UNIVERSIDADE
METODISTA DE ANGOLA
DEPARTAMENTO DE
CIÊNCIAS SOCIAIS
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
IMPACTO DOS MICROPROCESSADORES NA SOCIEDADE
ROSANA DANIELA CHILEMO VIEIRA
Turma: D
Curso: Gestão e Administração
de Empresas
Ano Académico: 1º
O
Docente
_____________________
Rui
M. S. Dominguês
LUANDA
2018
SUMÁRIO
Desde a sua
criação em 1981 pela IBM, o computador pessoal ou simplesmente IBM-PC, passou
por grandes modificações e aperfeiçoamentos constantes. Hoje fica difícil
imaginar como viveríamos se fossemos privados do seu uso. Este trabalho, foi
digitado em um notebook e nem ouso imaginar se tivesse que fazê-lo, usando uma
máquina de escrever.
Eles estão
presentes em todos os lugares: nas escolas, empresas, bancos, supermercados,
consultórios médicos, lojas e principalmente em nossas casas.
Dentro do
computador, instalado em uma placa electrónica, chamada de placa-mãe, temos o principal
responsável por tudo o que os computadores são capazes de realizar: o
microprocessador, ou simplesmente processador.
Vamos estudar
aqui no presente trabalho, um pouco da história e evolução dessas fantásticas
maravilhas da electrónica, e destacar o impacto na sociedade dos vários dispositivos
electrónicos que funcionam à base dos microprocessadores.
O
microprocessador, popularmente chamado de processador é um circuito integrado
que realiza as funções de cálculo e tomada de decisão de um computador. Todos
os computadores e equipamentos electrónicos baseiam-se nele para executar suas
funções.
O
microprocessador moderno é um circuito integrado formado por uma camada chamada
de mesa epitaxial de silício, trabalhada de modo a formar um cristal de extrema
pureza, laminada até uma espessura mínima com grande precisão, depois cuidadosamente
mascarada por um processo fotográfico e dopada pela exposição a altas temperaturas
em fornos que contêm misturas gasosas de impurezas. Este processo é repetido
tantas vezes quanto necessário à formação da micro-arquitetura do componente.
Responsável
pela execução das instruções num sistema, o microprocessador, escolhido entre
os disponíveis no mercado, determina, em certa medida a capacidade de processamento
do computador e também o conjunto primário de instruções que ele compreende. O
sistema operativo é construído sobre este conjunto. O próprio microprocessador
subdivide-se em várias unidades, trabalhando em altas frequências.
A ALU (Aritmetic
and Logical Unit), unidade responsável pelos cálculos aritméticos e lógicos e
os registadores são parte integrante do microprocessador na família x86, por
exemplo. Embora seja a essência do computador, o microprocessador diferente do
micro-controlador, está longe de ser um computador completo. Para que possa
interagir com o utilizador precisa de: memória, dispositivos de entrada/saída,
um clock, controladores e conversores de sinais, entre outros. Cada um desses
circuitos de apoio interage de modo peculiar com os programas e, dessa forma,
ajuda a moldar o funcionamento do computador.
O
microprocessador, também conhecido como CPU, é peça fundamental dos microcomputadores
e computadores actuais. E não estamos falando apenas dos famosos computadores
pessoais ou PCs. Celulares, video games, smartphones, tablets: todos esses
dispositivos precisam de microprocessadores para funcionar. Esse componente tão
vital é responsável por carregar e realizar as operações aritméticas e lógicas
que os programas de computador fazem uso. Portanto, nada funciona sem um
microprocessador.
As pesquisas
no desenvolvimento e utilização de novos materiais deram origem aos transístores,
que acabaram por substituir as válvulas na electrónica. O primeiro transístor,
foi criado e desenvolvido em 1948, nos laboratórios da Bell Telephone, Estados
Unidos da América, por John Bardeen, Walter Houser Brattain e William Bradford
Shockley, que acabaram recebendo prémio Nobel de Física em 1956 pela
descoberta. Os materiais utilizados foram o silício e o germânio.
Um único transístor
autónomo é chamado de componente discreto. Durante a década de 50 e início dos
anos 60, os equipamentos electrónico eram compostos basicamente por esses
componentes – transístores, resistores, capacitores e assim por diante. Eram
produzidos separadamente, encapsulados em seus próprios receptáculos e soldados
ou ligados através de fios a placas de circuitos (técnica chamada de wire-up)
que eram então instalados nos computadores e outros equipamentos electrónicos.
