sexta-feira, 2 de novembro de 2018

A Independência das Colónias e a Proclamação da Independências dos EUA





Antes da Independência, os EUA eram formados por treze colónias controladas pela metrópole: a Inglaterra. Dentro do contexto histórico do século XVIII, os ingleses usavam estas colónias para obter lucros e recursos minerais e vegetais não disponíveis na Europa. Era também muito grande a exploração metropolitana, com relação aos impostos e taxas cobrados dos colonos norte-americanos. No presente trabalho é objectivo principal a abordagem da independência dessas colónias e de todo os Estados Unidos.






Para entendermos melhor o processo de independência norte-americano é importante conhecermos um pouco sobre a colonização deste território. Os ingleses começaram a colonizar a região no século XVII. A colónia recebeu dois tipos de colonização com diferenças acentuadas:

       Colónias do Norte: região colonizada por protestantes europeus, principalmente ingleses, que fugiam das perseguições religiosas. Chegaram na América do Norte com o objectivo de transformar a região num próspero lugar para a habitação de suas famílias. Também chamada de Nova Inglaterra, a região sofreu uma colonização de povoamento com as seguintes características: mão-de-obra livre, economia baseada no comércio, pequenas propriedades e produção para o consumo do mercado interno.

       Colónias do Sul: colónias como a Virgínia, Carolina do Norte e do Sul e Geórgia sofreram uma colonização de exploração. Eram exploradas pela Inglaterra e tinham que seguir o Pacto Colonial. Eram baseadas no latifúndio, mão-de-obra escrava, produção para a exportação para a metrópole e monocultura.


Apesar das tradicionais diferenças entre as colónias do "norte" e do "sul", a maioria da sociedade colonial passou a defender o ideal de emancipação, uma vez que os interesses do capitalismo inglês opunham-se frontalmente às possibilidades de desenvolvimento colonial. Esse antagonismo era percebido principalmente nas colónias do centro norte, onde já existia uma burguesia, que acumulava capitais principalmente a partir do comércio triangular e que acabou comandando o movimento de independência, contando com o apoio das demais camadas sociais, inclusive de grande parte dos proprietários rurais do sul.

Na década anterior à Guerra de Independência, podemos dizer que a sociedade estava dividida entre duas correntes políticas: os Patriotas ou Whigs, favoráveis à emancipação, mesmo que através da guerra, e os Legalistas ou Tories, fiéis ao Rei da Inglaterra, contrários à idéia de independência.

À primeira corrente pertenciam a maior parte da burguesia colonial, os pequenos proprietários, as camadas intelectualizadas, os comerciantes, artesãos, trabalhadores assalariados. Na Segunda corrente encontravam-se os altos funcionários da administração colonial, parcela dos latifundiários do sul, alguns grupos de comerciantes e de congregações religiosas.

Se por um lado grande parte dos colonos estava influenciada pelas idéias iluministas, foi a mudança da política colonial inglesa, após a Guerra dos Sete Anos (1756 --1763), a responsável pela definição política da maioria a favor da independência.


Esta guerra ocorreu entre a Inglaterra e a França entre os anos de 1756 e 1763. Foi uma guerra pela posse de territórios na América do Norte e a Inglaterra saiu vencedora. Mesmo assim, a metrópole resolveu cobrar os prejuízos das batalhas dos colonos que habitavam, principalmente, as colónias do Norte. Com o aumento das taxas e impostos metropolitanos, os colonos fizeram protestos e manifestações contra a Inglaterra.


A Inglaterra resolveu aumentar vários impostos e taxas, além de criar novas leis que tiravam a liberdade dos norte-americanos. Dentre estas leis podemos citar: Lei do Chá (deu o monopólio do comércio de chá para uma companhia comercial inglesa), Lei do Selo (todo produto que circulava na colónia deveria ter um selo vendido pelos ingleses), Lei do Açúcar (os colonos só podiam comprar açúcar vindo das Antilhas Inglesas).

