DEDICATÓRIA
Dedicamos esse trabalho á todas as pessoas que
contribuíram para que o mesmo pudesse ser impresso, também dedicamos a todas as
mães adolescentes que foram o nosso objectivo da nossa pesquisa.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a nossa querida Professora ________________
que nos deu a chance de fazer esse maravilhoso trabalho e nos proporcionou mais
entendimento sobre o assunto relacionado. Agradecemos também a todos que nos
ajudaram directamente ou indirectamente nesse trabalho.
RESUMO
O objetivo desta pesquisa vem a se esclarecer a gravidez
precoce está se tornando cada vez mais comum na sociedade pois os adolescentes
estão iniciando a vida sexual mais cedo.pois há também problemas emocionais,
sociais, entre outros Uma jovem de 14 anos, por exemplo, não está preparada
para cuidar de um bebê, muito menos de uma família.O prazer momentâneo que os
jovens sentem durante a relação sexual transforma-se em uma situação
desconfortável quando descobrem a gravidez.Com isso, entramos em outra
polêmica, o de mães solteiras, por serem muito jovens os rapazes e as moças não
assumem um compromisso sério e na maioria dos casos quando surge a gravidez um
dos dois abandona a relação sem se importar com as consequências. Por isso o
número de mães jovens e solteiras vem crescendo consideravelmente. A mãe
adolescente tem maior morbidade e mortalidade por complicações da gravidez,
parto e puerpério. A taxa de mortalidade é duas vezes maior que entre gestantes
adultas.
A mãe adolescente também apresenta com maior frequência, sintomas
depressivos no pós-parto. As complicações psicossociais relacionadas à gravidez
na adolescência são, em geral, mais importantes que as complicações físicas. A
interrupção dos estudos, e suas consequências futuras como: empregos menos
remunerados, dependência financeira dos pais ou do companheiro por mais tempo,
é importante fato a ser levado em consideração, inclusive pelo médico que está
fazendo o pré-natal. Essa interrupção, em geral, acontece em adolescentes com
história prévia de mau desempenho escolar
Em pesquisa, o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), divulgou dados sobre gravidez na adolescência e comentou
fatores que contribuem para estes números expressivos. O alto índice está na
faixa etária entre 15 e 19 anos, com mais de 400 mil casos registrados.
É importante que quando diagnosticada a gravidez a
adolescente comece o pré-natal, receba o apoio da família, em especial dos
pais, tenha auxílio de um profissional da área de psicologia para trabalhar o
emocional dessa adolescente. Dessa forma, ela terá uma gravidez tranqüila, terá
perspectivas mais positivas em relação a ser mãe, pois muitas entram em
depressão por achar que a gravidez significa o fim de sua vida e de sua
liberdade
Palavras Chaves: Gravidez, Mãe, bebé
OBJECTIVOS
DA PESQUISA
OBJECTIVO GERAL:
Compreender o processo de construção do projeto de
pesquisa da disciplina de Metodologia cientifica . Com a disponibilidade de
informações, no contexto social, dos problemas gerados pela gravidez precoce .
OBJECTIVOS
ESPECÍFICOS:
Conhecer as causas da gravidez precoce entre adolescentes
(12 a 15 Anos)
Identificar as Dificuldades econômicas e Familiar.
INTRODUÇÃO
Falar da adolescência resulta uma questão apaixonante
quanto complicada e delicada. Como momento de transição importante entre a
infância e a juventude conserva aspectos pertencente a um e a outro estágio no
desenvolvimento humano; ainda não têm uso de razão, mas também não se carece
dela, sói se dizer, e nisso radica uma das maiores dificuldades para a uma
educação e orientação correctas. Requer-se assim, tacto pedagógico bem como
conhecimentos profundos sobre as qualidades e problemas normais pelos que
atraviesa, que implica saber sobre as particularidades fisiológicas,
psicológicas proprias da etapa.
Por vezes observa-se que uma criança com determinados
valores e características da sua personalidade muda grandemente na etapa
adoslescente e que mais tarde volta a mudar numa espécie de recuperaçaõ de
certo jeito que parecía já perdido. Tem a ver com adolescencia e são questões
necessárias de ser sabidas por pais e professores. Nesse sentido é tão decisiva
a adolescência que de ser manejada sem os cuidados correspondentes poderia
resultar fatalmente influente para a formação futura e para os relacionamentos
da pessoa com familiares e com colegas e outros componentes do meio social.
