INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE
INTERCONTINENTAL DE LUANDA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE CIÊNCIAS
HUMANAS
LICENCIATURA EM GESTÃO DE ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
GESTÃO OPERACIONAL DE LOGÍSTICA
MOVIMENTAÇÃO, EMBALAGEM E ARMAZENAGEM DE MATERIAL
Trabalho de
pesquisa bibliográfica apresentado ao curso de Gestão de Administração Pública
na disciplina de Gestão Operacional de Logística como requisito parcial para
obtenção de notas.
Orientador: Bernardo
INTEGRANTES DO GRUPO
Edson Kialanda
Engrácia da Conceição Fernandes
Maria Marchana Vita
Marta Bunga
Peterson E. B. João
Solange S. Pedro
Grupo: 04
Sala: 37
Período: Noite
Ano: 4º
LUANDA
2018
SUMÁRIO
A
movimentação e armazenagem (e/ou embalagem) tratam de etapas fundamentais do
fluxo logístico, isto é, da preparação, da colocação e do posicionamento dos
materiais de forma que os processos logísticos sejam facilitados; levando em
conta os equipamentos e os sistemas empregados em cada operação logística.
Estes itens são constituídos por um conjunto de funções de recepção, de
descarga, de carregamento, de arrumação e da conservação de matérias-primas,
mas este processo apenas produz resultados quando é realizada uma operação com
objectivo de acrescentar valor. Pode-se “definir a missão da armazenagem como o
compromisso entre os custos e a melhor solução para empresas” (CASADEVANTE Y
MÚJICA, 1974, p. 26).
Na prática,
isto só é possível se levar em conta todos os factores que influenciam os
custos de armazenagem, bem como a importância relativa dos mesmos. A armazenagem
quando efectuada de uma forma organizada poderá trazer inúmeros benefícios, os
quais se traduzem directamente em reduções de custos. Ronald Ballou afirma que:
Existem quatro razões básicas para uma
organização utilizar espaço físico de armazenagem. Elas são: (01) reduzir
custos de transporte e produção, (2) coordenar suprimentos de demanda, (3)
auxiliar o processo de produção e (4) auxiliar o processo de marketing. (BALLOU,
2009, p. 155).
No que tange
a embalagem, A embalagem se tornou item fundamental da vida de qualquer pessoa
e principalmente das actividades de qualquer empresa. O desenvolvimento da
embalagem, acompanhou o desenvolvimento humano, da necessidade inicial do homem
de armazenar água e alimentos em algum recipiente, visando à sobrevivência
própria, até o inicio das actividades comerciais, e disseminação do uso das
embalagens. Actualmente estão presentes em todos os produtos, com formas
variadas, e funções variadas, sempre com a evolução das tecnologias utilizadas,
que as tornam cada vez mais eficientes e estratégicas. Para a logística, a
embalagem é item de fundamental importância, possui relacionamento em todas as
áreas, e é essencial para atingir o objectivo logístico de disponibilizar as
mercadorias no tempo certo, nas condições adequadas ao menor custo possível,
principalmente na distribuição internacional.
Portanto,
esta pesquisa tem a finalidade de pensar como a teoria apresenta a possibilidade
de se aumentar à eficiência nas operações logísticas, especificamente, nas actividades
relacionadas à movimentação, embalagem e à armazenagem.
Como bem
assinala Crystian (2013), a gerência de materiais constitui-se um conceito de
máxima relevância que pode resultar na redução de custos e no aperfeiçoamento
do desempenho de uma empresa quando é adequadamente entendida e executada. Cabe
salientar que:
Os
materiais em geral representam a maior parcela de custo de produtos acabados,
sendo responsáveis por aproximadamente 52% do custo do produto numa média
empresa, chegando, em alguns casos, a 85%. O investimento em estoque de
materiais é tipicamente de 1/3 do activo de uma empresa (CRYSTIAN, 2013, p.
02).
