quarta-feira, 21 de setembro de 2016

SEMIOTÉCNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR - Enfermagem - by Vieira Miguel Manuel

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE INTEGRAÇÃO NACIONAL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM


        





SEMIOTÉCNICA





SISTEMA CARDIOVASCULAR














LUANDA
2016
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE INTEGRAÇÃO NACIONAL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM





SEMIOTÉCNICA



SISTEMA CARDIOVASCULAR




INTEGRANTES:

     Albertina Massi Massimuanga
     Glória Vemba Catuti
     Mariana Júlia M. Zunza
     Sabalo Manuel João
     Suzana Domingos Fuafua



Trabalho de pesquisa bibliográfica apresentado ao Curso de Enfermagem na disciplina de Semiotécnica como requisito parcial para obtenção de notas.


Orientadora: Guilhermina Guilherme




LUANDA
2016
SUMÁRIO











O sistema cardiovascular ou circulatório é uma vasta rede de tubos de vários tipos e calibres, que põe em comunicação todas as partes do corpo. Dentro desses tubos circula o sangue, impulsionado pelas contracções rítmicas do coração.

O coração e os vasos sanguíneos foram desenvolvidos especialmente para fornecer um rápido transporte de O2, nutrientes (glicose, aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas…), drogas, e água para os tecidos e providenciar a remoção de produtos do metabolismo celular, CO2, ureia e creatina. Além disso, o sistema cardiovascular faz parte de um sistema de controlo que não somente distribui hormónios que vão regular a função de diferentes tecidos, como também secreta hormónios (por ex. peptídeo natriurético atrial). O sistema cardiovascular desempenha ainda um papel vital na regulação da temperatura corporal. No processo de evolução os mamíferos se tornaram altamente dependentes do sistema circulatório para todas essas funções e qualquer interrupção em qualquer ponto do sistema pode produzir sérias consequências para o organismo.


O sistema cardiovascular ou circulatório é uma vasta rede de tubos de vários tipos e calibres, que põe em comunicação todas as partes do corpo. Dentro desses tubos circula o sangue, impulsionado pelas contracções rítmicas do coração.

Os principais componentes do sistema circulatório são: coração, vasos sanguíneos, sangue, vasos linfáticos e linfa.


O sistema circulatório permite que algumas actividades sejam executadas com grande eficiência:

Transporte de gases: os pulmões, responsáveis pela obtenção de oxigénio e pela eliminação de dióxido de carbono, comunicam-se com os demais tecidos do corpo por meio do sangue.

Transporte de nutrientes: no tubo digestivo, os nutrientes resultantes da digestão passam através de um fino epitélio e alcançam o sangue. Por essa verdadeira "auto-estrada", os nutrientes são levados aos tecidos do corpo, nos quais se difundem para o líquido intersticial que banha as células.

Transporte de resíduos metabólicos: a actividade metabólica das células do corpo origina resíduos, mas apenas alguns órgãos podem eliminá-los para o meio externo. O transporte dessas substâncias, de onde são formadas até os órgãos de excreção, é feito pelo sangue.

Transporte de hormónios: hormónios são substâncias secretadas por certos órgãos, distribuídas pelo sangue e capazes de modificar o funcionamento de outros órgãos do corpo. A colecistocinina, por exemplo, é produzida pelo duodeno, durante a passagem do alimento, e lançada no sangue. Um de seus efeitos é estimular a contracção da vesícula biliar e a liberação da bile no duodeno.








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Intercâmbio de materiais: algumas substâncias são produzidas ou armazenadas em uma parte do corpo e utilizadas em outra parte. Células do fígado, por exemplo, armazenam moléculas de glicogénio, que, ao serem quebradas, liberam glicose, que o sangue leva para outras células do corpo.

Transporte de calor: o sangue também é utilizado na distribuição homogénea de calor pelas diversas partes do organismo, colaborando na manutenção de uma temperatura adequada em todas as regiões; permite ainda levar calor até a superfície corporal, onde pode ser dissipado.

Distribuição de mecanismos de defesa: pelo sangue circulam anticorpos e células fagocitárias, componentes da defesa contra agentes infecciosos.

Coagulação sanguínea: pelo sangue circulam as plaquetas, pedaços de um tipo celular da medula óssea (megacariócito), com função na coagulação sanguínea. O sangue contém ainda factores de coagulação, capazes de bloquear eventuais vazamentos em caso de rompimento de um vaso sanguíneo.

Assim, o sistema cardiovascular compõe-se das seguintes estruturas:

a)    Coração;

b)    Vasos arteriais (sistema vascular arterial);

c)    Sistema tubular trocador (microcirculação);

d)    Vasos venosos (sistema vascular venoso);

e)    Vasos linfáticos (sistema vascular linfático).



Os vasos sanguíneos constituem uma ampla rede de tubos por onde circula o sangue, distribuídos por todo o corpo. Existem três tipos de vasos sanguíneos: as artérias, as veias e os vasos capilares.

Artérias: as artérias são vasos do sistema cardiovascular, por onde passa o sangue que sai do coração, sendo transportado para as outras partes do corpo. A musculatura das artérias é espessa, formada de tecido muscular bastante elástico. Permite, dessa maneira, que as paredes se contraiam e relaxem a cada batimento cardíaco.

