INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INOCÊNCIO
NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
PATOLOGIAS ONCOLÓGICAS
Grupo: 05
Sala: 01
Ano académico: II
Turno: Manhã
A DOCENTE
_____________________
Guilhermina Guilherme
LUANDA
2015
INSTITUTO SUPERIOR INOCÊNCIO
NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
PATOLOGIAS ONCOLÓGICAS
INTEGRANTES DO GRUPO
Maria Flaviana
Engrácia Lando
Loide Mukembo
Marcela Mukembo
Florinda Maneco
Clementina e Silva
Pedro
LUANDA, OUTUBRO 2015
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
2.1 PATOLOGIAS
ONCOLÓGICAS
2.1.1 CONCEITO
2.1.2 ENTENDENDO O CANCRO
2.2 TUMORES BENIGNOS E
MALIGNOS
2.2.1 DIFERENÇAS ENTRE
TUMORES BENIGNOS E MALIGNOS
2.3 TIPOS DE CANCRO
2.3.1 DOENÇAS RELACIONADAS
2.3.2 CURIOSIDADES SOBRE O
CANCRO
2.4 MÉTODOS DE TRATAMENTO
DO CANCRO DISPONÍVEIS
2.4.1 CIRURGIA
2.4.2 RADIOTERAPIA
2.4.3 QUIMIOTERAPIA
2.4.4 TERAPÊUTICA HORMONAL
2.4.5 IMUNOTERAPIA
2.4.6 TRANSPLANTE DE
CÉLULAS ESTAMINAIS (INDIFERENCIADAS)
2.5 COMO PREVENIR
2.6 CONCLUSÃO
3. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Neste trabalho,
governado por um tema bastante pertinente no âmbito da saúde designado por
Patologias Oncológicas. O cancro é uma doença que existe há muitos anos, na antiga
Roma, por exemplo, era visto como “praga” e tinha que se afastar os espíritos.
Hoje, entende-se por cancro o aumento ou o crescimento das células que se proliferam
em cancros ou tumores. Mais adiante vamos entender como surge o cancro, a
diferença entre os tumores benignos e malignos e ainda veremos alguns meios ou
formas de tratamento e prevenção dos cancros.
A doença oncológica
tem aumentado a sua incidência e prevalência em todo o mundo, sendo actualmente
uma das principais causas de morte nas sociedades contemporâneas. Segundo
TWYCROSS (2001), 1/3 da população no Reino Unido e no mundo ocidental sofre de
cancro, e 1/4 da população no Reino Unido e no mundo ocidental morre de cancro,
sendo provavelmente a patologia mais temida do mundo moderno. Na Europa, uma em
cada quatro pessoas, desenvolve alguma forma de cancro durante a vida. Em
Portugal, é a segunda causa de morte, matando aproximadamente cerca de 22 000
pessoas por ano.
Falar de Doença
Oncológica é falar de CANCRO. Ao contrário do que genericamente se pensa, o
cancro não é uma doença nova, resultado das pressões e agressões da vida
moderna; na verdade sempre houve cancro, existindo provas desta doença em
múmias do antigo Egipto e em restos fossilizados de dinossauros. Esta concepção
provém de vários factores que se interligam: o aumento de novos casos,
diagnosticados cada vez mais cedo; uma maior sobrevida e cura destes doentes,
bem como o aumento da esperança de vida.
A doença oncológica
tem aumentado a sua incidência e prevalência em todo o mundo, sendo actualmente
uma das principais causas de morte nas sociedades contemporâneas. Segundo
TWYCROSS (2001), 1/3 da população no Reino Unido e no mundo ocidental sofre de
cancro, e 1/4 da população no Reino Unido e no mundo ocidental morre de cancro,
sendo provavelmente a patologia mais temida do mundo moderno. Na Europa, uma em
cada quatro pessoas, desenvolve alguma forma de cancro durante a vida. Em
Portugal, é a segunda causa de morte, matando aproximadamente cerca de 22 000
pessoas por ano (ESTEVES, 2004). Tendo em conta estes dados estatísticos, a
situação parece-nos constrangedora, mas com os avanços técnico-científicos
cerca de 1/3 de alguns cancros são curáveis e mesmo nos casos que não o são,
existem sobreviventes de vários anos.
Ao ser responsável
por grande mortalidade ao longo dos anos, levou a que a humanidade
interiorizasse conotações que na maioria das vezes, interferem no modo como
percepcionam a doença e o seu tratamento.