Sendo assim,
administrar materiais é acima de tudo colocar a empresa como um organismo
viável a todos que dela participam (CRYSTIAN, 2013). O citado autor também
define a movimentação de material como sendo um subsistema encarregado do controle
e normalização das transacções de recebimento, fornecimento, devoluções, transferências
de materiais e quaisquer outros tipos de movimentações de entrada e de saída de
material. E, dependendo do tipo de organização e de seu porte, a movimentação de
material adquire maior, menor ou relativa importância e complexidade dentro do
sistema. Sant’ana (2012) esclarece que movimentação interna configura-se uma
operação de deslocamento de materiais dentro das instalações do armazém. De
acordo com Castiglione apud Sant’ana (2012), existem três formas que essa
movimentação pode acontecer:
Manual – Trata-se da operação executada
com a força humana, às vezes, com a ajuda de algumas máquinas;
Mecanizada – Nessa operação são utilizados equipamentos que são coordenados por
pessoas.
Automatizado – Essa operação é
realizada através de computadores.
Conforme
relatos de Martins e Alt (2009), a forma mais comum de armazenagem é por meio
de estruturas porta-paletes, simples ou de dupla profundidade, convenientemente
dispostas a facilitar o acesso de equipamentos de elevação e transporte, a protecção
do produto contra contaminantes internos ou externos, a fácil localização na
hora da armazenagem e da colecta, segurança contra incêndios e iluminação
conveniente.
Os citados
autores também comentam que as empresas de maior porte usam geralmente armazéns
automatizados, nos quais o material entrante é identificado pelo código de
barras. Depois, o material vai, por meio de esteiras e elevadores automáticos,
para o local de estocagem designado pelo computador – que determina quais as
áreas disponíveis onde a entrada e posterior retirada são fáceis. Os materiais
são colocados nas estruturas porta-paletes e dali retirados sem a participação
humana.
É fundamental
para o administrador de bens patrimoniais não se esquecer da importância de
ponderar alguns factores que intervêm na escolha de um esquema operacional de
recebimento e armazenagem.
O primeiro
deles, segundo Martins e Alt (2009), são os equipamentos dedicados, isto é, de
uso específico para um produto ou linha de produtos. Eles somente devem ser considerados
quando o volume e permanência do produto permitirem o retorno do que foi
investido de acordo com os parâmetros da organização; por exemplo, acima da
taxa interna de retorno.
O segundo são
as economias resultantes de despesas com manutenção, prémios de seguro, redução
de pessoal e danificação de materiais. Tais economias podem, a longo prazo,
justificar a adopção de armazéns automatizados (MARTINS e ALT, 2009).
O sector de
movimentação de materiais tem como actividade fundamental manter a fábrica
operando sem interrupção nas suas actividades, com o contínuo e incessante
trabalho de movimentação e abastecimento de insumos, embalagens, componentes,
produtos gerados e equipamentos utilizados pela produção (PAOLESCHI, 2009).
Em algumas
empresas essa responsabilidade é atribuída ao almoxarifado. Suas actividades
baseiam-se no fluxo de abastecimento de insumos e materiais, que define passo a
passo as necessidades de cada célula de produção.
O sector de
movimentação de materiais, segundo Paoleschi (2009), é responsável pelo
abastecimento e movimentação de todo e qualquer produto, insumo, máquina, equipamento,
ferramenta e embalagem que possa ser utilizado na fábrica. No caso específico
de movimentação de equipamentos especiais que requeiram máquinas e pessoal
especializado, feito por terceiros, cabe ao sector de movimentação de materiais
a responsabilidade de coordenar esse trabalho a fim de evitar a paralisação da
produção.
O citado
autor acrescenta que a limpeza, arrumação, transporte de sucata, lixo, materiais
rejeitados e a desobstrução de ruas e corredores são responsabilidade da movimentação
de materiais. O lixo será recolhido e os materiais recicláveis serão separados,
identificados e com destino predefinido. A sucata e os retalhos gerados serão
controlados e armazenados para venda.
