INSTITUTO MÉDIO PRIVADO DE SAÚDE
TRABALHO DE GESTÃO
DOENÇAS CAUSADAS POR AGENTES BIOLÓGICOS
Trabalho de
Pesquisa Bibliográficas apresentado ao curso de Enfermagem Geral na disciplina
de Gestão como requisito parcial para obtenção de notas.
INTEGRANTES DO GRUPO:
1. Beatriz
João
2. Edvânia
da Silva Raimundo
3. José
Epalanga Anastácio Lumbo
4. Vivaldo
Bernardo Quila
Curso: Enfermagem Geral
Classe: 13ª
Período: Tarde
Turma: B
O Docente
____________________
Inácio Duluma
LUANDA
2018
SUMÁRIO
Os agentes biológicos são
definidos como os microrganismos, incluindo os geneticamente modificados, as culturas
de células e os endoparasitas humanos susceptíveis de provocar infecções,
alergias ou intoxicações no corpo humano.
Os agentes biológicos podem
assim significar uma potencial ameaça à saúde humana (risco biológico). Em
determinado contexto de trabalho, os colaboradores podem estar expostos a
agentes biológicos com riscos para a sua saúde em muitas actividades,
nomeadamente:
·
Laboratórios de investigação;
·
Serviços hospitalares;
·
Laboratórios clínicos e de diagnóstico;
·
Matadouros;
·
Recolha e tratamento de lixos;
·
Tratamento de águas residuais;
·
Diversos ramos da indústria.
O risco de contaminação é
agravado pela precariedade das condições de asseio e higiene em espaços
laborais – vestiários, banheiros, refeitórios, bebedouros e etc. – As quais
também podem existir no acondicionamento, transporte, destino do lixo e na captação
e tratamento de esgoto.
Nos processos produtivos das
indústrias alimentícias, farmacêuticas e de cosméticos, os trabalhadores
manipulam materiais orgânicos como vísceras, ossos, soros que podem estar
contaminados e até algumas matérias orgânicas em estado de putrefacção que são
utilizadas como matérias – primas. No sector de serviços como os hospitais e
laboratórios, o contacto com organismos biológicos e materiais orgânicos é
maior que em outros sectores, aliás é inerente ao próprio trabalho. Também os
trabalhadores rurais estão sujeitos a serem picados por cobras, escorpiões ou
atacados por outros animais, além do contacto com animais portadores de
diversos tipos de afecções.
São considerados agentes
biológicos, os microrganismos, incluindo os geneticamente modificados, as
culturas de células e os endoparasitas humanos e outros susceptíveis de
provocar infecções, alergias ou intoxicações.
São organismos simples que
conseguem sobreviver e multiplicar-se sem ser necessário um hospedeiro para
completar o seu desenvolvimento, desde que o meio ambiente lhes seja favorável.
Um aspecto muito importante das bactérias é a capacidade que algumas têm para
produzir esporos, que mais não são do que formas resistentes que lhes permitem
sobreviver, por vezes durante muitos anos a situações adversas tais como:
temperaturas extremas, falta de água ou nutrientes, etc.
Uma vez em ambiente favorável,
o esporo dá origem a uma bactéria com toda a sua capacidade infecciosa activa.
Exemplo de Bactérias
|
Profissionais expostos
|
Forma de contágio
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Brucela
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Veterinários, tratadores de
animais, pastores, pessoal de laboratório, trabalhadores dos matadouros.
|
Manipulação de animais ou
produtos contaminados; tosquias e cardação da lã; manipulação ou ingestão de
alimentos contaminados.
|
São as formas de vida mais
simples, constituídas unicamente por material genético que precisam sempre de
um hospedeiro (ser vivo que é infectado) para se poderem reproduzir.
O mecanismo de infecção mais
comum é a introdução do seu material genético nas células do hospedeiro, onde
se replicam à custa da célula até à sua destruição, passando então a infectar
outras células.