Em termos
etimológicos, a palavra cancro deriva do latim cancri, e significa caranguejo;
termo que surgiu no século V a.c. tendo Hipócrates + verificado que as “veias” que irradiavam dos
tumores da mama se assemelhavam a um caranguejo.
O cancro é definido
como uma proliferação anormal de células envolvidas na formação de um tumor
primitivo. As células são a unidade básica de estrutura e funcionamento do
organismo humano, têm a capacidade de se dividir para formarem novas células,
mantendo o crescimento do organismo e a substituição das lesadas. A divisão
celular é um processo sujeito a um rigoroso controlo, por parte dos mecanismos
reguladores do organismo. Porém quando este mecanismo é afectado, poderão se
formar células “diferentes”. Estas células "anómalas" designam-se por
células tumorais. Os mecanismos de autodefesa do organismo – o sistema
imunitário – habitualmente destroem-nas, no entanto, é possível que algumas não
sejam identificadas e se desenvolvam descontroladamente, formando um tumor, uma
massa de novas células, ou seja uma neoplasia.
O cancro pode ser
definido como uma alteração celular - uma célula do organismo passa a se
replicar de maneira desordenada e descontrolada dando origem a uma neoplasia
(popularmente conhecida como tumor).
Nosso organismo é
formado por milhões de células, que diariamente se “renovam” em um processo
natural chamado de divisão celular. “Todos os dias as células se replicam, mas
temos mecanismos de defesa, uma espécie de ‘freio’, que impõem o limite até
onde elas podem se multiplicar sem gerar um tumor”, explica a oncologista
Lucíola de Barros Pontes, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Se, por uma série
de fatores, genéticos ou adquiridos, esse freio da divisão celular é
comprometido, há o risco do desenvolvimento de um cancro. “O cancro nada mais é
do que um conjunto de células que adquiriram a capacidade de um crescimento
anormal.”
Em condições
normais, a divisão celular é responsável pela formação, crescimento e
regeneração dos tecidos saudáveis do corpo (oncogenese). Mas ao perder a
capacidade de frear seu desenvolvimento, a célula forma um tumor (cancro), que
pode invadir tecidos e órgãos e espalhar-se pela corrente sanguínea ou pelo
sistema linfático – processo denominado como metástase
COMO SURGE O CANCRO
|
As células do
corpo se renovam constantemente. Por fatores hereditários ou adquiridos, por
exemplo, como alimentação inadequada e cigarro, algumas células sofrem
mutações. Em um sistema saudável elas são eliminadas pelo sistema
imunológico.
Quando não são
eliminadas pelo sistema imunológico, as células mutantes se reproduzem de
forma descontrolada e desordenada.
O cancro cresce
em progressão geométrica, ou seja, de forma acelerada – “alimentado” por
nutrientes e oxigênio transportados pelos vasos sanguíneos.
|
Fonte: Dra. Lucíola de
Barros Pontes, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, 2013.
Nem todos os
tumores correspondem a cancro, podendo ser benignos ou malignos.
Nos tumores
benignos as células não se "espalham", ou seja, não se disseminam
para os tecidos em volta ou para outras partes do organismo (metastização),
geralmente apresentam bom prognóstico, após a remoção completa não recidivam,
não pondo a vida do doente em risco. São formados por células adultas que
crescem lenta e ordenadamente, podendo contudo provocar lesões por compressão
de órgãos vitais.
Os Tumores malignos
são mais graves que os tumores benignos, as suas células crescem
desordenadamente. Estas perdem a função especializada da célula normal ou podem
adquirir novas características ou funções. Podem invadir e danificar os tecidos
e órgãos circundantes, libertando-se do tumor primitivo entrando na corrente
sanguínea ou no sistema linfático, através dos quais chegam a órgãos distantes,
dando origem a Metástases. A designação dos tumores depende do tecido de
origem, por exemplo, o linfoma é um cancro do sistema linfático e o
osteosarcoma tem início no tecido ósseo.
Contudo, os tumores
malignos podem ser erradicados ou controlados, recorrendo-se a diversos
tratamentos, nomeadamente cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonoterapia,
imunoterapia e outras terapêuticas complementares, usados isoladamente ou em
associação.
A fim de determinar
a estratégia terapêutica a seguir ou o tratamento mais adequado, é necessário
estabelecer o estadiamento da doença, ou seja a sua extensão. Este é feito com
base nos resultados de vários exames complementares de diagnóstico.