O presente estudo, representa um esforço mais da síntese
e reflexão em torno de diversos problemas no seio dos adolescentes, com
gravidez indesejada que dão origem assim a desistência por parte de muitos
alunos no decorrer do ano lectivo, bem como a morte pela prática do aborto,
assim como mortes pós e pré – parto.
Alguns estudos mostram que em Angola as relações sexuais
iniciam entre 11 e 12 anos de idade, fazendo com que muitos adolescentes
engravidem antes de atingir a idade adulta. Uma sexualidade muito alta com 75%
de adolescentes sexualmente activos, alta frequência de gravidez na
adolescência dos 14 – 17 anos de idade, 37% das raparigas já tinham engravidado
e 17% dos rapazes tinham consciência de ter engravidado uma rapariga. Alta
incidência de abortos de risco, 50% das adolescentes grávidas abortou e 79% desses
abortos foram provocados ou induzidos (FNUAP, 2002).
Uma das razões do casamento precoce entre adolescentes
tem sido a gravidez indesejada. O casamento precoce aliado à gravidez traz como
consequência a interrupção dos estudos na adolescente. Traz também um
afastamento do mundo dos jovens, já que as responsabilidades duma casa, duma
criança, aliadas às dificuldades financeiras acabam por dificultar o
envolvimento com os antigos grupos de jovens e transformam os adolescentes,
inevitável e bruscamente num semi-adulto.
As jovens que assumem a gravidez sozinhas enfrentam ainda
mais dificuldades de carácter financeiro e psicológico, para além das
responsabilidades duma nova vida intra-uterina numa etapa em que o seu próprio
organismo não está totalmente desenvolvido. Como resultante desta situação,
surge, muitas vezes o abandono do filho, a entrega para adopção ou a alguém da
família.
CAPÍTULO I GRAVIDEZ
PRECOCE. CIÊNCIA E CONSCIÊNCIA DO PROBLEMA
1. SEXUALIDADE E
ADOLESCÊNCIA
A adolescência é um período no que se experimentam
importantes mudanças a nível biológico, psicológico e social. Durante esta
etapa é comum o aumento do interesse pelo sexo e o início das primeiras
relações sexuais. Para que esta primeira relação possa se considerar saudável,
deve cumprir alguns requisitos: a) prevista com antecipação; b) desejada por
ambos membros do casal; c) com protecção ante riscos de embaraços não desejados
e de doenças de transmissão sexual (DTS), e d) desfrutada, resultando
gratificante para os dois (Mitchel y Wellings, 1998). Estes autores pediram a
um grupo de jovens de 16 a 29 anos que lhes relataram sua primeira experiência
sexual. Grande parte deles reconheceu que sua primeira relação foi totalmente
inesperada. Em esta línha, (Loewensteim e Frustenberg 1991) estimaram que em
uma amostra de mil pessoas, 65% não tinha previsto sua primeira relação sexual.
Esta circunstância, que se dá também entre os adolescentes espanhóis (López,
1995), faz muito improvável a adopção de medidas protectoras.
Segundo o último informe sobre a epidemia do SIDA
(ONUSIDA, 2002), quase a metade das novas infecções se dão em jovens entre os
15 e os 24 anos. Para poder realizar intervenções preventivas eficazes, é
preciso conhecer as variáveis que originam e mantêm as condutas de risco dos
adolescentes.
Em continuação se descrevem os principais aspectos que
caracterizam as relações sexuais na adolescência, como a idade de inicio, o
tipo de relações, o número de companheiros sexuais, ou os conhecimentos sobre
os riscos associados.
Como média, o primeiro contacto sexual dá-se em torno dos
16 anos (Bimbela e Cruz, 1997; Cerwonka, Isabell e Hansem, 2000; INJUVE, 2000).
Embora que as meninas alcançam antes a maturidade sexual, geralmente são os
rapazes quem se iniciam primeiro. (Weinberg, Lottes e Aveline 1998) encontram
médias muito similares em raparigas e rapazes europeus, sendo as primeiras a
idade média 17,3 anos e 17,7 nos homens.
