INSTITUTO SUPERIOR
POLITÉCNICO DE INTEGRAÇÃO NACIONAL
DEPARTAMENTO DE
CIÊNCIAS HUMANAS
LICENCIATURA EM
GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO
MACROECONOMIA I
A REVOLUÇÃO DA TEORIA ECONÓMICA
LUANDA
2016
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE INTEGRAÇÃO
NACIONAL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
LICENCIATURA EM GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO
MACROECONOMIA I
A REVOLUÇÃO DA TEORIA ECONÓMICA
– PERÍODO RECENTE
MAURO MIGUEL
MIGUEL ANDRÉ
OGUETH DA SILVA
OSVALDO SABI
PETERSON JOÃO
ROSÁRIA ERNESTO
SOLANGE PEDRO
TERESA CAMBINZA
TULOMBÁDIO DANIEL
WILANDER GUILHERME
Trabalho
apresentado ao Curso de Ciências de Gestão e Administração na disciplina de
Macroeconomia I, como requisito parcial para obtenção de notas.
Orientador:
Miguel Narciso
|
LUANDA
2016
EPÍGRAFE
“Do mesmo modo que não podemos julgar um
indivíduo pelo que ele pensa de si mesmo, não podemos tampouco julgar estas
épocas de revolução pela sua consciência, mas, ao contrário, é necessário
explicar esta consciência pelas contradições da vida material, pelo conflito
existente entre as forças produtivas e as relações de produção.”.
Karl
Marx
RESUMO
Este trabalho objectiva analisar a evolução
histórica da Economia por meio dos sistemas económicos que preponderaram na
Idade Média: Feudalismo, Mercantilismo e Fisiocracia, com enfoque nas
principais características, do ponto de vista económico, de cada um dos
modelos. Em seguida, serão apresentados os principais tópicos da teoria económica
clássica, a luz de seus principais pensadores: Adam Smith, Thomas Malthus,
David Ricardo e Jean Baptiste Say. Partindo do princípio de que a teoria económica
clássica representou o início científico da economia, será feita uma explanação
dos principais questionamentos e contribuições à teoria económica clássica por
meio dos seguintes teóricos: Karl Marx, Alfred Marshall, Jonh Maynard Keynes,
Joseph Alois Schumpeter e Milton Friedman.
Palavras-Chave: Economia,
Mercantilismo, Fisiocracia e Teoria Económica Clássica.
ABSTRACT
This work aims to analyze the historical evolution of the economy
through the economic systems that predominated in the Middle Ages: Feudalism,
Commercialism and Physiocracy, focusing on key features, from an economic point
of view, each of the models. Then the main topics of classical economic theory
will be presented in light of its leading thinkers: Adam Smith, Thomas Malthus,
David Ricardo and Jean Baptiste Say. Assuming that classical economic theory
represented the scientific start the economy, an explanation of the main
questions and contributions to classical economic theory through the following
theorists will be Karl Marx, Alfred Marshall, John Maynard Keynes, Joseph Alois
Schumpeter and Milton Friedman.
Keywords: Economy,
Mercantilism, Physiocracy and Classical economic theory.
SUMÁRIO
A
Economia se desenvolveu como ciência no decorrer dos últimos 500 anos, coincidindo
com o desenvolvimento das práticas comerciais e com a criação de estados-nação.
Contudo, é preciso destacar que na Antiguidade, o pensamento económico começou
a ser moldado, inicialmente, de forma filosófica, por exemplo, a palavra economia
remonta à Grécia antiga, onde oeconomicus significava “gerenciamento das
questões domésticas”. Neste contexto, os pensadores gregos Aristóteles e Platão
fizeram algumas contribuições importantes para o pensamento económico.
Aristóteles (384-322 a.C.) distinguia o
pensamento económico, e, porque não, as actividades económicas, em “artes
naturais e não-naturais de aquisição”. Ele definiu como Aquisições Naturais actividades
como agricultura, pesca e caça, enfatizando que tais actividades produzem bens
para as necessidades básicas da vida. Já as Aquisições não-naturais envolvem
adquirir bens além da necessidade, situação que era desaprovada por
Aristóteles, assim, correlacionar esse conceito da Antiguidade com os dias actuais
seria compará-los a uma espécie de consumo desenfreado.
