INTRODUÇÃO
Óptica é a
parte da Física que estuda a luz e os fenómenos luminosos. Seu desenvolvimento
se deu a partir da publicação da Teoria Corpuscular da Luz, por Isaac Newton,
teoria que admitia que a luz era formada por um feixe de partículas. A Luz é
uma onda electromagnética e sua velocidade no vácuo é de aproximadamente 3,0 x
105.
A óptica
explica os fenómenos da reflexão, refracção e difracção, que veremos a seguir,
assim como a óptica geométrica e a visão humana.
REFLEXÃO DA LUZ
Reflexão
é um fenômeno físico no qual ocorre a mudança da direção de propagação da luz
(desde que o ângulo de incidência não seja de 90°). Ou seja, consiste no
retorno dos feixes de luz incidentes em direção à região de onde ela veio, após
os mesmos entrarem em contato com uma determinada superfície refletora. O
Espelho (do latim speculum ) é uma superfície que reflete um raio luminoso em
uma direção definida, e possui o tipo plano e o esférico.
ESPELHO PLANO
O
espelho plano se caracteriza por apresentar uma superfície plana e polida, onde
a luz que é incidida reflete de forma regular. Para obter um bom grau de
reflexão, é necessário que a variação do poder refletor com o ângulo de
incidência do espelho seja a menor possível. O exemplo mais comum de espelho
plano é o vidro, que permite a formação de imagens nítidas.
Quando
estendemos o braço direito, por exemplo, na frente de um espelho, a imagem
refletida estenderá o braço esquerdo, ou seja, refletindo ao contrário. Esse
fenômeno é chamado de enantiomorfismo e é uma das características da reflexão
de imagens em espelhos planos.
Características:
-
enantiomorfismo
- a imagem
refletida tem o mesmo tamanho do objeto;
- cada objeto
corresponde a uma imagem;
- imagem e
objeto não se sobrepõem.
Ainda
podemos afirmar que no caso dos espelhos planos, o raio incidente, o raio
refletido e a normal à superfície se situam no mesmo plano e o ângulo de
reflexão e o de incidência possuem a mesma medida.
ESPELHO ESFÉRICO
Com
grande aplicação no dia a dia, o espelho esférico é uma calota esférica que
possui uma de suas partes polida e com alto poder de reflexão. Esse espelho
pode ser classificado de acordo com a superfície refletora. Se essa for
interna, o espelho é côncavo; e se a superfície refletora é a externa, o
espelho é convexo. Podemos representar essas duas classificações de espelhos
esféricos da seguinte forma:
Os
espelhos esféricos, tanto côncavos quanto convexos, são muito utilizados em
nosso cotidiano. Nos estojos de maquiagem, nos refletores atrás das lâmpadas de
sistema de iluminação e projeção (lanternas e faróis, por exemplo), nas
objetivas de telescópios, etc., são utilizados os espelhos esféricos côncavos.
Já os espelhos esféricos convexos são utilizados, por exemplo, em retrovisores
de automóveis.
As
imagens fornecidas por esses espelhos são sensivelmente distorcidas em relação
aos objetos correspondentes. Essas distorções são chamadas de aberrações de
esfericidade.
Características:
a) espelho
côncavo
b) espelho
convexo
C é o centro
de curvatura;
R é o raio da
curvatura do espelho;
CV é o eixo
principal do espelho;
F é o foco do
espelho;
V é o vértice
do espelho.
Como
se percebe, as características descritas acima se aplicam tanto a espelhos
côncavos quanto a espelhos convexos.
REFRAÇÃO DA LUZ
A
refração é o fenômeno que ocorre com a luz quando ela passar de um meio
homogêneo e transparente para outro meio também homogêneo e transparente, porém
diferente do primeiro. Nessa mudança de meio, podem ocorrer mudanças na
velocidade de propagação e na direção de propagação.