A importância de um
diagnóstico cada vez mais precoce é inquestionável, pois permite um tratamento
menos agressivo e mais eficaz; o aumento da sobrevida, geralmente com melhor
qualidade de vida; e a maior possibilidade de cura.
Quanto melhor e
mais informadas estiverem as pessoas sobre a Doença Oncológica e sua
problemática, melhor será a colaboração e decisão no seu plano terapêutico.
Dados os grandes avanços na investigação, cada vez se sabe mais sobre as causas
do cancro, sobre a forma como se desenvolve e cresce, ou seja, como progride.
Actualmente deveremos incidir essencialmente nas formas de prevenção, onde se
inclui o rastreio, tendo em conta os factores de risco.
A célula é a
unidade básica em todos os seres vivos, a nível estrutural e funcional. Existem
cerca de 60000 biliões de células no corpo humano do individuo adulto. Embora
haja muitos tipos diferentes de células, todas têm características comuns.
A maioria das
células apresenta a capacidade de se reproduzir. Sempre que algumas são
destruídas, as remanescentes, do mesmo tipo reproduzem-se até ser restabelecido
o número correto. O mesmo não acontece com as células tumorais, nestas a reprodução
não é interrompida, continua a verificar-se a sua multiplicação.
A investigação
científica tornou possível a identificação de inúmeros tipos diferentes de
tumores verificando que, as células cancerígenas têm uma morfologia e
bioquímica alteradas. A sua constituição não é resultado de um crescimento
desordenado de células imaturas, mas sim por um processo coordenado e lógico,
no qual uma célula normal sofre mudanças e adquire capacidades diferentes.
Os tumores benignos
são formados por células adultas que crescem de forma ordenada e lenta. Estes
não invadem os tecidos adjacentes mas, podem fazer compressão das estruturas
vizinhas. Têm como características uma forma regular, cápsula fibrosa, células
bem diferenciadas, crescimento por expansão e localizado, taxa de proliferação
celular baixa e raramente recidivam após resseção.
Nos tumores
malignos as células sofrem alterações nas funções reguladoras do DNA, o que
produz alterações a nível do seu crescimento. Perdem a função especializada da
célula normal e adquirem novas características ou funções. Invadem os tecidos
adjacentes onde se inclui vasos sanguíneos e linfáticos através dos quais se
deslocam para locais distantes do organismo, dando origem a metástases. Estes
tumores não apresentam cápsula envolvente; a sua forma apresenta-se irregular e
com limites mal definidos; crescem por expansão e invasão de forma mais rápida;
as suas células são indiferenciadas e tem uma taxa de proliferação celular alta
podendo facilmente recidivar após tratamento.
A doença pode
ocorrer em qualquer tecido do corpo. Os tipos de cancro são agrupados em
grandes categorias: os carcinomas, os sarcomas, as leucemias, os linfomas e mielomas
e os tumores do sistema nervoso central.
Os carcinomas são tumores malignos que se originam
nas células epiteliais ou glandulares (adenocarcinoma) com forte tendência a
invadir tecidos vizinhos. São os mais comuns entre todos os tipos,
compreendendo o cancro de mama, de pulmão, de bexiga, de próstata, de pele, de
estômago, de ovário e de pâncreas, entre outros.
Sarcomas, conhecidos como
tumores malignos dos tecidos moles, podem se originar em ossos, cartilagens,
gordura, músculo, vasos sanguíneos ou tecidos moles. Ocorrem mais
frequentemente em crianças e adolescentes. Os mais comuns são: sarcoma de
Kaposi, que atinge o tecido que reveste os vasos linfáticos; sarcoma de Ewing,
que atinge o osso; osteosarcoma, o mais comum cancro primário de osso, e o
liposarcoma, que afeta os tecidos profundos das extremidades do retroperitônio.
As leucemias são caracterizadas pelo
acúmulo de células jovens (blásticas) anormais na medula óssea. Aos poucos,
estas células substituem as células normais do sangue, prejudicando a produção
de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. As mais comuns são:
leucemia linfoide aguda ou linfoblástica, leucemia mieloide crônica e leucemia
linfocítica crônica.
Linfomas são tumores
malignos do sistema linfático, podendo atingir todas as glândulas linfáticas,
apenas um linfonodo ou se espalhar por todo o corpo. Os linfomas mais comuns
são o linfoma de Hodgkin e o linfoma não-Hodgkin, divergindo na célula de
origem (células T ou células B). O mieloma é um grupo de doenças caracterizado
pela proliferação descontrolada de células plasmáticas, principalmente na medula
óssea.