Estas taxas e impostos geraram muita revolta nas colónias. Um dos acontecimentos de protesto mais conhecidos foi a Festa do Chá de Boston (The Boston Tea Party). Vários colonos invadiram, a noite, um navio inglês carregado de chá e, vestidos de índios, jogaram todo carregamento no mar. Este protesto gerou uma forte reacção da metrópole, que exigiu dos habitantes os prejuízos, além de colocar soldados ingleses cercando a cidade.


Os colonos do Norte resolveram promover, no ano de 1774, um congresso para tomarem medidas diante de tudo que estava acontecendo. Este congresso não tinha carácter separatista, pois pretendia apenas retomar a situação anterior. Queriam o fim das medidas restritivas impostas pela metrópole e maior participação na vida política da colónia.

Porém, o rei inglês George III não aceitou as propostas do congresso, muito pelo contrário, adoptou mais medidas controladoras e restritivas como, por exemplo, as Leis Intoleráveis. Uma destas leis, conhecida como Lei do Aquartelamento, dizia que todo colono norte-americano era obrigado a fornecer moradia, alimento e transporte para os soldados ingleses. As Leis Intoleráveis geraram muita revolta na colónia, influenciando directamente no processo de independência.


Em 1776, os colonos se reuniram no segundo congresso com o objectivo maior de conquistar a independência. Durante o congresso, Thomas Jefferson redigiu a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América. Porém, a Inglaterra não aceitou a independência de suas colónias e declarou guerra. A Guerra de Independência, que ocorreu entre 1776 e 1783, foi vencida pelos Estados Unidos com o apoio da França e da Espanha.


Em 1787, ficou pronta a Constituição dos Estados Unidos com fortes características iluministas. Garantia a propriedade privada (interesse da burguesia), manteve a escravidão, optou pelo sistema de república federativa e defendia os direitos e garantias individuais do cidadão.











De acordo com o exposto, podemos concluir que a Independência das treze colónias inglesas da América do Norte foi um movimento de grande importância, pois foi o primeiro movimento de emancipação que alcançou resultado efectivo, sendo considerada como uma das Revoluções Burguesas do século XVIII. Neste século, vários movimentos caracterizaram a ascensão da burguesia, apoiada nos ideais liberais do Iluminismo.

O ideal iluminista expandiu-se não só pela Europa, mas teve repercussões na América e no caso dos "EUA", foram as idéias de John Locke que encontraram maior eco na sociedade. Locke fora participante da Revolução Gloriosa na Inglaterra (1688-1689), ponto de partida para o Liberalismo do século XVIII, onde se originaram as idéias da existência de Leis naturais do contrato entre governantes e governados, da autonomia entre os poderes de Estado, do Direito à revolta e outras, consideradas pontos básicos da liberdade humana.






Armitage, David. The Declaration Of Independence: A Global History. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 2007. ISBN 978-0-674-02282-9.

Bernard Bailyn. The Ideological Origins of the American Revolution. Enlarged edition. Originally published 1967. Harvard University Press, 1992. ISBN 0-674-44302-0.

Carl L. Becker. The Declaration of Independence: A Study in the History of Political Ideas. 1922. Available online from The Online Library of Liberty and Google Book Search. Revised edition New York: Vintage Books, 1970. ISBN 0-394-70060-0.

Julian P. Boyd] The Declaration of Independence: The Evolution of the Text. Originally published 1945. Revised edition edited by Gerard W. Gawalt. University Press of New England, 1999. ISBN 0-8444-0980-4.

Boyd, Julian P., ed. The Papers of Thomas Jefferson, vol. 1. Princeton University Press, 1950.

Boyd, Julian P. "The Declaration of Independence: The Mystery of the Lost Original". Pennsylvania Magazine of History and Biography 100, number 4 (October 1976), 438–67.

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