LENTES
Lente
é um elemento que atua por refração, introduzindo descontinuidades no meio em
que a luz se propaga inicialmente, e que reconfigura a distribuição da energia
transmitida, independente da frequência da luz, isto é, tanto no ultravioleta
como no domínio óptico, infravermelho, micro-ondas, ondas, rádio ou mesmo ondas
acústicas. A forma da lente irá depender do tipo de reformatação da onda
luminosa que se deseja.
A
lente esférica é muito usada em nosso quotidiano, sendo que a encontramos em
diversos equipamentos, como nos óculos, nas câmeras fotográficas, nos
projetores de imagem, na lupa, na luneta etc. A lente é usada basicamente para
formar imagens de diferentes objetos.
LENTES ESFÉRICAS DIVERGENTES
Em
uma lente esférica com comportamento divergente, a luz que incide paralelamente
entre si é refratada, tomando direções que divergem a partir de um único ponto.
Tanto lentes de bordas espessas como de bordas finas podem ser divergentes,
dependendo do seu índice de refração em relação ao do meio externo.
O
caso mais comum é o que a lente tem índice de refração maior que o índice de
refração do meio externo. Nesse caso, um exemplo de lente com comportamento
divergente é o de uma lente bicôncava (com bordas espessas):
Já
o caso menos comum ocorre quando a lente tem menor índice de refração que o
meio. Nesse caso, um exemplo de lente com comportamento divergente é o de uma
lente biconvexa (com bordas finas):
Características:
São
mais espessas nas bordas do que no centro. Quando atingidas por raios
paralelos, elas os fazem divergir, ou seja, abrir-se como um leque. As lentes
de óculos para miopia, assim como os olhos-mágicos instalados nas portas, são
lentes divergentes.
LENTES ESFÉRICAS CONVERGENTES
Em
uma lente esférica com comportamento convergente, a luz que incide
paralelamente entre si é refratada, tomando direções que convergem a um único
ponto. Tanto lentes de bordas finas [delgadas] como de bordas espessas
[grossas] podem ser convergentes, dependendo do seu índice de refração em
relação ao do meio externo.
O
caso mais comum é o que a lente tem índice de refração maior que o índice de
refração do meio externo. Nesse caso, um exemplo de lente com comportamento
convergente é o de uma lente biconvexa (com bordas finas):
Já
o caso menos comum ocorre quando a lente tem menor índice de refração que o
meio. Nesse caso, um exemplo de lente com comportamento convergente é o de uma
lente bicôncava (com bordas espessas):
Características:
São
mais espessas no centro do que nas bordas. São assim chamadas porque fazem
convergir para um ponto os raios luminosos paralelos que as atravessam. São
convergentes as lupas e as lentes de óculos para hipermetropia.
ÓPTICA GEOMÉTRICA
Estuda
os fenômenos luminosos baseados em leis experimentais, que são explicados sem
que haja necessidade de se conhecer a natureza física da luz. Usa como
ferramenta de estudo a geometria.
Princípios da Óptica Geométrica
- Lei da
Propagação Retilínea da Luz
Nos meios
homogêneos e transparentes - luz se propaga em linha reta
- Lei da
Independência dos Raios Luminosos
Raios
luminosos se cruzam - cada um deles segue seu trajeto como se os outros não
existissem.
RAIOS DE LUZ
Linhas
que representam a direcção e o sentido de propagação da luz.
Pincel Luminoso - é um
conjunto de raios de luz, que possui uma abertura relativamente pequena entre
os raios.
Feixe Luminoso – é o
conjunto de raios luminosos, cuja abertura entre os raios é relativamente
grande.
Os Feixes e
Pincéis Luminosos podem ser classificados em:
• Cónico
divergente
Os raios
luminosos partem de um único ponto (P) e se espalham.
• Cónico
convergente
Os raios
luminosos se concentram em um único ponto.
• Cilíndrico
Os raios
luminosos são todos paralelos entre si. Nesse caso a fonte de luz encontra-se
no infinito, e denomina-se fonte imprópria.