Tumores do sistema nervoso central
acometem o cérebro e geralmente se originam nas células gliais, que dão suporte
aos neurônios. Os mais comuns são os meningiomas, desencadeados por meningites;
meduloblastomas, que afetam o cerebelo, e os astrocitomas, que se desenvolvem
nos astrócitos (abrangendo o gliobastoma muliforme, tipo mais comum de cancro
no cérebro).
- Cancro do cólon
- Cancro de colo do
útero
- Cancro de bexiga
- Cancro de esôfago
- Cancro gástrico
- Cancro de fígado
(hepatocarcinoma)
- Cancro de mama
- Cancro de ovário
- Cancro de pele
(carcinoma basocelular)
- Cancro de
pâncreas / carcinoma pancreático
- Cancro de
próstata
- Cancro de rim
(carcinoma de células renais)
- Cancro de
tireóide
- Cancro de pele
- Cancro
endometrial
- Cancro
metastático do pulmão
- Cancro oral
- Linfoma de
Hodgkin
- Linfoma não-Hodgkin
- Melanoma
- Mieloma múltiplo
- Cirrose
- Carcinoma
basocelular
Cancro é a palavra
latina para caranguejo, um animal capaz de se agarrar com tenacidade a outros
animais por causa de suas patas, que têm uma enorme capacidade de se grudar às
presas.
Estudos recentes
demonstraram que os microtentáculos formados pelas células cancerosas podem
desempenhar um papel fundamental na metástase. Ao formar estas estruturas, as
células cancerosas se desgrudam do tumor primário e passam a circular no sangue
como barcos a remo até encontrar um novo tecido.
Atualmente,
milhares de dólares são investidos em pesquisas para o desenvolvimento de novos
medicamentos contra o cancro. Uma abordagem bastante promissora é a
nanomedicina, que consiste na manipulação de nanopartículas (moléculas 90 mil
vezes menores do que a espessura de um fio de cabelo) para a entrega de
fármacos apenas às células cancerosas. Outra abordagem interessante é a
utilização de vírus reprogramados para encontrar, modificar e destruir as
células do cancro.
A alimentação pode
diminuir o risco de uma pessoa desenvolver o cancro. Sabe-se, por exemplo, que
o consumo frequente de carne bem passada pode aumentar as chances de cancro de
bexiga. A ingestão de álcool durante a gravidez aumenta o risco de o filho
desenvolver leucemia no futuro. Farelo de trigo, rico em vitamina B6, pode
reduzir o risco de cancro de pulmão pela metade. Azeite de oliva e suplementos
de óleo de peixe protegem contra o cancro de mama.
O plano de
tratamento depende, essencialmente, do estadio da doença e do tipo de
tratamento a efectuar e do estadio da doença.
O médico tem,
ainda, em consideração a idade do doente e o seu estado geral de saúde.
Frequentemente, o objectivo do tratamento é curar a pessoa do cancro. Noutros
casos, o objectivo é controlar a doença ou reduzir os sintomas, durante o maior
período de tempo possível. O plano de tratamentos pode ser alterado ao longo do
tempo.
A maioria dos
planos de tratamento inclui cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Alguns
envolvem terapêutica hormonal ou biológica. Adicionalmente, pode ser usado o
transplante de células estaminais (indiferenciadas), para que o doente possa
receber doses muito elevadas de quimioterapia ou radioterapia.
Alguns cancros
respondem melhor a um só tipo de tratamento, enquanto outros podem responder
melhor a uma associação de medicamentos ou modalidades de tratamento.
Os tratamentos
podem actuar essencialmente numa área específica - terapêutica local -, ou em
todo o corpo: terapêutica sistémica.
A terapêutica local
remove, ou destrói, as células do tumor, apenas numa parte específica do corpo.
A cirurgia e a radioterapia são tratamentos locais.
A terapêutica
sistémica "entra" na corrente sanguínea e "destrói", ou
controla, o cancro, em todo o corpo: mata ou, pelo menos desacelera, o
crescimento das células cancerígenas que possam ter metastizado, para além do
tumor original. A quimioterapia, a terapêutica hormonal e a terapêutica
biológica (imunoterapia) são tratamentos sistémicos.