A literatura
científica observa como principais condutas sexuais na adolescência:
a) Masturbação:
tanto a auto estimulação, como a masturbação do casal são práticas muito
estendidas entre os adolescentes. Entre jovens estudantes se têm observado
taxas que chegam a 95 %, e cerca da metade se masturbam com uma frequência de
uma ou mais vezes por semana. Dois terços dos rapazes a praticam frequentemente,
frente a tão-somente um terço das mulheres (Mc Cabe e Cummins, 1998; Weinberg,
Lottes e Aveline, 1998).
b) Sexo oral:
os estudos com adolescentes indicam que mais da metade dos sujeitos têm tido
alguma prática de sexo oral, chegando a 76 % nos homens e 66 % nas mulheres
(Murphy et all., 1998). Outras investigações, não obstante, mostram que as
raparigas praticam o sexo oral com mais frequência que os rapazes (Mc Cabe e
Cummins, 1998).
c) Coito vaginal:
entre 68 e 83 % dos jovens manifestam ter mantido relações sexuais com
penetração vaginal (Mc Cabe e Cummins, 1998). Outros estudos indicam que entre
raparigas e rapazes sexualmente activos, 100 % há tido alguma relação com
penetração vaginal (Murphy et al. 1998).
d) Coito anal:
esta prática, uma das que carrega maior risco de transmissão do vírus de
imunodeficiência humana (VIH), tem uma frequência muito variável em função dos
estudos. (Murphy et al. 1998) encontraram que 11 % dos adolescentes iniciados
sexualmente havia realizado este tipo de relação. Distinguindo entre sexos,
(Weinberg, Lottes e Aveline 1998) assinalam que entre 8 e 12 % dos rapazes
haviam mantido relações com penetração anal, sendo algo mais frequente tal
prática nas mulheres, entre 11 e 15 %. Outros estudos referem percentagens
superiores, até 25 % em mulheres adolescentes (Mc Farland, 1999).
1.2.1. CAUSAS DA
GRAVIDEZ PRECOCE
A gravidez na adolescência é multicausal e sua etiologia
está relacionada a urna série de aspectos que podem ser agrupados em:
Factores Biológicos, que envolvem desde a idade da
menarca até o aumento do número de adolescentes na população geral. Sabe-se que
as adolescentes engravidam mais e mais a cada dia e em idades cada vez mais
precoces. Observa-se que a idade em que ocorre a menarca tem se adiantado em
torno de quatro meses por década no nosso século. De modo geral se admite que a
idade de ocorrência da menarca tenha urna distribuição gaussiana e o
desvio-padrão é aproximadamente 1 ano na maioria das populações,
consequentemente, 95% da sua ocorrência se encontra nos limites de 11,0 a 15,0
anos de idade.
Sendo a menarca, em última análise, a resposta orgânica
que reflecte a inteiração dos vários segmentos do eixo neuroendócrino feminino,
quanto mais precocemente ocorrer, mais exposta estará a adolescente á gestação.
É nas classes económicas mais desfavorecidas onde há maior abandono e
promiscuidade, maior desinformação, menor acesso á contracepção, está a grande
incidência da gestação na adolescência.
O contexto familiar tem relação directa com a época em
que se inicia a actividade sexual. Assim sendo, adolescentes que iniciam vida
sexual precocemente ou engravidam nesse período, geralmente vêm de famílias
cujas mães também iniciaram vida sexual precocemente ou engravidaram durante a
adolescência. De qualquer modo, quanto mais jovens e imaturos os pais, maiores
as possibilidades de desajustes e desagregação familiar. O relacionamento entre
irmãos também está associado com a actividade sexual: experiências sexuais mais
cedo são observadas naqueles adolescentes em cuja família os irmãos mais velhos
têm vida sexual activa.
As atitudes individuais são condicionadas tanto pela
família quanto pela sociedade. A sociedade tem passado por profundas mudanças
em sua estrutura, inclusive aceitando melhor a sexualidade na adolescência,
sexo antes do casamento e também a gravidez na adolescência. Portanto tabus,
inibições e estigmas estão diminuindo e a actividade sexual e gravidez
aumentando (Hechtman, 1989, Block et al., 1981; Lima et al, 1985; Almeida &
Fernandes, 1998; McCabe & Cummins, 1998; Medrado & Lyra, 1999).
Por outro lado, dependendo do contexto social em que está
inserida a adolescente, a gravidez pode ser encarada como evento normal, não
problemático, aceite dentro de suas normas e costumes (Necchi, 1998).
A identificação com a postura da religião adoptada se
relaciona com o comportamento sexual. Alguns trabalhos mostram que a religião
tem participação importante como preditora de atitudes sexuais. Adolescentes
que têm actividade religiosa apresentam um sistema de valores que os encoraja a
desenvolverem comportamento sexual responsável (Glass, 1972; Werner-Wilson,
1998). No nosso meio, nos últimos anos as novas religiões evangélicas têm
florescido, e são de modo geral, bastante rígidas no que diz respeito á prática
sexual pré-marital. Alguns profissionais de saúde que trabalham com
adolescentes têm a impressão de que as adolescentes que frequentam essas
igrejas iniciam a prática sexual mais tardiamente, porém, não há pesquisas
comprovando essas impressões (De Souza e Silvério, 2002).
