SUMÁRIO
Este projecto de investigação trata de aspectos a serem
desenvolvidos sobre o puerpério imediato. O período logo após o parto chama-se
Puerpério, também conhecido como pós-parto ou resguardo. Dura em torno de 6 a 8
semanas e só termina com o retorno das menstruações.
Em nenhuma outra fase da vida modificações físicas tão
grandes acontecem em tão curto espaço de tempo. Todos os órgãos, principalmente
os genitais, se recuperam das alterações ocorridas ao longo da gravidez e do
parto e nessa fase se inicia a lactação. Além disso, importantes modificações
psicológicas ocorrem.
Todas as suas dúvidas devem ser discutidas detalhadamente
com o obstetra responsável pelo seu parto, pois é ele quem melhor conhece as
particularidades individuais. Aproveite sua permanência na maternidade, também
para aprender os cuidados básicos com o bebé. A alta médica geralmente ocorre
entre 24 e 36 horas após o parto. Vamos considerar o puerpério como o período
que transita entre o nascimento do bebé e os seus dois primeiros anos de vida,
ainda que emocionalmente haja um progresso evidente entre o caos dos primeiros
dias – em meio a um pranto desesperado – e a capacidade de sair ao mundo com um
bebé nas costas.
Para tentarmos submergir nas difíceis trilhas
energéticas, emocionais e psicológicas do puerpério, creio ser necessário
reconsiderar a duração real deste período. Refiro-me ao fato de que os famosos
40 dias estipulados – já não sabemos por quem, nem para quem – têm a ver
somente com o histórico veto moral para salvar a parturiente da procura sexual
do homem. Mas esse tempo cronológico não significa psicologicamente um começo,
nem um final de nada.
É chamado de puerpério o período que compreende a fase
pós-parto, quando a mulher passa por alterações físicas e psíquicas até que
retorne ao estado anterior à sua gravidez. Esse período se inicia no momento em
que se dá o descolamento placentário, logo após o nascimento do bebé, embora
também possa ocorrer com a placenta ainda inserida na gestante, é o caso de
óbitos fetais intra-uterino.
É durante o puerpério que o organismo materno retorna às
suas condições pré-gravídicas. Este período dura em torno de seis semanas,
geralmente ele termina quando a mulher retorna sua função ovulatória, ou seja,
reprodutiva. Se a puérpera não estiver amamentando, sua ovulação retornará
cerca de seis a oito semanas do parto.
Em puérperas que estejam amamentando, o momento em que a
ovulação retornará é praticamente imprevisível e, dependendo da frequência das
mamadas, pode demorar cerca de 6 a 8 meses. Diante dessas incertezas é
necessário orientar essa puérpera em relação a um método contraceptivo adequado
ao momento.
O significado da maternidade deve ser aprofundado
com os pais. O objectivo deste estudo foi conhecer os significados da maternidade
frente às necessidades das puérperas no alojamento conjunto no Hospital Municipal
da Barra do dande. A maternidade para estas puérperas é um momento único, com
sentimentos de insegurança para assumir os cuidados do recém-nascido e auto
cuidado.
Diante
destes pressupostos levanta-se a seguinte questão:
Quais
os cuidados de enfermagem no puerpério imediato no Hospital Municipal do Dande?
Este trabalho tem sua importância, no sentido de ser
promotor no cuidado da saúde da Mulher. O profissional que conhece cada um
desses acessos assim como as fantasias que geralmente o acompanham, esta mais
possibilitado de realizar uma higiene mental adequada.
A puérpera na situação de internamento, ou seja, estar em
um meio desconhecido, entre pessoas estranhas, que devem atendê-la ou divide o
mesmo quarto com ela, os cuidados impostos pela assepsia, é induzida a um
estado regressivo, no qual predomina a necessidade infantil de protecção e
carinho, aguçando-se como na infância, os temores em geral e as ansiedades ante
a solidão. Necessitam assim de um acompanhamento em que esteja inserido seu
aspecto emocional. A gestante ao receber a ordem de internamento sente o parto
como algo concreto, irreversível. Surgem novamente todos os terrores, sendo o
comum que se projectem sobre os mais variados elementos e situações: a família,
a casa, a enfermeira, o veículo que transporta a paciente.
Às vezes é difícil determinar a linha divisória entre a
normalidade e a patologia, no caso da depressão pós-parto segundo Maldonado
(2000).
