ESCOLA DO ENSINO
PRIMÁRIO E Iº CICLO Nº 104
COLÉGIO KILUNJI KIAME
(MEU JUÍZO)EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA
SOLIDARIEDADE
Orientadora: Prof. Francisca Alberto Guilherme
LUANDA
2016
Solidariedade é o
substantivo feminino que indica a qualidade de solidário e um sentimento de
identificação em relação ao sofrimento dos outros.
Em muitos casos, a
solidariedade não significa apenas reconhecer a situação delicada de uma pessoa
ou grupo social, mas também consiste no ato de ajudar essas pessoas
desamparadas.
Solidariedade é um
ato de bondade com o próximo ou um sentimento, uma união de simpatias,
interesses ou propósitos entre os membros de um grupo. Ao pé da letra,
significa: Cooperação mútua entre duas ou mais pessoas. Interdependência entre
seres e coisas. Identidade de sentimentos, de ideias, de doutrinas. O Sinónimo de
solidariedade ajuda, companheirismo, camaradagem, adesão, reciprocidade,
correlação, irmandade, caridade, apoio, amparo, amizade, auxílio, cooperação.
A tradição
individualista e socialmente irresponsável é muito forte, por isso, provavelmente
tem-se em nosso próprio condicionamento psíquico o maior obstáculo. Esta é uma
das razões do esvaziamento ético e do declínio humano na civilização urbano industrial,
principalmente nas grandes cidades. E tem como resposta mais lúcida a forma de
grupos que desenvolvem formas de estimular o potencial humano, por meio do
auto-conhecimento colectivo como extensão do auto percepção individual.
Para estabelecer
pontes artificiais sobre o distanciamento e não conhecimento do outro,
repetimos frases, clichés, estereótipos, crenças, de todos conhecidos, e
fazemos da relação social algo inauténtico. Porém, se tivermos clareza sobre o
grau de condicionamento individualista determinado por nosso passado, teremos
dado um importante passo em direcção a solidariedade. E se, além disso,
percebemos a relação social como um momento privilegiado de auto-conhecimento e
aprendizado em aberto, sem fim teremos dado outro passo fundamental.
Uma análise das
obras existentes sobre o assunto revela um acentuado consenso de que o trabalho
voluntário contribui para a felicidade ao eliminar o tédio e dar objectivo à
vida. Em média, os voluntários têm duas vezes mais chances de se sentirem
felizes consigo mesmos do que aqueles que não se dedicam a nada.
Observamo-nos, na
relação solidária, evitando autocensura e auto justificação, permanecendo
atentos à possibilidade de ver a nossa liberdade acompanhar a liberdade do
outro, momento a momento, sem expectativa de um resultado concreto, de um fim.
Para isso, é
preciso contar não só com a desmistificação de estereótipos, dos inúmeros
artifícios sociais, mas também com o propósito claro de desenvolver a
solidariedade. Com este propósito sendo consensual, os conflitos são relativizados,
diluídos, e o silêncio ganha espaço na relação. Observa-se que entre amigos, o
silêncio não é factor de constrangimento, como acontece nas relações entre
desconhecidos ou recém-conhecidos como defende Vasconcellos (2006) “que os
sujeitos querem ser reconhecidos, uns pelos outros, amados, notados, eles desejam
ter valor para os outros (...) ser revelado pelo outro como merecedor de sua
estima.” A solidariedade é um caminho para a amizade (com amor ético), a mais
bela forma de amor social, a que mais gera valores e amplia a liberdade humana.
Na solidariedade,
redescobrimos o sentido original da palavra respeito, que nada tem a ver com
temor e obediência, mas com atenção integral de alguém. Na solidariedade,
percebe-se a beleza da partilha, da acção em conjunto e a percepção desta
beleza em si, suscita valores essenciais, como o amor, a paz, a liberdade, a
meditação, a evolução e harmonia.
A solidariedade,
entretanto, precisa distinguir-se da bondade, que pode ser unilateral. Quando
somos solidários, de certa forma vamos além da bondade, porque participamos de
um movimento social nascente, que pode incluir duas ou mais pessoas.
