sábado, 24 de março de 2018

DOENÇAS CAUSADAS POR AGENTES BIOLÓGICOS - Trabalho Completo


INSTITUTO MÉDIO PRIVADO DE SAÚDE








TRABALHO DE GESTÃO





DOENÇAS CAUSADAS POR AGENTES BIOLÓGICOS



Trabalho de Pesquisa Bibliográficas apresentado ao curso de Enfermagem Geral na disciplina de Gestão como requisito parcial para obtenção de notas.



INTEGRANTES DO GRUPO:

1.    Beatriz João
2.    Edvânia da Silva Raimundo
3.    José Epalanga Anastácio Lumbo
4.    Vivaldo Bernardo Quila

Curso: Enfermagem Geral
Classe: 13ª
Período: Tarde
Turma: B




O Docente

____________________
Inácio Duluma





LUANDA
2018
SUMÁRIO







Os agentes biológicos são definidos como os microrganismos, incluindo os geneticamente modificados, as culturas de células e os endoparasitas humanos susceptíveis de provocar infecções, alergias ou intoxicações no corpo humano.

Os agentes biológicos podem assim significar uma potencial ameaça à saúde humana (risco biológico). Em determinado contexto de trabalho, os colaboradores podem estar expostos a agentes biológicos com riscos para a sua saúde em muitas actividades, nomeadamente:

·        Laboratórios de investigação;
·        Serviços hospitalares;
·        Laboratórios clínicos e de diagnóstico;
·        Matadouros;
·        Recolha e tratamento de lixos;
·        Tratamento de águas residuais;
·        Diversos ramos da indústria.

O risco de contaminação é agravado pela precariedade das condições de asseio e higiene em espaços laborais – vestiários, banheiros, refeitórios, bebedouros e etc. – As quais também podem existir no acondicionamento, transporte, destino do lixo e na captação e tratamento de esgoto.

Nos processos produtivos das indústrias alimentícias, farmacêuticas e de cosméticos, os trabalhadores manipulam materiais orgânicos como vísceras, ossos, soros que podem estar contaminados e até algumas matérias orgânicas em estado de putrefacção que são utilizadas como matérias – primas. No sector de serviços como os hospitais e laboratórios, o contacto com organismos biológicos e materiais orgânicos é maior que em outros sectores, aliás é inerente ao próprio trabalho. Também os trabalhadores rurais estão sujeitos a serem picados por cobras, escorpiões ou atacados por outros animais, além do contacto com animais portadores de diversos tipos de afecções.






São considerados agentes biológicos, os microrganismos, incluindo os geneticamente modificados, as culturas de células e os endoparasitas humanos e outros susceptíveis de provocar infecções, alergias ou intoxicações.


São organismos simples que conseguem sobreviver e multiplicar-se sem ser necessário um hospedeiro para completar o seu desenvolvimento, desde que o meio ambiente lhes seja favorável. Um aspecto muito importante das bactérias é a capacidade que algumas têm para produzir esporos, que mais não são do que formas resistentes que lhes permitem sobreviver, por vezes durante muitos anos a situações adversas tais como: temperaturas extremas, falta de água ou nutrientes, etc.

Uma vez em ambiente favorável, o esporo dá origem a uma bactéria com toda a sua capacidade infecciosa activa.

Exemplo de Bactérias
Profissionais expostos
Forma de contágio


Brucela

Veterinários, tratadores de animais, pastores, pessoal de laboratório, trabalhadores dos matadouros.
Manipulação de animais ou produtos contaminados; tosquias e cardação da lã; manipulação ou ingestão de alimentos contaminados.


São as formas de vida mais simples, constituídas unicamente por material genético que precisam sempre de um hospedeiro (ser vivo que é infectado) para se poderem reproduzir.

O mecanismo de infecção mais comum é a introdução do seu material genético nas células do hospedeiro, onde se replicam à custa da célula até à sua destruição, passando então a infectar outras células.