Exemplo de Bactérias
|
Profissionais expostos
|
Forma de contágio
|
Vírus da hepatite B
|
Profissionais de saúde,
pessoal técnico de laboratório.
|
Contacto com produtos
biológicos (sangue) contaminados.
|
Os parasitas podem ser unicelulares
ou pluricelulares e são habitualmente distribuídos por três grupos:
Protozoários: Organismos
constituídos por uma única célula, com um ciclo vital complexo e que, em alguns
casos, necessitam de passar por vários hospedeiro para completar o seu
desenvolvimento. Muitas vezes a passagem – transmissão - de um hospedeiro para
outro é feita através de insectos (vectores).
Vermes (helmintas): É
frequente passarem por vários hospedeiros para completarem o seu ciclo de
desenvolvimento (ovo-larva-adulto) e a passagem de um para outro pode envolver
vários vectores diferentes. Dividem-se em dois grandes grupos: vermes cilindricos
(nemátodos) e vermes planos (platelmintas), podendo ser estes últimos segmentados
(céstodos) ou não segmentados (tremátodos).
Artrópodes: Como os vermes,
possuem um ciclo vital complexo que envolve a passagem por vários hospedeiros;
algumas espécies são endoparasitas ou seja, penetram no interior do organismo;
outras parasitam apenas à superfície mas podem inocular toxinas no hospedeiro.
Exemplo de Bactérias
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Profissionais expostos
|
Forma de contágio
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Amebíase
(Entamoeba histolytica)
Protozoários
|
Profissionais de saúde,
pessoal técnico de laboratório.
|
Contacto com águas contaminadas.
Ingestão de alimentos contaminados.
|
Trata-se de formas complexas
de vida cujo habitat natural é o solo. Apresentam uma estrutura vegetativa
chamada micélio, podendo apresentar hifas e reproduzem-se a partir de esporos.
Neste grupo incluem-se também as leveduras que apresentam pequenas formas
individuais ovóides.
Podem parasitar tanto o Homem
como os outros animais e vegetais.
Exemplo de Bactérias
|
Profissionais expostos
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Forma de contágio
|
Dermatofitos
Tinha (Trichophytum rubrum)
|
Tratadores de gado, trabalhadores de matadouros.
|
Contacto com animais infectados.
|
Consideram-se organismos
geneticamente modificados qualquer entidade biológica, celular ou não celular,
dotada de capacidade reprodutora ou de transferência de material genético, em
que este tenha sido alterado de uma forma que não ocorra naturalmente.
Os agentes biológicos podem
ser classificados, de acordo com o risco infeccioso que apresentam:
·
Grupo 1: Improvável que cause doença;
·
Grupo 2: Pode causar doença mas não se espalha
para a comunidade e existem medidas eficazes de tratamento e profilaxia;
·
Grupo 3: pode causar doença severa no ser
humano, pode espalhar-se pela comunidade, existem medidas efectivas de
tratamento e profilaxia;
·
Grupo 4: Causa doença severa em humanos,
dissemina-se pela comunidade e não existem medidas efectivas de tratamento e
profilaxia.
O agente biológico que não
puder ser rigorosamente classificado num dos grupos definidos no número
anterior deve ser classificado no grupo mais elevado em que pode ser incluído.
·
Inalação;
·
Ingestão;
·
Absorção cutânea (pele e mucosas);
·
Intravenoso/Intramuscular;
·
Urogenital.
As vias de transmissão podem
ainda ser classificadas como:
·
Directas (quando ocorre contacto físico com a
pessoa infectada);
·
Indirectas (através de materiais/objectos ou um vector
de transmissão, como por ex. insecto).
Doença progressiva ou crónica que resulta da infecção por
Mycobacterium tuberculosis (adquirida
geralmente por inalação) ou Mycobacterium
bovis (adquirida geralmente por ingestão de material infectante). É
classificada em pulmonar e extra pulmonar (tuberculose pleural, tuberculose
miliar, meningoencefalite tuberculosa, tuberculose linfonodal, tuberculose
renal, tuberculose ósteo-articular e da coluna vertebral).