Fontes de Luz
São corpos
capazes de emitir luz, seja ela própria ou refletida. São classificadas em:
• Fontes de
luz Primárias - emitem luz própria. Elas podem ser:
- Incandescentes: emitem luz a altas
temperaturas.
Ex: O Sol, a
chama de uma vela e as lâmpadas de filamento.
- Luminescentes: Quando emitem luz a
baixas temperaturas. As fontes de luz primária luminescentes poder ser
fluorescentes ou fosforescentes.
- Fluorescentes: emitem luz apenas
enquanto durar a acção do agente excitador.
Ex: Lâmpadas
fluorescentes.
- Fosforescentes: emitem luz por um certo
tempo, mesmo após ter cessado a acção do excitador. Nessas fontes de luz a
energia radiante provém de uma energia potencial química.
Ex:
Interruptores de lâmpadas e ponteiros luminosos de relógios.
• Fontes
Secundárias - emitem apenas a luz recebida de outros corpos.
Ex: Lua,
cadeiras, roupas, etc.
Eclipses
É um fenómeno
que se pode observar da Terra que tem origem através da formação da sombra e
penumbra. Envolve o Sol, a Lua e a Terra, podendo se manifestar de duas formas,
eclipse solar e eclipse lunar.
- Eclipse Solar: sombra e penumbra da Lua
são projectadas na superfície da Terra e isso dará origem ao eclipse, que pode
ser total ou parcial. O eclipse será total para observadores que estiverem na
região da sombra e parcial para observadores que estiverem na região de
penumbra.
- Eclipse Lunar: a luz
solar quando tangencia a Terra faz com que uma sombra seja formada na parte de
trás da Terra, denominada sombra da Terra. Quando a lua entra nessa região, os
observadores na Terra não conseguem mais enxergá-la, dizemos então que ocorreu
um eclipse lunar.
Sombras e Penumbras
São
evidências da propagação rectilínea da luz e explicadas de forma simples e objectiva
pela óptica geométrica, que é um ramo da física que estuda os fenómenos
luminosos e suas aplicações. O princípio da propagação rectilínea da luz diz
que em um meio homogéneo e transparente, como o ar, a luz se propaga em linha recta.
Uma das consequências ou aplicações desse comportamento da luz é a formação de
sombra e penumbra, que se dá quando a luz encontra em seu caminho um objecto
opaco (todo objecto que não permite a propagação da luz através de si).
O que
determinará a formação de sombra ou penumbra será o tipo de fonte de luz, que
pode ser uma fonte pontual ou extensa, vamos distinguir os dois casos:
- Fonte
pontual (fonte de luz com dimensões pequenas em relação ao que vai iluminar):
Na figura 1,
temos uma fonte pontual F e uma esfera opaca E.
Uma fonte
pontual F emite luz em todas as direcções. A esfera opaca E não permite que a
luz se propague e dessa forma os raios luminosos não atingem a região atrás da
esfera. Essa região não iluminada é denominada sombra.
Observe que a
fonte F é pequena quando comparada às dimensões da esfera E, por isso dizemos
que ela é uma fonte pontual ou puntiforme. Observando a figura, nota-se que
sombra é uma região onde há ausência de luz e ocorre quando a fonte luminosa é
pontual.
- Fonte
extensa (fonte de luz com dimensões consideráveis em relação ao que vai
iluminar):
Agora
considere na figura 2 uma fonte de luz F extensa.
Com a fonte de
luz extensa, pode-se observar na figura que existe uma região atrás do objecto
opaco que recebe uma pequena intensidade de luz da fonte, não sendo totalmente
escura, esta é denominada penumbra.
Logo, penumbra
é uma região parcialmente iluminada e ocorre quando se tem uma fonte de luz extensa.
A fonte de luz e a esfera têm dimensões semelhantes e são quase do mesmo tamanho.
Por isso, diz-se que a fonte é extensa.