Na depressão que se prolonga pelos primeiros meses
pós-parto é comum persistir a sensação de decepção consigo mesma, desilusão e
fracasso. Na sintomatologia do puerpério, a mulher torna-se ensimesmada,
afastada, triste, rejeita o filho, sofre de insónia, inapetência, descuido
consigo mesma. Muitas vezes faz referências a alucinações, geralmente
auditivas, ou exprime ideias delirantes. As ideias delirantes são do tipo
paranóide: alguém vem roubar a paciente, matá-la, envenená-la. Também pode
apresentar sentimentos de auto depreciação e autocensura com características
melancólicas: ela se vê inútil, imprestável, incapaz de criar seus filhos.
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Na psicose puerperal, ocorre uma exacerbação dos sintomas
da depressão pós-parto. Estas manifestações alarmantes, às vezes trazem
tentativas de suicídios ou ataque directo ao bebé. Quando a situação real é
muito conflitiva, por desavenças conjugais, precária situação económica, ou no
caso de mãe solteira, desamparada, o desejo de matar o recém-nascido pode
adquirir grande intensidade. Nesses casos, a dinâmica inconsciente do
infanticídio resulta da projecção na criança de uma parte do ego atacada e
arruinada por um objecto interno implacável, a morte da criança, à luz dessa fantasia
inconsciente, implica no modo de eliminar a dor e o terror, ao mesmo tempo o
objectivo terrorífico.
Outra forma de depressão anormal é a maníaca. A puérpera
mostra-se alegre, vivaz e não se ocupa absolutamente com o bebé, discorre como
se nada tivesse acontecido e, a partir da segunda ou terceira semana procura
permanecer o mais possível afastada do filho, deixando-o aos cuidados de
outrem. A anormalidade se exprime por um estado de tensão permanente,
irritabilidade e hiperactividade. A agalactia favorece estas atitudes e a
puérpera evita cuidar directamente do bebé, além de ser considerada como o
ápice da depressão pós-parto. A anorexia é presente, substituída pelas actividades
hipomaníacas, social ou de trabalho. Esses são os casos em que existe perigo
para o futuro, pois a remissão se faz à base de uma profunda dissociação da
personalidade. Instala-se mediante a negação e repressão das vivências
persecutórias e depressivas, na maioria das vezes, mesmo que a puérpera tenha
assumido o papel materno, passa a fazê-lo de modo parcial e incompleto.
O Hospital-Geral da Barra do Dande dista a cerca de 42
quilómetros a sudoeste da cidade de Caxito e foi inaugurado a 17 de Agosto de
2012, pelo ministro da Saúde, José Van-Dúnem.
A unidade sanitária, construída em dois anos, custou aos
cofres do Estado angolano 13 milhões e 702 dólares americanos. Tem várias
especialidades, entre as quais a oftalmologia, ginecologia, cuidados
intensivos, cardiologia, ecografia e as endoscopias intestinais.
Com 75 camas para internamento, a aludida unidade
hospitalar tem dois blocos operatórios, banco de urgência, morgue, serviços de
raio X, pediatria, medicina e outros.
Dez médicos angolanos, 15 cubanos e 40 técnicos de saúde
garantem o atendimento nesta instituição sanitária.
Assim
sendo, o cuidado de enfermagem no puerpério imediato tem por meta oferecer
estratégias de enfrentamento e adaptação à transição à maternidade, com acções
voltadas para a superação de dificuldades.
Neste
contexto este estudo poderá contribuir com subsídios para maior conhecimento da
experiência à mulher no período puerperal, em especial levando-se em conta à
importância atribuída ao puerpério imediato.
Desvendar
o significado da maternidade possibilita a prática de estratégias nos serviços,
direccionando-se em acções que sejam de efectivos suportes para as puérperas. O
auxílio a essas mulheres nos cuidados com o bebé e em seu auto cuidado no Alojamento
Conjunto (AC) promove qualidade da assistência e atende aos interesses específicos
do puerpério preconizado pelo MS.
Frente
a tal contexto, o objectivo deste estudo é conhecer os significados da maternidade
frente às necessidades das puérperas no alojamento conjunto.
·
H1: As formas e
tratamento em pacientes com puerpério imediato passa pela prevenção e cuidados
pela ingerência de alimentos impróprios no organismo;
·
H2: As formas de
tratamento, dá-se pelo não cuidado nutricional;
·
H3: A prevenção passa
pelos cuidados dos profissionais de saúde;
·
Fazer um estudo sobre
cuidados de enfermagem no puerpério imediato no Hospital Municipal da Barra do
Dande;
·
Aumentar embasamento
teórico sobre este assunto.