Numa sociedade massificadora e coercitiva, muitos
adolescentes, influenciados por um comportamento sexual mais liberado, são
levados a assumir sua sexualidade precocemente. A influência do grupo de amigos
e o "bombardeio" de informações e imagens da mídia produzem uma
aceleração do ingresso no mundo adulto, quando não têm preparação física nem
psíquica para isso.
Instabilidade emocional, carência afectiva,
invulnerabilidade e fragilidade de uma menina ainda em formação, omissão dos
pais, falta de informações e fantasias adolescentes como as de "engravidar
para prender o namorado" ou mostrar aos pais que já é adulta, são alguns
dos motivos que determinam uma gravidez precoce (Banks, 2000)
1.3. REPERCUSSÕES
DA GRAVIDEZ PRECOCE NA ADOLESCÊNCIA
Os primeiros dos riscos a ter em conta estão referidos a
mãe adolescente. Existem relatos de que complicações obstétricas ocorrem em
maior proporção nas adolescentes, principalmente nas de faixa etária mais
baixa. Há constatações que vão desde anemia, ganho de peso insuficiente,
hipertensão, infecção urinária, DST, desproporção céfalo-pélvica, até
complicações puerperais (Rubio et al, 1981; Sismondi, et al, 1984; Black &
Deblassie, 1985; Stevens-Simon & White, 1991; Zhang & Chan, 1991).
Porém, devemos ter o cuidado de nos lembrar que esses achados se relacionam
também com os cuidados pré-natais e desde que haja adequado acompanhamento
pré-natal, não há maior risco de complicações obstétricas quando se compararam
mulheres adultas e adolescentes de mesmo nível socioeconómico (Felice et al,
1981; McAnarney & Thiede, 1981).
Outro ponto doloroso dessa questão é a morte da mãe
decorrente de complicações da gravidez, parto e puerpério; sendo que na
adolescência, em estudo realizado no nosso meio, verificou-se ser esta a sexta
causa de morte (Siqueira & Tanaka, 1986).
No tocante á educação, a interrupção, temporária ou
definitiva, no processo de educação formal, acarretará prejuízo na qualidade de
vida e nas oportunidades futuras. Não é raro que aconteça com a conivência do
agrupamento familiar e social a adolescente se afasta da escola, frente a
gravidez indesejada, quer por vergonha, quer por medo da reacção de seus pares
(McGoldrich, 1985; Aliaga et al, 1985; Fernadéz et al., 1998; Souza, 1999).
As repercussões nutricionais serão tanto maiores quanto
mais próxima da menarca acontecer a gestação, já que nesse período o processo
de crescimento ainda está ocorrendo. O crescimento materno pode sofrer
interferências por que há urna demanda extra requisitada para o crescimento
fetal (American Dietetic Association, 1989).
A inundação hormonal da gestação promoverá consolidação
precoce das epifíses naquelas adolescentes que engravidaram antes de ter
completado seu crescimento biológico, podendo ter portanto, prejuízo na
estatura final. Lembramos ainda que na adolescência há necessidades maiores de
calorias, vitaminas e minerais e estas necessidades somam-se aquelas exigidas
para o crescimento do feto e para a lactação.
Dada sua imaturidade e labilidade emocional podem ocorrer
importantes alterações psicológicas, gerando extrema dificuldade em adaptar-se
á sua nova condição, exacerbando sentimentos que já estavam presentes antes da
gravidez, como ansiedade, depressão e hostilidade. As taxas de suicídio nas
adolescentes grávidas são mais elevadas em comparação com ás não grávidas
(Foster & Miller, 1980), principalmente nas jovens grávidas solteiras
(Cabrera, 1995).
1.3.1 RISCOS PARA A
SAÚDE
Um dos problemas mais comuns na gravidez precoce é a
anemia, que faz com que a gestante fique mais vulnerável a infecções e
pré-eclampsia. Existem ainda os factores psicológicos e sociais envolvidos. Um
filho interfere muito na vida da mulher.
O adolescente, em geral, não está preparado para tantas
mudanças na área escolar e nos hábitos diários. A liberdade tão desejada é de
uma certa forma ameaçada.
Muitas jovens acabam recorrendo ao aborto, aumentando
ainda mais os riscos a sua saúde. Em 1998, mais de 50 mil adolescentes foram
atendidas em hospitais públicos de Brasil para a realização de curetagem após
aborto. A gravidez na adolescência pode até ser uma opção pessoal e representar
uma boa experiência, mas geralmente a jovem não está preparada emocionalmente,
fisicamente e nem financeiramente para assumir a maternidade (ABN, 2004).
