TEMA:
O PAPEL DA JUVENTUDE NA LUTA PELA
INDEPENDÊNCIA, PAZ E DESENVOLVIMENTO NACIONAL (ANGOLA)
A juventude, desde cedo, jogou um papel muito importante
na luta pela independência nacional contra o colonialismo. Por isso, o 14 de
Abril é uma data que deve ser reflectida por se tratar da morte em combate de
um comandante que sacrificou a sua vida para libertar o país.
O comandante Hoji-Ya-Henda deixou um exemplo muito grande
no ataque ao quartel de Caripande.
É lamentável o facto de a nova geração não seguir o
exemplo dos heróis nacionais, apelando aos mais atentos a transmitirem as
experiências à juventude para que a paz duramente conquistada se perpetue para
sempre.
ELEVAR A INSERÇÃO DA JUVENTUDE NA VIDA
ACTIVA
A juventude angolana constitui o maior potencial de
desenvolvimento do país, mas ainda enfrenta dificuldades de grande dimensão,
tais como altas taxas de desemprego, difícil inserção no mercado de trabalho,
difícil acesso à educação e à habitação condigna, prevalência de doenças
sexualmente transmissíveis, entre outros constrangimentos.
O MPLA considera que investir nos jovens é a melhor
garantia para a construção de um país próspero, moderno e desenvolvido. Por
esta razão, tem dedicado uma atenção especial à solução dos problemas da
juventude.
O Programa Angola Jovem lançado em 2005 tem apresentado
resultados encorajadores.
Com vista à promoção do auto-emprego foram desenvolvidas
acções de formação e capacitação de jovens que se organizaram em cooperatrivas
de moto-taxi, fabrico de artefactos de construção civil, lavagem de carros,
corte e costura, pesca fluvial, soldadura, etc.
No âmbito deste programa tem sido desenvolvido o crédito
financeiro a jovens com vista a desenvolverem os seus planos de negócios, bem
como tem sido promovida a construção de habitação social - foram distribuídos
2.250 kits de material de construção
e construídas cerca de 2.000 casas económicas e 500 casas
de renda média.
No sentido de fortalecer o associativismo juvenil e a
ocupação dos tempos livres da juventude, foram construídos e apetrechados 21
centros comunitários da juventude e 6 casas da juventude.
O MPLA tem consciência de que muito ainda há a fazer para
a solução sustentada dos principais problemas da juventude, devendo a solução
destes problemas obedecer aos seguintes vectores.
a) Assegurar
a reinserção socioprofissional de 185.000 jovens desmobilizados e outros com
necessidades especiais, concedendo-lhes oportunidades de desenvolvimento social
com vista à melhoria das suas condições de vida;
b) Desenvolver
projectos de saúde reprodutiva que visem a prevenção das infecções de
transmissão sexual, incluindo o VIH/SIDA, a gravidez precoce e a influência de
hábitos e constumes que traduzem diferentes formas de manifestação de
delinquência infanto-juvenil, visando atingir um universo de 5 milhões de
jovens;
c) )
Garantir que os jovens infectados com VIH/SIDA tenham acesso ao tratamento,
incluindo os serviços de prevenção da transmissão vertical, a profilaxia, os
serviços de acompanhamento pós-infecção e a terapia antiretroviral;
d) Promover
o desenvolvimento do associativismo juvenil e estudantil e dinamizar a formação
dos líderes juvenis, dotando-os de capacidade de liderança e gestão
associativa;
e) Mobilizar
a juventude para a sua aderência aos programas de formação profisional e criar
fundos destinados ao incentivo e apoio aos jovens empreendedores, promovendo a
criação de 50 incubadoras de negócios;
f) Assegurar
o acesso de 50.000 jovens ao crédito bonificado, visando a melhoria das
condições de vida da juventude (habitação, pequenos negócios, estudo, etc.);
g) Estimular
a educação patriótica e promover os valores morais, éticos, cívicos, o respeito
pelos símbolos nacionais, os direitos e liberdades fundamentais incentivando os
jovens a uma vida responsável e contribuindo para a paz, entendimento,
tolerância, diálogo e respeito mútuo e desencorajando a participação em actos
de violência, xenofobia, discriminação racial e terrorismo;
h) Consciencializar
a juventude sobre os efeitos nefastos do consumo de bebidas alcoólicas, tabaco
e outras substâncias psicotrópicas;
i)
Criar e implementar o Estatuto do Dirigente
Associativo, para tornar mais pró-activas as associações juvenis e estudantis;
j)
Promover acções com carácter formativo e de
ocupação dos tempos livres da
juventude;
k) Programar
e realizar 2 festivais nacionais, 4 acampamentos nacionais, 12 excursões e
colónias de férias com vista a promover o intercâmbio inter-provincial e a
reforçar a unidade nacional, a identidade cultural e o conhecimento da
realidade cultural e sócio económica do país;
l)
Promover no seio dos jovens com baixo índice de
escolarização, programas de qualificação que os habilitem a desenvolver os seus
próprios negócios e projectos profissionais;
m) Fortalecer
o movimento associativo e estudantil angolano;
n) Implementar
programas de formação contínua dos líderes juvenis;
o) Despertar
e mobilizar os jovens para a auto-construção dirigida, proporcionando o acesso
a terrenos infraestruturados, a assistência técnica na implementação das obras
e o correspondente crédito bonificado;
p) Fomentar
o intercâmbio sócio-cultural, turístico, desportivo e recreativo com jovens de
outros países, sobretudo com os países da região austral do continente;
q) Continuar
a implementar o projecto de construção de casas da juventude em cada capital de
província e de centros comunitários da juventude em cada município, promovendo
neles o acesso às tecnologias de informação, o aconselhamento psicológico, a
orientação académica e profissional e o incentivo à leitura, ao debate e à
expressão artístico-cultural, etc.