VISÃO HUMANA
Partes do Olho:
Cristalino:
parte frontal do olho que funciona como uma lente convergente, do tipo
biconvexa. Pupila: controla a quantidade de luz que penetra no olho. Retina: é
a parte sensível à luz, onde são projectadas as imagens formadas pelo
cristalino e enviadas ao cérebro. Músculos ciliares: comprimem convenientemente
o cristalino, alterando a distância focal.
Anomalias e suas correcções:
Miopia: consiste em
um alongamento do globo ocular.
Nesse caso há
um afastamento da retina em relação ao cristalino, fazendo que a imagem seja
formada antes da retina, tornando-a não nítida. Para o míope, o ponto próximo,
que é o ponto onde a imagem é nítida, está a uma distância finita, maior ou
menor, conforme o grau da miopia. O míope tem grandes dificuldades de enxergar objectos
distantes.
Correcção: feita comummente
com a utilização de lentes divergentes. Ela fornece, de um objecto impróprio (objecto
no infinito), uma imagem virtual no ponto remoto do olho. Essa imagem se
comporta como objecto para o cristalino, produzindo uma imagem final real exactamente
sobre a retina.
À Esquerda,
esquema do olho míope. À direita, visão do míope.
Hipermetropia:
é um defeito oposto à miopia, ou seja, aqui existe uma diminuição do globo
ocular. Nesse caso a imagem de objectos próximos é formada além da retina,
fazendo aquelas imagens não sejam formadas com nitidez.
Correcção: através da
utilização de uma lente convergente. Tal lente convergente deve fornecer, de um
objecto real, situado em um ponto próximo do olho, uma imagem que se comporta
como objecto real para o olho, dando uma imagem final nítida.
À esquerda,
esquema do olho do Hipermétrope. À direita, a visão do hipermétrope
Astigmatismo: as superfícies que compõem o
globo ocular apresentam diferentes raios de curvatura, ocasionando uma falta de
simetria de revolução em torno do eixo óptico.
Correcção: é feita com a
utilização de lentes cilíndricas capazes de compensar tais diferenças entre os
raios de curvatura.
Visão com
astigmatismo
Presbiopia: semelhante à
hipermetropia, que ocorre com o envelhecimento da pessoa, ocasionando o
relaxamento dos músculos.
Porém,
se a acomodação muscular for muito grande, o presbíope também terá problemas de
visão a longa distância, uma vez que com a aproximação do ponto remoto, o
problema se torna semelhante ao da miopia.
Correcção: utilização de
lentes bifocais (convergentes e divergentes).
Estrabismo:
desvio do eixo óptico do globo ocular.
Correcção: é
feita com o uso de lentes prismáticas.
CONCLUSÃO
Como vimos, a
óptica está muito presente no nosso quotidiano, e sempre fazemos uso de suas
leis e propriedades, mesmo não percebendo, como quando dirigimos e usamos o
espelho retrovisor, ou quando nos maquiamos pela manhã, quando procuramos um
oftalmologista para analisar um desconforto na visão, quando observamos os
famosos eclipses, quando usamos um binóculo ou um microscópio e etc.
Por isso é
importante aprender a óptica, para que entendamos mais sobre o meio que nos
cerca e compreender sobre os “mistérios” da física, que por esforço de
estudiosos, há muitos anos, deixaram de ser mistérios, e passaram a se chamar
óptica.
REFERÊNCIAS
CAVALCANTE,
Kléber. Óptica Geométrica. Disponível em Acesso em: 13 out. 2013
AUGUSTO,
Nathan. Sombras. Disponível em Acesso em 12 out. 2013
CAVALCANTE,
Kléber. Anomalias da visão. Disponível em Acesso em 11 out. 2013
HALLIDAY,
RESNICK & WALKER, Fundamentos de Física, vol. 4, 8ª edição. Espelhos.
Disponível em Acesso em 12 out. 2013
ALMEIDA,
Frederico. Espelhos. Disponível em Acesso 10 out. 2013
Autor não
identificado. Reflexão da Luz. Disponível em Acesso 11 out. 2013
Gostei muito do artigo.
ResponderExcluirGostei de mais deste artigo
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