Já Platão (427-347 a.C.), considerado o
principal discípulo de Sócrates, preconiza, em seu diálogo “A República e as
Leis”, sobre a “Cidade-Estado-Ideal”, no qual abordava um Estado regido por
leis e a importância da especialização humana para o desenvolvimento da
sociedade e a convivência harmónica entre os cidadãos. Essa abordagem, em
relação à especialização humana, serviu de referência para teorias económicas
posteriores.
Na Idade Média a Igreja Católica Romana
exerceu grande influência no pensamento económico, com destaque para as Ideias
de São Tomás de Aquino (1225-1274) em relação ao preço. Ele cunhou o termo
“preço justo” como um preço em que nem o comprador nem o vendedor levam
vantagem sobre o outro. Além do mais, a Igreja se apegava a textos bíblicos
para condenar a cobrança de juros, que considerava como “usura”, nome dado à
prática de se cobrar juros excessivos sobre empréstimos financeiros. A Igreja
se baseava no Livro de Génesis, do antigo testamento da Bíblia, que dizia
“comerás teu pão com o suor do teu rosto”. Dessa forma, obter lucro sem nenhum
trabalho era considerado uma afronta aos preceitos católicos da época, passível
de punição.
Diante do exposto, buscamos neste trabalho
apresentar como a economia evoluiu como ciência e de que forma influenciou a
condução das actividades comerciais ao longo dos séculos, incluindo o período
recente, através de suas escolas, teorias e pensadores.
Definimos como problemática neste estudo o
seguinte:
·
Quais
são as origens e a divisão do pensamento económico?
·
Qual
é a síntese que pode ser apresentada sobre a evolução do pensamento económico
entre os séculos V e XIX, com ênfase nas formulações teóricas dos principais
autores e escolas, considerados em seus respectivos contextos históricos e
tendo em vista suas principais controvérsias e rupturas metodológicas?
·
A
análise económica engloba quase todos os aspectos da vida humana, sendo que o
impacto desses estudos na melhoria do padrão de vida e do bem-estar de nossa
sociedade é considerável;
·
O
controlo e o planeamento macroeconómico nos permitem antecipar muitos problemas
e evitar algumas flutuações desnecessárias;
·
A
teoria económica caminha em muitas direcções, como a da área de finanças
empresariais, que era basicamente descritiva.
A evolução do pensamento económico é
essencial para compreender a economia nas sociedades hodiernas, pois a economia
constitui um aspecto central das sociedades humanas.
1.4.1 GERAL
·
Proporcionar
uma visão comparativa das diferentes linhas teóricas existentes em Economia,
analisando os processos dos precursores da teoria económica, desde a
antiguidade até o período recente, analisando os processos económicos
históricos na antiguidade, modernidade e contemporaneidade, procurando proceder
no sentido crítico as reflexões teóricas dos diversos ideólogos do pensamento económico
que são o ponto de partida das principais teorias económicas.
1.4.2 ESPECÍFICOS
·
Proporcionar
o estudo das diversas conjunturas teóricas do pensamento económico;
·
Promover
o acesso à pesquisa e estudo dos pensadores económicos em diversas fases da
História Económica, comparando ou contrapondo-se ao pensamento económico
contemporâneo.
Para entendermos a dinâmica económica actual,
é imprescindível observar, como estavam organizadas as sociedades do passado,
ou seja, de que forma se dava a relação entre os agentes económicos[1] e como as sociedades
organizavam as suas actividades de produção e distribuição de bens. Para isso
retornaremos ao período entre os séculos V – XVIII d.C., observando como se
desenvolveram os três principais sistemas económicos daquela época: Feudalismo,
Mercantilismo e Fisiocracia.
O desenvolvimento da Economia e, em especial,
das actividades comerciais, se intensifica a partir do século XV d.C., mas,
desde o século IV d.C., com a decadência do Império Romano, a Europa Ocidental,
notadamente França, Alemanha, Inglaterra, Países Baixos, Itália e Rússia, se
organizaram em torno de um sistema económico-social chamado Feudalismo.