FORMAÇÃO DAS NOVAS GERAÇÕES,
TRANSFORMANDO-AS EM ENTIDADES AUTÓNOMAS, PROFISSIONALMENTE COMPETENTES,
EMPREENDEDORAS E CAPAZES DE CONSTRIBUIR PARA O PROGRESSO SOCIAL
Em relação a este vector, que corporiza a matriz
estratégica de desenvolvimento da juventude, o MPLA considera que se devem
alcançar os seguintes objectivos específicos:
a) Incentivar
e apoiar projectos de desenvolvimento social e comunitário dirigido aos jovens
e conducentes ao reforço da capacidade organizativa e de intervenção política e
social das associações juvenis e estudantis;
b) Promover
e prirozar a contratação de mão de obra juvenil nos programas de construção e
de relançamento da economia nacional;
c) Promover
cursos de formação profissional tecnológica, virados para a aprendizagem de
matérias que facilitem a rápida integração dos jovens no mercado de emprego;
d) Criar
um banco de dados de jovens talentosos e de mérito com vista ao seu acompanhamento,
proporcionando-lhes oportunidades de apoio e assistência que lhes permitam
evoluir e participar com sucesso nos processos de desenvolvimento;
e) Promover
a participação massiva de jovens no domínio das tecnologias de informação e comunicação, habilitando-os para
uma melhor integração cultural e sócio profissional, de modo a valorizar as
iniciativas e inovações efectuadas por eles, enquanto empresários, cientistas,
investigadores, inventores e artistas;
f) Promover
a realização de feiras de emprego, com a participação das universidades, centros
de formação profissional, centros de emprego e empresas, visando impulsionar as
oportunidades de inserção dos jovens no mercado de trabalho;
g) Criar
condições para a implementação gradual do cartão jovem, proporcionando aos
jovens estudantes e carenciados, um conjunto de vantagens e benefícios na aquisição
de bens e serviços públicos;
h) Promover
iniciativas públicas e privadas que visem a obtenção do primeiro emprego, a
inserção dos jovens no mercado de trabalho e a realização de estágios profissionais;
IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS DE ESTADO PARA A
JUVENTUDE INTEGRADAS NOS PLANOS DE DESENVOLVIMENTO GLOBAL A FIM DE FACILITAR A
PARTICIPAÇÃO ACTIVA DOS JOVENS
O MPLA considera que a política para a juventude deve
assentar nos seguintes
pressupostos:
a) Promover
o fomento do cooperativismo juvenil, do voluntariado e da participação social
dos jovens e a criação de círculos inter-provinciais de intercâmbio de
experiências e de boas práticas;
b) Dotar
o Instituto da Juventude de competências adequadas para que cumpra cabalmente a
sua função como instância de operacionalização de políticas juvenis públicas;
c) Desenvolver
o Observatório Nacional da Juventude com meios técnicos e humanos para a
realização de estudos regulares sobre o perfil, atitudes, comportamentos e
necessidades dos jovens, objectivando que tal conhecimento subsidie o processo
de tomada de decisões e a adequação das políticas públicas para a juventude;
d) Implementar
programas específicos de atracção de jovens às províncias do interior;
e) Implementar
mecanismos que viabilizem uma maior interacção e prestação de atenção aos
jovens angolanos na diáspora;
f) Promover,
acompanhar e enquadrar nas políticas nacionais do Estado, as perspectivas
internacionais de participação e desenvolvimento da juventude, nomeadamente a
implementação da Carta Africana da Juventude, da Década Africana da Juventude,
do Programa Africano do Voluntariado Jovem, dos Objectivos do Desenvolvimento
do Milénio e do Programa Mundial de Acção para a Juventude.
Icolo e Bengo –
Catete, aos 17 de Abril de 2015
O Palestraste
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Prof. Avelino Calunga
1º Secretário do CAP nº 399 – Sequele,
Cacuaco
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