REPÚBLICA
DE ANGOLA
MINISTÉRIO
DA EDUCAÇÃO
ESCOLA
DO IIº CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO Nº 4071
PUNIV - CACUACO
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ACTIVIDADE
ECONÓMICA
LUANDA
2016
ESCOLA
DO IIº CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO Nº 4071
PUNIV - CACUACO
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ACTIVIDADE
ECONÓMICA
Grupo nº: 04
Classe: 10ª
Curso: Ciências Económica
e Jurídicas
Turma: C
Sala: 3
Período: Manhã
INTEGRANTES:
1.
Albertina Capunga Chindemba
2.
Albertina Patrícia N. Bonina
3.
Catarina André Hebo
4.
Georgina Domingos Raul
5.
Generosa Pedro
6.
Maria João Manuel
7.
Cândida de Almeida Maifuila
8.
Maria Miguel Sebastião
9.
Melita Bia Sayengue
O Docente
____________________
Lauriano da Conceição
LUANDA
2016
SUMÁRIO
A Economia se desenvolveu como ciência no
decorrer dos últimos 500 anos, coincidindo com o desenvolvimento das práticas
comerciais e com a criação de estados-nação. Contudo, é preciso destacar que na
Antiguidade, o pensamento económico começou a ser moldado, inicialmente, de
forma filosófica, por exemplo, a palavra economia remonta à Grécia antiga, onde
oeconomicus significava
“gerenciamento das questões domésticas”. Neste contexto, os pensadores gregos
Aristóteles e Platão fizeram algumas contribuições importantes para o
pensamento económico.
Aristóteles
(384-322 a.C.) distinguia o pensamento económico, e, porque não, as actividades
económicas, em “artes naturais e não-naturais de aquisição”. Ele definiu como
Aquisições Naturais actividades como agricultura, pesca e caça, enfatizando que
tais actividades produzem bens para as necessidades básicas da vida. Já as
Aquisições não-naturais envolvem adquirir bens além da necessidade, situação
que era desaprovada por Aristóteles, assim, correlacionar esse conceito da
Antiguidade com os dias actuais seria compará-los a uma espécie de consumo
desenfreado.
Já
Platão (427-347 a.C.), considerado o principal discípulo de Sócrates, preconiza,
em seu diálogo “A República e as Leis”, sobre a “Cidade-Estado-Ideal”, no qual
abordava um Estado regido por leis e a importância da especialização humana
para o desenvolvimento da sociedade e a convivência harmónica entre os
cidadãos. Essa abordagem, em relação à especialização humana, serviu de
referência para teorias económicas posteriores.
Na
Idade Média a Igreja Católica Romana exerceu grande influência no pensamento
económico, com destaque para as Ideias de São Tomás de Aquino (1225-1274) em
relação ao preço. Ele cunhou o termo “preço justo” como um preço em que nem o
comprador nem o vendedor levam vantagem sobre o outro. Além do mais, a Igreja
se apegava a textos bíblicos para condenar a cobrança de juros, que considerava
como “usura”, nome dado à prática de se cobrar juros excessivos sobre empréstimos
financeiros. A Igreja se baseava no Livro de Génesis, do antigo testamento da
Bíblia, que dizia “comerás teu pão com o suor do teu rosto”. Dessa forma, obter
lucro sem nenhum trabalho era considerado uma afronta aos preceitos católicos
da época, passível de punição.
Diante
do exposto, buscamos neste trabalho apresentar como a economia evoluiu como
ciência e de que forma influenciou a condução das actividades comerciais ao
longo dos séculos, incluindo o período recente, através de suas escolas,
teorias e pensadores.
Para entendermos a
dinâmica económica actual, é imprescindível observar, como estavam organizadas
as sociedades do passado, ou seja, de que forma se dava a relação entre os
agentes económicos[1]
e como as sociedades organizavam as suas actividades de produção e distribuição
de bens. Para isso retornaremos ao período entre os séculos V – XVIII d.C.,
observando como se desenvolveram os três principais sistemas económicos daquela
época: Feudalismo, Mercantilismo e Fisiocracia.
