SUMÁRIO
O aparelho locomotor é a união
dos sistemas osteoarticular e muscular, cujo objectivo é o movimento, formar as
diferentes cavidades articular e suportar a pressão e o peso. O sistema
osteoarticular está formado pelos ossos, as articulações e os ligamentos e o
muscular está formado pelos músculos e os tendões. Será assim considerado neste
trabalho a anatomia e fisiologia do sistema locomotor, o exame físico e outras
matérias inerentes a este aparelho.
O sistema músculo-esquelético
é formado por ossos, músculos e articulações. Temos em nosso corpo 206 ossos,
que formam o esqueleto axial: cabeça e tronco e o esqueleto apendicular:
membros, ombros e quadril. (BARROS & et al - 2010)
O nosso corpo é formado por
três tipos de músculos: cardíaco, liso e esquelético. Sendo o nosso sistema músculo-esquelético
formado por 650 músculos voluntários que se encontram sob controle consciente.
(WEBER - 2007)
O osso é um tecido muito
consistente, resistente aos golpes, pressões e tracções. Estão constituídos
pela matriz óssea, uma substância sintetizada pelos osteocitos, cuja composição
química é 25% de água, 45% de minerais (como fosfato e carbonato de cálcio.
Estes minerais não permanecem fixos, senão que são constantemente trocados e
substituídos. Este intercâmbio está regulado pela alimentação e pelos hormónios,
por isso é tão importante comer bem) e 30% de matéria orgânica.
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O nosso esqueleto tem a função
de proteger os órgãos vitais, auxiliar no movimento do corpo, produzir células
sanguíneas, suportar os tecidos, fornecer uma área de armazenamento para
fósforo, cálcio e sais minerais. (BARROS & et al - 2010)
O esqueleto de um homem adulto
pesa 17 quilos e está formado por 206 ossos: 26 deles formam o crânio, 41 estão
na cara e 6 nos ouvidos. A mão possui 27 ossos.
Podemos distinguir dois tipos
de tecido ósseo:
─
Osso compacto (ou cortical), no qual as
“laminillas” ósseas estão muito apertadas. Dá um aspecto maciço.
─
Tecido ósseo esponjoso, no qual as laminillas
não estão tão compactadas, pois deixam espaços entre elas (preenchimentos pela
medula óssea).
As laminillas estão dispostas
de tal forma que possam suportar as pressões às que se vê submetido o osso
durante sua função de suporte.
Para clarificar-nos,
dividiremos o esqueleto em duas partes:
─
Esqueleto Áxil, que segue a linha do corpo (isto
é: cabeça, coluna vertebral, costelas e esternón).
─
Esqueleto Apendicular, que se insere no
esqueleto áxil, e está formado pelos ossos das extremidades superiores e
inferiores.
Segundo sua forma, os ossos
classificam-se em vários tipos:
·
Ossos
longos: Localizados no esqueleto apendicular. Têm a função do movimento,
pois neles se inserem os músculos que impulsionarão o osso. Exemplo: Úmero,
morna, rádio. Têm três regiões:
─
Epífisis (ou extremos): o tecido ósseo esponjoso
está recoberto por tecido ósseo compacto
─
Diáfisis (zona média): só é osso compacto,
deixando no centro uma cavidade para a medula óssea.
─
Cartílago Epifisario, que se encontra entre
ambas zonas nos meninos, e é responsável pelo crescimento dos ossos em
longitude.
·
Ossos
curtos: Localizam-se em mãos e pés formando o carpo e o tarso. Sua
disposição é muito similar à epífisis dos ossos longos. Suportam uma grande
resistência ao peso e às pressões, e desfrutam de pesos variados. Exemplo:
tarsos e carpos.