Exemplo de Bactérias
Profissionais expostos
Forma de contágio

Vírus da hepatite B
Profissionais de saúde, pessoal técnico de laboratório.
Contacto com produtos biológicos (sangue) contaminados.


Os parasitas podem ser unicelulares ou pluricelulares e são habitualmente distribuídos por três grupos:

Protozoários: Organismos constituídos por uma única célula, com um ciclo vital complexo e que, em alguns casos, necessitam de passar por vários hospedeiro para completar o seu desenvolvimento. Muitas vezes a passagem – transmissão - de um hospedeiro para outro é feita através de insectos (vectores).
Vermes (helmintas): É frequente passarem por vários hospedeiros para completarem o seu ciclo de desenvolvimento (ovo-larva-adulto) e a passagem de um para outro pode envolver vários vectores diferentes. Dividem-se em dois grandes grupos: vermes cilindricos (nemátodos) e vermes planos (platelmintas), podendo ser estes últimos segmentados (céstodos) ou não segmentados (tremátodos).

Artrópodes: Como os vermes, possuem um ciclo vital complexo que envolve a passagem por vários hospedeiros; algumas espécies são endoparasitas ou seja, penetram no interior do organismo; outras parasitam apenas à superfície mas podem inocular toxinas no hospedeiro.

Exemplo de Bactérias
Profissionais expostos
Forma de contágio
Amebíase

(Entamoeba histolytica) Protozoários

Profissionais de saúde, pessoal técnico de laboratório.

Contacto com águas contaminadas. Ingestão de alimentos contaminados.


Trata-se de formas complexas de vida cujo habitat natural é o solo. Apresentam uma estrutura vegetativa chamada micélio, podendo apresentar hifas e reproduzem-se a partir de esporos. Neste grupo incluem-se também as leveduras que apresentam pequenas formas individuais ovóides.

Podem parasitar tanto o Homem como os outros animais e vegetais.

Exemplo de Bactérias
Profissionais expostos
Forma de contágio
Dermatofitos

Tinha (Trichophytum rubrum)


Tratadores de gado, trabalhadores de matadouros.


Contacto com animais infectados.


Consideram-se organismos geneticamente modificados qualquer entidade biológica, celular ou não celular, dotada de capacidade reprodutora ou de transferência de material genético, em que este tenha sido alterado de uma forma que não ocorra naturalmente.


Os agentes biológicos podem ser classificados, de acordo com o risco infeccioso que apresentam:

·        Grupo 1: Improvável que cause doença;
·        Grupo 2: Pode causar doença mas não se espalha para a comunidade e existem medidas eficazes de tratamento e profilaxia;
·        Grupo 3: pode causar doença severa no ser humano, pode espalhar-se pela comunidade, existem medidas efectivas de tratamento e profilaxia;
·        Grupo 4: Causa doença severa em humanos, dissemina-se pela comunidade e não existem medidas efectivas de tratamento e profilaxia.

O agente biológico que não puder ser rigorosamente classificado num dos grupos definidos no número anterior deve ser classificado no grupo mais elevado em que pode ser incluído.


·        Inalação;
·        Ingestão;
·        Absorção cutânea (pele e mucosas);
·        Intravenoso/Intramuscular;
·        Urogenital.

As vias de transmissão podem ainda ser classificadas como:

·        Directas (quando ocorre contacto físico com a pessoa infectada);
·        Indirectas (através de materiais/objectos ou um vector de transmissão, como por ex. insecto).



Doença progressiva ou crónica que resulta da infecção por Mycobacterium tuberculosis (adquirida geralmente por inalação) ou Mycobacterium bovis (adquirida geralmente por ingestão de material infectante). É classificada em pulmonar e extra pulmonar (tuberculose pleural, tuberculose miliar, meningoencefalite tuberculosa, tuberculose linfonodal, tuberculose renal, tuberculose ósteo-articular e da coluna vertebral).