A derrocada do Império Romano e as invasões
bárbaras deixaram como consequência cidades pouco desenvolvidas, o que
estimulou a criação de comunidades agro pastoris no interior dos países, sendo
muitas dessas comunidades subordinadas a um reino. Com base nesse contexto
desenvolve-se o Feudalismo, que se caracterizou como uma sociedade
hierarquizada baseada na figura do Suserano (em geral o Rei) e dos Vassalos
(Senhores Feudais).
O Suserano doava terras aos Vassalos, que
retribuíam com trabalho e fidelidade, formando comunidades de agricultores nas
terras recebidas. Assim, o Suserano e os Vassalos se sustentavam por meio da
produção de tais comunidades, e, em troca, forneciam protecção às comunidades
contra os invasores.
A principal unidade de produção económica era
o Feudo[2], que se dividia em três partes:
a propriedade do Senhor Feudal, geralmente representada por um Castelo, o Manso
Servil, terras arrendadas aos camponeses – os servos dos senhores feudais e o
Manso comunal, bosques e florestas de livre uso. A actividade económica
principal era a agricultura e as relações comerciais eram baseadas no escambo
(troca de mercadorias), pois as moedas eram pouco utilizadas e a forma de produção
era rudimentar, baseada no arado puxado por bois. Outra característica marcante
desse modelo era a descentralização do poder, ou seja, o Vassalo administrava
as questões referentes ao seu Feudo e prestava contas ao Suserano.
O Feudalismo entra em declínio a partir do
século X d.C. devido ao aumento populacional e a baixa produtividade agrária
dos feudos. Na Rússia o sistema perdurou até o século XX d.C., sendo extinto
totalmente na Revolução Russa de 1917.
Apesar do declínio o sistema feudal conseguiu
fortalecer muitas comunidades, que se transformaram em verdadeiras cidades.
Dessa forma, o comércio prosperava para fora das fronteiras feudais, sobretudo
no período compreendido entre os séculos XVI e XVIII d.C. Alguns fatos corroboraram
para essa mudança, dentre os quais: a descoberta do ouro e sua consequente
utilização como moeda o que facilitava as transacções comerciais. As grandes
navegações possibilitaram a descoberta de novas rotas de comércio e a
colonização de novas regiões.
Todos esses factores levaram à criação de
Estados Nacionais, que tinham o Rei como detentor do poder central,
enfraquecendo a influência e o poder dos senhores feudais. Diante desses fatos,
é que emerge o Mercantilismo, com os seguintes dogmas:
─
Acúmulo de Ouro e Prata: Os mercantilistas associavam o grau
de riqueza e desenvolvimento de um país ao montante de ouro e prata que
possuíam. Dessa forma, quanto maior esse montante, mais poderoso e influente
seria o país;
─
Nacionalismo: Os países eram estimulados a manterem uma
Balança Comercial superavitária, ou seja, as exportações de bens deveriam
superar as importações. Na visão mercantilista essa era uma forma de o país
acumular ouro e prata, e de ampliar o seu domínio sobre os outros países.
Imaginavam que o comércio internacional era estático, ou seja, havia
simplesmente a transferência de riquezas entre os países, portanto, para um
país ganhar o outro fatalmente deveria perder;
─
Tributação e restrições: Isenção tributária para
matérias-primas que não podiam ser produzidas internamente e incentivos fiscais
e protecção para bens produzidos dentro do país. Havia muitas restrições às
exportações de matérias-primas, com vistas a manter o custo de produção
relativamente baixo;
─
Colonização: Eram a favor da colonização, pois
acreditavam que mantendo as colónias dependentes do país colonizador haveria
facilidades para importação de matéria-prima a baixo custo e teriam o monopólio
da exportação colonial;
─
Oposição a pedágios: Uma prática muito comum durante o
Feudalismo era a cobrança de pedágios sobre o transporte de mercadorias entre
Feudos. Os Mercantilistas se opunham radicalmente a essa prática, porque
elevaria os custos de produção e reduziria a competitividade das exportações;
─
Forte controle central: Era necessário um forte
intervencionismo estatal, sobretudo, na concessão de privilégios para os
exportadores e uniformização das regras comerciais, pois durante o Feudalismo
cada Feudo criava suas normas, o que era visto pelos mercantilistas como um
entrave para o bom funcionamento da economia;
─
População numerosa e trabalhadora: A abundância de
mão-de-obra manteria baixo o custo com salários, o que permitiria menores
custos de produção. A ociosidade e a mendicância por parte de pessoas aptas
para o trabalho eram passíveis de punição.