De acordo com as explicações
de patogenia e imunidade da tuberculose vigente, a tuberculose-doença ocorre
quando:
a) Na infecção inicial, devido a um número
excessivo de bacilos e/ou factores que diminuem a capacidade de resposta imune
do hospedeiro, o equilíbrio não chega a se estabelecer;
Processo inflamatório
O indivíduo que entra em contacto
pela primeira vez com o bacilo de Koch não tem, ainda, resistência natural. Mas
adquire. Se o organismo não estiver debilitado, consegue matar o microrganismo
antes que este se instale como doença. É, também, estabelecida a protecção
contra futuras infecções pelo bacilo.
b) Posterior
à infecção inicial, pela quebra do equilíbrio parasita x hospedeiro, por reactivação endógena, com rebaixamento
da resposta imune local ou sistémica e/ou provável aparecimento de cepas
mutantes de bacilos mais virulentos com maior capacidade de multiplicação, ou
por reinfecção exógena, com um número
excessivo de bacilos, associada ou não a imuno-deficiência.
Como o bacilo de Koch se
reproduz e desenvolve rapidamente em áreas do corpo com muito oxigénio, o
pulmão é o principal órgão atingido pela tuberculose.
A tuberculose relacionada com
o trabalho tem sido frequentemente observada e descrita em trabalhadores que
exercem actividades em laboratórios de biologia, e em actividades realizadas
por pessoal de saúde, que propiciam contacto directo com produtos contaminados
ou com doentes cujos exames bacteriológicos são positivos.
Em trabalhadores expostos a
poeiras de sílica e/ou portadores de silicose, a tuberculose e a
sílico-tuberculose deverão ser consideradas como "doenças relacionadas com
o trabalho", posto que a exposição à sílica pode favorecer a reactivação
da infecção tuberculosa latente (cristais de sílica no interior dos macrófagos
alveolares deprimem sua função fagocitária e aumentam sua destruição), como tem
sido clínica e epidemiologicamente demonstrado no mundo inteiro.
Termo geral para um grupo de
doenças infecciosas causadas por Brucella melitensis, B. abortus, B. suis e B.
canis. A infecção dá-se por via digestiva (leite, queijo), por contaminação de
lesões cutâneas com sangue ou produtos animais infectados e, no gado, por via
placentária.
Sintomas Clínicos: febre
(remitente ou ondulante), calafrios, cefaléia, fadiga, sudorese, anorexia e
emagrecimento. Menos comummente: astenia, esplenomegalia, linfadenopatia, dores
nas costas, hepatomegalia e rigidez de nuca. A forma crónica cursa afebril ou
com febre baixa. Outros órgãos, aparelhos ou sistemas podem estar comprometidos
constituindo complicações da brucelose.
Zoonose causada pela exposição
ocupacional a Brucella melitiensis, B. abortus, B., suis, B. canis, etc., em actividades
em abatedouros, frigoríficos, manipulação de produtos de carne; ordenha e
fabricação de lacticínios e actividades assemelhadas. Por zoonose, entende-se
qualquer infecção ou doença de animais vertebrados que, habitual ou
ocasionalmente, se transmite ao homem em condições naturais.
Doença aguda produzida pelo Clostridium tetani, um bacilo esporulado
anaeróbio, mediante a secreção de uma neurotoxina, a tetanospasmina. O bacilo, que tem ampla distribuição geográfica e é
disseminado pelas fezes de equinos e outros animais, infecta o homem quando
seus esporos penetram através de lesões contaminadas, em geral de tipo
perfurante, mas também de dilacerações, queimaduras, etc. A presença de tecido
necrosado, pus ou corpos estranhos facilita a reprodução local do bacilo, que
não é invasivo e age por sua toxina. A incubação tarda de 4 a 50 dias (em
geral, 5 a 10 dias).
Sintomas Clínicos: 1) Sintomas
localizados: discretos espasmos na região do ferimento; 2) Sintomas
premonitórios: irritabilidade, fisgadas, dores nas costas e nos ombros; 3)
Contratura permanente (rigidez muscular): pode acometer grupos musculares localizados
ou apresentar hipertonia generalizada (mais comum); 4) Espasmos paroxísticos ou
convulsões.
O Clostridium tetani é
encontrado na natureza sob a forma de esporos, nos seguintes lugares: solo,
principalmente quando tratado com adubo animal; no reino vegetal, em espinhos
de arbustos e pequenos galhos de árvores; em águas putrefatas; em pregos
enferrujados sujos; em instrumentos de trabalho ou latas contaminadas com
poeira da rua ou terra; em fezes de animais ou humanas; em agulhas de injecção
não convenientemente esterilizadas, etc.