O médico é a pessoa
indicada para lhe dar toda a informação relacionada com a escolha dos
tratamentos, possíveis efeitos secundários e resultados esperados (com o
tratamento). Cada pessoa deverá desenvolver, com o médico, um plano de
tratamento que seja compatível, dentro do possível, com as necessidades,
valores pessoais e estilo de vida dessa pessoa.
Tendo em conta que,
provavelmente, o tratamento do cancro danifica células e tecidos saudáveis
surgem, assim, os efeitos secundários. Alguns efeitos secundários específicos
dependem, principalmente, do tipo de tratamento e sua extensão (se são
tratamentos locais ou sistémicos). Os efeitos secundários podem não ser os
mesmos em todas as pessoas, mesmo que estejam a fazer o mesmo tratamento. Por
outro lado, os efeitos secundários sentidos numa sessão de tratamento podem
mudar na sessão seguinte. O médico irá explicar os possíveis efeitos
secundários do tratamento e qual a melhor forma de os controlar.
Na maioria dos
casos, o cirurgião remove o tumor e algum tecido em volta ("margens").
A remoção de tecido circundante, que esteja livre de células tumorais, pode
ajudar a prevenir que o tumor volte a crescer. O cirurgião pode, também,
remover alguns gânglios linfáticos localizados na região do tumor: gânglios
linfáticos regionais.
Os efeitos
secundários da cirurgia dependem, essencialmente, do tamanho e localização do
tumor, bem como do tipo de operação. O tempo necessário para a recuperação é
diferente, de pessoa para pessoa. É normal sentir-se cansado ou fraco, durante
algum tempo.
A maioria das
pessoas sente algum desconforto, nos dias seguintes à cirurgia. No entanto, já
há formas de controlar a dor. Antes da cirurgia, deverá perguntar ao médico
qual a melhor forma de aliviar a dor. A medicação para a dor (ex.:
analgésicos), pode ser ajustada.
Algumas pessoas têm
receio que a cirurgia, ou mesmo a biópsia ao tumor, possa "ajudar" a
metastizar a doença. É pouco provável que esta situação ocorra. O cirurgião usa
métodos que não deverão "permitir" que as células cancerígenas se disseminem,
ou seja, que metastizem.
A radioterapia usa
raios de elevada energia, para matar as células cancerígenas. O médico usa
vários tipos de radioterapia.
Em determinadas
situações, pode ser administrada uma combinação de diferentes tratamentos com
radioterapia:
·
Radiação externa: a radiação provém de
uma máquina emissora. Para este tratamento, a maioria das pessoas vai ao
hospital ou clínica. Geralmente, os tratamentos são realizados durante 5 dias
por semana, durante várias semanas.
·
Radiação interna (radiação por
implante ou braquiterapia): a radiação provém de material radioactivo contido
em sementes, agulhas ou finos tubos de plástico, e que são colocados
directamente no local do tumor ou perto. Para fazer radiação por implante, o doente
fica, regra geral, internado no hospital. Os implantes permanecem no local
durante vários dias; são retirados antes de ir para casa.
·
Radiação sistémica: a radiação provém
de um líquido, ou de cápsulas, contendo material radioactivo, que circula em todo
o organismo. A pessoa engole o líquido, ou as cápsulas ou, em alternativa,
é-lhe administrada uma injecção. Este tipo de radiação, pode ser usada para
tratar o tumor ou, por outro lado, para controlar a dor provocada pela metastização
do cancro, por exemplo para os ossos. Actualmente, só alguns tipos de cancro
são tratados desta forma.
Os efeitos
secundários da radioterapia dependem, essencialmente, da dose e do tipo de
radiação, bem como da parte do corpo que vá ser tratada. Por exemplo, se a
radiação incidir no abdómen, pode provocar náuseas, vómitos e diarreia. A pele,
na área tratada, pode tornar-se vermelha, seca e sensível. Poderá, também,
perder o cabelo e/ou pêlos da zona tratada.
Durante a
radioterapia, poderá sentir-se muito cansado, particularmente nas últimas
semanas de tratamento. O descanso é importante, mas, geralmente, o médico
aconselha as pessoas a manterem-se activas, dentro do possível.
Os efeitos da
radioterapia, na pele, são temporários, e a zona irá sarar, gradualmente, assim
que termine o tratamento. Pode, no entanto, haver uma alteração duradoura na
cor da pele.
Se tiver um efeito
secundário particularmente grave, poder-lhe-á ser sugerida uma interrupção do
tratamento.