Apesar dos exageros, o modelo mercantilista
foi importante na transição de uma economia amonetária para uma economia
monetária, pois, com a intensificação do comércio, a utilização de novos meios
de pagamentos como o dinheiro e a concessão de crédito foram fundamentais para
o funcionamento desse sistema.
2.2 OS GRANDES PENSADORES DA ECONOMIA E SUAS TEORIAS
De forma mais organizada, a Economia como
ciência se fortaleceu no ano de 1776 com o advento da Teoria Económica
Clássica, sendo que todas as teorias posteriores aprimoraram ou discordaram de
seus preceitos. Em suma, se tornou referência primeira para a compreensão dos fenómenos
económicos e, desta forma, partindo da Teoria Económica Clássica, seguem as
contribuições dos principais teóricos da Economia.
A Teoria Económica Clássica foi muita
influenciada por duas revoluções que ocorreram entre os séculos XVII e XVIII, a
saber: A Revolução Cientifica que teve como precursor Isaac Newton (1642–1727)
que, dentre outras coisas, apresentou uma visão estática do universo em que os
corpos sempre tenderiam ao equilíbrio. Outra revolução importante que ocorreu
paralelamente ao advento da Teoria Económica Clássica foi a Revolução
Industrial no século XVIII, com ênfase na produção industrial, como factor
indutor do crescimento económico. Os principais teóricos da Economia Clássica
foram os seguintes: Adam Smith, Thomas Malthus, David Ricardo e Jean Baptiste
Say.
Considerado o fundador da escola clássica,
nasceu na Escócia, estudou Filosofia, Teologia, Ciências Morais e Política em
Glasgow e Oxford. Durante os seus estudos conheceu os economistas da Escola
Fisiocrata, François Quesnay e Turgot que despertaram o interesse de Adam Smith
pela Economia. No ano de 1776, ele lança a sua obra-prima, o livro “A Riqueza
das Nações: Investigação sobre sua natureza e suas causas”. O livro retrata os
principais fatos que levam as nações à riqueza, ou seja, como as nações
poderiam se desenvolver economicamente em bases capitalistas, com destaque para
os seguintes pontos:
A Divisão do Trabalho: O trabalho deveria
ser sistematizado como forma de ampliar a capacidade de produzir bens e
serviços, o que na prática levava à especialização da mão-de-obra. Ele usava
como exemplo a fabricação de alfinetes, que estaria dividida em dezoito
operações distintas, confiadas a diferentes operários, mas cada operário era
especializado em uma das etapas do processo produtivo e trabalhava de forma
sequencial. Na visão de Smith, esse modelo ampliava a produtividade na medida
em que o trabalhador se especializava em seus ofícios. Mas Smith enxergava um
risco nesse processo: O fato de executar uma tarefa repetitiva poderia com o
tempo impedir o desenvolvimento intelectual dos trabalhadores;
A Harmonia dos interesses e o governo
limitado:
Ressaltava que os participantes da economia tendem a ir atrás de seus próprios
interesses como guiados por uma mão invisível, conforme se observa em um trecho
extraído de seu livro “Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do
padeiro que nós esperamos nosso jantar, mas da consideração de seu próprio
interesse”. Na prática, cada indivíduo na busca de seus próprios objectivos,
seja ele empresário ou trabalhador, acabaria por beneficiar toda a economia,
estimulando a competitividade entre os agentes económicos. Smith elabora sua
teoria tendo como base um ambiente de concorrência. Neste sentido, criticava
duramente o Mercantilismo que criava entraves para o comércio entre as nações,
pois entendia que os países poderiam enriquecer-se através da parceria
comercial, ou seja, defendia o livre comércio em âmbito internacional.
Em suma, Adam Smith baseou sua teoria na
divisão do trabalho e na defesa do liberalismo económico, como factores que de
fato promoveriam a riqueza das nações.