De acordo com as explicações de patogenia e imunidade da tuberculose vigente, a tuberculose-doença ocorre quando:

a)    Na infecção inicial, devido a um número excessivo de bacilos e/ou factores que diminuem a capacidade de resposta imune do hospedeiro, o equilíbrio não chega a se estabelecer;

Processo inflamatório

O indivíduo que entra em contacto pela primeira vez com o bacilo de Koch não tem, ainda, resistência natural. Mas adquire. Se o organismo não estiver debilitado, consegue matar o microrganismo antes que este se instale como doença. É, também, estabelecida a protecção contra futuras infecções pelo bacilo.

b)    Posterior à infecção inicial, pela quebra do equilíbrio parasita x hospedeiro, por reactivação endógena, com rebaixamento da resposta imune local ou sistémica e/ou provável aparecimento de cepas mutantes de bacilos mais virulentos com maior capacidade de multiplicação, ou por reinfecção exógena, com um número excessivo de bacilos, associada ou não a imuno-deficiência.

Como o bacilo de Koch se reproduz e desenvolve rapidamente em áreas do corpo com muito oxigénio, o pulmão é o principal órgão atingido pela tuberculose.

A tuberculose relacionada com o trabalho tem sido frequentemente observada e descrita em trabalhadores que exercem actividades em laboratórios de biologia, e em actividades realizadas por pessoal de saúde, que propiciam contacto directo com produtos contaminados ou com doentes cujos exames bacteriológicos são positivos.

Em trabalhadores expostos a poeiras de sílica e/ou portadores de silicose, a tuberculose e a sílico-tuberculose deverão ser consideradas como "doenças relacionadas com o trabalho", posto que a exposição à sílica pode favorecer a reactivação da infecção tuberculosa latente (cristais de sílica no interior dos macrófagos alveolares deprimem sua função fagocitária e aumentam sua destruição), como tem sido clínica e epidemiologicamente demonstrado no mundo inteiro.


Termo geral para um grupo de doenças infecciosas causadas por Brucella melitensis, B. abortus, B. suis e B. canis. A infecção dá-se por via digestiva (leite, queijo), por contaminação de lesões cutâneas com sangue ou produtos animais infectados e, no gado, por via placentária.

Sintomas Clínicos: febre (remitente ou ondulante), calafrios, cefaléia, fadiga, sudorese, anorexia e emagrecimento. Menos comummente: astenia, esplenomegalia, linfadenopatia, dores nas costas, hepatomegalia e rigidez de nuca. A forma crónica cursa afebril ou com febre baixa. Outros órgãos, aparelhos ou sistemas podem estar comprometidos constituindo complicações da brucelose.

Zoonose causada pela exposição ocupacional a Brucella melitiensis, B. abortus, B., suis, B. canis, etc., em actividades em abatedouros, frigoríficos, manipulação de produtos de carne; ordenha e fabricação de lacticínios e actividades assemelhadas. Por zoonose, entende-se qualquer infecção ou doença de animais vertebrados que, habitual ou ocasionalmente, se transmite ao homem em condições naturais.


Doença aguda produzida pelo Clostridium tetani, um bacilo esporulado anaeróbio, mediante a secreção de uma neurotoxina, a tetanospasmina. O bacilo, que tem ampla distribuição geográfica e é disseminado pelas fezes de equinos e outros animais, infecta o homem quando seus esporos penetram através de lesões contaminadas, em geral de tipo perfurante, mas também de dilacerações, queimaduras, etc. A presença de tecido necrosado, pus ou corpos estranhos facilita a reprodução local do bacilo, que não é invasivo e age por sua toxina. A incubação tarda de 4 a 50 dias (em geral, 5 a 10 dias).

Sintomas Clínicos: 1) Sintomas localizados: discretos espasmos na região do ferimento; 2) Sintomas premonitórios: irritabilidade, fisgadas, dores nas costas e nos ombros; 3) Contratura permanente (rigidez muscular): pode acometer grupos musculares localizados ou apresentar hipertonia generalizada (mais comum); 4) Espasmos paroxísticos ou convulsões.

