INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO
INOCÊNCIO NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
ENFERMAGEM EM DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
ITS PROVOCADAS POR AGENTES PROTOZOÁRIOS
LUANDA
2016
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INOCÊNCIO NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
ENFERMAGEM EM DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
ITS PROVOCADAS POR AGENTES
PROTOZOÁRIOS
- TRICOMONÍASE GENITAL
ORLANDO ESTÊVÃO ANDRÉ PANZO
LEANDRO TEIXEIRA PAULO
ALBERTINA MASSI MASSIMUANGA
SABALO MANUEL JOÃO
|
LUANDA
2016
SUMÁRIO
A expressão doenças
sexualmente transmissíveis (ISTs) representa um grupo de doenças que podem ser
transmitidas por via sexual através de um indivíduo infectado sem uso de
métodos de barreira. Entretanto, esse termo actualmente está em desuso segundo
a Organização Mundial de Saúde (OMS), que preconizou sua substituição por
infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) em 2001. Nesta perspectiva, o
objectivo da nova nomenclatura foi enfatizar a inclusão das infecções
assintomáticas. Adicionalmente, um novo conceito de abordagem sindrómica para o
manejo de pacientes portadores de ISTs é recomendado pelo Ministério da Saúde em
Angola, com a finalidade de facilitar a identificação dessas síndromes e seu
manejo adequado.
A abordagem sindrómica
consiste em incluir as ISTs dentro de síndromes pré-estabelecidas, baseada em
sinais e sintomas, utilizando fluxogramas que simplifiquem a identificação
etiológica. Além disso, esta abordagem permite instituir o tratamento imediato,
mesmo na ausência dos resultados de exames confirmatórios, como também o
aconselhamento e a orientação ao paciente e seu parceiro, além de incluir a
oferta da sorologia para sífilis e para o vírus da imunodeficiência humana
(HIV).
As ISTs estão entre
os problemas de saúde pública mais comuns em todo o mundo. Segundo estimativas
da OMS, mais de 1 milhão de pessoas adquirem uma IST diariamente. A cada ano,
estima-se que 500 milhões de pessoas adquirem uma das IST. Nos Estados Unidos
da América (EUA), aproximadamente 25% das ISTs são diagnosticadas em pacientes
com menos de 25 anos.
Temos como
objectivo principal neste trabalho estudar, sob o ponto de vista epidemiológico,
etiológico, quadro clínico, diagnóstico complicações, tratamento e da
assistência de enfermagem a IST protozoário, no caso, tricomoníase, causada por
Trichomonas Vaginalis.
Infecções
sexualmente transmissíveis também conhecidas por IST, são doenças infecciosas
que se transmitem essencialmente (porém não de forma exclusiva) pelo contacto
sexual. Antigamente eram denominadas de doenças venéreas. O uso de preservativo
(camisinha) tem sido considerado como a medida mais eficiente para prevenir a
contaminação e impedir a sua disseminação.
Os protozoários são
seres vivos unicelulares, eucariontes, pertencentes ao Reino Protista.
Geralmente vivem em água doce, embora também sejam encontrados em água salgada,
lodo e solo húmido.
A palavra
"protozoário" vem dos termos gregos protos = inicial,
primeiro + zonn= animal.
Alguns protozoários
são parasitas, como o Leishmania
brasiliensis, causador da leishmaniose, e o Trypanosoma
cruzi, causador da doença de Chagas.
Os protozoários são
heterótrofos, ou seja, não produzem o seu próprio alimento. Utilizam o
fagossomo, que transforma-se em um vacúolo digestivo, para realizar a sua
digestão intracelular. Alguns protozoários possuem também vacúolos contráteis
que ajudam a expulsar a água em excesso acumulada no seu interior.
A locomoção desses
protozoários pode ser por meio dos flagelos ou cílios, e ainda existem aqueles
que possuem extensões fluidas do próprio corpo, ao qual são chamados de
pseudópodes. De acordo com seu sistema motor podemos classificá-los em:
·
Filo Sarcodina: Possui uma locomoção
caracterizada pela emissão de pseudópodes (Entamoeba histolítica);
·
Filo Mastigophora: Possui o
deslocamento por propulsão flagelar (Trypanosoma cruzi e Trichonympha);
·
Filo Ciliophora: Sua movimentação é
mantida por curtas e numerosas estruturas ciliares (Paramécium);
·
Filo Sporozoa: não possui apêndices
locomotores, sua dispersão é realizada através de esporos (Plasmodium vivax,
causador da malária).
Sua estrutura
esquelética pode ser tando endo, quanto exoesqueleto. Mesmo com a maioria deles
sobrevivendo da absorção de materiais orgânicos, alguns deles podem depender da
fotossíntese e outros digerir partículas alimentares que se encontram presas no
interior de vacúolos. É através da fagocitose que os alimentos entram através
do vacúolo, por meio de uma abertura que se denomina citóstoma. Um trato
microtubular chamado citofaringe é responsável por conduzir o vacúolo.