Quando um equipamento electrónico necessitava de um transístor, um pequeno tubo
de metal com uma pequena peça de silício do tamanho da cabeça de um alfinete
tinha que ser soldado a uma placa de circuito.
A primeira
aplicação da tecnologia de circuito integrado na construção de computadores,
foi no desenvolvimento do microprocessador (com implementação de unidade de
controle e da unidade lógica e aritmética).
Os
microprocessadores, também chamados de processadores ou simplesmente CPU
(Central Processing Unit) ou ainda em português, UCP (Unidade Central de
Processamento), são circuitos integrados passíveis de serem programados para
executar uma tarefa predefinida, basicamente manipulando e processando dados.
Resumidamente, o papel do microprocessador é somente um: pegar dados, processar
esses dados conforme programação prévia e desenvolver o resultado. De onde vêm
tais dados e para onde vai o resultado é, para ele, indiferente.
O primeiro
microprocessador comercial do mundo, foi desenvolvido pela empresa Intel em
1971, a partir de um pedido da empresa japonesa Busicom para ser utilizado em
uma calculadora portátil. Nessa época, os dispositivos electrónicos, possuíam
chips separados para controlo do teclado, display e demais funções. Este novo
produto, possuía todas essas características incorporadas em um único chip e
foi baptizado de Intel 4004.
É considerado
o primeiro microprocessador construído no mundo. Actualmente, a maioria dos
sistemas electrónicos são microprocessados, isto é possuem um microprocessador
internamente: fornos de microondas, televisões de LCD, DVD players, MP3
players, dispositivos de injecção electrónica de combustíveis para motores,
lavadoras de pratos, máquinas de lavar roupas, aparelhos de CD, videogames,
etc.
Impossível
falar de microprocessadores sem mencionar a empresa Intel. Foi fundada em 1968
por Gordon Moore, Robert Noyce e Andy Grove com a intenção de actuar no sector
de electrónica integrada. O nome Intel vem do termo em inglês integrated eletronic
(electrónica integrada). Seus primeiros produtos foram dispositivos de memória
semicondutora. A empresa ficou conhecida por inventar uma nova tecnologia, com
o desenvolvimento do primeiro microprocessador comercial, o 4004 em 1971.
Apesar do sucesso e popularidade do produto, a Intel ainda era uma empresa
pequena na época. A projecção mundial veio no final da década de 70, com os
processadores da família 8080, que equipavam os computadores pessoais IBM e
seus “clones”. Com o sucesso, a empresa passa a focar o mercado de
microprocessadores, tornando-se o maior fabricante mundial.
Fundada em
1969, a AMD, em seu começo, chegou a produzi chips sobe encomenda para a
própria Intel, desenvolvendo posteriormente seus próprios produtos. Para ganhar
popularidade no mercado, praticamente monopolizado pela Intel, a AMD ofereceu
inicialmente produtos de baixo custo, o que acabou se tornando a sua própria
referência. Em 1982, a AMD lançou no mercado um dos seus primeiros
processadores, o 286A. Este vinha nas velocidades de 12Mhz e 16Mhz, e não
representava um grande avanço tecnológico, porém tinha alguns recursos muito
interessantes.
Um deles era
o emulador SEM, que possibilitava ao programa sair do modo de protecção, coisa
que o intel 286 não podia fazer. Sediada em Sunnyvale, Califórnia, hoje a AMD é
fornecedora mundial de circuitos integrados para os mercados de computadores
pessoais e de rede, bem como para o mercado de comunicação, com fábricas nos
Estados Unidos, Euopa, Japão e Ásia e principal concorrente da Intel no mercado
de microprocessadores.. Tanto a Intel como a AMD possuem uma história bem
parecida em relação ao desenvolvimento tecnológico de seus produtos.
A história da
IBM dispensa comentários. Vamos comentar aqui, e mesmo assim brevemente, apenas
o processador PowerPC.
O processador
PowerPC foi criado através da união das empresas Apple, IBM e Motorola no
início dos anos 90. O objectivo era criar um processador RISC para ser
utilizado nos computadores da Apple (Macintosh). Seu primeiro modelo, o PowerPC
601, equipou o Apple PowerMac 6100, lançado em 1994. Embora a Apple tenha
abandonado este mercado e aderido à arquitectura x86 (Intel), os processadores
PowerPC ainda estão presentes em consoles de videogame (Xbox 360 da Microsoft e
o NintendoWii). Esta arquitectura também está presente no microprocessador
Cell, que equipa o famoso videogame da Sony, o PlayStation 3, que foi projectado
em parceria com a Toshiba e IBM.