·
Passar o conhecimento
adquirido de como ajudar quem está com o diabetes já diagnosticado.
·
Descrever como são os
tratamentos.
·
Demonstrar
tratamentos auxiliares no controle da diabete.
Os dados relativos a este trabalho serão tratados de
forma qualitativa. Segundo Godoy (1995, p. 58) “em uma pesquisa cuja abordagem
é qualitativa, as questões e focos de interesses se definem com a obtenção de
dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interactivos pelo contacto
directo do pesquisador com a situação estudada, participando da situação em
estudo”.
A pesquisa em questão classifica-se basicamente como um
estudo descritivo. Para MARQUES, Heitor R. (et al. 2006) afirmam que um estudo
descritivo é o: “Procedimento que visa, como o termo indica, descrever e
caracterizar fenómenos e populações, estabelecendo relações entre variáveis
intervenientes e factos. “ (p.52)
Quanto a colecta de dados a pesquisa será classificada
como revisão bibliográfica porque também será desenvolvido com base em material
publicado em livros, revistas especializadas e Internet e jornais.
Segundo MARQUES et al. (2006), afirmam que revisão
bibliográfica é “aquela cujos dados secundários são obtidos mediante consulta
feita em livros, revistas, jornais, enciclopédias, etc.” (p. 55)
As limitações da presente pesquisa irão relacionar-se com
o facto de se tratar de um estudo de descritivo, cujos resultados poderão não
ser facilmente generalizados. No entanto, a pesquisa terá como ponto principal
o facto de se basear numa análise profunda do caso em estudo.
A atenção a saúde da mulher foi centrada historicamente
na função reprodutiva, sobretudo durante a gravidez e o parto. A gravidez e o
parto são eventos sociais que integram a vivência reprodutiva de homens e
mulheres. É processo singular, experiência especial no universo da mulher e seu
parceiro, envolvendo também suas famílias e a comunidade, constituindo
experiência humana das mais significativas, para todos que dela participam.
Neste contexto, o puerpério é definido como o período do
ciclo gravídico-puerperal em que as modificações provocadas pela gravidez e
parto no organismo da mulher retornam ao seu estado pré-gravídico, tendo seu
início após o parto com a expulsão da placenta e término imprevisto, na medida
em que se relaciona com o processo de amamentação.
No puerpério a mulher passa por intensas modificações de adaptação
psico-orgânicas, no qual ocorre o processo de evolução dos órgãos reprodutivos
à situação pré-gravídica, o estabelecimento da lactação e ocorrência de
intensas alterações emocionais.
O pós-parto pode ser caracterizado por sentimentos ambivalentes
tais como euforia e alívio; experiência do parto e nascimento do filho saudável
aumentando a autoconfiança; desconforto físico inerente ao tipo de parto; medo
de não conseguir amamentar ansiedade quando o leite demora a aparecer e
ingurgitamento das mamas; sentimentos de decepção com o filho pelo sexo ou
aparência física; medo de não ser capaz de cuidar e responder as necessidades
do bebé e não ser uma boa mãe.
Neste contexto, apesar da preocupação com a humanização
dos cuidados à saúde da mulher em todas as fases do ciclo vital torna-se
visível a pouca valorização das demandas que emergem da vivência da mulher no
período puerperal, especialmente as relativas à subjectividade feminina em sua
significação à maternidade.
É chamado de puerpério o período que compreende a fase
pós-parto, quando a mulher passa por alterações físicas e psíquicas até que
retorne ao estado anterior à sua gravidez. Esse período se inicia no momento em
que se dá o descolamento placentário, logo após o nascimento do bebé, embora
também possa ocorrer com a placenta ainda inserida na gestante, é o caso de
óbitos fetais intra-uterino.
É durante o puerpério que o organismo materno retorna às
suas condições pré-gravídicas. Este período dura em torno de seis semanas, geralmente
ele termina quando a mulher retorna sua função ovulatória, ou seja,
reprodutiva. Se a puérpera não estiver amamentando, sua ovulação retornará
cerca de seis a oito semanas do parto.
É chamado de puerpério o período que compreende a fase
pós-parto, quando a mulher passa por alterações físicas e psíquicas até que
retorne ao estado anterior à sua gravidez. Esse período se inicia no momento em
que se dá o descolamento placentário, logo após o nascimento do bebé, embora também
possa ocorrer com a placenta ainda inserida na gestante, é o caso de óbitos
fetais intra-uterino.