Aqui
Paoleschi (2009) também orienta que as embalagens devem ser controladas e seu
uso específico definido para evitar mau aproveitamento. O sector de
movimentação também é responsável pelo uso, guarda, manuseio, manutenção e
controle do estoque das embalagens existentes, de sua propriedade ou de
terceiros, interna ou externamente. O inventário físico das embalagens deve ser
comparado com o estoque contábil e no caso de uma não conformidade, accionar o sector
competente para possíveis acções de ressarcimento por perdas ou danos.
Cabe
salientar que as embalagens usadas na fábrica devem ser identificadas de forma
padronizada, devendo constar a tara, o nome do fornecedor quando de terceiros,
a célula em que é utilizada e no caso de embalagens específicas para determinado
produto, deve constar o código, o nome, a quantidade, o peso bruto, o cliente
ou fornecedor e o local de uso.
Dependendo do
porte da empresa, as embalagens podem ser pintadas em cores diferentes para
identificar as células de produção e evitar o uso indevido. Pode-se criar uma
central de embalagens para controlar e abastecer as células de produção, bem
como facilitar o seu fluxo pela fábrica. A vantagem de uma central de
embalagens é que se pode trabalhar com uma quantidade menor e evitar o
transporte descontrolado, além de facilitar a manutenção preventiva das
embalagens.
A
movimentação de materiais deve ter o controlo físico e manter listagem actualizada
das embalagens. Deve constar o uso por peça, a continência e uma listagem das
peças indicando qual a embalagem utilizada (PAOLESCHI, 2009).
O mesmo autor
assinala que os equipamentos de movimentação e transportes externos ou interno
da fábrica, com excepção de automóveis e caminhões, são de responsabilidade da
movimentação de materiais que deve zelar pela guarda, uso e manutenção.
Tais
equipamentos somente devem ser usados por pessoas habilitadas e autorizadas. A
não observância desses princípios é considerada falta grave. Isso vai impedir
que ocorram alterações nas localizações dos itens estocados, evitando
transtornos à produção.
A manutenção
preventiva e preditiva devem ser feitas pelo sector responsável, cabendo à
movimentação de materiais o envio desses equipamentos quando solicitado e
programado.
Conforme
relatos de Paoleschi (2009), todos os materiais, peças, componentes, insumos e
materiais produtivos somente podem ser movimentados depois de identificados e com
a devida etiqueta. No caso de uma não conformidade, solicitar ao responsável
pela célula que faça a identificação na hora, para depois providenciar a
movimentação dele.
Existem
empresas que atribuem ao sector de almoxarifado a responsabilidade de efectuar
a movimentação dos materiais porque a guarda já lhe pertence e com esse conhecimento
fica mais fácil cuidar da movimentação e abastecimento.
Quando o
abastecimento de materiais para uso da produção for de responsabilidade do
almoxarifado, ele deve ser realizado em horários previamente programados ao
longo da jornada de trabalho, existindo a possibilidade de que uma parte desse trabalho
seja realizada em horário alternativo. Para tomar uma decisão a esse respeito,
é preciso elaborar um estudo de custo/benefício dessa actividade (PAOLESCHI,
2009).
Esse autor
também instrui que, quando os produtos forem fabricados em série, utilizando
linhas de montagem, o abastecimento pode ser feito pela própria produção ou
pela movimentação de materiais conforme procedimento estabelecido e de acordo
com as ordens de produção emitidas, e a relação de peças constantes nas suas
respectivas fichas técnicas.
Quando o
material for separado e disponibilizado para uso, deve-se dar a baixa do
estoque no sistema. É de máxima importância que aconteça a baixa no estoque imediatamente
para iniciar o processo de ressuprimento do estoque. Se a empresa possuir
células de produção, o ideal é utilizar o sistema Kanban para o
autoabastecimento da produção, criança áreas de segregações específicas para
este fim. O sistema Kanban é uma ferramenta da filosofia de trabalho Justin
Time (JIT, na hora certa).