·
Ossos
planos: Encontram-se por todo o esqueleto, já que se dispõem formando
cavidades para proteger aos órgãos nobres. Sua função é proteger. Por exemplo:
as costelas no tórax, os ossos do crânio, etc. Estão formados por uma camada de
tecido ósseo esponjoso que está entre duas camadas de tecido ósseo compacto
(estas camadas, segundo onde estejam, se chamarão tabelas internas ou
externas).
·
Ossos
irregulares: De formas caprichosas, encontram-se quase todos na cara,
pescoço e coluna vertebral. Alguns têm somente tecido ósseo esponjoso, outros
apenas tecido compacto e outros, ambos. Um exemplo: coluna vertebral.
As articulações são um
conjunto de elementos ou tecidos que constituem a união As articulações do
corpo humano, pertencentes ao sistema articular, são responsáveis por muitos
movimentos que realizamos uma vez que conecta os ossos do esqueleto humano há
outros ossos ao às cartilagens, como acontece nos joelhos, cotovelos, punhos,
tornozelos, ombros, dentre outros.
Nesse ínterim, alguns
elementos que fazem parte das articulações são: a cartilagem articular (tecido
conjuntivo elástico), os ligamentos (estruturas fibrosas), a cápsula articular
(membrana fibrosa), a membrana sinovial (bolsa com líquido sinovial) e os
meniscos (estrutura de articulação dos joelhos).
Classificação das Articulações
De acordo com o tipo de
ligação, as articulação são classificadas em:
Sinartrose: São as articulações fibrosas localizadas entre um osso
e outro; são caracterizadas por serem inflexíveis, por exemplo, a articulação
do crânio (sutura), dos dentes e do maxilar, da tíbia e a fíbula.
Anfiartrose: São articulações flexíveis e cartilaginosas, ou seja,
aquelas que possuem cartilagens entre os ossos e permitem movimentos os quais
evitam o desgaste excessivo dos ossos, auxiliando, dessa maneira, no
deslizamento de uns sobre os outros a partir dos diferentes movimentos do
corpo.
Diartrose: Localizadas entre a pele e os ossos, a diartrose são
articulações flexíveis e sinoviais, caracterizadas pela presença das bolsas
sinoviais (líquido sinovial ou sinóvia) que evitam os desgastes ocasionados
pelo atrito, por exemplo as articulações dos ombros, dos joelhos e dos
cotovelos.
§ Abdução – É o afastamento de um membro
do plano mediano do corpo ou, no caso dos dedos, distanciamento do eixo da mão
e do pé. Acontece no plano frontal em torno do eixo Antero-posterior. Dica:
para lembrar, pense em abrir – abdução;
§ Adução – É o movimento oposto à
abdução, consiste na aproximação de um membro do plano sagital do corpo ou,
para os dedos, ao eixo da mão ou do pé. Ocorre no plano frontal em torno do
eixo Antero-posterior.
§ Circundação – É a combinação sucessiva
de flexão, abdução, extensão e adução de um segmento. Só são possíveis nas
junturas esféricas e em sela, como os ombros;
§ Depressão – Movimento de uma parte do
corpo para baixo
§ Dorsiflexão – O dorso dos pés se movem
em direcção anterior e para cima.
§ Elevação – Movimento de uma parte do
corpo para cima. Exemplo: elevação da escápula;
§ Eversão – Movimento da sola do pé para
fora nas articulações do tornozelo e intertársicas.
§ Extensão – É o movimento oposto a
flexão, também ocorre no plano sagital em torno do eixo látero-lateral.
Consiste em afastar uma parte corporal da outra, com o aumento do ângulo da
articulação entre essas partes. Exemplo: rectificação dos dedos, inclinação do
pescoço para trás;
§ Flexão – É o movimento de uma parte do
corpo contra outra, com diminuição do ângulo da juntura entre essas partes,
ocorre no plano sagital em torno de um eixo látero-lateral. Exemplo: “dobrar” o
cotovelo, levantar a coxa contra o abdómen;
§ Flexão Lateral – Termo usado para
denotar os movimentos da cabeça, pescoço e tronco no plano frontal em torno do
eixo Antero-posterior;
§ Flexão Plantar – A planta dos pés se
movem em direcção caudal e posterior.