As artérias se ramificam pelo corpo e vão se tornando mais finas, constituindo as arteríolas, que por sua vez se ramificam ainda mais formando os capilares.

Veias: As veias são vasos do sistema cardiovascular que transportam o sangue das diversas partes do corpo de volta para o coração. Sua parede é mais fina que a das artérias e, portanto, o transporte do sangue é mais lento. Assim, a pressão do sangue no interior das veias é baixa, o que dificulta o seu retorno ao coração. A existência de válvulas nesses vasos, faz com que o sangue se desloque sempre em direcção ao coração.

Importante destacar que a maior parte das veias (jugular, safena, cerebral e diversas outras) transporta o sangue venoso, ou seja, rico em gás carbónico. As veias pulmonares transportam o sangue arterial, oxigenado, dos pulmões para o coração.

Vasos Capilares: Os vasos capilares são ramificações microscópicas de artérias e veias, que integram o sistema cardiovascular, formando uma rede de comunicação entre as artérias e as veias.

Suas paredes são constituídas por uma camada finíssima de células, que permite a troca de substâncias (nutrientes, oxigénio, gás carbónico) do sangue para as células e vice-versa.

O coração é um órgão oco, aproximadamente esférico, constituído de paredes musculares que delimitam quatro cavidades:

       Os átrios direito e esquerdo e os ventrículos direito e esquerdo. O átrio direito e o ventrículo direito constituem o coração direito, ou lado direito do órgão, e o átrio esquerdo e ventrículo esquerdo integram o coração esquerdo, ou lado esquerdo do órgão.

O coração tem o tamanho da mão fechada e pesa cerca de 300 à 400g.

       Camadas da Parede Cardíaca:

Pericárdio: a membrana que reveste e protege o coração. Ele restringe o coração à sua posição no mediastino, embora permita suficiente liberdade de movimentação para contracções vigorosas e rápidas. O pericárdio consiste em duas partes principais: pericárdio fibroso e pericárdio seroso.

O pericárdio fibroso superficial é um tecido conjuntivo irregular, denso, resistente e inelástico. Assemelha-se a um saco, que repousa sobre o diafragma e se prende a ele.

O pericárdio seroso, mais profundo, é uma membrana mais fina e mais delicada que forma uma dupla camada, circundando o coração. A camada parietal, mais externa, do pericárdio seroso está fundida ao pericárdio fibroso. A camada visceral, mais interna, do pericárdio seroso, também chamado epicárdio, adere fortemente à superfície do coração.

Epicárdio: a camada externa do coração é uma delgada lâmina de tecido seroso. O epicárdio é contínuo, a partir da base do coração, com o revestimento interno do pericárdio, denominado camada visceral do pericárdio seroso.

Miocárdio: é a camada média e a mais espessa do coração. É composto de músculo estriado cardíaco. É esse tipo de músculo que permite que o coração se contraia e, portanto, impulsione sangue, ou o force para o interior dos vasos sanguíneos.

Endocárdio: é a camada mais interna do coração. É uma fina camada de tecido composto por epitélio pavimentoso simples sobre uma camada de tecido conjuntivo. A superfície lisa e brilhante permite que o sangue corra facilmente sobre ela. O endocárdio também reveste as valvas e é contínuo com o revestimento dos vasos sanguíneos que entram e saem do coração.


O profissional não poderá avaliar a função cardíaca sem antes examinar a integridade do sistema vascular. Os dois sistemas funcionam conjuntamente para enviar o sangue aos diversos órgãos, tecidos e células do corpo. Uma alteração na função cardíaca manifesta-se por alterações ocorridas no sistema vascular periférico. O profissional devera avaliar também os factores de risco associado a doença cardíaca incluindo fumo, consumo de álcool, desnutrição e padrões de exercício físico

O profissional poderá iniciar o exame pela região cardíaca e depois examinar o sistema vascular periférico, ou vice-versa. De qualquer modo, o método escolhido devera ser organizado. Quando se realiza um exame completo, é mais fácil ir de uma avaliação do tórax para o coração. O paciente deverá estar em uma posição confortável, com o tórax devidamente exposto para o exame.

A avaliação das funções cardíacas é realizada pela região anterior do tórax, o examinador elabora mentalmente a imagem da localização exacta do coração. No adulto, o órgão está localizado no centro do tórax (precordial), atrás e à esquerda do esterno, com uma pequena parte do átrio direito estendendo-se à direita do esterno. A base do coração é a porção superior e o ápice é a ponta inferior. A superfície do ventrículo direito compreende a maior parte da superfície anterior do órgão.

Uma parte do ventrículo esquerdo forma o lado esquerdo anterior do ápice. O ápice do coração realmente toca a parede anterior do tórax, aproximadamente na altura do quarto para o quinto espaço intercostal, ao longo da linha hemiclavicular, conhecido como o ictus cordis (choque da ponta).

Para a melhor compreensão o profissional precisa conhecer a sincronia em relação do ciclo cardíaco. O coração em condições normais, bombeia o sangue através dessas quatro câmaras.

Durante o fluxo sanguíneo em cada câmara alguns eventos ocorrem: válvulas abrem e fecham, as pressões internas das câmaras aumentam e diminuem, as câmaras se contraem. Cada evento cria sinal fisiológico perfeitamente detectável pelo examinador.