A Texas
Instruments (ou simplesmente TI) é uma empresa americana que actua na área de
semicondutores, especialmente no mercado de processadores de sinais digitais,
conversores analógico-digital e digital-analógico, microcontroladores. A Texas
está sediada em Dallas, no estado do Texas e desde 1930 até hoje, é responsável
por muitas inovações tecnológicas que incluem os primeiros transístores de
silício comerciais, o primeiro circuito integrado (junto com a Fairchild
Semiconductor) e a primeira máquina calculadora de bolso.
Em 1987,
produz o primeiro microprocessador a 32 bits que incorpora inteligência artificial
e um ano depois faz a demonstração do primeiro transístor quântico.
Actualmente, a Texas actua principalmente na produção de processadores de sinal
digital (DSP) e dispositivos analógicos.
Os DSPs e os
semicondutores analógicos potenciam uma vasta gama de dispositivos de
comunicações desde telefones celulares aos acessos de alta velocidade em banda
larga passando pelos leitores de música descarregada da Internet e pelas
câmaras digitais de vídeo e fotografia. A empresa é líder mundial em
processamento de sinal digital e em tecnologias analógicas e produz actualmente
processadores com arquitectura AMR.
A Motorola
foi fundada em 1928 por Paul Wault Galvin e está sediada Schaumburg, Illinois,
subúrbio de Chicago.
A empresa foi
responsável pela fabricação dos processadores utilizados no primeiros
computadores Macintosh, o modelo Motorola 68000. De tecnologia CISC – 32 bits,
foi desenvolvido no início dos anos 80. Também foi utilizado em diversos
videogames, entre as décadas de 80 e 90, tais como o Sega Mega Drive, Sega
Mega-CD e o Neo-Geo Seus principais produtos actualmente, são os telefones
celulares, rádios de comunicação, aparelhos para conexão à Internet e TV a cabo
e sistemas de comunicação para segurança pública e privada.
Em 1965,
Gordon Moore, um dos fundadores da Intel, observou que o número de transístores
que podiam ser impressos em uma única pastilha (chip), dobrava a cada ano e
previu que esse crescimento continuaria no futuro. Essa observação ficou
conhecida como Lei de Moore.
Nos anos 70,
a taxa de crescimento recuou, com a duplicação acontecendo a cada período de 12
meses.
Moore baseou
sua previsão no rápido desenvolvimento da indústria desde a criação do circuito
integrado.
Vale
ressaltar entretanto, que Moore não se referia a Intel como catalisadora deste
estrondoso crescimento. Na época, a Intel ainda era uma empresa de pequenas proporções,
e não havia como prever com certeza se a mesma continuaria a evoluir no mesmo
ritmo.
·
O custo de uma pastilha permaneceu praticamente
o mesmo ao longo do período de rápido crescimento da sua densidade;
·
Aumento da velocidade de operação dos
processadores, pois devido a proximidade dos componentes, há redução do caminho
eléctrico;
·
O computador ficou bem menor, tornando-se mais
compacto e passível de ser utilizado em diversos ambientes;
·
Redução do consumo eléctrico e da necessidade de
resfriamento eléctrico;
·
Com um número maior de circuitos em cada
pastilha, o número de conexões entre pastilhas é muito menor.
Sistemas
embarcados, são dispositivos em que o microprocessador está “embutido” no
sistema que ele controla. Esses microprocessadores são comummente chamados de
embarcados.
O termo
embarcado, foi criado para diferenciar os processadores que estão em celulares,
videogames, carros, geladeiras, daqueles estão nos computadores pessoais. Ou
seja, sistemas embarcados possuem basicamente os mesmos componentes de computador
pessoal, a diferença é que enquanto um computador é capaz de realizar diversas
tarefas, um sistema embarcado é projectado para um fim específico. Analogamente,
um microprocessador embarcado, é dedicado também a um fim específico.
Podemos dizer
que no ambiente doméstico, os microprocessadores que antes eram restritos aos
computado pessoais, agora estão presentes nos mais diversos aparelhos, tais
como televisores, smartphones, geladeiras, carros máquinas de lavar, tablets,
videogames e outros.