§ Hiperextensão – É o movimento exagerado
de extensão. Exemplo: hiperextensão dos joelhos (provocam um arco convexo
posteriormente entre a coxa e a perna);
§ Inversão – Movimento da sola do pé para
dentro, nas articulações do tornozelo e intertársicas;
§ Protração – Movimento de uma parte do
corpo para a frente num plano horizontal. Exemplo: protração da mandíbula;
§ Retracção – Movimento de uma parte do
corpo para trás num plano horizontal. Exemplo: retracção da mandíbula;
§ Rotação Lateral ou Externa – A face
anterior do membro desvia-se para o lado, ocorre no plano horizontal em torno
do eixo longitudinal. Exemplo: Girar o braço, as articulações do ombro e
quadril;
§ Rotação
Medial ou Interna – Movimento em torno do eixo longitudinal, no plano
horizontal. A face anterior do membro volta-se para o plano mediano do corpo;
§ Supinação e Pronação – São movimentos
de rotação do antebraço no plano horizontal. Na pronação a extremidade distal
do osso rádio move-se a partir de uma posição lateral para uma posição medial e
o dorso da mão fica voltado para frente. Na supinação ocorre o oposto. É melhor
observar esses movimentos com o antebraço flectido a 90º para evitar que a
rotação do ombro produza a falsa aparência do movimento.
Os músculos são conjuntos de
células que têm a propriedade de se contrair ao receber um impulso nervoso.
Neste movimento intervém as proteínas
musculares e o cálcio. A sua vez, este movimento cria calor, pelo que contribui
à termo-génesis. Por isso quando temos frio trememos: os músculos movem-se para
dar calor.
Possuem uma complexa malha
proteica de miosina e actina, que lhe fornecem a capacidade da contractibilidad
(mais abaixo). Cerca do 40% do peso de um homem é músculo-esquelético, enquanto
nas mulheres, esta cifra atinge tão só uns 20%.
O músculo mais volumoso é o gluteus maximus (nalga), e o mais
pequeno, aquele que controla o estribo (0,12 cm). Os músculos que mais se movem
ao cabo do dia são os dos olhos. O mais potente é o masetero.
Podemos dividir os músculos em
dois tipos:
Músculos involuntários ou viscerais:
Regidos pelo sistema nervoso autónomo, pelo que seu controle escapa de nossa
vontade.
Estão formados pelo tecido muscular liso, que contém
células fusiformes, com um só núcleo. Este tecido tem a capacidade de
contrair-se muito lentamente, mas aguenta muito; Isto é: a contracção é
mantida, e não se esgota. Encontra-se recobrindo estruturas internas: pulmões,
estômago, etc.
Outro tipo de tecido muscular
involuntário é o tecido muscular
cardíaco, cujas células aparecem muito juntas. Ademais, têm uma grande
condutibilidade e excitabilidade, pelo que são capazes de se contrair ritmicamente
com uma média de oitenta vezes por minuto. Também não se esgotam.
Músculos voluntários: Regidos pelo sistema nervoso somático, pelo
que controlamos seu funcionamento. Formados pelo tecido muscular serrilhado.
Estão formados por células
longas e multinucleadas. Entre estas células há espaços que estão cobertos por
uma camada de tecido conectivo (o endomisio).
Estes músculos apresentam uma contracção
rápida e são capazes de sofrer esgotamento. Inserem-se nos ossos através dos
tendões (múltiplas fibras de colagênio que se incrustam na superfície óssea),
que sempre estão presentes na inserção muscular.
A maioria dos músculos têm uma
origem e uma inserção, mas alguns têm duas, três ou quatro origens (bíceps,
tríceps, cuadriceps) e uma só inserção.