A quimioterapia
consiste na utilização de fármacos, para matar as células cancerígenas. A
quimioterapia pode ser constituída apenas por um fármaco, ou por uma associação
de fármacos. Os fármacos podem ser administrados oralmente, sob a forma de
comprimidos, ou através de uma injecção intravenosa, na veia. Em qualquer das
situações, os fármacos entram na corrente sanguínea e circulam por todo o
organismo - terapêutica sistémica.
A quimioterapia é,
geralmente, administrada por ciclos de tratamento, repetidos de acordo com uma
regularidade específica, de situação para situação. O tratamento pode ser feito
durante um ou mais dias; existe, depois, um período de descanso, para
recuperação, que pode ser de vários dias ou mesmo semanas, antes de fazer a
próxima sessão de tratamento.
A maioria das
pessoas com cancro faz a quimioterapia em regime de ambulatório (no hospital,
no consultório do médico ou em casa), ou seja, não ficam internadas no
hospital. No entanto, algumas pessoas podem precisar de ficar no hospital,
internadas, enquanto fazem a quimioterapia.
A quimioterapia
afecta tanto as células normais como as cancerígenas.
Os efeitos
secundários da quimioterapia dependem, principalmente, dos fármacos e doses
utilizadas. Em geral, os fármacos anti-cancerígenos afectam, essencialmente,
células que se dividem rapidamente, como sejam:
·
Células do sangue: estas células
ajudam a "combater" as infecções, ajudam o sangue a coagular e
transportam oxigénio a todas as partes do organismo. Quando as células do
sangue são afectadas, havendo diminuição do seu número total em circulação, a
pessoa poderá ter maior probabilidade de sofrer infecções, de fazer
"nódoas-negras" (hematomas) ou sangrar facilmente, podendo, ainda,
sentir-se mais fraca e cansada.
·
Células dos cabelos/pêlos: a
quimioterapia pode provocar a queda do cabelo e pêlos do corpo; no entanto,
este efeito é reversível e o cabelo volta a crescer, embora o cabelo novo possa
apresentar cor e "textura" diferentes.
·
Células do aparelho digestivo: a
quimioterapia pode causar falta de apetite, náuseas e vómitos, diarreia e
feridas na boca e/ou lábios; muitos destes efeitos secundários podem ser
controlados com a administração de medicamentos específicos.
Alguns fármacos
anti-cancerígenos podem, ainda, afectar a fertilidade feminina e masculina.
No caso das
mulheres, se os ovários deixarem de produzir hormonas como, por exemplo, os
estrogénios, poderá apresentar sintomas de menopausa: afrontamentos e secura
vaginal. Os períodos menstruais podem tornar-se irregulares ou mesmo parar
podendo, ainda, ficar infértil, ou seja, incapaz de engravidar. Se tiver idade
igual ou superior a 35 anos, é provável que a infertilidade seja permanente;
por outro lado, se permanecer fértil durante a quimioterapia, a gravidez é
possível.
Como não são
conhecidos os efeitos secundários da quimioterapia no feto, antes de iniciar o
tratamento deverá sempre falar com o médico, relativamente à utilização de
métodos contraceptivos eficazes.
Os efeitos
secundários de longa duração, ou seja, sentidos a longo prazo, são raros; ainda
assim, verificaram-se casos em que o coração se torna mais fraco. Em pessoas
que receberam quimioterapia existe, também, a possibilidade de surgirem cancros
secundários, como a leucemia, ou seja, um cancro nas células do sangue.
A terapêutica
hormonal impede que as células cancerígenas "tenham acesso" às
hormonas naturais do nosso organismo, das quais necessitam para se
desenvolverem. Se os testes laboratoriais demonstrarem que o cancro tem
receptores hormonais, ou seja, que é "positivo para os receptores
hormonais", a pessoa poderá receber terapêutica hormonal. Tal como a
quimioterapia, a terapêutica hormonal também pode afectar as células de todo o
organismo, pois tem actividade sistémica.
Na terapêutica
hormonal são utilizados medicamentos; por outro lado, pode obter-se o mesmo
efeito recorrendo a uma cirurgia:
·
Medicamento: o médico pode sugerir um
medicamento que bloqueie a hormona natural do organismo, parando a sua produção
ou impedindo que actue.
·
Cirurgia: se ainda não estiver na
menopausa, poderá fazer uma cirurgia, para remoção do órgão produtor, como os
ovários ou testículos.
