindo sexo desprotegido do uso de preservativo. Ao longo prazo, o consumo de bebidas alcoólicas pode levar ao suicídio e a doenças crónicas, incluindo desordens mentais, câncer, hipertensão arterial sistémica, obesidade, acidente vascular cerebral, polineuropatias, demência, convulsões e neoplasias do tubo digestivo (STRAUCH et al., 2009, p.648).


Segundo Pechansky, Szobot e Scivoletto (2004), os prejuízos associados ao uso de álcool estendem-se ao longo da vida. Os seus efeitos repercutem na neuroquímica cerebral, em pior ajustamento social e no retardo do desenvolvimento de suas habilidades, já que um adolescente ainda está se estruturando em termos biológicos, sociais, pessoais e emocionais.

O maior problema é a precocidade no início do uso de álcool, pois constitui um dos factor predisponentes mais relevantes em futuros problemas de saúde, socioculturais e económicos. O consumo antes dos 16 anos aumenta significativamente o risco para beber excessivamente na idade adulta, em ambos os sexos (STRAUCH et al., 2009).

Porém não se pode esquecer que os prejuízos decorrentes do uso de álcool em um adolescente são diferentes dos prejuízos evidenciados em um adulto, seja por especificidades existenciais desta etapa da vida, seja por questões neuroquímicas deste momento do amadurecimento cerebral. Alguns riscos são mais frequentes nesta etapa do desenvolvimento, pois expressam características próprias desta etapa, como o desafio a regras e à onipotência (PECHANSKY; SZOBOT; SCIVOLETTO, 2004).


Carrilo e Mauro (2003) revelam que estar alcoolizado aumenta a chance de violência sexual, tanto para o agressor quando para a vítima. Muitos adolescentes relataram ter sido forçados a ter relação sexual com alguém que tinha bebido; e também relatam que, por eles próprios terem bebido, já tinham forçado alguém ou foram forçados a ter relação sexual com alguém. Os autores ainda ressaltam que o uso abusivo do álcool interfere na elaboração do juízo crítico. O consumo em si é um comportamento auto-destrutivo.

Segundo Lima (2003) a relação entre uso de álcool antes ou durante o ato sexual na população geral é comummente justificada pela crença de que o consumo dessa substância poderia favorecer um desempenho sexual desejável e, consequentemente, aumentaria o prazer. O uso de álcool nesse contexto também é associado à diminuição da ansiedade ou da inibição, facilitando certos actos referidos como difíceis de serem realizados sem o efeito de uma bebida alcoólica.

De acordo com Carrilo e Mauro (2003), Pechansky et al. (2005) e Wesselovicz et al. (2008) é grande a incidência de relações sexuais sem o uso de preservativos entre pessoas alcoolizadas, oferecendo sérios riscos de contaminação por alguma Doença Sexualmente Transmissível (DST) ou até mesmo uma gravidez não planejada. Estes fatos parecem estar relacionados com a quantidade de álcool consumido.

O consumo abusivo de álcool entre os jovens pode trazer graves consequências e prejuízos para a família, para as empresas e para a comunidade em geral. O número de acidentes automobilísticos relacionados à ingestão de álcool é significativo, e em sua maioria, neles estão envolvidos os jovens (PECHANSKY et al., 2005).

Segundo Abreu, Lima e Alves (2005) os acidentes de trânsito constituem hoje uma verdadeira e urgente questão de saúde pública no mundo moderno. O aumento da morbimortalidade, devido à violência no trânsito, já é considerado uma epidemia, face à sua extensão. São muitas as evidências de que os abusos de álcool são responsáveis por sérios agravos para saúde.

Actualmente, há diversos levantamentos sobre o consumo de bebidas alcoólicas em Angola e indícios importantes do peso desse hábito na saúde pública. Apenas para citar dados mais amplos, desde a década de 80, foram feitos cinco levantamentos entre estudantes de ensino fundamental e médio, um mesmo número de estudos entre crianças em situação de rua, dois levantamentos domiciliares e vários seguimentos do índice de internações por conta de dependência química (GALDURÓZ; CAETANO, 2004).

Para Camargo e Bertoldo (2006), o consumo de álcool é considerado comportamento de risco pelas alterações cognitivas que tornam o indivíduo mais vulnerável a outras situações de risco, como o contágio por Doença Sexualmente Transmissível.

Rydygier et al. (2000), Lima (2003) e Pechansky et al. (2005), acrescentam que o álcool, mesmo sendo uma droga lícita e o seu consumo seja socialmente aceito, contribui para aumentar a incidência dos acidentes de trânsito, de trabalho, domésticos, atos de agressão pessoal contra outrem, contra mulher, contra si próprio (suicídio) e homicídios. O álcool tem sido apontado como um dos principais factor de risco, estimando-se que 70% dos casos fatais dos acidentes de trânsito estão relacionados com o uso e o abuso de bebidas.