Na inspecção estática, com o
paciente em posição ortostática deve-se inspeccionar o alinhamento da coluna
vertebral no plano antero posterior e lateral para detecção de possíveis
cifoses, lordoses ou escolioses, que podem acentuar-se com a flexão anterior da
coluna. Observar se o paciente está adoptando um posicionamento antálgico
(Meirelles, 2000).
Inspecionar os contornos
ósseos e de tecidos moles, verificar se há tumorações ou derrames articulares
localizados ou possíveis alterações vaso-motoras, sudomotoras, pilomotoras e
tróficas. Observar a posição normal de função da articulação e se há
deformidades (Freire, 2004).
Verificar a presença de
alterações cutâneas que podem estar relacionadas com malformações ou doenças da
coluna vertebral. Tufos pilosos na região lombar podem indicar spina bífida.
Manchas “café com leite” ou nódulos subcutâneos podem estar presentes na
neurofibromatose (Meirelles, 2000).
Na inspecção dinâmica,
observa-se a marcha e a movimentação activa da coluna lombar. A marcha pode ser
claudicante ou pode revelar deficit motor, manifestado pela incapacidade de
deambular na ponta dos pés ou com os calcanhares. A inspecção da marcha pode
demonstrar assimetria de comprimento de membros inferiores (Meirelles, 2000).
A marcha tem como função
locomover o corpo de um lado para o outro, sendo dividido em duas fases: fase
de balanço, quando o membro sofre um avanço ou translação; fase de apoio:
quando ficamos de pé e o mesmo suporta o peso. (BARROS & et al -2010)
Iniciamos a marcha normal com
o calcanhar no solo, tendo o apoio da borda lateral do pé, do antepé e dos
dedos, aos poucos o calcanhar vão se deslocando do solo. Dessa mesma maneira
ocorre com o antepé e com o hálux. Depende da marcha para ocorrer o equilíbrio.
Existem alterações, que dependem do tipo de lesão, podendo ser elas:
neurológicas, ortopédicas ou reumatológicas. (BARROS & et al – 2010; VIANA
e PETENUSSO - 2012)
Exame físico da marcha deve
ser realizado no momento de deambulação normal. Para avaliar o paciente deve-se
pedir que ele se levante e nesse momento devemos observar se o mesmo usa os
braços para se apoiar, se necessita de auxílio ou usa bengala, andador, prótese
ou órtese. Deve-se observar na marcha se o paciente tem contacto total dos pés
no solo, os movimentos a posição, força da marcha, ritmo e passo. (BARROS &
et al – 2010; VIANA e PETENUSSO - 2012)
§
Marcha espástica: o paciente não
consegue flexionar e fazer a extensão dos membros inferiores, tornando-se o
quadril rígido e comprometendo a marcha pela adução e rotação.
|
§
Marcha talomante: o paciente bate
fortemente os calcanhares no solo ao mudar de passo.
|
§
Marcha braquibásica: o paciente
demonstra que os pés estão pesados e que não consegue levantá-los, por isso
arrasta os pés.
|
§
Marcha escavante: o paciente não
consegue fazer flexão dorsal do pé, pois quando caminha apóia primeiro a
ponta dos pés e, seguida o calcâneo, essa marcha geralmente é vista em
pacientes que tiveram AVC.
|
§
Marcha claudicante: nesta marcha o
paciente ao andar manca para um dos lados, isso ocorre devido insuficiência
arterial ou lesão no aparelho locomotor.
|
§
Marcha anserina: essa marcha é
apresentada em pacientes que tem excesso de peso no abdómen, ex: mulher
grávida.
|
§
Marcha em bloco: o paciente ao se
locomover apresenta uma marcha lenta com a cabeça e o tronco inclinados para
frente, e sua principal característica é a de não conseguir ultrapassar o obstáculo,
isso ocorre na síndrome parkinsoniana.
|
§
Marcha parkinsoniana: o paciente
nesta marcha não tem movimentos nos braços, a cabeça fica inclinada para
frente, apresenta no seu andar passos diminuídos e rígidos.