Mesmo sendo bem menos do que a mulher, o pai adolescente
também sofre as consequências de uma gravidez precoce. Se o pai reconhece a
criança, ele se vê obrigado a assumir novas responsabilidades e, em muitos
casos, acaba abandonando os estudos para trabalhar, ressalta a médica. Já se
não assume o filho, gera consequências para a criança.
Uma das prioridades seria reforçar a importância da
responsabilidade paterna. Nesse sentido, está capacitando profissionais de
saúde para oferecerem informações sobre os métodos contraceptivos combinados -
associação do preservativo com algum outro método anticoncepcional. A ideia é
fazer com que o homem participe da escolha do melhor contraceptivo para o
casal. É preciso mudar a cultura de que a gravidez é exclusivamente feminina e
só cabe à mulher a responsabilidade pelo filho.
São vários os motivos apontados para a alta incidência de
gravidez entre adolescentes. Os principais são a iniciação sexual cada vez mais
cedo, dificuldade de acesso aos métodos anticoncepcionais, desagregação
familiar, falsas expectativas e falta de informação.
A dificuldade de uma adolescente se impor na relação é
outro agravante. Na maioria dos casos, elas não usam pílulas anticoncepcionais,
pois não possuem parceiro fixo. É comum as jovens não terem coragem de exigir
que o parceiro use a camisinha.
A gravidez precoce é consequência de problemas sociais e
é fundamental que os gestores de saúde trabalhem para enfrentar esse problema e
intervir, de alguma forma, para que os adolescentes não cheguem a essa
situação. É uma questão de promoção da saúde. Paralelamente ao trabalho de
prevenção deve buscar-se alertar os pais sobre a importância do pré-natal para
garantir a segurança da mãe e do bebé. No caso dos adolescentes, uma boa
assistência durante os nove meses de gestação torna-se ainda mais importante
para evitar problemas relacionados à gravidez e ao parto.
Em contraposição com o enfoque "de risco"
emerge o "enfoque sociocultural" argumentando que o enfoque de risco
`pressupõe que a gravidez na adolescência é indesejável e trazem consequências
morais, psicológicas e sociais negativas, desconsiderando a particularidade dos
sujeitos que a estão vivenciando, apontando subliminarmente para uma visão
negativa do exercício da sexualidade na adolescência.
Para (Stern e Garcia, 1999) As práticas sexuais precoces
só se tornam arriscadas quando ocorrem de modo desprotegido e desinformado,
alertando para o facto de que a queda das taxas de fecundidade entre as
mulheres adultas nas últimas décadas, acreditando que seja decorrência da
política de planeamento familiar dos anos 70’, dá maior evidencia ao fenómeno
da gravidez na adolescência.
1.4. CONSIDERAÇÕES
CIENTÍFICAS NA VOLTA DA GRAVIDEZ PRECOCE.
A gravidez na adolescência é representada socialmente
como uma experiência a ser evitada nesse momento evolutivo, sendo as ideias e
sentimentos ancorados nos valores culturais de uma sociedade tradicional que
privilegia o equilíbrio e a conformidade às normas instituídas. Assim, como
comportamento desviante, objectiva-se no senso comum reafirmando sua natureza
estereotipada e seu carácter ideológico. Ressaltamos que os resultados são
restritos a um pequeno número de adolescentes que não vivenciaram a gravidez
precoce, tão pouco a maternidade e a paternidade até esse momento, o que sugere
uma maior adesão aos princípios e sistemas simbólicos e que também sustentam as
diferenças entre os géneros numa tentativa de manutenção de equilíbrio e bem
estar sociais.
1.4.1. CONSIDERAÇÕES
DA PSICOLOGIA
A adolescência constitui uma fase de conquista da
sexualidade. Pensamos ser esta uma conquista importante, que vai sendo
amadurecida e que é tanto mais madura quando constitui um veículo de aprofundamento
do conhecimento do outro, do próprio e da relação.
Com efeito, assiste-se a uma descoberta desenfreada da
sexualidade que constitui uma mera passagem ao acto, do qual resultam muitas
vezes uma gravidez precoce.
Sabemos que a relação sexual entre dois namorados ocorre
quando menos se planeia ou espera, mas a atitude preventiva pode estar sempre
presente. É necessário evitar que um terceiro ser surja numa altura indevida.