O desenvolvimento da
Economia e, em especial, das actividades comerciais, se intensifica a partir do
século XV d.C., mas, desde o século IV d.C., com a decadência do Império
Romano, a Europa Ocidental, notadamente França, Alemanha, Inglaterra, Países
Baixos, Itália e Rússia, se organizaram em torno de um sistema económico-social
chamado Feudalismo.
A derrocada do
Império Romano e as invasões bárbaras deixaram como consequência cidades pouco
desenvolvidas, o que estimulou a criação de comunidades agro pastoris no
interior dos países, sendo muitas dessas comunidades subordinadas a um reino.
Com base nesse contexto desenvolve-se o Feudalismo, que se caracterizou como
uma sociedade hierarquizada baseada na figura do Suserano (em geral o Rei) e
dos Vassalos (Senhores Feudais).
O Suserano doava
terras aos Vassalos, que retribuíam com trabalho e fidelidade, formando
comunidades de agricultores nas terras recebidas. Assim, o Suserano e os
Vassalos se sustentavam por meio da produção de tais comunidades, e, em troca,
forneciam protecção às comunidades contra os invasores.
A principal unidade
de produção económica era o Feudo[2], que se dividia em três
partes: a propriedade do Senhor Feudal, geralmente representada por um Castelo,
o Manso Servil, terras arrendadas aos camponeses – os servos dos senhores
feudais e o Manso comunal, bosques e florestas de livre uso. A actividade
económica principal era a agricultura e as relações comerciais eram baseadas no
escambo (troca de mercadorias), pois as moedas eram pouco utilizadas e a forma
de produção era rudimentar, baseada no arado puxado por bois. Outra
característica marcante desse modelo era a descentralização do poder, ou seja,
o Vassalo administrava as questões referentes ao seu Feudo e prestava contas ao
Suserano.
O Feudalismo entra em
declínio a partir do século X d.C. devido ao aumento populacional e a baixa
produtividade agrária dos feudos. Na Rússia o sistema perdurou até o século XX
d.C., sendo extinto totalmente na Revolução Russa de 1917.
Apesar do declínio o
sistema feudal conseguiu fortalecer muitas comunidades, que se transformaram em
verdadeiras cidades. Dessa forma, o comércio prosperava para fora das
fronteiras feudais, sobretudo no período compreendido entre os séculos XVI e
XVIII d.C. Alguns fatos corroboraram para essa mudança, dentre os quais: a
descoberta do ouro e sua consequente utilização como moeda o que facilitava as
transacções comerciais. As grandes navegações possibilitaram a descoberta de
novas rotas de comércio e a colonização de novas regiões.
Todos esses factores
levaram à criação de Estados Nacionais, que tinham o Rei como detentor do poder
central, enfraquecendo a influência e o poder dos senhores feudais. Diante
desses fatos, é que emerge o Mercantilismo, com os seguintes dogmas:
─
Acúmulo de Ouro e Prata: Os mercantilistas associavam o grau
de riqueza e desenvolvimento de um país ao montante de ouro e prata que
possuíam. Dessa forma, quanto maior esse montante, mais poderoso e influente
seria o país;
─
Nacionalismo: Os países eram estimulados a manterem uma
Balança Comercial superavitária, ou seja, as exportações de bens deveriam
superar as importações. Na visão mercantilista essa era uma forma de o país
acumular ouro e prata, e de ampliar o seu domínio sobre os outros países.