A exposição ocupacional em
trabalhadores é relativamente comum, e dá-se, principalmente, em circunstâncias
de acidentes do trabalho na agricultura, na construção civil, na indústria, ou
em acidentes de trajecto. A doença, por sua raridade e por sua relativa
especificidade, em trabalhadores que sofreram acidente do trabalho poderá ser
considerada como "doença relacionada com o trabalho.
Doença febril aguda causada
pelo Flavivirus da febre-amarela (família Togaviridae),
cujo quadro clínico varia amplamente desde as formas inaparentes até as graves
e fatais.
Sintomas Clínicos: varia de um
quadro benigno, inespecífico, até doença fulminante caracterizada por disfunção
de múltiplos órgãos, em particular por hemorragias. A forma grave inicia-se
abruptamente com o chamado "período de infecção" que caracteriza-se
por febre, calafrios, cefaléia intensa, dor lombossacral, mialgia generalizada,
anorexia, náuseas, vómitos e hemorragias gengivais de pequena intensidade ou
epistaxe. Dura três dias e segue-se do "período de remissão", com
melhora que dura 24 horas. Nos casos graves os sintomas reaparecem caracterizando
o "período de intoxicação" (mais grave).
A febre-amarela persiste na
América do Sul apenas como enzootia de macacos, tendo por transmissores
mosquitos dos géneros Haemagogus e Aëdes. Os casos humanos, pouco numerosos,
incidem agora entre as pessoas que trabalham ou mantêm contacto com as
florestas. A febre-amarela urbana teve o homem como único reservatório e, como
transmissor, neste continente, o Aëdes
aegypti.
Outros trabalhadores
eventualmente expostos, por acidente, incluem os que exercem actividades de
Saúde Pública e que trabalham em laboratórios de pesquisa.
Termo geral para uma doença
aguda febril, de carácter endémico ou epidémico, causada por um dos Flavivirus do dengue (família Togaviridae), com quatro tipos sorológicos
(1, 2, 3 e 4). Os reservatórios são os homens e os insectos transmissores são o
Aëdes aegypti, Aëdes albopictus e o Aëdes scutellaris.
Quando o agente etiológico for
conhecido, o nome completo da doença será dengue por vírus tipo 1, ou dengue
por vírus tipo 2, etc.
O dengue relacionado com o
trabalho tem sido descrito em trabalhadores que exercem actividades em zonas endémicas,
em trabalhos de saúde pública, e em laboratórios de pesquisa, entre outras actividades
em que a exposição ocupacional é clara, podendo ser constatada pela perícia.
Depois de pesquisas feitas, chegamos
a conclusão que são várias as doenças causadas por agentes biológicos e que podem
ser transmitidas contraídas e transmitidas de várias maneiras, mas é bom saber que
podemos ter cuidados para evitar que nos contaminemos pelas mesmas doenças.
E melhor ainda, aumentamos nosso
nível de conhecimento pela elaboração do presente trabalho.
GRIST, N. R. Manual de
biossegurança para o laboratório. 2. ed. São Paulo: Santos, 1995. 133 p.
ODA, L. M.; ÁVILA, S. M.
(Org.). Biossegurança em laboratórios de saúde pública. Brasília: Ministério da
Saúde/Secretaria de Políticas de Saúde e de Avaliação/Departamento de Promoção
da Formulação e Reorientação das Políticas de Saúde/Coordenação Geral de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico; Rio de Janeiro: Fiocruz, 1998. 304 p.
ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA
SALUD; ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE SALUD. Ofi cina Sanitaria Panamericana y
Ofi cina Regional de la Organización Mundial de la Salud. Monografía sobre
seguridad en el laboratorio. España: OPAS, 1981.
ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA
SALUD; ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE SALUD. Cabinas de seguridad biológica: uso,
desinfección y mantenimiento. Washington: OMS/OPAS, 2002. 76 p.
TEIXEIRA, P.; VALLE, S.
Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996.
362 p.
TORLONI, Mauricio e Vieira AV.
Manual de proteção respiratória. São Paulo: Maurício Torloni; 2003.
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