É durante o puerpério que o organismo materno retorna às
suas condições pré-gravídicas. Este período dura em torno de seis semanas,
geralmente ele termina quando a mulher retorna sua função ovulatória, ou seja,
reprodutiva. Se a puérpera não estiver amamentando, sua ovulação retornará
cerca de seis a oito semanas do parto.
Em Angola, durante a gravidez a mulher passa por certos
movimentos específicos de incremento de ansiedade; no começo da gestação,
durante a formação da placenta (segundo e terceiro mês), ante a percepção dos
movimentos fetais ( três meses e meio), pela instalação franca dos movimentos (
quinto mês), pela versão interna ( do sexto mês em diante), no início do nono
mês e nos últimos dias antes do parto.
O profissional que conhece cada um desses acessos assim
como as fantasias que geralmente o acompanham, esta mais possibilitado de
realizar uma higiene mental adequada. A puérpera na situação de internamento,
ou seja, estar em um meio desconhecido, entre pessoas estranhas, que devem
atendê-la ou divide o mesmo quarto com ela, os cuidados impostos pela assepsia,
é induzida a um estado regressivo, no qual predomina a necessidade infantil de protecção
e carinho, aguçando-se como na infância, os temores em geral e as ansiedades
ante a solidão. Necessitam assim de um acompanhamento em que esteja inserido
seu aspecto emocional.
A gestante ao receber a ordem de internamento sente o
parto como algo concreto, irreversível. Surgem novamente todos os terrores,
sendo o comum que se projectem sobre os mais variados elementos e situações: a
família, a casa, a enfermeira, o veículo que transporta a paciente.
Puerpério patológico e aquele puerpério que evolui com
infecção puerperal ou outros tipo de complicações (psicose pós-parto, afecções
endocrinológicas, etc)
A mais importante complicação do puerpério e, porem, a infecção puerperal – representando uma grande parte das complicações pós-parto, apesar de que hoje, devido as normas de assepsia e anti-sepsia, a incidência desse evento diminuiu bastante.
A mais importante complicação do puerpério e, porem, a infecção puerperal – representando uma grande parte das complicações pós-parto, apesar de que hoje, devido as normas de assepsia e anti-sepsia, a incidência desse evento diminuiu bastante.
Dentro deste contexto surgem os diferentes mecanismos de
defesa que se erguem para resolver os problemas. As ansiedades depressivas e
paranóides, irrompem de modo ocasional ou em acessos como: choro,
aborrecimento, impaciência, ciúmes, despotismos, ou de francas revelações
melancólicas de auto-acusação, auto-depreciação, inclusive dos transtornos
psicossomáticos.
O contacto imediato entre mãe e bebé e o início das
mamadas logo após o parto estimulam o surgimento de interacções precoces cheias
de matizes e subtilezas que colocam em marcha um complexo funcionamento
bioquímico através do olhar, do contacto da pele, do olfacto, dos sons da
comunicação entre mãe e filho.
A interacção mãe-bebé e o início dessas mamadas logo após
o parto nos comprovam a existência de uma sintonia subtil entre a dupla.
Klauss e Kennell (1978) relatam que o sentimento de apego
na relação mãe-bebé começa num pós-parto imediato chamando-o período sensível.
Bolwby (1981) salienta que existem condições necessárias
para que o apego se dê entre mãe e filho. Entre elas seria a sensibilidade da
mãe frente aos sinais do bebé, como também a capacidade do bebé para sentir que
suas iniciativas levam à troca afectiva com sua mãe.
Assim a relação mãe-filho pode ser compreendida pelo
investimento afectivo. Partindo dessa visão surge a necessidade de se trabalhar
e organizar grupos de gestantes, cujo objectivo é minimizar tais conflitos,
utilizando o método psicoprofilático na gravidez, parto e puerpério.
Possibilitando o tratamento das angústias, ansiedades e fantasias inerentes ao
processo de mudança deste período de vida da mulher.
Percebe-se que na instituição pública onde a pesquisa foi
realizada, Hospital Regional de Arcoverde, a maioria das puérperas não teve
acesso a um bom nível de escolaridade, 45 % residem na zona rural do sertão
árido da região, o que contribuiu para o não questionamento sobre a qualidade
do serviço prestado pela instituição, mesmo não recebendo informações ou
esclarecimentos sobre a situação de internamento.