Os efeitos
secundários da terapêutica hormonal dependem, principalmente, do próprio
fármaco ou do tipo de tratamento. Estes efeitos podem incluir aumento de peso,
afrontamentos, náuseas e alterações da fertilidade. Nas mulheres, a terapêutica
hormonal pode provocar paragem dos períodos menstruais ou torná-los irregulares
e pode provocar efeitos semelhantes à menopausa, com afrontamentos e possível
corrimento vaginal. Algumas mulheres podem, ainda, sentir dor de cabeça,
fadiga, náuseas e/ou vómitos, secura vaginal ou comichão, irritação da pele em
volta da vagina e erupção cutânea. Nos homens, a terapêutica hormonal pode
causar impotência, perda do desejo sexual e crescimento ou sensibilidade das
mamas.
A imunoterapia,
também chamada terapêutica biológica, utiliza a capacidade natural do nosso
organismo para combater o cancro, através do sistema imunitário (o sistema de
defesa natural do organismo). Por exemplo, em alguns doentes com cancro da
bexiga, é administrada uma solução de BCG[1],
depois da cirurgia; o médico coloca esta solução na bexiga, usando um cateter.
A solução contém bactérias vivas "enfraquecidas", que estimulam o
sistema imunitário para matar as células cancerígenas. No entanto, a BCG pode
causar efeitos secundários: pode irritar a bexiga e, algumas pessoas, podem
sentir náuseas, febre baixa ou arrepios.
A maioria dos
tratamentos com imunoterapia, são administrados por via endovenosa: a
terapêutica biológica circula através da corrente sanguínea, ou seja, de forma
sistémica; normalmente, é administrada no consultório médico, na clínica ou no
hospital, em regime ambulatório (sem necessidade de haver internamento).
Algumas pessoas
desenvolvem uma erupção cutânea, no local da injecção; podem, ainda, apresentar
sintomas do tipo gripal, como febre, arrepios, dor de cabeça, dor muscular,
cansaço, fraqueza e náuseas. A terapêutica biológica pode, no entanto, causar
efeitos secundários mais graves, como alterações da tensão arterial, problemas
respiratórios e, por vezes, problemas cardíacos.
O transplante de
células percursoras das células do sangue, ou seja, de células do sangue ainda
imaturas e indiferenciadas, permite que a pessoa com cancro receba altas doses
de quimioterapia, radiação ou ambas. Estas doses elevadas, destroem tanto as
células cancerígenas como as células normais do sangue, da medula óssea. Depois
do tratamento, o doente recebe células percursoras das células do sangue
saudáveis, através de um tubo flexível, colocado numa veia grande: novas
células do sangue vão desenvolver-se a partir das células estaminais
transplantadas. As células estaminais podem ser colhidas do próprio doente,
antes do tratamento com altas doses, ou podem provir de outra pessoa. Neste
caso, a pessoa é internada no hospital, para fazer o tratamento.
Os efeitos
secundários da terapêutica com altas doses, bem como o transplante de células
estaminais, incluem infecções e perda de sangue. Adicionalmente, em pessoas que
recebam células estaminais de um dador, pode haver rejeição, chamando-se
"doença do enxerto versus o hospedeiro" (GVHD)[2].
Nesta situação, as células estaminais doadas "atacam" os tecidos da
pessoa que as recebe. Geralmente, esta doença (GVHD) afecta o fígado, a pele ou
o aparelho digestivo; pode ser grave, ou até fatal e pode ocorrer em qualquer
altura depois do transplante, mesmo anos mais tarde. Há medicação que pode
ajudar a prevenir, tratar ou controlar este processo de rejeição (GVHD).
A epidemia de
cancro, como lhe chama SCHREIBER (2008), começou depois da Segunda Guerra
Mundial, quando se deram alterações cruciais nos processos agrícolas,
nomeadamente com a exposição a um grande número de químicos que não existiam
até então.
O processamento
industrial dos alimentos e a utilização em massa do açúcar refinado alterou por
completo os hábitos alimentares, favorecendo o aparecimento do cancro. Assegura
que alimentarmo-nos melhor, reduzindo o açúcar, por exemplo, pode fazer a
diferença. A falta de provas conclusivas leva a maioria dos médicos a
considerar este tipo de aconselhamento especulativo. Como Nuno Costa,
oncologista da Novartis Oncology, que assegura não haver estudos credíveis que
o justifiquem. Muito menos relativamente ao açúcar. "No cancro são
conhecidas algumas vias que envolvem a 'desregulação' dos açúcares.