|
§
Marcha ceifante: essa marcha é
característica em pacientes hemeparéticos, que ao deambular não consegui
flexionar o membro farético, quando isso acontece ocorre a abdução do quadril
e a circundação em foice do membro inferior.
|
§
Marcha cerebelar: essa marcha é
comum em pacientes com doenças cerebelares, com intoxicação alcoólica ou
barbituícas, nesse exame é pedido que o paciente deambule de costas, quando
estiver marchando de costas e fizer em estrelas, isso indica que o paciente
tem problemas no cerebelo.
|
§
Marcha distônica: nessa marcha o
paciente é caracterizado por movimentos de flexão, tendo extensão e rotação
do pescoço associado a caretas e movimentos rápidos dos braços e dedos,
características de paralisia cerebral.
|
§
Marcha em tesoura: nessa marcha o
paciente deambula na ponta dos pés e coloca uma perna a frente da outra.
|
§
Marcha em estrela ou vestibular; nessa
marcha o paciente marcha de frente e volta de costas com os olhos fechados
desenhando no chão uma estrela.
|
Para avaliarmos os ombros,
devemos observar durante os movimentos de rotação interna, abdução, rotação
externa e adução. No movimento de rotação externa e abdução o paciente deve
alcançar com o braço por trás da cabeça, alcançando a borda superior da
escápula contralateral. Já na rotação interna e adução o paciente deverá
alcançar o acrômio contralateral com o braço, tocando o ângulo inferior da
escápula contralateral. Enquanto o paciente faz os movimentos pedidos, deve-se
observar a simetria de cada movimento e a presença de algia. BARROS & et al
– 2010; VIANA e PETENUSSO – 2012; WEBER - 2007)
Quando o paciente fizer a
extensão que é feita com os braços abduzidos a 90°, o cotovelo deve ser mantido
em linha recta, as palmas das mãos devem retornar para cima em supinação,
deve-se continuar o movimento de abdução, encontrando-se as mãos por cima da
cabeça. (BARROS & et al – 2010; VIANA e PETENUSSO – 2012; WEBER - 2007)
As articulações devem ser
avaliadas por meio da inspecção, sendo os movimentos activos e passivos. Tendo
uma segunda fase que é a palpação.
Os movimentos usados no
movimento físico do cotovelo são: flexão, extensão, supinação e pronação. Na
flexão o paciente precisa flexionar o cotovelo, tocando a face anterior do
ombro com a mão, na extensão é dado o limite no ponto do olecrano (é uma grande
eminência que compreende a porção proximal e posterior da ulna) onde se
encontra a fossa olecrâniana (saliência óssea do cúbito que fica localizada
atrás do cotovelo), na supinação a mobilidade é feita com a flexão do cotovelo
a 90°, tendo como base o nível da cintura, punho cerrado, palma da mão voltada
para baixo, e em seguida pede-se ao paciente que volte a mão para cima, na
pronação a avaliação é feita com os cotovelos flectidos na altura da cintura,
tendo a palma da mão voltada para cima atingindo dessa maneira a posição
completa. (BARROS & et al – 2010; VIANA e PETENUSSO – 2012; WEBER - 2007)
Osteoporose: Osteoporose é uma doença que se apresenta com perda
óssea progressiva associada a um risco aumentado de fracturas. Ela literalmente
significa "osso poroso". Frequentemente a doença se desenvolve sem
ser notada através de muitos anos, sem sintomas ou desconfortos até que uma fractura
aconteça. A osteoporose frequentemente causa diminuição da estatura e
gibosidade (uma região lombar marcadamente arredondada).