Vamos
conhecer alguns desses dispositivos e seus microprocessadores:
Smartphone,
do inglês telefone “inteligente” , são celulares com recursos avançados tais
como telas sensíveis ao toque, câmeras fotográficas de alta definição e GPS.
São capazes de rodar aplicativos e como os computadores também possuem sistemas
operacionais e microprocessadores para controlar todos esses recursos.
Um tablet é
um dispositivo pessoal em forma de prancheta, ou a grosso modo, um pequeno
computador em forma de prancheta. Suas principais utilidades são: leitura de
livros, revistas, jornais, visualização de fotos e vídeos, executar jogos e
navegar na internet.
Os tocadores
de música, também precisam de um microprocessador para funcionar. Na figura
abaixo vemos em destaque, o processador do iPod Nano.
Como foi dito
anteriormente, sendo as tecnologias de informação hoje uma combinação de
processamento electrónico de dados e telecomunicações, é importante ressaltar a
necessidade do conhecimento nessas duas áreas para o desenvolvimento,
assimilação e utilização das mesmas. A palavra tecnologia, convém lembrar, tem
um componente cada vez mais crescente de conhecimento, como já foi visto em
Barreto (1994). Maia et al (1991) descreve um fluxo em que o conhecimento, ao
mesmo tempo que possibilita a produção científica e tecnológica, capacita para
a assimilação e o desenvolvimento de novas tecnologias.
É inegável
que as tecnologias de informação exigem mais especialização e melhor
capacitação do indivíduo, modificando sua forma de educação e, via de consequência,
tanto sua habilitação para ingresso no mercado de trabalho como seu desempenho
na realização do mesmo, propiciando-lhe assim, maior vantagem competitiva.
Vale registar,
contudo, a observação de Palmquist (1992, p. 5) em uma análise exaustiva da
literatura onde o autor mostra que," para cada argumento de que
tecnologias de informação contribuem para maior prosperidade, há um
contra-argumento de que podem escravizar o indivíduo e degradar a qualidade de
vida".
Destacam-se
dessa análise as questões relacionadas com a qualidade e a produtividade das
tarefas realizadas, as quais podem apresentar uma relação estreita com a utilização
dessas tecnologias. Neste sentido, os aspectos a serem apresentados para
reflexão neste trabalho estão relacionados com:
A utilização
de novas tecnologias de informação (computadores com as mais diversificadas
configurações, vídeos, hipertextos ou quaisquer outras tecnologias) na condução
da formação do indivíduo, além de fornecer melhores oportunidades de
conhecimento especializado (exigem habilidade na sua utilização) tendem a
responder de maneira satisfatória às necessidades de acesso rápido e
diversificado à informação requerida para essa formação.
O indivíduo
que tem oportunidade de ter acesso aos recursos das novas tecnologias de
informação na sua formação tem maiores chances de que essa formação seja mais
bem realizada. Levando-se em conta a dinâmica do mercado de trabalho hoje, em
função das inovações tecnológicas, deve-se ter em mente a necessidade de que a
educação acompanhe esses fenómenos.
Uma carreira
profissional dura em torno de 30 a 35 anos. No ritmo em que a pesquisa avança actualmente,
isso significa que a pessoa passará por quatro a cinco revoluções tecnológicas.
Cada uma significará uma chance de a pessoa se tornar obsoleta para o mercado
de trabalho.
Portanto, o
processo de aprendizado tem de ser contínuo" Giannasi (1995) enfatiza que
o enfoque deve ser sobre as necessidades do homem, quando acrescenta, citando
Silva apud Araújo (1991), que o grande desafio não será a tecnologia, mas o
aprimoramento do próprio ser humano, como um pré-requisito para que a
tecnologia possa continuar a se desenvolver sem ameaçar a qualidade de vida do
homem e a segurança da humanidade".
O domínio na
utilização das tecnologias de informação tem sido crescentemente considerado
como requisito para melhores oportunidades de trabalho. Verifica-se, nas tendências
recentes do mercado de trabalho, a necessidade cada vez maior de conhecimento a
respeito das mais diversificadas tecnologias de informação para um melhor
desempenho das tarefas executadas nos diversos campos de trabalho e em qualquer
sector da economia.
Segundo
Suaiden (1990), entretanto, as modernas tecnologias de informação tomarão ainda
mais crítica a situação dos trabalhadores com relação à diminuição de vagas disponíveis
e a exigência de alta qualificação para os postos de trabalho mais seguros.