Imaginavam que o comércio internacional era estático, ou seja, havia
simplesmente a transferência de riquezas entre os países, portanto, para um
país ganhar o outro fatalmente deveria perder;
─
Tributação e restrições: Isenção tributária para
matérias-primas que não podiam ser produzidas internamente e incentivos fiscais
e protecção para bens produzidos dentro do país. Havia muitas restrições às
exportações de matérias-primas, com vistas a manter o custo de produção
relativamente baixo;
─
Colonização: Eram a favor da colonização, pois
acreditavam que mantendo as colónias dependentes do país colonizador haveria
facilidades para importação de matéria-prima a baixo custo e teriam o monopólio
da exportação colonial;
─
Oposição a pedágios: Uma prática muito comum durante o
Feudalismo era a cobrança de pedágios sobre o transporte de mercadorias entre
Feudos. Os Mercantilistas se opunham radicalmente a essa prática, porque
elevaria os custos de produção e reduziria a competitividade das exportações;
─
Forte controle central: Era necessário um forte
intervencionismo estatal, sobretudo, na concessão de privilégios para os
exportadores e uniformização das regras comerciais, pois durante o Feudalismo
cada Feudo criava suas normas, o que era visto pelos mercantilistas como um
entrave para o bom funcionamento da economia;
─
População numerosa e trabalhadora: A abundância de
mão-de-obra manteria baixo o custo com salários, o que permitiria menores
custos de produção. A ociosidade e a mendicância por parte de pessoas aptas
para o trabalho eram passíveis de punição.
Apesar dos exageros,
o modelo mercantilista foi importante na transição de uma economia amonetária
para uma economia monetária, pois, com a intensificação do comércio, a
utilização de novos meios de pagamentos como o dinheiro e a concessão de
crédito foram fundamentais para o funcionamento desse sistema.
2.2 OS GRANDES PENSADORES DA ECONOMIA E SUAS TEORIAS
De forma mais
organizada, a Economia como ciência se fortaleceu no ano de 1776 com o advento
da Teoria Económica Clássica, sendo que todas as teorias posteriores
aprimoraram ou discordaram de seus preceitos. Em suma, se tornou referência
primeira para a compreensão dos fenómenos económicos e, desta forma, partindo
da Teoria Económica Clássica, seguem as contribuições dos principais teóricos
da Economia.
A Teoria Económica
Clássica foi muita influenciada por duas revoluções que ocorreram entre os
séculos XVII e XVIII, a saber: A Revolução Cientifica que teve como precursor
Isaac Newton (1642–1727) que, dentre outras coisas, apresentou uma visão
estática do universo em que os corpos sempre tenderiam ao equilíbrio. Outra
revolução importante que ocorreu paralelamente ao advento da Teoria Económica Clássica
foi a Revolução Industrial no século XVIII, com ênfase na produção industrial,
como factor indutor do crescimento económico. Os principais teóricos da
Economia Clássica foram os seguintes: Adam Smith, Thomas Malthus, David Ricardo
e Jean Baptiste Say.
Considerado o
fundador da escola clássica, nasceu na Escócia, estudou Filosofia, Teologia,
Ciências Morais e Política em Glasgow e Oxford. Durante os seus estudos
conheceu os economistas da Escola Fisiocrata, François Quesnay e Turgot que
despertaram o interesse de Adam Smith pela Economia. No ano de 1776, ele lança
a sua obra-prima, o livro “A Riqueza das Nações: Investigação sobre sua
natureza e suas causas”. O livro retrata os principais fatos que levam as
nações à riqueza, ou seja, como as nações poderiam se desenvolver
economicamente em bases capitalistas, com destaque para os seguintes pontos:
A Divisão do Trabalho: O trabalho deveria
ser sistematizado como forma de ampliar a capacidade de produzir bens e
serviços, o que na prática levava à especialização da mão-de-obra. Ele usava
como exemplo a fabricação de alfinetes, que estaria dividida em dezoito
operações distintas, confiadas a diferentes operários, mas cada operário era
especializado em uma das etapas do processo produtivo e trabalhava de forma
sequencial. Na visão de Smith, esse modelo ampliava a produtividade na medida em
que o trabalhador se especializava em seus ofícios. Mas Smith enxergava um
risco nesse processo: O fato de executar uma tarefa repetitiva poderia com o
tempo impedir o desenvolvimento intelectual dos trabalhadores;
A Harmonia dos
interesses e o governo limitado: Ressaltava que os participantes da economia
tendem a ir atrás de seus próprios interesses como guiados por uma mão
invisível, conforme se observa em um trecho extraído de seu livro “Não é da
benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que nós esperamos nosso
jantar, mas da consideração de seu próprio interesse”. Na prática, cada
indivíduo na busca de seus próprios objectivos, seja ele empresário ou
trabalhador, acabaria por beneficiar toda a economia, estimulando a
competitividade entre os agentes económicos. Smith elabora sua teoria tendo
como base um ambiente de concorrência. Neste sentido, criticava duramente o
Mercantilismo que criava entraves para o comércio entre as nações, pois
entendia que os países poderiam enriquecer-se através da parceria comercial, ou
seja, defendia o livre comércio em âmbito internacional.