Assim, toda
vez que a célula de produção requisitar material, o almoxarifado prepara um
novo lote e deixa disponível na área de segregação.
Quando a
produção consumir o material requisitado, devolve o cartão Kanban para o
almoxarifado que imediatamente separa um novo lote de materiais,
disponibilizando-o imediatamente e assim mantém o processo produtivo sempre
abastecido.
Os materiais
não produtivos devem ser requisitados em horários predeterminados e o
almoxarifado vai processar as requisições e colocar o material na área de
segregação também em horário programado.
Nesse
processo é preciso ter um calendário para o atendimento nos guichés do almoxarifado,
determinando os dias e os horários em que cada departamento deve enviar as
requisições de materiais e os horários de retirada. Somente nos casos de requisições
de emergência o almoxarifado vai disponibilizar o item imediatamente.
Torna-se
fundamental criar procedimentos especiais para a movimentação de materiais
rejeitados, refugados ou aguardando liberação. Também é importante evitar que
esses materiais acabem sendo usados de maneira indevida ou que sua movimentação
acabe interferindo no processo produtivo.
Neste ponto
Paoleschi (2009, p. 133) lembra que: “[...] a rejeição de qualquer item no
processo produtivo deve ser comunicada imediatamente pela produção ao almoxarifado
para a devida reposição”.
Passando a
discorrer sobre a movimentação interna na fabricação de produtos sob encomenda,
Paoleschi (2009) enfatiza que a requisição e a retirada dos insumos comprados
para transformação em produtos acabados devem ser feitas pela produção.
O
almoxarifado, por meio das informações contidas nas ordens de produção ou autorizações
de fabricação recebidas da Programação e Controle da Produção, separa os
materiais e os coloca na área de segregação predeterminada, devidamente
identificados.
Os
equipamentos de movimentação de materiais e a mão-de-obra necessária para a
execução dessa tarefa são de responsabilidade da produção, lembrando sempre da
necessidade de treinamento das pessoas envolvidas nesse processo para obter o
sucesso desejado.
Paoleschi
(2009) afirma que a movimentação externa de materiais sob controlo do
almoxarifado abrange, dependendo do tamanho da empresa, o pátio de ferramentas,
as embalagens, os materiais beneficiados por terceiros, a sucata e o lixo
reciclado.
Trata-se de
um trabalho que deve ser executado diariamente e o seu controle muito rigoroso
para evitar a possibilidade de descarte de produtos que podem ser reutilizados.
Segundo
Paoleschi (2009), para facilitar o transporte de materiais existem vários tipos
de equipamentos, tais como:
Paletes ou
estrados - São tablados de madeira projectados e construídos para facilitar o
acondicionamento e a movimentação de materiais, mediante o emprego de empilhadeiras
e carrinhos hidráulicos.
Contêineres -
São caixas de metal com portas que servem para o acondicionamento de volumes
diversos. Podem ser de 20’ ou 40’, mas padronizados, podendo ser transportados
sobre a carroceria ou encaixados directamente no chassis do caminhão.
Gaiola - Armação
de metal, semelhante a uma caixa, com altura de 1m e fechada dos quatro lados
com tela. Serve para o acondicionamento de volumes pequenos, podendo ser
transportada por carrinho hidráulico ou empilhadeira. É empilhável.
Caçamba - Armação
de metal, semelhante à gaiola, fechada dos quatro lados com chapas de metal
ondulado, servindo para acondicionar peças pequenas a granel. Pode ser
transportada por carrinho hidráulico ou empilhadeira. É empilhável.
Por fim,
considera-se importante salientar que entre o armazém e a gerência deve haver
um sistema de informações que permita colocar produtos em locais conhecidos em
uma ordem conhecida, retirá-los rapidamente e na quantidade necessária, e ter
uma rotação correcta (por exemplo, FIFO – first in, first out, ou primeiro a
entrar, primeiro a sair).