A nível nacional, o parto só deixaria de ser uma situação
de risco de vida , sofrimento físico e emocional , com a superação da situação
de subdesenvolvimento económico, social e cultural do país. Isso contudo, não
significa que enquanto não forem superadas estas condições, nada possa ser
feito para tornar o parto um acontecimento de vida feliz e não de dor e morte.
Os aspectos emocionais do puerpério trata-se portanto, de
um assunto de extrema importância para quem deseja actuar como profissional de
psicologia hospitalar em uma maternidade. É imprescindível conhecer os aspectos
emocionais do puerpério para se trabalhar terapeuticamente, preventivamente e
pedagogicamente com a puérpera dentro da situação de internamento. Assim como
identificar o subtil limiar entre a sintomatologia normal e patológica
apresentada pela puérpera.
Para Maldonado (2000) o puerpério, assim como a gravidez,
é um período bastante vulnerável à ocorrência de crises, devido às profundas
mudanças intra e interpessoais desencadeadas pelo parto.
Os primeiros dias após o parto são carregados de emoções
internas e variadas. Alguns autores (Baker, 1967; Kaij e Nilsson, 1972) acham
que esses sintomas são devidos às mudanças bioquímicas que se processam logo
após o parto, tais como o aumento da secreção de corticosteróides e a súbita
queda dos níveis hormonais.
As implicações psicológicas da puérpera apresentam um
estado de confusão, com ansiedades de esvaziamento (perda de partes importantes
de si mesmo), de castração (perda de algo valioso) e de limitação pela
necessidade de assumir novas tarefas e não poder realizar actividades
anteriores.
Kitzinger (1977) comenta que na gravidez, o filho é
muitas vezes sentido como parte do corpo da mãe e, por essa razão, o nascimento
pode ser vivido como uma amputação. São comuns na gestação os sonhos em que há
perda de partes de si própria (membros, dentes, cabelos, etc.) Após o parto, a
mulher se dá conta de que o bebé é outra pessoa: torna-se necessário elaborar a
perda do bebé da fantasia para entrar em contacto com o bebé real. Essa tarefa
torna-se particularmente penosa no caso de crianças que nascem com problemas
graves a com malformações intensas.
O período puérpero da mulher inicia com diferentes
etapas: a – Os dias de permanência no hospital; b – A chegada a casa; c – O
primeiro mês; d – O reatamento das relações sexuais; e – Do segundo ao sexto
mês após o parto.
Ansiedade de ter o
bebé nos braços e orgulhosamente exibi-lo. Passado o momento do parto, a
puérpera sente um relaxamento psíquico, promovido pelas actividades das pessoas
que a cercam com reverências e homenagens pela presente obra que ora exibe. Em
geral, o ambiente capta devidamente essas necessidades, contribuindo na redução
das ansiedades.
A situação de
internamento é muitas vezes, estar só no meio desconhecido, com pessoas
estranhas que podem ou não dividir com ela todas as etapas do momento esperado,
o parto. Em tal estado depressivo, percebe-se uma regressão. A parturiente
demonstra uma necessidade de protecção e carinho pelos termos e ansiedades ante
a solidão hospitalar.
O desejo de voltar
ao lar dá início ao processo. É a expectativa de receber alta hospitalar. As
fantasias adquirem significado real. A perda da protecção que o hospital significava
com o período depressivo puerperal ainda presente. Além disso, diminuição os
afagos e comemorações, e adquirem relevo as obrigações e responsabilidades. Na
primeira semana, o estado emocional da mulher apresenta-se confuso. Sente-se despersonalizada,
fadigada, inferiorizada, inútil e com sensações persecutórias de agressão por
parte das pessoas que a cercam. Tal estado pode iniciar o período da psicose
puerperal, quando a mãe sente repúdio ao bebé: rejeita vê-lo, aterroriza-se com
ele, permanece triste, afastada torna-se apática, abandonada e sem nenhum
interesse pelos próprios cuidados pessoais. Pode sofrer insónia, inapetência.
Esse quadro pode associar-se às ideias paranóides de perseguição, de que alguém
vai introduzir-se na casa para prejudicar ou roubar. De carácter urgente se
torna o tratamento neste caso.