Em suma, Adam Smith
baseou sua teoria na divisão do trabalho e na defesa do liberalismo económico,
como factores que de fato promoveriam a riqueza das nações.
Inglês e teórico
controverso, sacerdote da Igreja Anglicana[3], pois suas teses
apresentavam algumas divergências em relação a outros precursores da Escola Clássica,
mas as contribuições de Malthus perduram até os dias de hoje, com destaque para
as seguintes teorias:
Teoria da População: Malthus publicou em
1798 “Um Ensaio sobre o princípio da População”, após observar que a Revolução
industrial e a crença mercantilista de necessidade de uma população numerosa
fizeram aumentar as desigualdades e a miséria, desta forma, ele apresentou a
sua famosa Lei da População e dizia “Quando não controlada, a população aumenta
em uma progressão geométrica, enquanto, os meios de subsistência aumentariam na
melhor das hipóteses em progressão aritmética” (Thomas Malthus, 1798). Desta
forma, a cada 25 anos a população dobraria de tamanho, ao passo que, os meios
de subsistência (alimentos) aumentariam no máximo em 25%. Malthus observou que
dois fenómenos contribuíam para tal fato: a chamada Lei dos Pobres de 1795 que
garantia uma renda mínima aos pobres independentemente dos seus ganhos e a Lei
dos Cereais de 1813, que impunha dificuldades a importação de grãos.
Referente à Lei dos
Pobres, Malthus era contra a ajuda do governo aos pobres, pois entendia que a
pobreza era um castigo divino e o governo nada poderia fazer contra isso. A
oposição de Malthus em relação às duas leis, dos Pobres e dos Cereais, seguia uma lógica económica, pois, a renda
adicional fornecida aos pobres, e a proibição de importar grãos, encareceria o
preço dos alimentos, porque levaria a uma maior demanda dos pobres por
alimentos associada a uma oferta limitada de grãos, tais fatos acabariam por
gerar aumento dos salários e, consequentemente inflação, o que seria danoso
para toda a sociedade.
Teoria da Superprodução: Entendia que os
trabalhadores através dos salários não eram capazes de demandar todos os
produtos produzidos, portanto, defendia que os produtores demandassem bens de
capital8 como forma de ampliar a capacidade consumidora da economia e criar
demanda para os excedentes de produção. Portanto, vale destacar que Malthus
contribuiu significativamente através de suas teorias para o entendimento das
questões pertinentes ao crescimento populacional e o seu impacto no
desenvolvimento económico.
David Ricardo actuava
no mercado financeiro londrino desde os 14 anos de idade. Apesar de a Escola
Clássica ter Adam Smith como o primeiro precursor, foi David Ricardo que
difundiu fortemente os dogmas Clássicos com algumas contribuições pessoais com
destaque para as seguintes: O Valor dos bens decorre simultaneamente do
trabalho humano e do capital técnico: Para produzir bens e serviços um
factor fundamental era o trabalho o que Ricardo chamava de “Trabalho Incorporado”.