Concorda-se
com o pensamento de Martins e Alt (2009) quando afirmam que, apesar dos
modernos sistemas de distribuição vigentes actualmente, como entregas programadas
directas das linhas de montagem ou contrapedidos atendidos em horas, os
armazéns continuam a existir e continuarão por muito tempo.
Segundo
Porter (1989) “logística interna são actividades associadas ao recebimento,
armazenamento e distribuição de insumos no produto, como manuseio de material,
armazenagem, controle de estoque, programação de frotas, veículos e devolução
para fornecedores".
Para Moura
(2005), o estudo da movimentação de matérias é fundamental em qualquer
indústria. Seu objectivo é optimizar custos, aumentar a produtividade e a qualidade
do produto final. O autor estima que em uma fábrica típica, 87% do tempo de
produção é gasto com a movimentação de materiais e que o custo com a movimentação
corresponde a cerca de 20% do valor final do produto.
Ainda Moura
(2005) afirma que entre 3% e 5% de todo o material movimentado é danificado, e,
por esse motivo, a movimentação interna é um dos primeiros campos onde se
procura melhoramento da qualidade nos processos. Ciente destas informações é
natural que as indústrias tentem minimizar ao máximo a movimentação de matérias
em todo o processo.
A evolução da
movimentação de materiais pode ser descrita em três épocas ou em cinco
gerações, como descrito a seguir (Moura, 2005):
Três épocas:
·
Passado: homens e animais transportavam os
materiais com seu próprio esforço.
·
Presente: homens movem os materiais
utilizando-se de equipamentos para reduzir seu esforço.
·
Concepção moderna: materiais em movimento
automático entre processos automáticos de fabricação.
Cinco
gerações:
·
Manual
·
Mecanizada
·
Automatizada
·
Integrada
·
Inteligente
A primeira
geração de movimentação de materiais tem início na pré-história com o surgimento
de técnicas de alavanca, plano inclinado, rodas, polias, entre outras (Moura,
2005).
Com o domínio
dessas técnicas, no ano de 3.500 A.C. veio a primeira grande evolução. Trata-se
do primeiro carrinho de transporte de materiais que se conhece.
Acreditava-se
que o carrinho era utilizado exclusivamente em batalhas. No entanto, com os
estudos das ilustrações nele gravadas, pode-se concluir que a maior parte
retrata a sua utilização nas tarefas diárias de movimentação de materiais.
A segunda
geração de movimentação de materiais teve início no ano de 1900.
A invenção da
primeira empilhadeira motorizada no ano 1906 foi a primeira evolução da
movimentação mecanizada. As empilhadeiras motorizadas eram alimentadas por
baterias de caminhões e foram desenvolvidas para desembarcar as bagagens dos
passageiros de trens. (YALE, 2015).
A tecnologia
das empilhadeiras foi aprimorada nos anos seguintes até que em 1922, George
Raymond assumiu uma fundição chamada Lyon Iron Works, que fabricava peças
fundidas e equipamentos agrícolas. (RAYMOND, 2014).
Foi um grande
momento de crescimento económico para a empresa, e com o passar do tempo,
Raymond começou a transformar sua visão em relação a fundição. Por atender
clientes para solucionar problemas específicos desenvolveu duas grandes soluções
para a logística moderna: O palete e a empilhadeira. (RAYMOND, 2014).
O
porta-paletes foi baptizado de empilhadeira e, era na verdade, uma evolução dos
manipuladores industriais, usando garfos como base para levantar em poucos
centímetros as cargas mais pesadas. (LOG WEB, 2014).
Documentos
comprovam que as duas invenções foram patenteadas em nome do empresário George
Raymond e de seu empregado William House no dia 07 de Novembro de 1939. (LOG
WEB, 2014).
A partir daí,
a empresa de Reymond deixou de ser conhecida como uma empresa de fundição e
passou a ser conhecida como uma empresa de equipamentos para movimentação de
materiais. (LOG WEB, 2014).
Embora outras
empresas tenham vendido milhares de paletes desde 1939, Reymond nunca tentou
ganhar dinheiro com este produto, nem mesmo com royalties sobre o produto. (LOG
WEB, 2014).