Pertencer a um
grupo faz com que as pessoas se sintam mais próximas umas das outras e aumenta
a confiança e a satisfação pessoais em cerca de sete por cento.
Percebe-se tratar
de uma arte complexa, que exige extraordinária sensibilidade e discernimento.
Popularidade não indica solidariedade. Não será pela extensão superficial do
rótulo de “amizade” às relações sociais, com estranhos colegas que a
solidariedade fará parte de nossas vidas. Ser solidário é sentir-se solidário.
Descobrir, em si mesmo esse sentimento, é motivo de comemoração, de
confraternização, porque é algo raro tão transformador que geralmente é
reprimido nas instituições hierárquicas, nos grupos formais.
Cada um de nós tem
um ritmo próprio no desenvolvimento desta arte, porque nossos condicionamentos
diferem em graus de repressão das emoções superiores, da abertura perceptiva e
de educação do raciocínio lógico.
Geralmente, ocorre
uma combinação complexa destas carências, de modo que precisamos todos
compreender a necessidade não só de aprender a ser solidário, mas também a
necessidade social de estimular o aprendizado de outrem.
Vasconcellos (2006)
retrata que “há que descobrir que sua afirmação não significa (...) a negação
do outro, mas que, ao contrário, a convivência com o outro o leva a
potencializar-se e desenvolver-se,” ou seja, a solidariedade, sendo um processo
de libertação social, de auto conhecimento colectivo, não é qualidade que se
tem ou não, mas que se aprende e se ensina partindo das mais variadas condições
sociais, dos mais variados ambientes ou ecossistemas.
Com esses
pressupostos, traz-se para a educação com interesses colectivos, consolidando
uma educação democrática, que consiste num processo de humanização, despertando
no mesmo exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para o
próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da
vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos saberes, o
cultivo do humor.
A educação como
formação e consolidação de tais valores torna o ser humano só mesmo com o
tempo, mas consciente de sua dignidade e da de seus semelhantes – o que garante
o valor da solidariedade – assim como mais apto para exercer a sua soberania
enquanto cidadão.
Podemos destacar as
solidariedades em diferentes categorias
Solidariedade
social subentende, a princípio, a ideia de que seus praticantes sintam-se
integrantes de uma mesma comunidade e, portanto, sintam-se interdependentes. A
palavra “solidariedade” é derivada do termo obligatio
in solidum, que no direito romano expressava, primitivamente, a obrigação
comunitária, ou seja, as responsabilidades que o indivíduo tinha em relação a
uma colectividade à qual pertencia e de cuja manutenção se beneficiava, como a
família.
Há importantes
estudos sociológicos realizados pelo francês Émile Durkheim (1858-1917), em sua obra intitulada Divisão do Trabalho Social. Sua tese é
de que a sociedade era mantida coesa por duas forças de unidade. Uma em relação
a pontos de vista semelhantes compartilhados pelas pessoas, por exemplo,
valores e crenças religiosas, o que ele denominou de solidariedade mecânica. A
outra é representada pela divisão do trabalho em profissões especializadas, que
foi denominada de solidariedade orgânica.
À medida que as
sociedades se tornam mais complexas, a divisão do trabalho e as consequentes
diferenças entre os indivíduos conduzem a uma crescente independência nas consciências.
As sanções repressivas, que existem nas sociedades "primitivas", dão
origem a um sistema legislativo que acentua os valores da igualdade, liberdade,
fraternidade e justiça.
A divisão do
trabalho, característica das sociedades mais desenvolvidas, gera um novo tipo
de solidariedade, não mais baseado na semelhança entre os componentes
(solidariedade mecânica), mas na complementação de partes diversificadas. O
encontro de interesses complementares cria um laço social novo, ou seja, um
outro tipo de princípio de solidariedade, com moral própria, e que dá origem a
uma nova organização social - solidariedade orgânica. Sendo seu fundamento a
diversidade, a solidariedade orgânica implica uma maior autonomia, com uma
consciência individual muito mais livre.