Esse por sua vez, reunia o “Trabalho Directo”, a mão-de-obra propriamente dita,
e o “Trabalho Indirecto”, contido nas máquinas e equipamentos utilizados pelos
trabalhadores;
A Troca Internacional
é benéfica para todas as nações: Devido às imposições da Lei dos Cereais que
impunha entraves à importação de Grãos, Ricardo percebeu que a abertura do
comércio poderia ser benéfica para a Inglaterra, contribuindo para a redução do
preço dos grãos, pois ampliaria a oferta. Tendo como referência as idéias de livre-concorrência
propostas por Adam Smith, entendia que o livre comércio seria benéfico para
todas as nações, pois o país exportaria aquele bem em que possuía vantagens
produtivas e importaria os bens, cuja produção era mais custosa. Para tanto,
era necessário que houvesse abertura comercial entre os países.
Percebe-se que David
Ricardo apresentou propostas importantes que visavam o bom funcionamento da
economia e muitas dessas ideias permanecem vivas até os dias de hoje.
Francês responsável
por popularizar o liberalismo de Adam Smith na França, mas ficou
temporariamente ofuscado, pois Napoleão Bonaparte não era entusiasta das ideias
liberais advindas da Teoria Clássica.
A grande contribuição
de Jean Baptiste Say foi a chamada “Lei dos Mercados”. Para Say, o valor dos
bens era formado por todos os recursos utilizados em sua produção, notadamente,
trabalho que seria mensurado pelo custo com salários, capital medido pela taxa
de lucro e a renda da terra. Ao se consolidar essas três variáveis seria
constituído o valor de um bem. Assim como os demais clássicos, entendia que o
preço final dos produtos seria definido pelos custos de produção.
A Teoria clássica foi
o ponto de partida para desenvolvimento da Economia como ciência. Praticamente
todas as postulações posteriores, tiveram como pano de fundo aprimoramentos ou
questionamentos de sua eficácia. Para tanto, vale observar algumas
contribuições, com destaque para os pressupostos de Karl Marx, Alfred Marshall,
Jonh Maynard Keynes, Joseph Alois Schumpeter e Milton Friedman.
Marx nasceu em Trier,
Alemanha. Estudou direito e filosofia. Propunha, sobretudo, uma reforma dos
preceitos clássicos, pois acreditava que o modelo apresentava muitas
contradições e que inevitavelmente seria substituído pelo socialismo. As principais
críticas e considerações de Marx eram as seguintes:
Divisão do Trabalho: Modelo proposto por
Adam Smith para ampliar a capacidade produtiva das Indústrias, usando como
exemplo a produção de Alfinetes, Marx entendia que essa divisão sujeitava o
trabalhador à máquina e às imposições do empresariado, praticamente
excluindo-os do corpo social;
Marx apresentou
algumas contribuições interessantes sobre a renda obtida pela utilização
produtiva da terra, que ele chamou de Renda Fundiária, pois com a transição em
especial na Inglaterra de uma economia agrária para uma economia industrial era
comum o processo de arrendamento de terras. Ele observa que as terras poderiam
gerar um diferencial em termos rendimento, que ele chamou de Renda Diferencial
I: (Terras mais férteis e melhores localizadas, ou seja, próximas de um centro
consumidor proporcionaria um rendimento mais elevado) e Renda Diferencial II:
(Aplicações sucessivas de capital elevaria a produtividade das terras agrícolas
tornando-as mais rentáveis).
Inglês, filho de um
funcionário do Banco da Inglaterra, é conhecido como a principal figura da
chamada Economia Neoclássica, ou seja, novos clássicos, responsáveis por
aprimorarem os preceitos da Teoria Económica Clássica.
