BEATRIZ
JOÃO
TÉCNICA DE ENFERMAGEM
OS SINAIS VITAIS
Trabalho apresentado ao Hospital
Municipal do Sambizanga, como requisito parcial para obtenção de notas de estágio.
Orientadora:
Dr. Teresa
Curso:
Enfermagem
Classe:
13ª
Período:
Tarde
Turma:
G
Sala:
06
Estudante
Nº: 06
LUANDA
2018
SUMÁRIO
Os sinais vitais (SSVV) são
indicadores do estado de saúde e da garantia das funções circulatórias,
respiratória, neural e endócrina do corpo. Tais sinais, podem servir como
mecanismos de comunicação universal sobre o estado de um paciente e da
gravidade da doença. Esses parâmetros, medidos de forma seriada, conforme
veremos neste artigo, contribuem para que o enfermeiro identifique os
diagnósticos de enfermagem, avalie as intervenções implementadas e tome
decisões sobre a resposta do paciente à terapêutica (TIMBY, 2001).
No presente estudo serão
abordados os principais sinais vitais, bem como breves procedimentos no âmbito
da semiologia de SSVV.
Os sinais vitais (SSVV) são
indicadores das funções vitais e podem orientar o diagnóstico inicial e o
acompanhamento da evolução do quadro clínico de uma pessoa. O intuito da avaliação
seriada dos sinais vitais é contribuir na prevenção de danos e identificação
precoce à ocorrência de eventos que possam afectar a qualidade das acções
cuidativas. Além disso, auxilia na redução dos riscos, ao mínimo aceitável, de
danos desnecessários associados à assistência à saúde, por meio do alcance da
qualidade e da segurança do paciente, atributos prioritários para todos os
profissionais envolvidos no processo do cuidar (POTTER, 2011).
Na obtenção dos sinais vitais
devemos considerar as seguintes condições:
·
Condições ambientais – tais como
temperatura e humidade no local, que podem causar variações nos valores;
·
Condições pessoais – como exercício
físico recente, tensão emocional e alimentação, que também podem causar
variações nos valores.
Existem vários sinais vitais, no
entanto, existem 3 principais:
·
Temperatura;
·
Pulso;
·
Respiração.
A temperatura reflecte a relação
entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpo, e é normalmente registada
em graus célsius. O índice normal de temperatura é de 37ºC, admitindo-se
variações de até 0,6ºC para mais ou para menos. As crianças têm temperaturas
mais altas que os adultos, porque seu metabolismo é mais rápido. Tem-se
observado que a temperatura do corpo é mais baixa nas primeiras horas da manhã,
e mais alta no final da tarde ou no início da noite (SEMAN, 2011).
A temperatura corporal está
directamente relacionada com a actividade metabólica, nomeadamente:
a)
Sono e repouso;
b)
Idade;
c)
Exercício físico;
d)
Emoções;
e)
Factores hormonais;
f)
Roupa;
g)
Alimentação.
A temperatura é medida
utilizando-se termómetros. A medição pode ser efectuada via axilar, oral e
rectal.
É o nome dado à dilatação pequena
e sensível das artérias, produzida pela corrente sanguínea. Envolve a
determinação da frequência cardíaca (número de batimentos por minuto), o seu
ritmo padrão e a sua regularidade, assim como o volume de sangue bombeado em
cada batimento. Pode ser influenciado por: exercício, febre, dor aguda,
ansiedade, dor intensa não aliviada, drogas, hemorragia, posições posturais
(TIMBY, 2001).
·
Artéria radial;
·
Artéria Carótida;
·
Artéria Femoral;
·
Homem: 60 a 70 bpm
·
Mulher: 65 a 80 bpm
·
Adultos – 60 a 100 bpm;
·
Crianças – 80 a 120 bpm;
·
Bebés – 100 a 160 bpm.
1.
Relaxar a pessoa. Para palpar o pulso
radial, manter o braço da vítima descansando confortavelmente,
preferencialmente cruzando a parte inferior do tórax. Para o pulso carotídeo,
palpar a cartilagem tireóide no pescoço e deslizar os dedos lateralmente até sentir
o pulso.
2.
Usar dois ou três dedos para encontrar e
sentir o pulso. Usar somente a ponta dos dedos e nunca o polegar (usando o
polegar o examinador poderá sentir o seu próprio pulso digital).
3.
Evitar muita pressão. Pressionar forte
poderá interromper o pulso da vítima.
4.
Sentir e contar o pulso durante 30 ou 60
segundos (se contar por 30 segundos, multiplicar por dois). Usar um relógio que
marque os segundos.
5.
Anotar a frequência, o ritmo e o volume
do pulso, bem como a hora da medição. Exemplo: Pulso - 72, regular, cheio,
10h50min.