Sobre essa
questão, Palmquist {op. cit, p. 13) comenta que Peter Drucker documentou a
evolução do mundo dos negócios, a partir da Segunda Guerra Mundial como de um
ambiente baseado na indústria para um baseado no conhecimento, demonstrando, no
entanto, que os operários, por terem alcançado espectaculares avanços nos
primeiros 75 anos do século, tornaram-se o problema social do actual ambiente
altamente qualificado e tecnológico.
A constatação
de Drucker apud Palmquist (1992) revela um momento em que o mercado não parece
estar absorvendo esses trabalhadores, tal como afirma Suaiden (1990).
As sociedades
mais desenvolvidas no mundo hoje são chamadas sociedades da informação, em
função de sua actividade económica ser fortemente baseada na produção do sector
informacional, composto do que se convencionou chamar indústrias de informação.
Fazem parte dessas indústrias as actividades centradas e intensivas em
conhecimento científico e tecnológico.
Um dos
indicadores mais fortemente relacionados a essas sociedades é a inovação
tecnológica, cujas aplicações a quase totalidade dos fenómenos constituem a
questão-chave na discussão de questões relacionadas com o impacto das
tecnologias na sociedade. Afinal, é esse impacto que tem transformado o status
das nações neste final de século: o desenvolvimento científico e tecnológico é
que tem sido a principal medida de seu desenvolvimento.
De acordo com
Williams apud Webster (1994), nessas sociedades a economia reflecte o
crescimento resultante dos avanços tecnológicos. Webster discute visões antagónicas
a respeito do assunto e comenta que respeitados e sérios pesquisadores têm considerado
que as tecnologias de informação representam o estabelecimento de uma nova
época, a era da informação, que deve amadurecer no início do próximo século.
A análise das
questões concernentes à sociedade da informação é polémica e complexa. Webster
chega a questionar se há, de fato, uma definição aceitável dessas sociedades. O
que se quer ressaltar, no entanto, é o fato de que a maioria dos autores centra
a discussão na análise de indicadores económicos.
Entretanto,
as questões sociais constituem um aspecto importante que merece especial
atenção dos estudiosos do assunto. Inglehart apud Palmquist (1992) com base na
análise de resultados de pesquisas sobre 12 países europeus mais uma pesquisa
em nível mundial, conclui que o crescimento económico tem sido substituído pela
melhor qualidade de vida, como principal meta dos indivíduos.
De modo
geral, as áreas consideradas para análise de indicadores sociais em um país
são: educação, saúde, emprego, habitação, saneamento básico, expectativa de
vida, bem-estar social e qualidade de vida. Os dois últimos podem ser vistos
como um somatório dos primeiros e constituem o objectivo último do
desenvolvimento em um país.
Estão, sem
dúvida alguma, intimamente relacionados com o maior e melhor uso de informação
científica e tecnológica, a qual, por sua vez, depende da utilização efetiva de
tecnologias de informação apropriadas ao perfil das necessidades da sociedade,
valendo ressaltar que os impactos dessas tecnologias de informação na sociedade
têm aspectos positivos e negativos.
As
tecnologias de informação, se utilizadas de forma efectiva, podem contribuir
para a melhoria na qualidade da educação, considerando-se que a utilização dos
recursos oferecidos por essa tecnologia proporciona uma formação mais completa,
fazendo com que a vantagem competitiva de uma sociedade mais bem-educada seja
verificada sobre aquelas com dificuldades no acesso rápido ao conhecimento
gerado e sua utilização.
A
transformação rápida do conhecimento registado por um produtor/gerador em conhecimento
adquirido por um receptor usuário desse conhecimento, no intuito de suprir suas
necessidades cognitivas, depende basicamente, hoje, da utilização de novas tecnologias
de informação.
Um dos
aspectos ao qual se deve dar maior atenção, contudo, é a questão das disparidades
causadas pela posse e uso de tecnologias de informação na educação. Tais
disparidades entre os países que dominam os recursos tecnológicos
(computadores, telefones, televisão, serviços especializados prestados por
bibliotecas, entre outros) e os que não podem fazê-lo tendem a se expandir, na
mesma medida das disparidades económicas. Daí a necessidade de que sejam
adoptadas medidas e tomadas decisões que possam minimizar tal tendência.