As principais
contribuições: Atribuía um papel importante à demanda no processo de formação
de preços e do equilíbrio de mercado, enquanto, os clássicos tendiam a analisar
a economia pelo lado da oferta. Ressaltava que, à medida que um indivíduo
ampliava o consumo de um determinado bem, este tenderia a se tornar menos útil,
e, consequentemente, teria seu preço reduzido, mas ressaltava que esta
utilidade estava ligada à disponibilidade e à importância do bem para
atendimento das necessidades humanas.
Por fim, vale
ressaltar que Marshall atribuiu um papel importante à taxa de juros no processo
produtivo, pois à medida que houvesse uma redução da taxa de juros o
investimento em bens de capital seria estimulado, ampliando a capacidade produtiva
da economia, e, ocorrendo redução de tal capacidade, à medida que houvesse uma
elevação da taxa de juros, o que levaria o empresário a investir em opções mais
rentáveis.
Nasceu em Cambridge.
É considerado como um reformista do sistema capitalista e, frequentemente
citado como o maior economista do século XX. Apesar de suas idéias terem
originado um novo segmento na Teoria Económica, chamado de Keynesianismo, teve
como uma de suas principais referências, o Neoclássico Alfred Marshall. Keynes
ganhou notoriedade ao explicar com detalhes as causas da crise de 1929 e propor
soluções para ela.
O mundo capitalista
até o ano de 1929, com destaque para a Inglaterra e os Estados Unidos, vivia
sobre a tutela da Teoria Económica Clássica, ou seja, baixa intervenção estatal
nos processos económicos com ênfase na livre concorrência de mercado e produção
em larga escala. Keynes explicou de forma didáctica que a principal causa da
crise de 1929 fora o excesso de produção em ritmo superior à capacidade
aquisitiva dos agentes económicos. Dentre todos os dogmas de Keynes destacam-se
os seguintes:
Orientação pela
Demanda:
A Lei de Say preconiza que toda a oferta criaria sua própria demanda. Com a
crise de 1929, essa afirmativa cai por terra e Keynes afirma que a capacidade
produtiva da economia deveria ser guiada pela demanda efectiva dos agentes
económicos;
Instabilidade na
Economia:
Keynes afirmava que a economia, independente do modelo seguido, estaria sujeita
a crises. Dessa forma, haveria momentos de crescimento económico elevado,
precedidos de retracção económica. A retracção seria uma forma de ajuste, que
seria motivada pela expectativa de queda da taxa de retorno dos empresários;
Intervenção
Governamental:
Keynes entendia que em momentos de crise, o governo deveria intervir na
economia por meio de políticas fiscais e monetárias activas, com vistas a
reorganizar a capacidade produtiva da economia.
Nasceu na província
austríaca da Morávia, hoje uma região da República Tcheca e estudou direito e
economia da Universidade de Viena. Era um economista de preferência
diversificada, pois se utilizava de ensinamentos da escola neoclássica e alguns
pensamentos de Karl Marx, apesar da aversão às suas doutrinas, ao mesmo 15
tempo, em que discordava de Keynes e David Ricardo. As grandes contribuições de
Schumpeter foram as seguintes:
O Empreendedor é o
revolucionário da Economia: Atribuiu um papel fundamental ao empreendedor como o
agente fomentador do desenvolvimento económico, pois em sua visão, ele é o
indivíduo que busca transformar o seu empreendimento em um negócio vitorioso e
que a taxa de lucro seria apenas uma consequência deste sucesso;
Inovação: Segundo Schumpeter
a inovação é a mola propulsora da actividade empreendedora. Esta inovação
difundida por Schumpeter apresentava algumas características dentre as quais:
criação de novos produtos, introdução de novos métodos de produção, abertura de
novos mercados e descoberta de novas fontes de matérias-primas. Para Schumpeter
a decadência da actividade empreendedora e dos processos de inovação poderia
levar a queda do sistema capitalista.