Característica da
fase primitiva da organização social que se origina das semelhanças psíquicas e
sociais (e, até mesmo, físicas) entre os membros individuais. Para a manutenção
dessa igualdade, necessária à sobrevivência do grupo, deve a coerção social,
baseada na consciência colectiva, ser severa e repressiva. O progresso da
divisão do trabalho faz com que a sociedade de solidariedade mecânica se
transforma.
Num dia a dia
corrido, onde precisamos dar conta das demandas agendadas e das que vão
surgindo constantemente e num ritmo acelerado, muitas vezes não prestamos
atenção nos gestos solidários que temos ou que recebemos.
Nos relacionamos
com pessoas diferentes de nós o tempo todo. Pessoas que tem o seu modo de
pensar, de agir e de falar. E lidar com essas diferenças é um desafio
constante. No trabalho, diariamente temos oportunidade de sermos solidários.
Por exemplo: não alimentar as famosas fofocas ou “a rádio corredor”,
respeitando o outro como ele é, com suas características e seu jeito de ser e
não falar de coisas das quais quase sempre nem temos conhecimento. Precisamos
ser comprometidos diante dos fatos, sem procurar culpados, mas sim, buscar as
soluções mais adequadas para as situações que precisam ser resolvidas. Agir
para o bem comum, e não pensar somente sem si mesmo.
Acreditamos ser
importante pensar sobre isso, porque ambientes de trabalho mais tranquilos e
cooperativos, podem ser alcançados com o exercício da solidariedade. Prezar
pela harmonia ao invés das “picuinhas” e os ranços pessoais, é indispensável
para que se possa trabalhar com leveza e tranquilidade.
Solidariedade nos
faz evoluir como seres humanos e crescer como profissionais.
De acordo com o
sociólogo francês Émile Durkheim,
existem dois tipos de solidariedade: a mecânica e a orgânica. A solidariedade
mecânica expressa a parecença entre indivíduos e ajusta os detalhes da ligação
entre esses mesmos indivíduos. Este tipo de solidariedade se manifesta através
da religião, família, dos costumes e tradições, ou seja, aspectos que
contribuem para o vínculo social.
A solidariedade
orgânica também tem como objectivo melhorar o vínculo social, mas isso acontece
através da divisão social do trabalho. Neste caso, a diferenciação entre os
indivíduos através do trabalho resulta na solidariedade, quando existe a
interdependência e o reconhecimento que todos são importantes.
Muitos pais têm
filhos como sonho de consumo, compram tudo o que é mais caro e moderno, e não
dá o que eles mais necessitam que seja o amor, o carinho, umas palavras amigas
muitas vezes se levantam para ir ao trabalho e os filhos nem acordaram e voltam
para casa com eles já dormindo, e na pouca convivência ainda dão um chega para
lá, pois estão atrapalhando os seus negócios. Depois vemos alguns pequenos actos
de vandalismo e desrespeito ai da para perceber que é da estrutura familiar que
hoje esta formada. Pais se separando e os filhos no meio de brigas por
vaidades, ou casais que ambos trabalham fora e os filhos ficam em escolas em
período integral ou com babas. Hoje ambos precisam trabalhar para se sustentar
e podem tirar um pouco do seu tempo para poder dar atenção real aos seus
filhos.~
Mas mesmo com
tantas coisas acontecendo no mundo, existem pessoas diferentes que se preocupam
em passar valores, digo que é a excepção e não a regra. Muitas vezes escuto que
falta Deus no coração das pessoas, uma religião e isso pode ser uma verdade.
Uma vez escutando uma palestra num centro espírita, a palestrante citando as
crianças levantou uma questão muito interessante que era exactamente sobre o
que se oferece aos filhos, tantas opções e por que não oferecer uma religião,
ela não era contra oferecer outras opções, mas fez os seus ouvintes a pensarem
que podemos fazer de tudo um pouco na vida, trabalhar para o sustento da
família, passear, ter horas de lazer com a família, fazer leituras,
diversificar suas actividades, sem prejudicar o seu convívio familiar.