 O exame deve ser iniciado com o paciente tendo a parte superior do corpo levemente elevada, pois pacientes com doenças cardíacas frequentemente sofrem de falta de ar se ficarem deitados em posição horizontal. O examinador se posiciona em pé, ao lado direito do paciente, que deve se abster de falar, especialmente durante a auscultação das bulhas cardíacas.


Estes dois métodos são aplicados simultaneamente. O ângulo de Louis se localiza entre o manúbrio e o corpo do esterno, pode ser percebido como uma protuberância no esterno. O profissional poderá correr os dedos para baixo em cada lado desse ângulo até sentir o segundo espaço intercostal. O segundo espaço intercostal no lado direito do corpo do paciente, o foco aórtico, o mesmo espaço do lado esquerdo e o foco pulmonar. A palpação profunda é necessária na percepção desses espaços em pacientes obesos ou naquele que apresentem os músculos peitorais muito desenvolvidos. Utiliza-se a palma da mão para a palpação das vibrações. As pulsações são percebidas de modo mais eficiente com as pontas dos dedos. Ao se palpar uma vibração ou pulsação esta ocorrência deve ser avaliada em relação a sístole ao diástole através da auscultação das bulhas cardíacas.


Este método é raramente utilizado durante a avaliação de um coração adulto. Os estudos de raios X do tórax são muito mais eficientes na determinação do tamanho do coração. Nas crianças, a percussão pode detectar mais facilmente os limites dos órgão, devido a proximidade do mesmo em relação a parede torácica.


A auscultação cardíaca é executada para detectar as bulhas cardíacas normais, os sons extra cardíacos e os sopros. Ao dar inicio ao exame de um paciente, o profissional deverá explicar-lhe o procedimento a ser seguido, para diminuir a ansiedade do mesmo. Em paciente do sexo feminino será necessário erguer a mama esquerda para melhorar a audição da parede torácica.

O objectivo do profissional é de identificar a primeira e segunda bulhas cardíacas. (B1 e B2 ).

Após ter avaliado a frequência e ritmo cardíacos, o profissional deverá dar especial atenção a natureza das bulhas cardíacas, através da comparação de B1 e B2. A intensidade, timbre e duração devem ser observados e os resultados normais são:


       Foco aórtico: B2 a mais intensa possível, mais alta que B1.
       Foco pulmonar: B2 mais intensa que B1.
       Foco tricúspide: B2 mais suave que B1.
       Foco mitral: B2 mais suave que B1.

Qualquer falha do coração quanto ao ritmo de batimento em intervalos sucessivos e regulares constitui uma arritmia. O profissional poderá avaliar o deficit de pulso por meio de um dos procedimentos a seguir: (1) mede-se um pulso radial por 1 minuto e imediatamente depois verifica-se o pulso ictal, pelo mesmo período. Comparam-se os dados. (2) Um colega poderá avaliar o pulso ictal enquanto o examinador simultaneamente avalia o pulso radial do paciente. Qualquer diferença nas frequências devera ser comunicada ao médico imediatamente.


Sopros são ruídos com características acústicas semelhantes aos ruídos de um fole provocados por alterações no fluxo sanguíneo através do coração ou por anormalidade no fechamento das válvulas. Os sopros podem indicar uma dificuldade do coração em bombear o sangue de modo eficiente. Sopros são relativamente comuns em crianças.


Bastante comuns em nossa sociedade, as Doenças Cardiovasculares estão entre as que mais matam em todo o mundo. Problemas desse tipo afectam o coração e as artérias do organismo e provocam também as arritmias, enfarto do miocárdio agudo, isquemias e anginas. O principal causador de todos os problemas cardiovasculares é o acúmulo de placas de gordura nas artérias, portanto a vida sedentária pode ser o maior factor de risco para a doença. O acúmulo de gordura no sangue e nas artérias prejudicam o entupimento das artérias da circulação sanguínea e é bastante grave.

O sangue bombeado pelo coração é responsável por levar oxigénio aos praticamente todos os órgãos do corpo e quando as artérias entopem esse processo sofre grandes alterações.

Os principais sintomas das Doenças Cardiovasculares são bastante comuns em todas em doenças que tinge o coração e a circulação sanguínea. Falta de ar, tanto no repouso quanto no esforço físico, dor no peito e sensação de pressão na região do tórax, cansaço, fadiga, desmaios repentinos, palpitações ou taquicardias, tosse seca, pressão alta, tonturas, visão turva ou embaçada, inchaço nos membros inferiores e impotência sexual são os principais sinais de que paciente pode estar sofrendo com alguma doença desse tipo.

Os diagnósticos para as Doenças Cardiovasculares são feitos sempre com acompanhamento médico, feitura de exames laboratoriais, análise dos sintomas e histórico familiar de cada paciente. Análises laboratoriais e estudos de imagens são essenciais no diagnóstico seguro desse tipo de doença.

Análises de colectas sanguíneas, electrocardiograma, ecocardiografia, angiografia coronária, cateterismo, teste de esforço físico, raio X da caixa torácica e até mesmo tomografia computadorizada são alguns dos exames que auxiliam na detecção dos problemas no coração.





