Muitas vezes a gravidez na adolescência ocorre porque não
há abertura na relação para se falar nos métodos anticoncepcionais, depois
surge a gravidez, a vergonha, a desistência, a fuga a uma vida adolescente... e
muitas vezes a depressão.
São, na maior parte das vezes, raparigas com problemas de
auto-estima que se deixam arrastar por situações onde fantasiam que estão a ser
amadas, sem tomarem as devidas precauções.
Penso que, cada vez mais, surge nos jovens a ideia de que
"careta" não é quem não tem relações, mas sim quem as tem sem
precaução. Como não se trata de uma questão de desconhecimento, há muitos
factores de ordem psicológica que interferem.
Mas, para todas as situações é possível uma alternativa
saudável. No desenvolvimento da personalidade, entre os multíplices factores,
joga um papel muito importante a mudança profunda que experimentam na juventude
dois elementos: o sexual e o sentimental. Dita mudança se realiza de maneira
diferente na rapariga e no rapaz.
Na menina, a sentimentalidade ultrapassa ao começo as
energias sexuais; a inclusão do sexual se realiza em forma constante desde o
princípio da idade juvenil em diante; já aos 18 anos, é muito mais madura que o
rapaz porque ela é capaz de um maior domínio de si e de dirigir as situações a
medida que se apresentam, mais deve ter sempre presente que se sua
sentimentalidade chega a ser cativada, deixa de julgar objectivamente e cede
com certa facilidade a seus impulsos.
Pelo que se sabe, o mero impulso sexual é uma necessidade
biológica que representa ao instinto e está condicionada por modificações
químicas no interior do organismo. Esta é a natureza do impulso sexual, nada
mais; mas também não nada menos.
Num começo o jovem muitas vezes busca satisfazer o
impulso sexual consigo mesmo; isso lhe leva à masturbação. Mais tarde, o jovem
fixa sua atenção noutras pessoas de diferente sexo, polarizando
progressivamente seu desejo sexual. Finalmente, o jovem dirige sua atenção em
uma forma selectiva sobre uma pessoa determinada e a escolhe definitivamente.
1.4.2. CONSIDERAÇÕES
DA PEDAGOGIA
O debate sobre a gravidez na adolescência provoca ou não
a evasão escolar é um tanto quanto repetitivo, entretanto, questionamos se a
baixa escolaridade e a evasão seriam causa ou efeito deste fenómeno.
Para enfrentar a discussão da relação entre a gravidez na
adolescência e a evasão escolar e estabelecermos as directrizes para este
trabalho consideramos os dados levantados por investigações apontam que a
incidência da gestação foi decrescendo e a incidência de evasão manteve-se
estável: em 1999 foram informadas pelos directores das unidades escolares 114
gravidezes para 25 casos de evasão; em 2000 foram 108 gestações para 19 evasões
e em 2001 registrou-se 82 casos de gravidezes para 21 casos de abandono da
escola em decorrência de gravidez (Trindade et. all, 2003).
Diante de tudo o que foi exposto, estes números sugerem
muitos desafios para as políticas públicas, de um modo geral, assim como
aquelas estreitamente relacionadas ao adolescente, como saúde, educação e
assistência social.
A inserção profissional num Projecto de Extensão
Universitária permitiria sugerir algumas medidas importantes para, pelo menos,
diminuir a apartheid social da juventude de nosso país, especialmente daquelas
meninas que acidental e/ou conscientemente engravidaram:
Capacitar profissionais afectos a questão da adolescência
para actuarem nas unidades escolares e de saúde que facilite o acesso aos
direitos previstos na legislação vigente, como: assistência pré-natal,
amamentação (conforme salienta as campanhas oficiais), aulas de apoio para que
a performance da aluna não seja prejudicada, garantindo, inclusive a
disponibilidade da matéria que está sendo dada na grade curricular (Ibíd.).
1.4.3. CONSIDERAÇÕES
DEMOGRÁFICAS
Um estudo demográfico relativo à gravidez precoce em São
Paulo acusa que de 1982 para cá, enquanto a população cresceu 42,5%, a taxa de
gravidez dos 10 aos 19 anos aumentou 391%. Entre os óbitos neonatais, essa era
a faixa etária de 30% das mães. Os dados são da Sociedade Brasileira de
Pediatria e alertam para um dos problemas mais graves na área de saúde do
adolescente: a gravidez precoce. Hoje, o parto é a principal causa de
internação de meninas entre 10 e 14 anos e o principal procedimento médico. Em
1999, 26% deles foram de adolescentes (SBP, 2000).