Nasceu em Nova York e
estudou em Chicago e Colômbia. Foi agraciado com o Nobel de Economia em 1976.
Era adepto do liberalismo económico, mas as suas principais contribuições foram
sobre a importância do papel da moeda na economia, com destaque para o seguinte
preceito:
A Inflação e a
recessão são fenómenos monetários: Quando a massa monetária supera a
capacidade produtiva da economia, esse fenómeno irá gerar inflação; ao
contrário, quando a disponibilidade de moeda for inferior a capacidade produtiva,
a economia entrará em recessão[4].
A partir dos anos
1970, a teoria económica veio apresentando algumas transformações, após as duas
crises do petróleo. Três características marcam esse período: uma consciência
maior das limitações e possibilidades de aplicações da teoria; avanço no
conteúdo empírico da economia; e o desenvolvimento da informática, que permitiu
um processamento de informações em volume e precisão sem precedentes.
O desenvolvimento da
informática permitiu um processamento de informações em volume e precisão sem
precedentes. A Teoria Económica passou a ter um conteúdo empírico que lhe
conferiu uma aplicação prática maior. Por um lado, isso permite um
aprimoramento constante da teoria existente; por outro, abre novas frentes
importantes. Todo o corpo teórico da economia avançou consideravelmente.
Actualmente a análise
económica engloba quase todos os aspectos da vida humana, sendo que o impacto
desses estudos na melhoria do padrão de vida e do bem-estar de nossa sociedade
é considerável. O controlo e o planeamento macroeconómico nos permitem
antecipar muitos problemas e evitar algumas flutuações desnecessárias.
Hoje, a teoria
económica caminha em muitas direcções, a exemplo da área de finanças
empresariais, que era basicamente descritiva, com um baixo conteúdo empírico. A
incorporação de algumas técnicas, econometrias, conceitos de equilíbrio de mercados
e hipóteses sobre o comportamento dos agentes económicos revolucionou a teoria
de finanças e essa revolução se fez sentir também nos mercados financeiros, com
a explosão recente dos chamados mercados futuros e de derivativos.
Desde os primórdios,
a Economia enquanto actividade, vem se adequando às circunstâncias. Durante a
idade média, o Feudalismo com o seu método de produção comunitário foi a lógica
por muitos séculos. Posteriormente na idade moderna os modelos mercantilistas e
fisiocratas prevaleceram, sendo que, este enfatizava a produção agrícola, e,
aquele, o comércio internacional.
Entre o século XVIII
e inicio do século XX a teoria económica clássica ditou os rumos do processo
produtivo, enfocando que o sucesso económico de uma nação estava pautado nos
princípios da livre concorrência, tendo neste período, os seus dogmas
questionados por Karl Marx que profetizou a derrocada dos preceitos capitalistas
da teoria clássica. Com a crise de 1929, a teoria económica convencional foi
renovada por Jonh Maynard Keynes, que propôs um papel mais activo do estado no
processo económico. Outros economistas importantes como Schumpeter, que avaliou
o papel do empreendedor e da inovação, e Friedman, que abordou sobre o controle
monetário como variável fundamental para o bom funcionamento da economia, foram
fundamentais para compreensão dos fenómenos económicos.
Por fim, há de se
destacar que a economia é uma ciência mutável, pois inicialmente se preocupava
com as questões domésticas. Com o passar do tempo o foco estava no processo de
produção e distribuição de bens e, actualmente, se preocupa com o emprego
eficaz dos recursos, que são escassos. Portanto, a economia como ciência
social, se fundamenta no dinamismo das actividades económicas, e, como em um
processo de “selecção natural”, se adequa às circunstâncias, com vistas a
atender as necessidades humanas, que é a sua própria razão de existir.
ARAÚJO. C.R.V. História do Pensamento
Económico: uma abordagem introdutória. S. Paulo, 2001.
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muito especifico gostei tanto continue assim
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