Podemos concluir, em conformidade com a matéria apresentada, que a função básica do sistema cardiovascular é a de levar material nutritivo e oxigénio às células. O sistema circulatório é um sistema fechado, sem comunicação com o exterior, constituído por tubos, que são chamados vasos, e por uma bomba percussora que tem como função impulsionar um líquido circulante de cor vermelha por toda a rede vascular.

O sistema cardiovascular consiste no sangue, no coração e nos vasos sanguíneos. Para que o sangue possa atingir as células corporais e trocar materiais com elas, ele deve ser, constantemente, propelido ao longo dos vasos sanguíneos. O coração é a bomba que promove a circulação de sangue por cerca de 100 mil quilómetros de vasos sanguíneos.






B. Anne. E.LESSAK Anne, LIBRO DE LABORATORIO DE ANATOMIA Y FISIOLOGIA. 1edición Edit. Paidribo. Barcelona. 2002

GERARD J.Tortora; ANAAGNOSTAKOS. Nicholas.  PRINCIPIOS DE ANATOMIA Y FISIOLOGIA; Quinta edición; Edit. Harla S.A. Mexico D.F.1989

MELO. Vladimir; Enciclopedia Temática Ilustrada, LA AVENTURA DEL CONOCIMIENTO, Sistema Circulatorio; Edit. Norma.

VELEZ. Hernan et al.. FUNDAMENTOS DE MEDICINA; 3 edición; Corporación para investigaciones biológicas. Medellin, Colombia. 1989


VILLE. Claude A. BIOLOGIA; 7 edición; Edit. Graw Hill Interamericana de Mexico D.F. 1990

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PUERPÉRIO IMEDIATO - Anteprojeto - by Vieira Miguel Manuel

SUMÁRIO









 




Este projecto de investigação trata de aspectos a serem desenvolvidos sobre o puerpério imediato. O período logo após o parto chama-se Puerpério, também conhecido como pós-parto ou resguardo. Dura em torno de 6 a 8 semanas e só termina com o retorno das menstruações.

Em nenhuma outra fase da vida modificações físicas tão grandes acontecem em tão curto espaço de tempo. Todos os órgãos, principalmente os genitais, se recuperam das alterações ocorridas ao longo da gravidez e do parto e nessa fase se inicia a lactação. Além disso, importantes modificações psicológicas ocorrem.

Todas as suas dúvidas devem ser discutidas detalhadamente com o obstetra responsável pelo seu parto, pois é ele quem melhor conhece as particularidades individuais. Aproveite sua permanência na maternidade, também para aprender os cuidados básicos com o bebé. A alta médica geralmente ocorre entre 24 e 36 horas após o parto. Vamos considerar o puerpério como o período que transita entre o nascimento do bebé e os seus dois primeiros anos de vida, ainda que emocionalmente haja um progresso evidente entre o caos dos primeiros dias – em meio a um pranto desesperado – e a capacidade de sair ao mundo com um bebé nas costas.

Para tentarmos submergir nas difíceis trilhas energéticas, emocionais e psicológicas do puerpério, creio ser necessário reconsiderar a duração real deste período. Refiro-me ao fato de que os famosos 40 dias estipulados – já não sabemos por quem, nem para quem – têm a ver somente com o histórico veto moral para salvar a parturiente da procura sexual do homem. Mas esse tempo cronológico não significa psicologicamente um começo, nem um final de nada.


É chamado de puerpério o período que compreende a fase pós-parto, quando a mulher passa por alterações físicas e psíquicas até que retorne ao estado anterior à sua gravidez. Esse período se inicia no momento em que se dá o descolamento placentário, logo após o nascimento do bebé, embora também possa ocorrer com a placenta ainda inserida na gestante, é o caso de óbitos fetais intra-uterino.

É durante o puerpério que o organismo materno retorna às suas condições pré-gravídicas. Este período dura em torno de seis semanas, geralmente ele termina quando a mulher retorna sua função ovulatória, ou seja, reprodutiva. Se a puérpera não estiver amamentando, sua ovulação retornará cerca de seis a oito semanas do parto.  

Em puérperas que estejam amamentando, o momento em que a ovulação retornará é praticamente imprevisível e, dependendo da frequência das mamadas, pode demorar cerca de 6 a 8 meses. Diante dessas incertezas é necessário orientar essa puérpera em relação a um método contraceptivo adequado ao momento.
O  significado da maternidade deve ser aprofundado com os pais. O objectivo deste estudo foi conhecer os significados da maternidade frente às necessidades das puérperas no alojamento conjunto no Hospital Municipal da Barra do dande. A maternidade para estas puérperas é um momento único, com sentimentos de insegurança para assumir os cuidados do recém-nascido e auto cuidado.


Diante destes pressupostos levanta-se a seguinte questão:

Quais os cuidados de enfermagem no puerpério imediato no Hospital Municipal do Dande?


Este trabalho tem sua importância, no sentido de ser promotor no cuidado da saúde da Mulher. O profissional que conhece cada um desses acessos assim como as fantasias que geralmente o acompanham, esta mais possibilitado de realizar uma higiene mental adequada.
          