Sobre
bem-estar social, a contribuição ou impacto das tecnologias de informação parece
evidente: quanto melhores e mais diversificadas as tecnologias de informação na
sociedade, maior a incorporação de conhecimento científico e tecnológico nos
bens e serviços gerados no sector produtivo dessa sociedade e utilizados por
ela.
De acordo com
Menou (1984), a incorporação crescente de conhecimento no valor dos bens e
serviços melhora a qualidade desses bens e, consequentemente, a competitividade
das nações no mercado internacional. Maia et ai (1991), baseadas na análise feita
por Menou, propõem um processo cíclico em que: informação gera conhecimento;
este possibilita a produção científica e tecnológica que, por sua vez, modifica
a geração de bens e serviços, os quais são incorporados ao mercado
internacional; a internacionalização dos bens e serviços com forte componente
de ciência e tecnologia proporciona maiores investimentos, os quais, se
reutilizados ou incorporados ao sector de informações permitem recomeçar o
processo.
Em suma: a
melhor qualidade dos bens e serviços resultante da utilização de novas
tecnologias de informação pode ser igual a melhor qualidade de vida dos
usuários desses bens e serviços e a maiores investimentos por parte da
sociedade; maiores investimentos podem ser iguais a melhor qualidade de bens e
serviços, que podem ser iguais a melhor qualidade de vida e assim por diante.
Pesquisadores citados por Palmquist revelam que várias tecnologias usadas em
casa aliviam tarefas penosas e geram tempo adicional de lazer, tornando a vida
doméstica mais fácil, eficiente e segura.
Estudos sobre
a utilização de tecnologias de informação em diferentes comunidades revelam
pouco consenso sobre diferenças por elas provocadas na vida diária das pessoas:
optimistas consideram que ajudam a criar relações sociais e dar assistência a
membros isolados da sociedade; pessimistas consideram que removem o indivíduo
do conhecimento pessoal do meio ambiente, criando mais isolamento. Palmquist
chama atenção para o fato de que claramente as tecnologias de informação
contribuem para uma vida melhor em família, a despeito de não aliviarem o
stress e levarem as crianças a experimentar situações próprias de adultos,
prejudicando seu entendimento sobre comportamentos e papéis aceitáveis.
A indústria
de tecnologia, tem crescido de forma vertiginosa, desde o tempo em que Gordon
Moore proferiu a famosa Lei que leva o seu nome. Passados mais de 40 anos, a
velocidade dos microprocessadores continua a crescer e a quantidade de transístores
impressos nos chips segue adiante sem parar.
Actualmente,
a duplicação da densidade de transístores não dobra a cada ano, mas sim a cada
período de aproximadamente dezoito meses. É certo que o fim da Lei de Moore se
aproxima, mas é muito difícil prever quando e como isso vai acontecer, ou seja,
não temos como atrelar um prazo de validade a ela. As empresas de alta tecnologia
como a Intel e outras, de forma surpreendente, encontram novas formas de trabalhar
e lidar com problemas que inicialmente insuperáveis.
É muito
provável que o poder de processamento dos microprocessadores vai continuar a
crescer por um longo tempo, seja em função das consequências da Lei de Moore ou
pela adopção de novas tecnologias. A própria Intel tem realizado pesquisas com
processadores 3D, ou seja, circuitos tridimensionais empilhados um em cima do
outro e o processador quântico também pode vir a se tornar realidade. Essas e
outras tecnologias, podem vir a ser o futuro da arquitectura de microprocessadores
e da computação. Problemas acabam sendo superados e o que parecia impossível
hoje, amanhã pode ser completamente realizado.
Quanto ao
impacto, os tempos modernos impõem a utilização generalizada de novas
tecnologias de informação nos mais diversos sectores da sociedade. Fazem assim
com que indivíduos de diferentes níveis socioeconómicos e culturais convivam
com um grande número de modernos produtos que o desenvolvimento científico e
tecnológico coloca à disposição dos mesmos. No entanto, as tecnologias de
informação geram diversidades e mudanças na sociedade, provocando diferentes
impactos e exigindo uma nova postura por parte dos indivíduos diante dos novos
cenários então vivenciados.
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Informação: instrumento de dominação e de submissão. Ciência da Informação, v.
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YU, Albert. Criando o Futuro
Digital: INTEL – Os Segredos de sua Constante Inovação. São Paulo: Futura,
1999.
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