Segundo os médicos, as consequências do exercício
irresponsável da sexualidade costumam estar relacionadas a abortos, abandono de
bebés, casamentos forçados e proliferação de doenças sexualmente
transmissíveis, como a sífilis e o SIDA.
Em todas as conferências mundiais sobre população,
enfatizou-se a contribuição importante da educação para resolver os problemas
ligados ao crescimento demográfico e suas consequências. E não apenas a
educação tomada no sentido amplo, incluindo as actividades extra-escolares e o
ensino propriamente dito, mas referências foram também centradas sobre o papel
da educação em matéria de população e, particularmente, da educação sexual
(Werebe, 1998).
Dessa forma, a sexualidade, como uma instância
constitutiva do humano, deverá atravessar as práticas quotidianas do professor
na escola, não para controlar ou reprimir suas manifestações, mas para
possibilitar ao adolescente a construção de sua própria identidade, e por isso
também, de sua própria sexualidade.
Existe a ideia de que o embaraço adolescente é um
fenómeno que se está incrementando. A maioria das investigações refere em sua
justificação tal preocupação, que mais do que um argumento se tenha convertido
num discurso decorrente.
Não obstante, os dados demográficos mostram que o
incremento dos embaraços adolescentes é uma ideia enganosa. São o grande
crescimento, em termos relativos e absolutos, da coorte de adolescentes e a
forte diminuição da fecundidade das mulheres maiores nos últimos 15 ou 20 anos,
o que se traduz tanto na maior visibilidade dos embaraços das adolescentes como
em ou facto de que, ainda a taxas de fecundidade menores, sejam muito grandes o
número e a proporção de filhos nascidos destes.
Outro aspecto que cremos tenha sido mal interpretado é a
associação que se estabelece entre o embaraço adolescente e o rápido
crescimento da população, que parte do reconhecimento de que as taxas de
fecundidade das mulheres menores de 20 anos se têm mantido relativamente
elevadas, apesar das campanhas de controle natal promovidas pelo Estado.
A análise demográfica tenha mostrado que os embaraços
antecipados se associam com um maior número de filhos ao longo da vida
reprodutiva e com espaços inter genésicos mais curtos, em comparação com os de
mulheres que postergam sua maternidade. Desta maneira, se coloca que a
fecundidade que se apresenta a antecipada idade contribui de modo ostensivo a
gerar um crescimento acelerado da população (Stern & García, 2002).
1.4.4. CONSIDERAÇÕES
SOCIOLÓGICAS
Cada sociedade estrutura e lega, de geração em geração,
um modelo de comportamento e uma aprendizagem sexual, aprovando ou reprovando
valores e comportamentos. Algumas dessas gerações introduzem mudanças, e o
menino experimenta sobre essa base. No mundo actual, não obstante, a globalização
das comunicações e a crescente estandardização das condutas faz com que os
valores e os objectos sexuais se estejam universalizando.
Não obstante, muitos povos conservam costumes que marcam
a seus membros na aprendizagem sexual. O fazer, tanto como o não fazer, educa.
Mostrar o próprio corpo nu comunica uma mensagem e oculta-lo tem outro
significado. O permitir aos meninos que toquem de uma forma natural seus
genitais educa em uma direcção, e os proibir, noutra. Em qualquer caso, o
resultado destas influências e interacções com as experiências pessoais,
através da infância e posterior adolescência, estruturarão o comportamento
sexual adulto, que será sempre personalizado.
Num contexto familiar e social o menino fará sua
aprendizagem da identidade sexual e os papéis masculino e feminino. Estes se
adquirem fundamentalmente no lar, com os pares, professores e outras pessoas
que actuam como modeladores e reforçadores. Em outra esfera, o menino adoptará
comportamentos, acções que levam ao descobrimento do prazer: as
autoestimulatorias ou masturbatórias, e as hetero ou homo-estimulatorias.
Intentará adquirir suas próprias acções e as irá construindo para toda a vida.
Mais falta a etapa onde porá em jogo todo o aprendido, e que consiste em
descobrir o amar e ser amado, a intimidade e a capacidade de comunicação nas
relações interpessoais.
Um diálogo aberto e livre de tabus entre pais e filhos é
fundamental para evitar enfermidades e embaraços não desejados.
Actualmente se tem visto um grande incremento nas
relações pré-matrimoniais em ambos sexos, embora que o aumento mais
significativo tenha sido manifestado nas mulheres.
Actualmente, muitos jovens têm relações sexuais a muito
antecipada idade, que pode ser um intento para conseguir relações sentimentais
profundas. Muitos se sentem pressionados a iniciar sua vida sexual por muitos
factores: família, amizades, sociedade, etc.