Doença de Paget dos Ossos: A doença de Paget é um distúrbio crónico
do esqueleto, no qual áreas de ossos apresentam um crescimento anormal,
aumentam de tamanho e tornam-se mais frágeis. O distúrbio pode afectar qualquer
osso. No entanto, os ossos mais comummente atingidos são: os ossos da pelve, o fémur,
os ossos do crânio, a tíbia, os ossos da coluna vertebral (vértebras), as
clavículas e o úmero. Nos Estados Unidos, cerca de 1% dos indivíduos com mais
de 40 anos apresentam esse distúrbio, o qual raramente ocorre entre os
indivíduos mais novos.
Os homens apresentam uma
probabilidade 50% maior de apresentar a doença de Paget do que as mulheres. A
doença de Paget é mais comum na Europa (excluindo a Escandinávia), na Austrália
e na Nova Zelândia que nas Américas, na África e na Ásia. Ela é particularmente
comum na Inglaterra. Em condições normais, as células que destroem o osso velho
(osteoclastos) e as células que formam o osso novo (osteoblastos) trabalham em
equilíbrio para manter a estrutura e a integridade ósseas.
No caso da doença de Paget,
tanto os osteoclastos quanto osteoblastos tornam-se hiperativos em algumas
áreas dos ossos e a velocidade do turnover (renovação) dessas áreas aumenta de
modo significativo. As áreas hiperativas aumentam de tamanho. No entanto, elas
apresentam uma estrutura anormal e, por essa razão, são mais frágeis que as
áreas normais. A causa da doença de Paget é desconhecida. Apesar dela
apresentar uma tendência a ocorrer em família, até o momento não foi descoberto
qualquer padrão genético específico. Algumas evidências sugerem a possibilidade
do envolvimento de uma infecção viral.
Joanete (hálux valgo): Joanete é uma deformidade com tumoração no
lado externo do pé, desviando o hálux (dedão) para a parte interna dos pés. Na
verdade esta tumoração não é simplesmente um crescimento do osso, mas uma
grande mudança na arquitectura e funcionamento dos ossos e articulações do pé.
Esta deformidade resulta do uso de calçados inadequados (salto alto e ponta
fina). A irritação e pressão dos sapatos sobre esta região inicialmente causam
dores e inflamação da articulação do halux (bursite) e com o passar do tempo
vão deformar esta região. Em muitos casos o tratamento é cirúrgico, pois a
deformidade é tão exagerada que afecta o modo de caminhar das pessoas.
Portanto, joanete é o conjunto
destes dois componentes Bursite e Hallux valgus, ou seja, desvio e inflamação
da articulação do dedo grande do pé e seu desvio para fora, com a sua rotação
para dentro.
Distrofias musculares:
A distrofia muscular provoca uma degeneração progressiva do músculo-esquelético.
Com o passo do tempo, o músculo vai-se atrofiando (aumenta a debilidade,
diminui a funcionalidade e a massa muscular), até que ao final o paciente tem
que ir em cadeira de rodas.
Há várias formas clínicas, que
dependem da gravidade da distrofia, a zona, etc.:
Distrofia muscular de
Duchenne: Apresenta-se antes dos cinco anos de idade. Primeiro se atrofiam os
músculos do tronco e da pélvis, pelo que se produz uma escolioses. Ao final da adolescência
quase todos os grupos musculares estão afectados. Costuma-se morrer por uma
falha respiratória ou do coração. Transmite-se de forma recessiva no cromossomo
X, pelo que quase sempre são varões os doentes.
Distrofia muscular de Becker:
Como a distrofia muscular de Duchenne, mas mais leve.
Distrofia muscular
facio-escápulo-humeral: Produz atrofia e debilidade nos músculos da cintura
escapular e nos membros inferiores. Costuma aparecer nos primeiros anos da puberdade.
A maioria dos pacientes são capazes de caminhar até idades avançadas, e afecta por
igual a ambos sexos.
Distrofia muscular de cintura:
Afecta a ambos sexos e pode ser desenvolvido a qualquer idade. Podem ser visto afectados
os músculos da cintura escapular ou pelviana; sua progressão é lenta; ao final
da vida, a maioria dos músculos vêem-se afectados.