Falando sobre sua
respiração, a maioria deles possui respiração aeróbica, absorvendo oxigénio por
um sistema de difusão, o que muito depende das condições ambientais. Alguns
desses protozoários possuem a capacidade de formar cistos, o que contribuiu
para que eles retomem a sua formação original, em condições mais favoráveis a
respiração.
Sua reprodução se
dá através do que chamamos de divisão binária ou múltipla, onde o núcleo se
divide em várias partes e em seguida a célula se multiplica em várias outras,
dando assim origem a novos indivíduos. De maneira sexuada elas podem se
reproduzir por conjugação, e algumas espécies também podem apresentar a chamada
alternância de gerações.
Os protozoários são
classificados em:
·
Ameboides: Locomovem-se por pseudópodes
(falsos pés);
·
Esporozoários: São parasitas, que pelo
menos numa etapa das suas vidas são dotados de complexo apical. Não possuem
estruturas de deslocamento;
·
Ciliados: Utilizam cílios para se
locomoverem e que também podem auxiliar na alimentação. A maioria tem vida
livre;
·
Flagelados: Locomovem-se ou obtêm
alimento através de flagelos. Podem ser aquáticos ou parasitas;
·
Foraminíferos: Apresentam carapaça
externa, geralmente formada carbonato de cálcio. A maioria vive nos oceanos.
É uma infecção
genital causada pelo protozoário Trichomonas Vaginalis. Sua transmissão ocorre
por meio das relações sexuais ou contacto íntimo com secreções de uma pessoa
contaminada. Pode ser transmitida por mulher/homem e mulher/mulher. Em geral, afecta
mais as mulheres.
O Trichomonas
vaginalis é um parasita que só infecta o ser humano; costuma viver na vagina ou
na uretra, mas pode também ser encontrado em outras partes do sistema
geniturinário. Por viver principalmente na parte interna da vagina, essa doença
causa microlesões e dores, e pode até levar ao desenvolvimento de outras IST.
A incidência da
infecção depende de vários factores incluindo idade, actividade sexual, número
de parceiros sexuais, outras ISTs, fase do ciclo menstrual, técnicas de diagnóstico
e condições sócio-econômicas. A prevalência é alta entre os grupos de nível
socioeconômico baixo. A perpetuação do protozoário parasita depende da
sobrevivência no hospedeiro humano. O organismo, não tendo a forma cística, é
susceptível à dessecação e às altas temperaturas, mas pode viver,
surpreendentemente, fora de seu habitat por algumas horas sob altas condições
de humidade. O T. vaginalis pode viver durante 3 horas na urina colectada e 6
horas no sémen ejaculado. A taxa de prevalência da infecção em homens é pouco
conhecida, mas provavelmente é 50 a 60% menor que em mulheres.
As mulheres são os
principais portadores da doença. Cerca de um terço dos parceiros sexuais de
mulheres com T. vaginalis tem colonozação uretral, mas os homens, ao contrário
das mulheres, eliminam o microorganismo rapidamente. Um estudo observou que 70%
dos homens que tiveram relações sexuais com uma mulher infectada dois dias
antes foram infectados e que essa percentagem caia para cerca de 47% em torno
de 14 dias ou mais.
Em um estudo foi
mostrado que a frequência de infecção é menor em mulheres casadas, quase o
dobro em solteiras e viúvas e o triplo em divorciadas e separadas. A reduzida
prevalência em mulheres casadas tem explicação baseada em que, a maioria destas
mulheres utilizou contraceptivos com propriedades tricomonicidas. O alto índice
em divorciadas é esclarecido devido a estas terem postura monogâmica por um
longo período e após a separação do companheiro não utilizar preservativos em
suas práticas sexuais.
Assim, a
transmissão da doença depende de intercurso relativamente frequente de homens
com parceiras diferentes e/ou de infecções ocasionais a longo prazo em alguns
homens.
A classificação
abaixo procura relacionar as principais ITS com o agente etiológico protozoário.
·
Trichomonas vaginallis: vaginite,
uretrite e tricomoníase.
·
Entamoeba kystolitica: amebíase.
·
Giardia lamblia: giardíase.
Em mulheres, os
Trichomonas podem viver por muitos anos no órgão genital sem causar sintomas.
Se os sintomas
aparecem, eles podem incluir:
·
Uma secreção amarelo-esverdeada e com
cheiro forte
·
Coceira ou dor vaginal
·
Irritação e inflamação ao redor da
abertura vaginal
·
Dispareunia (dor vaginal durante as relações
sexuais)
·
Disúria (desconforto e ardor ao
urinar)
Em casos raros
haverá desconforto no abdómen inferior. Os sintomas podem ser piores durante o
período menstrual. Embora os homens normalmente não têm nenhum sintoma, eles
podem ocasionalmente ter irritação e inflamação na glande do órgão genital
masculino, desconforto ao urinar, e eliminar secreção pelo orifício da uretra.