A terceira
geração de movimentação de materiais teve início no ano de 1950. Nesta época
iniciou-se o conceito de automação nas linhas de montagem e de estoques de
materiais.
NOVAES (2001)
propõe que com o avanço da tecnologia, no ano de 1960, os sistemas logísticos
passaram a ficar cada vez mais complexos. Para auxiliar na movimentação de
materiais, os computadores em conjunto com a automatização passam a ser utilizados.
Segundo
NOVAES (2001), o emprego de computadores trouxe relativas melhoras ao
tratamento de problemas de sequenciamento da produção, localização optimizada
de centros de distribuição, optimização de estoques, dentre outras actividades.
Os
computadores funcionavam com o uso de cartões perfurados e fitas magnéticas.
Cada cartão ou fita era um programa que representava os percursos que os
materiais deveriam fazer até o destino final (ADRENALINE, 2015).
A quarta
geração de movimentação de materiais teve início no ano de 1980 com a
integração da logística. NOVAES (2001) propõe que no final dos anos 70 se deu o
início da integração na evolução logística. O início da integração logística
foi uma consequência da integração interna iniciada na década de 60 com a
evolução do sistema Toyota de produção e adopção dos computadores e
automatização dos sistemas logísticos para movimentação interna. Neste período
o pensamento logístico começou a assumir uma abordagem sistémica.
Ainda NOVAES
(2001), afirma que antes disso as atenções eram voltadas para a distribuição
física. A partir daí, passaram a ter um enfoque mais amplo das funções. Algumas
actividades como o gerenciamento de transportes, suprimentos, distribuição,
armazenagem, controle de estoque e de manuseio de materiais, já começaram a ser
colocadas em prática nessa época.
Segundo
BERTAGLIA (2010), no início década de 60, as produções não tinham muita
flexibilidade para fabricação de produtos variados. Após a introdução dos
computadores e da automatização, a produção passou a ser mais flexível,
possibilitando a fabricação de lotes menores e produtos variados.
A quinta
geração de movimentação de materiais teve início no ano de 1990.
Segundo MOURA
(2005), a geração inteligente teve inicio com o conceito de que a melhor
estratégia de movimentação e armazenagem de materiais é a que possui menor
movimento e estocagem. A meta a ser alcançada é colocar o produto certo, no
local certo, na hora certa e sem nenhum desperdício.
Para
ALLIPRANDINI e TOLEDO (1993), as empresas tiveram que se adaptar ao sistema
global de produção e entender que a movimentação interna não era mais uma simples
operação e sim uma estratégia que as torna mais produtivas e competitivas. A
necessidade de reinventar processos e desenvolver alternativas específicas se
tornou comum para se adequar a forte pressão de redução de estoques e
exigências de prazos cada vez menores.
O
gerenciamento no processo logístico como uma actividade estratégica contribui
para que o sector produtivo recebesse os materiais na quantidade e tempo
estabelecidos e com a qualidade desejada.
Em suma, a
movimentação interna de materiais vem se tornando cada vez mais complexa devido
à necessidade de redução de tempo e custo nas operações. Essa complexidade é
contornada graças aos avanços da tecnologia da informação. As embalagens
utilizadas na movimentação interna passaram por grandes evoluções. Elas tiveram
que se adaptar aos diversos modelos de veículos de transporte, armazéns e postos
de trabalho utilizados em cada época.
A tendência
aguardada para os próximos anos baseia-se na continuidade e crescimento do uso
da tecnologia da informação para a automação de armazéns. Espera-se que, com
base na automação dos processos e tomada de decisão, possa ser criada uma
inteligência operacional consistente, que possa decidir automaticamente as
movimentações de materiais necessárias para atender os ciclos no menor tempo e
custo possível.
Dependendo do
foco em que está sendo analisado, o conceito de embalagem pode variar. Para um
profissional da área de distribuição, por exemplo, a embalagem pode ser
classificada como uma forma de proteger o produto durante sua movimentação.