Embora que em geral, se pode afirmar que os jovens não
são tão promíscuos como qualquer se pode imaginar; tendem a estabelecer
relações sexuais significativas e respeita-las por meio da fidelidade.
1.4.5. CONSIDERAÇÕES
FILOSÓFICAS
No homem, a união sexual não deve ser considerada
meramente como a simples satisfação da necessidade biológica, pois o homo
sapiens não é uma criatura simples; seu apetite sexual não é de nenhum modo
similar a sua necessidade de alimento ou água. O jovem tem em realidade
poderosos impulsos físicos, mais é capaz de domina-los e envereda-los, mais,
para se encarregar com êxito destas forças necessita compreende-las.
Um elemento primordial de um novo enfoque do embaraço
adolescente é sua preocupação por conceber o fenómeno como um feito
eminentemente social, é dizer, que se constrói a partir da intersubjetividade.
Sem deixar de reconhecer a importância das implicações na saúde e nos processos
demográficos (que não se deixam de lado mas se incluem e se reinterpretam em
uma perspectiva mais ampla), se desenvolve além do que aos indivíduos
corresponde na construção subjectiva do fenómeno, na interpretação que fazem
dele e que finalmente é o que determina sua acção, pouco compreensível em
ocasiões para alguns investigadores e agentes das instituições de serviço.
Outro elemento relevante em esta redefinição do fenómeno
é o facto de vê-lo em forma dinâmica, é dizer como um processo
descontextualizado. Já não falamos aqui genericamente do "embaraço
adolescente" como único e universal, mas de suas manifestações num entorno
e significado cultural determinados. Com isso se renuncia às pretensões de
generalização e se opta por buscar a particularidade do fenómeno nos diversos
contextos sócio -culturais e como parte de um processo social mais geral.
Neste último sentido, é importante chamar a atenção sobre
a necessidade de situar também o problema do embaraço adolescente no contexto
de mudança cultural de longa duração que tem lugar em nossas sociedades em
relação com um conjunto de crenças.
CONCLUSÃO
A gravidez na adolescência é multicausal: Factores
Biológicos, relativos á precocidade da menarca; familiares, relativos a
tradições familiares, exemplos e inexperiência, figuram nas causas
fundamentais.
Tentativas de suicídio, abandono da escola, prostituição
e riscos para a saúde física e mental, são repercussões negativas da gravidez
precoce. Preocupações e considerações, psicológicas, pedagógicas, demográficas,
sociológicas e filosóficas aparecem como resultado de investigações científicas
recentes, aspectos que em termos gerais são constatados no caso da população
adolescente objecto do trabalho que se apresenta
Confirmam-se no caso de Benguela os factores etiológicos
conducentes à gravidez precoce na adolescência, bem como as repercussões
negativas deste fenómeno social mundial.
O apoio dos pais, a compreensão social de vizinhos,
amigos e professores resulta essencial uma vez consumado o facto.
A totalidade das raparigas que ficaram grávidas manifesta
se sentir arrependidas e aconselham positivamente a outras para não caírem no
mesmo erro.
BIBLIOGRAFIA
Artigo Atenção à Gravidez na Adolescência publicado como
Dicas no. 74, em 1996, de autoria de Veronika Paulics e auxiliar de pesquisa
Fábio maleronka Ferron/ www.federativo. Bndes.gov.br
Artigo Gravidez Precoce do site Saúde de Vida On Line/
www.saudevidaonline.com.br
Artigo Projeto da Pesquisa- Metodologia Científica.
ABRAMOVAY, Miriam. A juventude e Sexualidade/ Miriam
Abramovay, Mary Garcia Castro e Lorena Bernadete da Silva. Brasília: UNESCO,
2004.
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12° Ed. São Paulo (SP): DP&A; 2002.
Brasil. Estatuto da Criança e do adolescente. 5° Ed. São
Paulo: Saraiva 1995.
FREITAS, Elizabete. Gravidez na Adolescência. Campinas:
Atual 1990.
LAKATOS, Maria Eva. MARCONI, Maria de Andrade.
METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTIFICO /4 ed. São Paulo. Revista e Ampliada. Atlas,
1992. MARTINS, Celso. Gravidez na Adolescência, Copyright, 2005.
você é muito talentosa e continua a escrever porque es mesmo boa, devias escrever um livro para todos terem de saber quem realmente es é so contar a história de alquem com esse proglema é so ser você mesma a escrever a histõria
ResponderExcluirhuão que talento!!!
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