Inglês e teórico controverso, sacerdote da
Igreja Anglicana[3],
pois suas teses apresentavam algumas divergências em relação a outros
precursores da Escola Clássica, mas as contribuições de Malthus perduram até os
dias de hoje, com destaque para as seguintes teorias:
Teoria da População: Malthus publicou em
1798 “Um Ensaio sobre o princípio da População”, após observar que a Revolução
industrial e a crença mercantilista de necessidade de uma população numerosa
fizeram aumentar as desigualdades e a miséria, desta forma, ele apresentou a
sua famosa Lei da População e dizia “Quando não controlada, a população aumenta
em uma progressão geométrica, enquanto, os meios de subsistência aumentariam na
melhor das hipóteses em progressão aritmética” (Thomas Malthus, 1798). Desta
forma, a cada 25 anos a população dobraria de tamanho, ao passo que, os meios
de subsistência (alimentos) aumentariam no máximo em 25%. Malthus observou que
dois fenómenos contribuíam para tal fato: a chamada Lei dos Pobres de 1795 que
garantia uma renda mínima aos pobres independentemente dos seus ganhos e a Lei
dos Cereais de 1813, que impunha dificuldades a importação de grãos.
Referente à Lei dos Pobres, Malthus era
contra a ajuda do governo aos pobres, pois entendia que a pobreza era um
castigo divino e o governo nada poderia fazer contra isso. A oposição de
Malthus em relação às duas leis, dos Pobres e dos Cereais, seguia uma lógica económica, pois, a renda
adicional fornecida aos pobres, e a proibição de importar grãos, encareceria o
preço dos alimentos, porque levaria a uma maior demanda dos pobres por
alimentos associada a uma oferta limitada de grãos, tais fatos acabariam por
gerar aumento dos salários e, consequentemente inflação, o que seria danoso
para toda a sociedade.
Teoria
da Superprodução:
Entendia que os trabalhadores através dos salários não eram capazes de demandar
todos os produtos produzidos, portanto, defendia que os produtores demandassem
bens de capital8 como forma de ampliar a capacidade consumidora da economia e
criar demanda para os excedentes de produção. Portanto, vale destacar que
Malthus contribuiu significativamente através de suas teorias para o
entendimento das questões pertinentes ao crescimento populacional e o seu
impacto no desenvolvimento económico.
David Ricardo actuava no mercado financeiro
londrino desde os 14 anos de idade. Apesar de a Escola Clássica ter Adam Smith
como o primeiro precursor, foi David Ricardo que difundiu fortemente os dogmas
Clássicos com algumas contribuições pessoais com destaque para as seguintes: O
Valor dos bens decorre simultaneamente do trabalho humano e do capital técnico:
Para produzir bens e serviços um factor fundamental era o trabalho o que
Ricardo chamava de “Trabalho Incorporado”. Esse por sua vez, reunia o “Trabalho
Directo”, a mão-de-obra propriamente dita, e o “Trabalho Indirecto”, contido
nas máquinas e equipamentos utilizados pelos trabalhadores;
A Troca Internacional é benéfica para
todas as nações:
Devido às imposições da Lei dos Cereais que impunha entraves à importação de
Grãos, Ricardo percebeu que a abertura do comércio poderia ser benéfica para a
Inglaterra, contribuindo para a redução do preço dos grãos, pois ampliaria a
oferta. Tendo como referência as idéias de livre-concorrência propostas por
Adam Smith, entendia que o livre comércio seria benéfico para todas as nações,
pois o país exportaria aquele bem em que possuía vantagens produtivas e
importaria os bens, cuja produção era mais custosa. Para tanto, era necessário
que houvesse abertura comercial entre os países.
Percebe-se que David Ricardo apresentou
propostas importantes que visavam o bom funcionamento da economia e muitas
dessas ideias permanecem vivas até os dias de hoje.
Francês responsável por popularizar o
liberalismo de Adam Smith na França, mas ficou temporariamente ofuscado, pois
Napoleão Bonaparte não era entusiasta das ideias liberais advindas da Teoria
Clássica.
A grande contribuição de Jean Baptiste Say
foi a chamada “Lei dos Mercados”. Para Say, o valor dos bens era formado por
todos os recursos utilizados em sua produção, notadamente, trabalho que seria
mensurado pelo custo com salários, capital medido pela taxa de lucro e a renda
da terra. Ao se consolidar essas três variáveis seria constituído o valor de um
bem. Assim como os demais clássicos, entendia que o preço final dos produtos
seria definido pelos custos de produção.