Enquanto para um profissional de marketing a embalagem é muito mais uma forma
de apresentar o produto, visando atrair os clientes e aumentar as vendas, do
que uma forma de protegê-lo.
Um conceito
mais abrangente proposto por Moura e Banzato (2000) faz referência à embalagem
como: “Conjunto de artes, ciências e técnicas utilizadas na preparação das
mercadorias, com o objectivo de criar as melhores condições para seu transporte,
armazenagem, distribuição, venda e consumo, ou alternativamente, um meio de assegurar
a entrega de um produto numa condição razoável ao menor custo global”.
Neste
conceito os autores tentam abranger tudo que envolve a concepção da embalagem:
arte (design, cores, formatos); técnicas (de produção); e ciências (novos
materiais e tecnologias). Bem como suas funções: a de protecção da mercadoria, durante
as actividades de logística, e a de exposição ao consumidor, como meio de
aumentar as vendas. Sem deixar de considerar os custos envolvidos na produção e
no transporte de mercadorias. Quanto à classificação, a mais referenciada é a que
classifica de acordo com as funções em primária, secundária, terciária,
quartenária e de quinto nível.
a)
Primária: é a embalagem que está em contacto com
o produto, que o contém. Exemplo: vidro de pepino, caixa de leite, lata de
leite condensado.
b)
Secundária: é aquele que protege a embalagem
primária. Exemplo: o fundo de papelão, com unidades de caixa de leite
envolvidas num plástico. É geralmente a unidade de venda no varejo.
c)
Terciária: São as caixas, de madeira, papelão,
plástico.
d)
Quaternária: São embalagens que facilitam a
movimentação e a armazenagem, qualquer tipo de contentor. Exemplo: Contêiner
e)
Embalagem de Quinto nível: é a embalagem
conteinerizada, ou embalagens especiais para envio a longa distância.
Outra
classificação proposta por Bowershox e Closs classifica as embalagens em dois
tipos: embalagem para o consumidor, com ênfase em marketing, e embalagem industrial,
com ênfase na logística.
As principais
funções da embalagem são: contenção, protecção e comunicação. A contenção
refere-se à função de conter o produto, de servir como receptáculo, por exemplo,
quando ocorre do produto vazar da embalagem, esta função não foi cumprida. O
grau de eficiência da embalagem nesta função depende das características do
produto.
Uma
mercadoria perigosa, inflamável, deve sempre ter 100% de eficiência, realizando
o investimento necessário para tal. Enquanto um fabricante de um material de
menor valor, como sal, por exemplo, pode permitir-se utilizar uma embalagem com
menor grau de eficiência nesta função, o mesmo ocorre com relação à função de
protecção.
A função de protecção,
possibilita o manuseio do produto até o consumo final, sem que ocorra danos na
embalagem, e/ou produto. Também com relação a esta função deve-se estabelecer o
grau desejado de protecção ao produto. Alguns dos principais riscos aos quais a
embalagem está submetida são: choques, aceleração, temperatura, vibração,
compressão, oxidação, perfuração, esmagamento, entre outros.
Confeccionados
em aço os sistemas de armazenagem são equipamentos de acondicionamento de
matérias-primas ou de produtos acabados, por meio manual ou por equipamentos de
movimentação.
Existem
diversos tipos de equipamentos de armazenagem que são utilizados de acordo com
a necessidade do produto a ser armazenado e da área disponível. Há algum tempo
atrás, o conceito de ocupação física se concentrava mais na área do que na
altura. Em geral, o espaço destinado à armazenagem era sempre relegado ao local
menos adequado. Com o passar do tempo, o mau aproveitamento do espaço tornou-se
um comportamento antieconómico.
Racionalizar
a altura ocupada foi à solução encontrada para reduzir o espaço e guardar maior
quantidade de material. O conceito de “verticalização de cargas” tem como objectivo
o máximo aproveitamento dos espaços verticais, contribuindo para o descongestionamento
das áreas de movimentação e redução dos custos unitários de estocagem.