A puérpera na situação de internamento, ou seja, estar em um meio desconhecido, entre pessoas estranhas, que devem atendê-la ou divide o mesmo quarto com ela, os cuidados impostos pela assepsia, é induzida a um estado regressivo, no qual predomina a necessidade infantil de protecção e carinho, aguçando-se como na infância, os temores em geral e as ansiedades ante a solidão. Necessitam assim de um acompanhamento em que esteja inserido seu aspecto emocional. A gestante ao receber a ordem de internamento sente o parto como algo concreto, irreversível. Surgem novamente todos os terrores, sendo o comum que se projectem sobre os mais variados elementos e situações: a família, a casa, a enfermeira, o veículo que transporta a paciente.

Às vezes é difícil determinar a linha divisória entre a normalidade e a patologia, no caso da depressão pós-parto segundo Maldonado (2000).

Na depressão que se prolonga pelos primeiros meses pós-parto é comum persistir a sensação de decepção consigo mesma, desilusão e fracasso. Na sintomatologia do puerpério, a mulher torna-se ensimesmada, afastada, triste, rejeita o filho, sofre de insónia, inapetência, descuido consigo mesma. Muitas vezes faz referências a alucinações, geralmente auditivas, ou exprime ideias delirantes. As ideias delirantes são do tipo paranóide: alguém vem roubar a paciente, matá-la, envenená-la. Também pode apresentar sentimentos de auto depreciação e autocensura com características melancólicas: ela se vê inútil, imprestável, incapaz de criar seus filhos.






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Na psicose puerperal, ocorre uma exacerbação dos sintomas da depressão pós-parto. Estas manifestações alarmantes, às vezes trazem tentativas de suicídios ou ataque directo ao bebé. Quando a situação real é muito conflitiva, por desavenças conjugais, precária situação económica, ou no caso de mãe solteira, desamparada, o desejo de matar o recém-nascido pode adquirir grande intensidade. Nesses casos, a dinâmica inconsciente do infanticídio resulta da projecção na criança de uma parte do ego atacada e arruinada por um objecto interno implacável, a morte da criança, à luz dessa fantasia inconsciente, implica no modo de eliminar a dor e o terror, ao mesmo tempo o objectivo terrorífico.

Outra forma de depressão anormal é a maníaca. A puérpera mostra-se alegre, vivaz e não se ocupa absolutamente com o bebé, discorre como se nada tivesse acontecido e, a partir da segunda ou terceira semana procura permanecer o mais possível afastada do filho, deixando-o aos cuidados de outrem. A anormalidade se exprime por um estado de tensão permanente, irritabilidade e hiperactividade. A agalactia favorece estas atitudes e a puérpera evita cuidar directamente do bebé, além de ser considerada como o ápice da depressão pós-parto. A anorexia é presente, substituída pelas actividades hipomaníacas, social ou de trabalho. Esses são os casos em que existe perigo para o futuro, pois a remissão se faz à base de uma profunda dissociação da personalidade. Instala-se mediante a negação e repressão das vivências persecutórias e depressivas, na maioria das vezes, mesmo que a puérpera tenha assumido o papel materno, passa a fazê-lo de modo parcial e incompleto.


O Hospital-Geral da Barra do Dande dista a cerca de 42 quilómetros a sudoeste da cidade de Caxito e foi inaugurado a 17 de Agosto de 2012, pelo ministro da Saúde, José Van-Dúnem.

A unidade sanitária, construída em dois anos, custou aos cofres do Estado angolano 13 milhões e 702 dólares americanos. Tem várias especialidades, entre as quais a oftalmologia, ginecologia, cuidados intensivos, cardiologia, ecografia e as endoscopias intestinais.

Com 75 camas para internamento, a aludida unidade hospitalar tem dois blocos operatórios, banco de urgência, morgue, serviços de raio X, pediatria, medicina e outros.

Dez médicos angolanos, 15 cubanos e 40 técnicos de saúde garantem o atendimento nesta instituição sanitária.


Assim sendo, o cuidado de enfermagem no puerpério imediato tem por meta oferecer estratégias de enfrentamento e adaptação à transição à maternidade, com acções voltadas para a superação de dificuldades.

Neste contexto este estudo poderá contribuir com subsídios para maior conhecimento da experiência à mulher no período puerperal, em especial levando-se em conta à importância atribuída ao puerpério imediato.

Desvendar o significado da maternidade possibilita a prática de estratégias nos serviços, direccionando-se em acções que sejam de efectivos suportes para as puérperas. O auxílio a essas mulheres nos cuidados com o bebé e em seu auto cuidado no Alojamento Conjunto (AC) promove qualidade da assistência e atende aos interesses específicos do puerpério preconizado pelo MS.

Frente a tal contexto, o objectivo deste estudo é conhecer os significados da maternidade frente às necessidades das puérperas no alojamento conjunto.


·         H1: As formas e tratamento em pacientes com puerpério imediato passa pela prevenção e cuidados pela ingerência de alimentos impróprios no organismo;
·         H2: As formas de tratamento, dá-se pelo não cuidado nutricional;
·         H3: A prevenção passa pelos cuidados dos profissionais de saúde;




·         Fazer um estudo sobre cuidados de enfermagem no puerpério imediato no Hospital Municipal da Barra do Dande;


·         Aumentar embasamento teórico sobre este assunto.
·         Passar o conhecimento adquirido de como ajudar quem está com o diabetes já diagnosticado.
·         Descrever como são os tratamentos.
·         Demonstrar tratamentos auxiliares no controle da diabete.