Distrofia muscular miotónica:
Neste tipo de distrofia existe, além de atrofia e debilidade, lentidão na
relaxação muscular de postcontracción. É mais grave nas gerações mais jovens de
uma família afectada: os filhos de uma mãe afectada.
Escoliosis: Esta doença
provoca um desvio da coluna já que os músculos torácicos não têm suficiente
força para manter a coluna recta. É uma complicação derivada da distrofia
muscular.
Artrite Reumatoide: Damos o nome de artrite à inflamação de uma ou
mais articulações Uma articulação com artrite se apresenta inchada,
avermelhada, quente e extremamente dolorida.
Quando apenas uma articulação
está inflamada, chamamos de monoartrite. Quando ocorre inflamação de várias
articulações estamos diante de uma poliartrite. A artrite pode ainda ser
simétrica quando acomete simultaneamente duas articulações irmãs como joelhos,
punhos, tornozelos, etc.
A articulação é a região onde
há conexão de dois ou mais ossos distintos. Exemplos: joelhos, cotovelo,
punhos, tornozelo, ombros, etc.
As articulações ao longo do
corpo não são todas iguais. Algumas articulações são conectadas por um tecido
fibroso, que cola um osso ao outro, tornando-os imóveis, como no caso dos ossos
do crânio; outras são ligadas por cartilagens e permitem uma pequena mobilidade
como os discos vertebrais que unem as vértebras da coluna; há ainda as
articulações móveis, que normalmente são ligadas por uma cartilagem e uma bolsa
cheia de líquido (líquido sinovial) permitindo amplo movimento dos ossos com
mínimo atrito entre eles, como é o caso do joelho, cotovelo, ombros, etc.
Quando a articulação
apresenta-se inflamada damos o nome de artrite. Quando a articulação
encontra-se dolorida, mas sem sinais clínicos de inflamação (inchaço, calor e
rubor) dizemos que há uma artralgia.
Várias outras doenças acometem
as articulações, manifestando-se com quadros de artrite, fazendo parte do
diagnóstico diferencial da artrite reumatoide, entre elas podemos citar:
– Lúpus.
– Gota.
– Osteoartrite/artrose.
– Artrite séptica (infecção da
articulação).
– Artrite psoriásica.).
– Doença de Still.
– Espondilite anquilosante.
– Febre reumática.
Não se sabe ainda o que causa
a artrite reumatoide, mas factores auto-imunes estão presentes. Por que o
organismo passa a atacar as próprias articulações ainda é um mistério, mas o
resultado final é a destruição de tecidos pelo próprio sistema imune. Factores
genéticos parecem ser importantes e a presença de determinados genes está
associada a um maior risco de se desenvolver a doença. Parentes de 1º grau de
doentes, apresentam até 3 vezes mais chances de também apresentar AR.
A artrite reumatoide é mais comum
em mulheres e em caucasianos (brancos). O pico de aparecimento da doença é
entre 30 e 55 anos. Até 5% das mulheres acima de 65 anos apresentam AR. O ato
de fumar está associado a um maior risco de AR e a uma maior gravidade da
doença. A nuliparidade (ausência de filhos) também parece ser outro factor de
risco.
Atadura é uma tira de pano de
qualquer largura ou comprimento, que serve para fixar curativo-proteção contra factores
externos nocivos, dar suporte a membro lesado, corrigir defeitos ou agir como
hemostético-deter hemorragia e favorecer a circulação.
Gaze = comummente usada para fixar curativos. É feita de material
fino e maleável, o que facilita sua aplicação em qualquer superfície.
Crepom = mais usada para fixar curativos e imobilização, por
promover maior segurança devido a sua elasticidade.
Elástico = mais indicada nos casos de hemorragia e varizes.
Flanela = serve como isoladora entre a epiderme e a atadura
gessada. Conserva o calor facilitando a circulação.