Numa pessoa com problemas
cardíacos, o ideal é medir o pulso durante um minuto. Sentir o pulso de uma
criança muito pequena também é bastante difícil: o pescoço de comprimento curto
e, algumas vezes, rico em gordura, torna difícil localizar o pulso carotídeo,
sendo recomendável que seja pesquisado o pulso braquial. Com o crescimento
torna-se possível a palpação dos vasos periféricos (BARROS, 2002).
Respiração é o processo através
do qual ocorre troca gasosa entre a atmosfera e as células do organismo. A
frequência respiratória, por intermédio do ritmo, profundidade e som, reflecte
o estado metabólico do corpo, a condição do diafragma e dos músculos do tórax
fornecendo O2 ao trato respiratório e alvéolos (TIMBY, 2001).
Pode ser influenciada pelos
seguintes factores:
a)
Idade
b)
Medicamentos
c)
Stress
d)
Exercício
e)
Altitude
f)
Sexo
g)
Posição corporal
h)
Febre
h)
A respiração é crítica para a
sobrevivência do organismo. O cérebro sofrerá lesões irreversíveis (necroses)
no máximo 6 minutos após a interrupção da respiração. Após 10 minutos, a morte
cerebral é quase certa. A avaliação da respiração inclui a frequência
respiratória (movimentos respiratórios por minuto – mrpm). Para verificar a
respiração, flexionar a cabeça da vítima para trás, colocar o ouvido próximo à
boca da pessoa, e ao mesmo tempo observar o movimento do tórax. Ouvir e sentir
se há ar a sair pela boca e pelas narinas da pessoa com problemas. Ver se o
tórax se eleva, indicando movimento respiratório (POSSO, 1999).
Quando não há movimentos
respiratórios, isso indica que houve paragem respiratória.
Valores normais:
Adultos – 12 a 20 mrpm;
Crianças – 20 a 30 mrpm;
Bebés – 30 a 60 mrpm
1. Se
possível, estando a vítima consciente, colocar o braço da mesma cruzando a
parte inferior do tórax. Segurar o pulso da mesma enquanto se observa a
respiração, como se estivesse a medir o pulso radial.
2. Aproximar
a face ao rosto da vítima, olhando para o seu tórax. Com o tacto da pele do seu
rosto e com a sua audição tentar perceber o movimento da corrente de ar mobilizada
pela respiração e com a visão tentar observar os movimentos de subida e descida
do tórax e/ou do abdómen.
3. Contar
os movimentos respiratórios durante um minuto (usar um relógio com marcação de
segundos). Ao mesmo tempo observar o carácter e o ritmo da respiração.
4. Anotar
a frequência respiratória, o carácter, o ritmo e a hora. Exemplo: Respiração
normal, 16 mrpm, 10h50min.
Em crianças muito pequenas, o
movimento torácico é menos evidente que nos adultos e, usualmente, ocorre
próximo ao abdómen. A mão colocada levemente sobre a parte inferior do tórax e
superior do abdómen poderá facilitar a contagem da actividade respiratória. Por
causa do pequeno volume e da reduzida força do fluxo de ar, a análise da
respiração em crianças também é bastante complicada (BARROS, 2002).
É o processo mecânico empregado
para restabelecer a respiração que deve ser ministrado imediatamente, em todos
os casos de asfixia, mesmo quando houver parada cardíaca.
A respiração artificial é feita
de três modos: boca-a-boca; boca-máscara e por aparelhos (entubamento).
Chegamos, assim, à conclusão que
a aferição dos sinais vitais constitui um importante indicador de resultado do
cuidado seguro, sendo seu efectivo controlo influenciado por uma cultura
organizacional de segurança activa, que deve estar em consonância com a revisão
dos processos de trabalho, da acessibilidade de materiais básicos e, especialmente,
considerar os profissionais de saúde os principais parceiros da qualidade da
assistência.
BARROS,
ALBA et al. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem no
adulto. Porto Alegre: Artmed, 2002.
BRUNNER;
SUDDARTH. Moderna Prática de Enfermagem. Rio de Janeiro: Interamericana, 2000.
HORTA,
W. A. Processo de Enfermagem. Ribeirão Preto: Pedagógica, 1979.
POSSO,
MARIA B. S. Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem. São Paulo: Atheneu, 1999
POTTER
PA, PERRY AG. Fundamentos de enfermagem. 7ª ed. Rio de Janeiro (RJ): Elsevier;
2011.
SEMAN
AP, FARIA LFC, PAULA LHB, NEDEL S. Hipertermia e hipotermia. In: Freitas EV, Py
L, Cançado Fax, Doll J, Gorzoni ML. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3ª ed.
Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; p. 1149-61, 2011.
TIMBY,
B. K. Conceitos e Habilidades Fundamentais no Atendimento de Enfermagem. 6.ed.
Porto Alegre: Artmed, 2001.
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