A Bíblia, mesmo não
usando em seus vocábulos originais a palavra solidariedade, apresenta inúmeras
experiências de solidariedade tanto na história romana como na origem grega. Expressa
sentimentos e atitudes de solidariedade no sentido das acções humanas feitas em
público para demonstrar a coragem e a ousadia do povo.
No texto em
referência, temos João Batista convidando a todos e todas a uma mudança radical
de vida, convida para uma transformação nas relações humanas. É o tempo do
julgamento, e nada vale ter fé teórica, pois o julgamento se baseia sobre as
opções e atitudes concretas que cada um assume. João aparece como o guia
equilibrado, pede coisas fundamentais como faziam os profetas antes dele.
Doações da parte de todos; justiça da parte dos publica-nos, cobradores de
impostos; e dos soldados que não maltratem a ninguém e nem façam acusações
mentirosas.
O texto de Lucas
não se limita a apresentar elementos comuns em relação à pregação de João
Batista, acrescenta uma verdadeira exortação, em estilo directo, às várias
categorias dos seus ouvintes. Esta tem carácter prático e constantemente realça
a preocupação pela igualdade social e pelas boas relações humanas,
características da teologia de Lucas. João Batista exige que o povo simples
partilhe seus bens, o vestuário e a comida, com quem não tiver com que se
cobrir ou com que se alimentar. Com isso ele está dizendo que os pobres também
devem se preocupar com os mais carentes. Ninguém pode ser danificado pela
cobiça dos outros, e nenhuma categoria social deve ser explorada por quem
procura seus proveitos pessoais.
Em todo o mundo,
todos os dias, a violência toma conta dos noticiários. Populações são
massacradas em guerras de ocupação, injustas e covardes. Nas grandes cidades, a
criminalidade assume proporções gigantescas. E na guerra do dia-a-dia, quantos
inocentes perdem a vida por estarem no lugar errado, na hora errada!
A solidariedade é
um termo muito generoso para as pessoas e principalmente para as crianças, elas
sim são as que sofrem mais no mundo. Ficamos a saber que sem a solidariedade e
a generosidade era muito complicado a ver juventudes simpáticas e carinhosos
com os idosos.
Em síntese,
concluímos diversos factos e actuações ao longo do projecto, o que se pode
afirmar de maneira geral é que todos os alunos praticaram actos de
solidariedade e seriedade, tomando decisões e criando amadurecimento na hora da
escolha da profissão, e também pudemos exercer nossos dotes de bondade como
verdadeiros alunos Salesianos.
Portanto, mundo
está precisando da solidariedade da sua própria população. Daquele que vai sair
na frente empunhando uma bandeira em prol da paz e batalhando para que ela
realmente aconteça. Palavras bonitas e frases de efeito já não bastam. Afirmar-se
um pacifista, anunciar planos de cessar-fogo nas guerras, garantir que vai
trazer os soldados para casa... promessas, promessas, promessas. As pessoas
querem acção. Querem aplaudir e marchar ao lado de alguém que ponha a mão na
massa seguindo a receita da justiça e da ajuda ao próximo.
Finalizando, cada
um de nós pode fazer um pouco, plantar sementinha e ir regando todos os dias
para as árvores crescerem e darem bons frutos. Nada é fácil, mas se lutarmos
com amor sincero, tudo pode mudar, basta começar e ir em frente sem medo de ser
feliz.
CASTELLO Branco,
Humberto de Alencar (25 de outubro de 1966). «Código Tributário Nacional -
Presidência da República». Consultado em 6 de maio de 2015.
HÖFFE, O. O que é
justiça. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.
LAKATOS, Eva Maria.
Sociologia geral. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1985. p. 47-49.
NIVEN. Davi (Ph.D)
Os 100 segredos das pessoas felizes. Trad. Maria Cláudia Coelho. Sextante, Rio
de Janeiro, 2001.
Reproduzido de
Durkheim, E. "Solidarité mécanique ou par similitudes." In: De la division du travail social. 7.ª ed. Paris,
PUF, 1960.
VASCONCELLOS. Celso
dos Santos. (In) Disciplina. Construção da disciplina consciente e interactiva
em sala de aula e na escola. 16ª Edição. Ed. Libertad. São Paulo, 2006.
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