A Teoria clássica foi o ponto de partida para
desenvolvimento da Economia como ciência. Praticamente todas as postulações
posteriores, tiveram como pano de fundo aprimoramentos ou questionamentos de
sua eficácia. Para tanto, vale observar algumas contribuições, com destaque
para os pressupostos de Karl Marx, Alfred Marshall, Jonh Maynard Keynes, Joseph
Alois Schumpeter e Milton Friedman.
Marx nasceu em Trier, Alemanha. Estudou
direito e filosofia. Propunha, sobretudo, uma reforma dos preceitos clássicos,
pois acreditava que o modelo apresentava muitas contradições e que
inevitavelmente seria substituído pelo socialismo. As principais críticas e
considerações de Marx eram as seguintes:
Divisão do Trabalho: Modelo proposto por
Adam Smith para ampliar a capacidade produtiva das Indústrias, usando como
exemplo a produção de Alfinetes, Marx entendia que essa divisão sujeitava o
trabalhador à máquina e às imposições do empresariado, praticamente
excluindo-os do corpo social;
Marx apresentou algumas contribuições interessantes
sobre a renda obtida pela utilização produtiva da terra, que ele chamou de
Renda Fundiária, pois com a transição em especial na Inglaterra de uma economia
agrária para uma economia industrial era comum o processo de arrendamento de
terras. Ele observa que as terras poderiam gerar um diferencial em termos
rendimento, que ele chamou de Renda Diferencial I: (Terras mais férteis e
melhores localizadas, ou seja, próximas de um centro consumidor proporcionaria
um rendimento mais elevado) e Renda Diferencial II: (Aplicações sucessivas de
capital elevaria a produtividade das terras agrícolas tornando-as mais
rentáveis).
Inglês, filho de um funcionário do Banco da
Inglaterra, é conhecido como a principal figura da chamada Economia
Neoclássica, ou seja, novos clássicos, responsáveis por aprimorarem os
preceitos da Teoria Económica Clássica.
As principais contribuições: Atribuía um
papel importante à demanda no processo de formação de preços e do equilíbrio de
mercado, enquanto, os clássicos tendiam a analisar a economia pelo lado da
oferta. Ressaltava que, à medida que um indivíduo ampliava o consumo de um
determinado bem, este tenderia a se tornar menos útil, e, consequentemente,
teria seu preço reduzido, mas ressaltava que esta utilidade estava ligada à
disponibilidade e à importância do bem para atendimento das necessidades
humanas.
Por fim, vale ressaltar que Marshall atribuiu
um papel importante à taxa de juros no processo produtivo, pois à medida que
houvesse uma redução da taxa de juros o investimento em bens de capital seria
estimulado, ampliando a capacidade produtiva da economia, e, ocorrendo redução
de tal capacidade, à medida que houvesse uma elevação da taxa de juros, o que
levaria o empresário a investir em opções mais rentáveis.
Nasceu em Cambridge. É considerado como um
reformista do sistema capitalista e, frequentemente citado como o maior
economista do século XX. Apesar de suas idéias terem originado um novo segmento
na Teoria Económica, chamado de Keynesianismo, teve como uma de suas principais
referências, o Neoclássico Alfred Marshall. Keynes ganhou notoriedade ao
explicar com detalhes as causas da crise de 1929 e propor soluções para ela.
O mundo capitalista até o ano de 1929, com
destaque para a Inglaterra e os Estados Unidos, vivia sobre a tutela da Teoria Económica
Clássica, ou seja, baixa intervenção estatal nos processos económicos com
ênfase na livre concorrência de mercado e produção em larga escala. Keynes
explicou de forma didáctica que a principal causa da crise de 1929 fora o
excesso de produção em ritmo superior à capacidade aquisitiva dos agentes económicos.