Os factores
básicos que determinam a necessidade de armazenagem são:
─
Necessidade de compensação de diferentes
capacidades das fases de produção.
─
Garantia da continuidade da produção.
─
Redução dos custos de mão-de-obra.
─
Redução das perdas de materiais por avarias.
─
Melhoria na organização e controle de
armazenagem.
─
Melhoria nas condições de segurança de operação
do depósito.
Os sistemas
de armazenagem podem ser classificados quanto a movimentação interna da carga
como: estático e dinâmico.
São os
sistemas de armazenagem dos quais os produtos estocados não sofrem movimentos
internos, após serem colocados manualmente ou através de equipamentos de
movimentação nas estruturas de armazenagem. Ex: Portapallets convencional,
drive-in e drive-thru, cantillever, estanterias leves, etc.
São os
sistemas de armazenagem dos quais os produtos estocados sofrem algum tipo de
movimento interno, após serem colocados manualmente ou através de equipamentos
de movimentação nas estruturas de armazenagem. Ex: Portapallets dinâmico, porta-pallets
push-back e flow-rack.
Também podem
ser classificados quanto a sua forma construtiva como: armazenagem leve e
armazenagem pesada.
São
conhecidas também como estanterias metálicas leves, constituídas por colunas em
cantoneiras em “L” e prateleiras aptas a suportarem cargas máximas de aproximadamente
300kgf. Estas estantes são adequadas para armazenagem de itens considerados leves,
de armazenagem manual. São utilizadas normalmente em almoxarifados de pequenas
peças, arquivos mortos, etc. e de uma forma geral dispostas formando conjuntos
com diversos módulos.
São
estruturas metálicas mais robustas apropriadas a suportarem cargas unitizadas,
consideradas altas, cujo peso exige que sejam utilizados equipamentos para
movimentação, como empilhadeiras, pontes rolantes ou transelevadores. Existem
diversos tipos de estruturas de armazenagem pesada, utilizadas para as mais
diversas situações, que variam de acordo com a selectividade desejada, com a
maior ou menor facilidade de acesso a uma carga qualquer, com a ordem de
entrada e saída necessária e com o volume de armazenagem pretendido. Ex:
Porta-pallets convencional, dinâmico, push-back, drive-in/drive-thru,
cantillever, etc.
Armazéns ou
centrais de distribuição exercem um papel importante para ampliar a eficiência
da movimentação de mercadorias, pois possibilitam a compensação eficaz dos
custos de estocagem com menores custos de transporte, ao mesmo tempo que mantêm
ou melhoram o nível de serviço.
A armazenagem
está disponível em diferentes formas, conforme a possessão da facilidade e o
grau de controlo operacional almejado pelo usuário, que pode beneficiar-se de
várias formas pelo uso de depósitos.
A armazenagem
pode ser considerada como um custo directo adicional do canal de suprimento ou
de distribuição. Tal despesa pode ser justificada pelas economias indirectas de
custos obtidas.
Um bom
armazenamento de materiais contribui efectivamente para o processo de qualidade
total. Para tanto, somado aos cuidados básicos para direccionar esta função, é
fundamental planejar cuidadosamente a armazenagem dos itens de materiais da
empresa, pois, além de influenciar nas características dos componentes uma boa
armazenagem, permite a visualização clara dos elementos estocados.
Com um bom planeamento
de armazenagem é possível identificar materiais sem usabilidade, materiais
idênticos estocados sob diferente classificação, materiais estocados em excesso
em relação à necessidade, melhor localização dos itens, etc. Outro propósito de
um bom armazenamento é diminuir o espaço alocado para estocagem dos materiais
e, por conseguinte, reduzir os custos relacionados ao processo de produção.
ADRENALINE - Computadores
utilizados no início da década de 1960. 2015.
ALLIPRANDINI, D. H. e TOLEDO,
J. C. Proposta para integração de manufatura através do TQC, JIT e CIM.
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