Os dados relativos a este trabalho serão tratados de forma qualitativa. Segundo Godoy (1995, p. 58) “em uma pesquisa cuja abordagem é qualitativa, as questões e focos de interesses se definem com a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interactivos pelo contacto directo do pesquisador com a situação estudada, participando da situação em estudo”.


A pesquisa em questão classifica-se basicamente como um estudo descritivo. Para MARQUES, Heitor R. (et al. 2006) afirmam que um estudo descritivo é o: “Procedimento que visa, como o termo indica, descrever e caracterizar fenómenos e populações, estabelecendo relações entre variáveis intervenientes e factos. “ (p.52)


Quanto a colecta de dados a pesquisa será classificada como revisão bibliográfica porque também será desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas especializadas e Internet e jornais.

Segundo MARQUES et al. (2006), afirmam que revisão bibliográfica é “aquela cujos dados secundários são obtidos mediante consulta feita em livros, revistas, jornais, enciclopédias, etc.” (p. 55)

As limitações da presente pesquisa irão relacionar-se com o facto de se tratar de um estudo de descritivo, cujos resultados poderão não ser facilmente generalizados. No entanto, a pesquisa terá como ponto principal o facto de se basear numa análise profunda do caso em estudo.
  


A atenção a saúde da mulher foi centrada historicamente na função reprodutiva, sobretudo durante a gravidez e o parto. A gravidez e o parto são eventos sociais que integram a vivência reprodutiva de homens e mulheres. É processo singular, experiência especial no universo da mulher e seu parceiro, envolvendo também suas famílias e a comunidade, constituindo experiência humana das mais significativas, para todos que dela participam.

Neste contexto, o puerpério é definido como o período do ciclo gravídico-puerperal em que as modificações provocadas pela gravidez e parto no organismo da mulher retornam ao seu estado pré-gravídico, tendo seu início após o parto com a expulsão da placenta e término imprevisto, na medida em que se relaciona com o processo de amamentação.

No puerpério a mulher passa por intensas modificações de adaptação psico-orgânicas, no qual ocorre o processo de evolução dos órgãos reprodutivos à situação pré-gravídica, o estabelecimento da lactação e ocorrência de intensas alterações emocionais.

O pós-parto pode ser caracterizado por sentimentos ambivalentes tais como euforia e alívio; experiência do parto e nascimento do filho saudável aumentando a autoconfiança; desconforto físico inerente ao tipo de parto; medo de não conseguir amamentar ansiedade quando o leite demora a aparecer e ingurgitamento das mamas; sentimentos de decepção com o filho pelo sexo ou aparência física; medo de não ser capaz de cuidar e responder as necessidades do bebé e não ser uma boa mãe.

Neste contexto, apesar da preocupação com a humanização dos cuidados à saúde da mulher em todas as fases do ciclo vital torna-se visível a pouca valorização das demandas que emergem da vivência da mulher no período puerperal, especialmente as relativas à subjectividade feminina em sua significação à maternidade.


É chamado de puerpério o período que compreende a fase pós-parto, quando a mulher passa por alterações físicas e psíquicas até que retorne ao estado anterior à sua gravidez. Esse período se inicia no momento em que se dá o descolamento placentário, logo após o nascimento do bebé, embora também possa ocorrer com a placenta ainda inserida na gestante, é o caso de óbitos fetais intra-uterino.

É durante o puerpério que o organismo materno retorna às suas condições pré-gravídicas. Este período dura em torno de seis semanas, geralmente ele termina quando a mulher retorna sua função ovulatória, ou seja, reprodutiva. Se a puérpera não estiver amamentando, sua ovulação retornará cerca de seis a oito semanas do parto.  


É chamado de puerpério o período que compreende a fase pós-parto, quando a mulher passa por alterações físicas e psíquicas até que retorne ao estado anterior à sua gravidez. Esse período se inicia no momento em que se dá o descolamento placentário, logo após o nascimento do bebé, embora também possa ocorrer com a placenta ainda inserida na gestante, é o caso de óbitos fetais intra-uterino.

É durante o puerpério que o organismo materno retorna às suas condições pré-gravídicas. Este período dura em torno de seis semanas, geralmente ele termina quando a mulher retorna sua função ovulatória, ou seja, reprodutiva. Se a puérpera não estiver amamentando, sua ovulação retornará cerca de seis a oito semanas do parto. 


Em Angola, durante a gravidez a mulher passa por certos movimentos específicos de incremento de ansiedade; no começo da gestação, durante a formação da placenta (segundo e terceiro mês), ante a percepção dos movimentos fetais ( três meses e meio), pela instalação franca dos movimentos ( quinto mês), pela versão interna ( do sexto mês em diante), no início do nono mês e nos últimos dias antes do parto.
         