Segundo Andrade e Heim (2008), as consequências da ingestão do álcool na adolescência são várias, podendo referir a diminuição no rendimento escolar, bem como alterações na conduta social, sintomas agressivos, diminuição na comunicação intrafamiliar e mudança nos hábitos usuais, como perda de motivação social com apatia e lacunas na concentração e no direcionamento das actividades.





O Governo angolano está a preparar uma proposta de lei sobre o consumo de álcool, problema que está na base dos altos níveis de sinistralidade por jovens que o país regista, de acordo com a informação foi avançada pelo ministro da Justiça e dos Direitos Humanos de Angola, Rui Mangueira, quando discursava na abertura da Conferência Internacional sobre o Consumo de Álcool e Drogas, Organizada pela Fundação Eduardo dos Santos (FESA).

Segundo Rui Mangueira, a legislação em preparação será uma actualização da Lei 3/99 contra as drogas e passará igualmente a regular o 'doping' no desporto.

O governante angolano apontou a necessidade de se assumir com preocupação o número de cidadãos angolanos que em diversas idades e por diferentes motivos, consomem algum tipo de estupefacientes, bem como que o território angolano tem servido, nos últimos anos, de trânsito de drogas com destino a outros países.


Muitas vezes, apenas o conhecimento sobre os efeitos nocivos do consumo do álcool podem não ser suficientes para evitar que os adolescentes se iniciem ao consumo e abuso do álcool. Sendo o alcoolismo uma doença biopsicossocial, que provoca danos gravíssimos ao organismo, é fundamental haver estratégias de prevenção do alcoolismo na adolescência que envolvam as camadas sociais mais jovens.

Tendo em conta que o acesso a bebidas alcoólicas é facilitado pela nossa economia de super consumo, os jovens que tenham historiais de alcoolismo na família correm um grave risco de se iniciar neste padrão de dependências caso não sejam devidamente acompanhados. É para isso necessário que os médicos de família estejam preparados para alertar e apoiar devidamente tanto o jovem como a sua família. Como forma de prevenção do alcoolismo na adolescência devemos também incutir nos mais jovens a importância de um estilo de vida saudável.










A adolescência é uma fase de transição difícil para o indivíduo, pois o mesmo sai de uma situação de segurança e passa a tomar suas próprias decisões. Porém, não se encontra preparado para tal atitude, o que pode levá-lo a tomar decisões erradas e desviar-se por caminhos incorrectos, principalmente devido a pressões nos grupos sociais. É nesta fase que o adolescente se envolve com drogas e com o consumo abusivo e precoce de bebidas alcoólicas.

A literatura mostra que o consumo de álcool transformou-se em uma preocupação mundial nos últimos anos, em função de sua alta incidência e uso cada vez mais precoce, de forma cada vez mais frequente, e dos riscos relacionados à saúde.

Dentre os factor que induzem os adolescentes a iniciar o consumo de bebidas alcoólicas está o seu fácil acesso nos estabelecimentos comerciais e às vastas propagandas que incentivam o consumo do álcool. Cabe ao poder público, a aplicação de políticas voltadas ao controle de venda de bebidas alcoólicas com mais rigor.

Outro factor que está relacionado é a desestruturação das famílias, conflitos, separação, falta impor limites aos filhos, controlar consumo social dentro da própria organização familiar.

Devido à falta de maturidade emocional, o convívio com grupos, amigos também podem induzir a iniciação precoce do uso de bebidas alcoólicas. Muitos adolescentes bebem porque os colegas bebem e exercem pressão sobre eles para que se junte ao grupo.

Como consequência desse uso abusivo de bebidas alcoólicas observa-se no adolescente diminuição do rendimento escolar e presença de comportamentos de risco para a saúde, como comportamentos sexuais inadequados, condução de veículos motorizados, violência, agressividade, aumento do uso de outras drogas, levando o indivíduo a conviver com um mundo de crimes, causando a marginalidade, desarmonia familiar e social.

Assim pode-se perceber que o uso de álcool por adolescentes está associado a uma série de prejuízos no desenvolvimento da própria adolescência e em seus resultados posteriores. Acredita-se que todos estes problemas apresentados tornam o consumo de álcool entre os jovens uma questão de saúde pública. E por ser público, compete a toda a sociedade a busca para a solução deste problema.

Infelizmente neste mundo tão globalizado, tão distante dos “valores”, passasse a seguir um caminho muito conturbado e no meio dele estão às drogas. É difícil imaginar uma sociedade livre do uso destas substâncias. Muito se é feito nacional e internacionalmente falando, para diminuir a distribuição e comercialização e acima de tudo o consumo de drogas, visto que, o maior prejudicado é o usuário.






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