Dentre todos os dogmas de Keynes destacam-se os seguintes:
Orientação pela Demanda: A Lei de Say
preconiza que toda a oferta criaria sua própria demanda. Com a crise de 1929,
essa afirmativa cai por terra e Keynes afirma que a capacidade produtiva da
economia deveria ser guiada pela demanda efectiva dos agentes económicos;
Instabilidade na Economia: Keynes afirmava que
a economia, independente do modelo seguido, estaria sujeita a crises. Dessa
forma, haveria momentos de crescimento económico elevado, precedidos de retracção
económica. A retracção seria uma forma de ajuste, que seria motivada pela
expectativa de queda da taxa de retorno dos empresários;
Intervenção Governamental: Keynes entendia que
em momentos de crise, o governo deveria intervir na economia por meio de
políticas fiscais e monetárias activas, com vistas a reorganizar a capacidade
produtiva da economia.
Nasceu na província austríaca da Morávia,
hoje uma região da República Tcheca e estudou direito e economia da
Universidade de Viena. Era um economista de preferência diversificada, pois se
utilizava de ensinamentos da escola neoclássica e alguns pensamentos de Karl
Marx, apesar da aversão às suas doutrinas, ao mesmo 15 tempo, em que discordava
de Keynes e David Ricardo. As grandes contribuições de Schumpeter foram as
seguintes:
O Empreendedor é o revolucionário da
Economia:
Atribuiu um papel fundamental ao empreendedor como o agente fomentador do
desenvolvimento económico, pois em sua visão, ele é o indivíduo que busca
transformar o seu empreendimento em um negócio vitorioso e que a taxa de lucro
seria apenas uma consequência deste sucesso;
Inovação: Segundo Schumpeter
a inovação é a mola propulsora da actividade empreendedora. Esta inovação
difundida por Schumpeter apresentava algumas características dentre as quais:
criação de novos produtos, introdução de novos métodos de produção, abertura de
novos mercados e descoberta de novas fontes de matérias-primas. Para Schumpeter
a decadência da actividade empreendedora e dos processos de inovação poderia
levar a queda do sistema capitalista.
Nasceu em Nova York e estudou em Chicago e
Columbia. Foi agraciado com o Nobel de Economia em 1976. Era adepto do
liberalismo económico, mas as suas principais contribuições foram sobre a
importância do papel da moeda na economia, com destaque para o seguinte
preceito:
A Inflação e a recessão são fenómenos
monetários:
Quando a massa monetária supera a capacidade produtiva da economia, esse fenómeno
irá gerar inflação; ao contrário, quando a disponibilidade de moeda for
inferior a capacidade produtiva, a economia entrará em recessão[4].
2.4 O PERÍODO RECENTE
A partir dos anos 1970, a teoria económica
veio apresentando algumas transformações, após as duas crises do petróleo. Três
características marcam esse período: uma consciência maior das limitações e
possibilidades de aplicações da teoria; avanço no conteúdo empírico da
economia; e o desenvolvimento da informática, que permitiu um processamento de
informações em volume e precisão sem precedentes.
O desenvolvimento da informática permitiu um
processamento de informações em volume e precisão sem precedentes. A Teoria
Económica passou a ter um conteúdo empírico que lhe conferiu uma aplicação
prática maior. Por um lado, isso permite um aprimoramento constante da teoria existente;
por outro, abre novas frentes importantes. Todo o corpo teórico da economia
avançou consideravelmente.
Actualmente a análise económica engloba quase
todos os aspectos da vida humana, sendo que o impacto desses estudos na
melhoria do padrão de vida e do bem-estar de nossa sociedade é considerável. O controlo
e o planeamento macroeconómico nos permitem antecipar muitos problemas e evitar
algumas flutuações desnecessárias.
Hoje, a teoria económica caminha em muitas direcções,
a exemplo da área de finanças empresariais, que era basicamente descritiva, com
um baixo conteúdo empírico. A incorporação de algumas técnicas, econometrias,
conceitos de equilíbrio de mercados e hipóteses sobre o comportamento dos
agentes económicos revolucionou a teoria de finanças e essa revolução se fez
sentir também nos mercados financeiros, com a explosão recente dos chamados
mercados futuros e de derivativos.
Desde os primórdios, a Economia enquanto actividade,
vem se adequando às circunstâncias. Durante a idade média, o Feudalismo com o
seu método de produção comunitário foi a lógica por muitos séculos.
Posteriormente na idade moderna os modelos mercantilistas e fisiocratas
prevaleceram, sendo que, este enfatizava a produção agrícola, e, aquele, o
comércio internacional.