O profissional que conhece cada um desses acessos assim como as fantasias que geralmente o acompanham, esta mais possibilitado de realizar uma higiene mental adequada. A puérpera na situação de internamento, ou seja, estar em um meio desconhecido, entre pessoas estranhas, que devem atendê-la ou divide o mesmo quarto com ela, os cuidados impostos pela assepsia, é induzida a um estado regressivo, no qual predomina a necessidade infantil de protecção e carinho, aguçando-se como na infância, os temores em geral e as ansiedades ante a solidão. Necessitam assim de um acompanhamento em que esteja inserido seu aspecto emocional.

A gestante ao receber a ordem de internamento sente o parto como algo concreto, irreversível. Surgem novamente todos os terrores, sendo o comum que se projectem sobre os mais variados elementos e situações: a família, a casa, a enfermeira, o veículo que transporta a paciente.

Puerpério patológico e aquele puerpério que evolui com infecção puerperal ou outros tipo de complicações (psicose pós-parto, afecções endocrinológicas, etc)
A mais importante complicação do puerpério e, porem, a infecção puerperal – representando uma grande parte das complicações pós-parto, apesar de que hoje, devido as normas de assepsia e anti-sepsia, a incidência desse evento diminuiu bastante.

Dentro deste contexto surgem os diferentes mecanismos de defesa que se erguem para resolver os problemas. As ansiedades depressivas e paranóides, irrompem de modo ocasional ou em acessos como: choro, aborrecimento, impaciência, ciúmes, despotismos, ou de francas revelações melancólicas de auto-acusação, auto-depreciação, inclusive dos transtornos psicossomáticos.

O contacto imediato entre mãe e bebé e o início das mamadas logo após o parto estimulam o surgimento de interacções precoces cheias de matizes e subtilezas que colocam em marcha um complexo funcionamento bioquímico através do olhar, do contacto da pele, do olfacto, dos sons da comunicação entre mãe e filho.

A interacção mãe-bebé e o início dessas mamadas logo após o parto nos comprovam a existência de uma sintonia subtil entre a dupla.

Klauss e Kennell (1978) relatam que o sentimento de apego na relação mãe-bebé começa num pós-parto imediato chamando-o período sensível.

Bolwby (1981) salienta que existem condições necessárias para que o apego se dê entre mãe e filho. Entre elas seria a sensibilidade da mãe frente aos sinais do bebé, como também a capacidade do bebé para sentir que suas iniciativas levam à troca afectiva com sua mãe.

Assim a relação mãe-filho pode ser compreendida pelo investimento afectivo. Partindo dessa visão surge a necessidade de se trabalhar e organizar grupos de gestantes, cujo objectivo é minimizar tais conflitos, utilizando o método psicoprofilático na gravidez, parto e puerpério. Possibilitando o tratamento das angústias, ansiedades e fantasias inerentes ao processo de mudança deste período de vida da mulher.

Percebe-se que na instituição pública onde a pesquisa foi realizada, Hospital Regional de Arcoverde, a maioria das puérperas não teve acesso a um bom nível de escolaridade, 45 % residem na zona rural do sertão árido da região, o que contribuiu para o não questionamento sobre a qualidade do serviço prestado pela instituição, mesmo não recebendo informações ou esclarecimentos sobre a situação de internamento.

A nível nacional, o parto só deixaria de ser uma situação de risco de vida , sofrimento físico e emocional , com a superação da situação de subdesenvolvimento económico, social e cultural do país. Isso contudo, não significa que enquanto não forem superadas estas condições, nada possa ser feito para tornar o parto um acontecimento de vida feliz e não de dor e morte.

Os aspectos emocionais do puerpério trata-se portanto, de um assunto de extrema importância para quem deseja actuar como profissional de psicologia hospitalar em uma maternidade. É imprescindível conhecer os aspectos emocionais do puerpério para se trabalhar terapeuticamente, preventivamente e pedagogicamente com a puérpera dentro da situação de internamento. Assim como identificar o subtil limiar entre a sintomatologia normal e patológica apresentada pela puérpera.

Para Maldonado (2000) o puerpério, assim como a gravidez, é um período bastante vulnerável à ocorrência de crises, devido às profundas mudanças intra e interpessoais desencadeadas pelo parto.

Os primeiros dias após o parto são carregados de emoções internas e variadas. Alguns autores (Baker, 1967; Kaij e Nilsson, 1972) acham que esses sintomas são devidos às mudanças bioquímicas que se processam logo após o parto, tais como o aumento da secreção de corticosteróides e a súbita queda dos níveis hormonais.

As implicações psicológicas da puérpera apresentam um estado de confusão, com ansiedades de esvaziamento (perda de partes importantes de si mesmo), de castração (perda de algo valioso) e de limitação pela necessidade de assumir novas tarefas e não poder realizar actividades anteriores.

Kitzinger (1977) comenta que na gravidez, o filho é muitas vezes sentido como parte do corpo da mãe e, por essa razão, o nascimento pode ser vivido como uma amputação. São comuns na gestação os sonhos em que há perda de partes de si própria (membros, dentes, cabelos, etc.) Após o parto, a mulher se dá conta de que o bebé é outra pessoa: torna-se necessário elaborar a perda do bebé da fantasia para entrar em contacto com o bebé real. Essa tarefa torna-se particularmente penosa no caso de crianças que nascem com problemas graves a com malformações intensas.

O período puérpero da mulher inicia com diferentes etapas: a – Os dias de permanência no hospital; b – A chegada a casa; c – O primeiro mês; d – O reatamento das relações sexuais; e – Do segundo ao sexto mês após o parto.