Tartalana, crinolina = é uma gaze torcida com fios frouxos que são
endurecidos por meio de uma goma (ataduras gessadas).
─
Preparar todo o material antes da realização do
procedimento.
─
Lavar as mãos antes e após contacto com
paciente.
─
Orientar o paciente sobre a necessidade do
procedimento, antes de realiza-lo.
─
Aplicar a atadura sempre da esquerda para
direita.
─
O corpo da atadura deve estar sempre voltado
para cima.
─
Fixar a parte inicial com o polegar, fazer a
lacínia (pequena dobra).
─
Fixar bem o extremo inicial e final.
─
Não ajustar muito para evitar transtornos
circulatórios.
─
Evitar pregas e rugas, use a atadura sempre
esticada (evitar escoriações da pele).
─
Deixar, sempre que possível, a extremidade do
membro descoberta, a fim de verificar condições da circulação.
─
Cobrir apenas 1/3 ou ½ da atadura em cada volta.
─
Não deixar duas superfícies em contacto (evitar
escoriações da pele).
─
Dar apoio ao local onde está sendo aplicada a
atadura.
─
Verificar a largura da atadura de acordo com o
diâmetro da superfície do corpo a ser enfaixada.
─
Encerrar a atadura fazendo 2 ou 3 circulares,
afim de impedir o deslocamento.
─
Cortar parte da atadura quando a mesma sobrar.
─
Fazer uma pequena dobra na extremidade terminal
para fixação.
─
Fixar com esparadrapo ou fita crepe.
─
Não fazer fixação sobre:
─
Local ferido;
─
Saliências ósseas ou face inferior do membro;
─
Lado em que paciente durma ou repouse;
─
Qualquer local que cause desconforto ao
paciente.
─
Para retirar a atadura:
─
Cortar com tesoura apropriada (ponta
arredondada);
─
Desenrolar para aproveita-la posteriormente;
─
Nunca aproveite ataduras de feridas ou em
situações que estiverem muito sujas.
Circular: a atadura é enrolada
em volta da parte afectada, sobrepondo-se uma volta completa À volta anterior.
Locais: dedos, pescoço, tórax,
abdómen, punho, tornozelo.
Espiral: enrolada obliquamente
de maneira que a volta posterior recubra metade ou 2/3 de sua largura.
Ascendente = Começa na parte
inferior do segmento corporal, de baixo para cima.
Locais: punho, dedos e tronco.
Descendente = começa na parte
superior do segmento corporal, de cima para baixo.
Reversa = faz-se uma volta em
espiral ascendente, fazendo-se o inverso na metade de cada volta.
Local: braço, antebraço, coxas
e pernas.
Cruzada, em oito ou espica:
consiste em se fazer voltas oblíquas passando uma sobre as outras que ascendem
e descendem alternadamente, sendo que cada uma segue a precedente e assim
parece uma figura em oito.
Local: joelho, cotovelo,
tornozelo e punho.
Diante do exposto concluímos,
em suma, que o sistema locomotor é formado pela combinação de dois sistemas,
que actuam juntos para garantir uma grande quantidade de movimentos: o sistema
muscular e o sistema esquelético. Sem esses sistemas seria impossível nos
alimentar, ir para novos ambientes, reproduzir, entre diversas outras funções
importantes. O sistema muscular é formado por músculos, estruturas compostas
por tecidos musculares. A principal característica desses tecidos é a
capacidade de contracção, que pode ser voluntária ou involuntária dependendo do
tipo em questão.
BARROS, Alba Lucia Bottura
Leite de et al - Anamnese & Exame
Físico, 2ª edição Porto Alegre: Artmed, 2010.
MORAIS, Junior, SERGIO, Luis
Alves de – Processo de Cuidar III – Faculdade Anhanguera - 2014.
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WEBER, Janet R. - Semiologia
Guia Prático para Enfermagem, 5ª edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
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