Entre o século XVIII e inicio do século XX a
teoria económica clássica ditou os rumos do processo produtivo, enfocando que o
sucesso económico de uma nação estava pautado nos princípios da livre
concorrência, tendo neste período, os seus dogmas questionados por Karl Marx
que profetizou a derrocada dos preceitos capitalistas da teoria clássica. Com a
crise de 1929, a teoria económica convencional foi renovada por Jonh Maynard
Keynes, que propôs um papel mais activo do estado no processo económico. Outros
economistas importantes como Schumpeter, que avaliou o papel do empreendedor e
da inovação, e Friedman, que abordou sobre o controle monetário como variável
fundamental para o bom funcionamento da economia, foram fundamentais para
compreensão dos fenómenos económicos.
Portanto, há de se destacar que a economia é
uma ciência mutável, pois inicialmente se preocupava com as questões
domésticas. Com o passar do tempo o foco estava no processo de produção e
distribuição de bens e, actualmente, se preocupa com o emprego eficaz dos recursos,
que são escassos. Ora, a economia como ciência social, se fundamenta no
dinamismo das actividades económicas, e, como em um processo de “selecção
natural”, se adequa às circunstâncias, com vistas a atender as necessidades
humanas, que é a sua própria razão de existir.
Trata-se de um estudo descritivo de natureza
qualitativa do tipo revisão de literatura obtida por meio de pesquisa
bibliográfica. Essa modalidade de estudo promove a análise e síntese da
informação disponibilizada por todos os estudos relevantes publicados sobre um
determinado tema, de forma a resumir o corpo de conhecimento existente e levar
a concluir sobre o assunto de interesse.
A estratégia para o levantamento
bibliográfico procedeu-se a selecção, análise e interpretação da literatura
pertinente ao assunto no período de Abril de 2016, inicialmente, por meio dos
descritores referentes ao assunto nas fontes abaixo relacionadas observando a
qualidade do material:
·
Manuais,
livros, catálogos;
·
Teses,
dissertações, e monografias;
·
Referências
de outros trabalhos;
Durante a pesquisa bibliográfica a
organização que se fez necessária para conseguir reunir material adequado ao
propósito da pesquisa. Cumpre assinalar que se sistematizou a congruência e as
contradições encontradas na literatura e os trabalhos que se relacionaram directamente
ao assunto.
O presente cronograma refere-se ao mês de
Abril (2016), sendo os números 1,2 e 3 representando semanas, desde à data em
que nos foi designado o tema.
ETAPAS POR SEMANA
|
01
|
02
|
03
|
Escolha do tema de pesquisa
|
X
|
||
Revisão de Bibliografia
|
X
|
||
Definição dos capítulos ou listas dos sumários
|
X
|
||
Justificativa, Objectivos, Problematização,
Metodologia
|
X
|
||
Fundamentação teórica: redacção dos capítulos
|
X
|
||
Entrega do trabalho final
|
X
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Preparação para a apresentação
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Apresentação do trabalho final
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ARAÚJO. C.R.V. História do Pensamento Económico:
uma abordagem introdutória. S. Paulo, 2001.
BREU, Stanley. L. História do Pensamento Económico.
6 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2005.
DOBB, Maurice. Evolução
do Capitalismo. 9 ed. Rio de Janeiro : Zahar Ed., 1983.
DROUIN. Jean. Claude. Os Grandes Economistas.
1 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
HUNT. E.K. História do Pensamento Económico.
Editora Campus. Brasília, 1994.
MARTINS. Carlos Roberto. Princípios de
Economia. 4 ed. São Paulo: Thomson, 2003.
MARX, Karl. O Capital. Crítica a Economia
Política. São Paulo: Abril, 1984.
SMITH. Adam. An inquiry into the nature and causes of the wealth of nations. Nova York: G.P. 1877.
VASCONCELLOS. Marco António S. e Garcia.
Manuel E. Fundamentos de Economia. Ed. Saraiva. Minas Gerais, 2003.
[1]
Famílias,
Governos e Empresas são os entes que interagem de forma pecuniária em um
sistema económico.
[2]
Terras
outorgadas a um vassalo por um suserano.
[3]
Religião
que segue os dogmas da realeza inglesa.
[4]
Retracção
da Actividade Económica