Ansiedade de ter o bebé nos braços e orgulhosamente exibi-lo. Passado o momento do parto, a puérpera sente um relaxamento psíquico, promovido pelas actividades das pessoas que a cercam com reverências e homenagens pela presente obra que ora exibe. Em geral, o ambiente capta devidamente essas necessidades, contribuindo na redução das ansiedades.

A situação de internamento é muitas vezes, estar só no meio desconhecido, com pessoas estranhas que podem ou não dividir com ela todas as etapas do momento esperado, o parto. Em tal estado depressivo, percebe-se uma regressão. A parturiente demonstra uma necessidade de protecção e carinho pelos termos e ansiedades ante a solidão hospitalar.


O desejo de voltar ao lar dá início ao processo. É a expectativa de receber alta hospitalar. As fantasias adquirem significado real. A perda da protecção que o hospital significava com o período depressivo puerperal ainda presente. Além disso, diminuição os afagos e comemorações, e adquirem relevo as obrigações e responsabilidades. Na primeira semana, o estado emocional da mulher apresenta-se confuso. Sente-se despersonalizada, fadigada, inferiorizada, inútil e com sensações persecutórias de agressão por parte das pessoas que a cercam. Tal estado pode iniciar o período da psicose puerperal, quando a mãe sente repúdio ao bebé: rejeita vê-lo, aterroriza-se com ele, permanece triste, afastada torna-se apática, abandonada e sem nenhum interesse pelos próprios cuidados pessoais. Pode sofrer insónia, inapetência. Esse quadro pode associar-se às ideias paranóides de perseguição, de que alguém vai introduzir-se na casa para prejudicar ou roubar. De carácter urgente se torna o tratamento neste caso.


O primeiro mês é o ápice de toda crise depressiva puerperal. Já visto no relato anterior, as ocorrências da primeira semana, quando são instalados os primeiros sintomas depressivos. Outras situações vão surgindo no meio familiar. O ciúme dos filhos maiores que afloram agressividades, o relacionamento entre o casal começa a apresentar algumas características de abandono pelo falta de relação sexual. A comunicação entre o casal também enfrenta dificuldades. O marido também sente-se maltratado, emocionalmente por se sentir impotente diante da situação da mulher. A medida que passa os dias, vai-se tornando mais evidente a falta de diálogo e de sexualidade.

No final do primeiro mês do puerpério a mulher começa a normalizar seu estado depressivo, tendem a desaparecer os estados de confusão e despersonalização, onde o ego, lentamente, volta a se integrar, recomodando-se à nova situação. Entre as ansiedades mais frequentes, convém mencionar a busca de carinho e protecção frente à sensação de perda de uma parte do corpo.


O temor torna-se outra ansiedade intensa da mulher. Pensa estar prejudicada ou rompida por dentro, ou de haver perdido os órgãos genitais internos. É somada a sensação dolorosa da cicatriz da episiotomia reforçando a vivência, que é em parte consciente e tem seu significado inconsciente.

Em seguida surge o medo de uma nova gravidez e as ansiedades pela ausência da menstruação. Todavia, se a mulher for preparada, pelo processo psicoprofilático da gravidez e se teve boa experiência no parto, geralmente, deseja outra gravidez, por necessidade inconsciente de repetir a experiência. Esse desejo do mesmo modo que aumenta o temor, aumenta a rejeição das relações sexuais. O obstetra auxiliará dando assistência ao casal e assegurando com autorização o reinício das relações sexuais.


A partir do segundo mês, a mulher começa a se sentir mais leve, menos dependente, absorvida e escravizada. A sensação de poder cumprir suas tarefas acrescenta uma fonte de alívio que vai diminuindo a depressão deste período. Porém a lactação torna-se outro problema no sentido da mãe saber conciliar essa tarefa com a necessidade de se ausentar do lar. O temor, o sentimento de culpa sobre o que possa acontecer com a criança e a sensação de tê-la abandonada incrementa a depressão e reforça a defesa contra tal estado. As principais ansiedades nesse período se dividem entre o desenvolvimento sadio do bebé e o corpo da puérpera. Se modelou devidamente, se recobrou as forças ou se recuperou o ciclo menstrual. Já no sexto mês, a introdução de alimentos sólidos aparece como uma proibição de lactar, em consequência ao estado depressivo pode ocorrer a aceleração e a precipitação do desmame.


O Hospital-Geral da Barra do Dande dista a cerca de 42 quilómetros a sudoeste da cidade de Caxito e foi inaugurado a 17 de Agosto de 2012, pelo ministro da Saúde, José Van-Dúnem.

A unidade sanitária, construída em dois anos, custou aos cofres do Estado angolano 13 milhões e 702 dólares americanos. Tem várias especialidades, entre as quais a oftalmologia, ginecologia, cuidados intensivos, cardiologia, ecografia e as endoscopias intestinais.

Com 75 camas para internamento, a aludida unidade hospitalar tem dois blocos operatórios, banco de urgência, morgue, serviços de raio X, pediatria, medicina e outros.

Dez médicos angolanos, 15 cubanos e 40 técnicos de saúde garantem o atendimento nesta instituição sanitária.



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