Aceita-se que a
obesidade contribui para o risco de cancro da mama, por exemplo, porque está
demonstrado que é nas células adiposas que a 'gordura' é transformada em
estrogénios que, quando em excesso, podem facilitar (mas não causar) o
aparecimento do cancro da mama hormonodependente. Mas nem todos dependem desta
via metabólica para aparecer. Nem está provado que a redução do açúcar tenha
efeitos na prevenção do cancro", diz.
Os conselhos de
Schreiber, para prevenir o cancro são:
• Elimine o açúcar
e farinhas refinadas. Em 1830 comíamos cerca de 5kg de açúcar por ano. Em
finais do século XX já estávamos nos 70kg/ano. Schreiber aconselha uma redução
drástica destes açúcares como forma de dificultar o aparecimento de cancro.
• Evite comer doces
entre as refeições. Bolos, bolachas e refrigerantes são alguns alimentos com
elevado índice glicémico, que provocam picos de insulina, fazendo subir
rapidamente os níveis de açúcar no sangue. Isto acontece sobretudo se
consumidos fora das refeições.
• Prefira arroz e
pão integrais e consuma mais legumes e leguminosas (feijão, ervilhas,
lentilhas) de índice glicémico mais baixo.
• Reduza os
lacticínios e a carne de animais alimentados com ração. O nosso equilíbrio
fisiológico depende muito do equilíbrio entre os ómega 6 e ómega 3 - e,
portanto, da alimentação, já que o corpo humano não é capaz de produzi-los.
Este equilíbrio alterou-se nos últimos 50 anos, quando passámos a alimentar o
gado com milho, trigo e soja - muito ricos em ómega 6, mas pobres em ómega 3 -
em vez de pasto, diz Schreiber. Acontece que este excesso de ómega 6 estimula
os processos inflamatórios do organismo que, por sua vez, favorecem o
aparecimento de alguns cancros, nomeadamente os relacionados com processos
inflamatórios crónicos, como o do colo do útero, estômago, cólon e fígado.
Basicamente, "as células cancerosas alastram segregando substâncias que
criam uma inflamação local que estimula ainda mais o seu crescimento".
Ao contrário do que
acontece nas infecções normais, em que a produção de substâncias inflamatórias
pára quando o tecido está reparado, no cancro, esta produção é contínua,
acabando por bloquear o funcionamento do sistema imunitário. Podemos ajudar o
organismo, promovendo o equilíbrio entre ómega 6 e 3, o que passa por limitar
carne e lacticínios de animais alimentados com ração de milho, trigo e soja e
aumentar as fontes de ómega, como peixes gordos (salmão, sardinhas, anchovas,
cavala), abacate e nozes.
Este trabalho que
teve como tema principal “Patologias Oncológicas”, foi bastante intuitivo e nos
apresentou de forma clara os principais conceitos de doenças oncológicas ou
simplesmente cancros, mostrando como é originado um determinado tipo de cancro
e classificando-os bem como os possíveis meios de tratamentos que podem ser
usados no combate dos mesmos.Vimos ainda como nos prevenirmos contra os cancros
de acordo com o francês David Servan-Schreiber e entendemos a importância de se
efetuar regularmente testes como o melhor método de nos prevenirmos contra os cancros.
COSTA, C.;
MAGALHÃES, H.; FÉLIX, R.; COSTA, A. & CORDEIRO, S. (2005). O Cancro e a
Qualidade de Vida. Novartis.
DAVID
SERVAN-SCHREIBER – Anti-cancro. Caderno, 2008
ESTEVES, RAQUEL –
Enfermagem Oncológica.Coimbra 1º ed. Formasau-Edições Sinais Vitais, 2004
OTTO, SHIRLEY.
(2000). Enfermagem em Oncologia. Lusociência.
TWYCROSS, ROBERT –
Cuidados Paliativos. 3ª edição, Lisboa. Climepsi Editores. 2003
[1]
BCG
é a sigla de Bacillus Calmette-Guérin,
que é uma vacina contra a tuberculose, uma doença muito grave, transmitida pelo
ar, e pode atingir todos os órgãos do corpo, em especial os pulmões.
[2]
GVHD
é uma sigla em inglês (Graft-versus-host disease), traduzida em português como
“Doença do enxerto contra ou versus hospedeiro”
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