O Clostridium tetani é encontrado na natureza sob a forma de esporos, nos seguintes lugares: solo, principalmente quando tratado com adubo animal; no reino vegetal, em espinhos de arbustos e pequenos galhos de árvores; em águas putrefatas; em pregos enferrujados sujos; em instrumentos de trabalho ou latas contaminadas com poeira da rua ou terra; em fezes de animais ou humanas; em agulhas de injecção não convenientemente esterilizadas, etc.

A exposição ocupacional em trabalhadores é relativamente comum, e dá-se, principalmente, em circunstâncias de acidentes do trabalho na agricultura, na construção civil, na indústria, ou em acidentes de trajecto. A doença, por sua raridade e por sua relativa especificidade, em trabalhadores que sofreram acidente do trabalho poderá ser considerada como "doença relacionada com o trabalho.


Doença febril aguda causada pelo Flavivirus da febre-amarela (família Togaviridae), cujo quadro clínico varia amplamente desde as formas inaparentes até as graves e fatais.

Sintomas Clínicos: varia de um quadro benigno, inespecífico, até doença fulminante caracterizada por disfunção de múltiplos órgãos, em particular por hemorragias. A forma grave inicia-se abruptamente com o chamado "período de infecção" que caracteriza-se por febre, calafrios, cefaléia intensa, dor lombossacral, mialgia generalizada, anorexia, náuseas, vómitos e hemorragias gengivais de pequena intensidade ou epistaxe. Dura três dias e segue-se do "período de remissão", com melhora que dura 24 horas. Nos casos graves os sintomas reaparecem caracterizando o "período de intoxicação" (mais grave).

A febre-amarela persiste na América do Sul apenas como enzootia de macacos, tendo por transmissores mosquitos dos géneros Haemagogus e Aëdes. Os casos humanos, pouco numerosos, incidem agora entre as pessoas que trabalham ou mantêm contacto com as florestas. A febre-amarela urbana teve o homem como único reservatório e, como transmissor, neste continente, o Aëdes aegypti.

Outros trabalhadores eventualmente expostos, por acidente, incluem os que exercem actividades de Saúde Pública e que trabalham em laboratórios de pesquisa.


Termo geral para uma doença aguda febril, de carácter endémico ou epidémico, causada por um dos Flavivirus do dengue (família Togaviridae), com quatro tipos sorológicos (1, 2, 3 e 4). Os reservatórios são os homens e os insectos transmissores são o Aëdes aegypti, Aëdes albopictus e o Aëdes scutellaris.

Quando o agente etiológico for conhecido, o nome completo da doença será dengue por vírus tipo 1, ou dengue por vírus tipo 2, etc.

O dengue relacionado com o trabalho tem sido descrito em trabalhadores que exercem actividades em zonas endémicas, em trabalhos de saúde pública, e em laboratórios de pesquisa, entre outras actividades em que a exposição ocupacional é clara, podendo ser constatada pela perícia.




Depois de pesquisas feitas, chegamos a conclusão que são várias as doenças causadas por agentes biológicos e que podem ser transmitidas contraídas e transmitidas de várias maneiras, mas é bom saber que podemos ter cuidados para evitar que nos contaminemos pelas mesmas doenças.

E melhor ainda, aumentamos nosso nível de conhecimento pela elaboração do presente trabalho.
  




GRIST, N. R. Manual de biossegurança para o laboratório. 2. ed. São Paulo: Santos, 1995. 133 p.

ODA, L. M.; ÁVILA, S. M. (Org.). Biossegurança em laboratórios de saúde pública. Brasília: Ministério da Saúde/Secretaria de Políticas de Saúde e de Avaliação/Departamento de Promoção da Formulação e Reorientação das Políticas de Saúde/Coordenação Geral de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; Rio de Janeiro: Fiocruz, 1998. 304 p.

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TEIXEIRA, P.; VALLE, S. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996. 362 p.

TORLONI, Mauricio e Vieira AV. Manual de proteção respiratória. São Paulo: Maurício Torloni; 2003.






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