O primeiro mês é o
ápice de toda crise depressiva puerperal. Já visto no relato anterior, as
ocorrências da primeira semana, quando são instalados os primeiros sintomas
depressivos. Outras situações vão surgindo no meio familiar. O ciúme dos filhos
maiores que afloram agressividades, o relacionamento entre o casal começa a
apresentar algumas características de abandono pelo falta de relação sexual. A
comunicação entre o casal também enfrenta dificuldades. O marido também
sente-se maltratado, emocionalmente por se sentir impotente diante da situação
da mulher. A medida que passa os dias, vai-se tornando mais evidente a falta de
diálogo e de sexualidade.
No final do
primeiro mês do puerpério a mulher começa a normalizar seu estado depressivo,
tendem a desaparecer os estados de confusão e despersonalização, onde o ego,
lentamente, volta a se integrar, recomodando-se à nova situação. Entre as
ansiedades mais frequentes, convém mencionar a busca de carinho e protecção
frente à sensação de perda de uma parte do corpo.
O temor torna-se
outra ansiedade intensa da mulher. Pensa estar prejudicada ou rompida por
dentro, ou de haver perdido os órgãos genitais internos. É somada a sensação
dolorosa da cicatriz da episiotomia reforçando a vivência, que é em parte
consciente e tem seu significado inconsciente.
Em seguida surge o
medo de uma nova gravidez e as ansiedades pela ausência da menstruação.
Todavia, se a mulher for preparada, pelo processo psicoprofilático da gravidez
e se teve boa experiência no parto, geralmente, deseja outra gravidez, por
necessidade inconsciente de repetir a experiência. Esse desejo do mesmo modo
que aumenta o temor, aumenta a rejeição das relações sexuais. O obstetra
auxiliará dando assistência ao casal e assegurando com autorização o reinício
das relações sexuais.
A partir do segundo
mês, a mulher começa a se sentir mais leve, menos dependente, absorvida e
escravizada. A sensação de poder cumprir suas tarefas acrescenta uma fonte de alívio
que vai diminuindo a depressão deste período. Porém a lactação torna-se outro
problema no sentido da mãe saber conciliar essa tarefa com a necessidade de se
ausentar do lar. O temor, o sentimento de culpa sobre o que possa acontecer com
a criança e a sensação de tê-la abandonada incrementa a depressão e reforça a
defesa contra tal estado. As principais ansiedades nesse período se dividem
entre o desenvolvimento sadio do bebé e o corpo da puérpera. Se modelou
devidamente, se recobrou as forças ou se recuperou o ciclo menstrual. Já no
sexto mês, a introdução de alimentos sólidos aparece como uma proibição de
lactar, em consequência ao estado depressivo pode ocorrer a aceleração e a
precipitação do desmame.
O Hospital-Geral da
Barra do Dande dista a cerca de 42 quilómetros a sudoeste da cidade de Caxito e
foi inaugurado a 17 de Agosto de 2012, pelo ministro da Saúde, José Van-Dúnem.
A unidade
sanitária, construída em dois anos, custou aos cofres do Estado angolano 13
milhões e 702 dólares americanos. Tem várias especialidades, entre as quais a
oftalmologia, ginecologia, cuidados intensivos, cardiologia, ecografia e as
endoscopias intestinais.
Com 75 camas para
internamento, a aludida unidade hospitalar tem dois blocos operatórios, banco
de urgência, morgue, serviços de raio X, pediatria, medicina e outros.
Dez médicos
angolanos, 15 cubanos e 40 técnicos de saúde garantem o atendimento nesta
instituição sanitária.
ANDREOLI,
Thomas et al. Medicina Interna Básica. 3º Edição. Rio de Janeiro:
Editora
Guanabara Koogan S.A, 1994.
BORSOI,
Maria Ângela. Nutrição e Dietética Noções Básicas. 5º Edição. São Paulo:
Editora Senac, 1999.
GUYTON,
Md Arthur C., HALL, Ph. d, JOHN E. Tratado de Fisiologia Médica. 9º
Edição.
Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A, R/J, 1999.
MAHAN,
L. Kathleen; ARLIN, Marian T. Alimentos Nutrição e Dietoterapia. 8º
Edição.
São Paulo: Editora Roca LTDA, 1994.
SOARES
DE SOUZA, Virginia Helena, MOZAEHI, Nelson. O Hospital, Manual do Ambiente
Hospitalar. 7º Edição. Curitiba: Editora Manual Real LTDA, 2007.
WIDMAN,
Simon, LADNER, Estela. Série Informação e Saúde da Mulher. São
Paulo:
Editora Senac, 2002.
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