A maioria das ITS pode
ser diagnosticada por um exame local pelo médico. Exames de sangue e culturas
de secreções retiradas das áreas genitais podem também identificar o agente
causador da doença
Um exame pélvico
mostra manchas vermelhas na parede vaginal ou colo do útero. Depois, utiliza-se
o exame do conteúdo vaginal ao microscópio, de fácil interpretação e realização.
Colhe-se uma gota do corrimento, coloca-se sobre a lâmina com uma gota de
solução fisiológica e observa-se ao microscópio, buscando o parasita flagelado
movimentando-se activamente entre as células epiteliais e os leucócitos. O
achado de T. vaginalis impõe o tratamento da pessoa e também
do seu parceiro ou parceira sexual, já que se trata de uma IST.
A doença pode ser
difícil de diagnosticar nos homens. Homens são tratados se a infecção é
diagnosticada em qualquer um de seus parceiros ou parceiras sexuais. Os homens
também podem ser tratados se eles têm sintomas contínuos de queimação uretral
ou comichão.
Outros exames que
podem ser realizados incluem:
·
Teste de pH vaginal
·
Exame de cultura de micro-organismos
·
Exame de citologia
Algumas medidas são
necessárias para que os procedimentos de realização do exame de coleta de
material aconteçam satisfatoriamente. O homem deve comparecer ao local do exame
pela manhã antes da primeira urina do dia e sem estar tomando algum
tricomonicida há pelo menos 15 dias. O material então é colhido com alça de
platina ou com Swab de algodão não absorvente. (DE CARLI, G. A. et al, 2007). O
protozoário é mais facilmente encontrado no sêmen, que deve ser obtido através
de masturbação e coletado em um recipiente limpo e estéril. A secreção
prostática e o material subprepucial são coletados com um swab molhado em
solução salina isotônica (0,15M) tépida. (DE CARLI ,G. A. et al, 2007).
A mulher realizará
o exame sem ter feito a higiene vaginal pelo menos há 18 horas antes da colheita
do material e deve estar sem o uso de tricomonicidas, tanto vaginais como orais
há pelo menos 15 dias. A vagina é o local mais infectado e os tricomonas são
mais abundantes durante os primeiros dias após a menstruação. O material é
colhido com swab de algodão não absorvente ou de poliéster, com o auxílio de um
especulo não lubrificado (DE CARLI ,G. A. et al, 2005).
O material colhido
que não for examinado imediatamente em preparações a fresco ou inoculado em
meios de cultura deve ser preservado em líquidos ou meios de transporte. A
solução salina isotónica pode ser usada como líquido de transporte e mantém o
protozoário viável durante várias horas sob temperatura de 37ºC. Os meios de
transporte de Ringer e de Locke também podem ser utilizados (DE CARLI ,G. A. et
al, 2007).
O T. vaginalis é
susceptível à desidratação e às mudanças do potencial de óxido-redução. As
preparações fixas e coradas são os procedimentos laboratoriais mais utilizados
para o diagnóstico da tricomoníase urogenital. O diagnóstico depende da observação
microscópica do protozoário móvel através de exame directo de esfregaços a
fresco e com auxílio de microscopia de campo claro, ou campo escuro ou
contraste de fase. Em caso de resultado negativo, deve-se complementar exame de
cultivo. Em preparações não coradas, é necessária uma observação microscópica
rápida tendo em vista que o protozoário perde a sua motilidade em temperatura
ambiente fria. As preparações coradas são utilizadas com o intuito de aumentar
a sensibilidade do exame microscópico directo. As preparações fixadas e coradas
são alternativas devido às limitações do exame microscópico directo(DE CARLI
,G. A. et al, 2005).
No exame a fresco
colhe-se uma gota do corrimento, distribui a gota sobre uma lâmina com uma gota
de solução fisiológica e observa-se ao microscópio em uma objetiva de 10- 40x
buscando o parasita flagelado em movimento ativo entre as células epiteliais e
os leucócitos. O PCR, reacção de cadeia da polimerase é o padrão-ouro para
diagnóstico, porém é de difícil acesso. A tricomoníase pode alterar o resultado
da citologia oncológica, portanto em caso de alterações morfológicas celulares,
deve-se realizar o tratamento e repetir a citologia para verificar se ainda há
alterações celulares.
O imunodiagnóstico
baseado em reações de aglutinação, métodos de imunoflourescência e técnicas
imunoenzimáticas contribuem para aumentar a certeza do resultado. Tais técnicas
não substituem os exames parasitológicos, mas ajudam a complementá-los. Estes
testes imunológicos não são usados rotineiramente para diagnóstico dessa
patologia. Investigar em laboratório a tricomoníase é essencial para a
confirmação diagnóstica da patogenia, visto que a confirmação da infecção por
T. vaginalis mesmo por métodos laboratoriais é complexa e seu diagnóstico
auxilia o tratamento adequado da infecção e o controle da propagação (DE CARLI
,G. A. et al, 2005).
Em citologia de
meio líquido, foi demonstrado por estudos, que este meio permite uma eliminação
significativa de tricomonas no processo de sedimentação da amostra, em função
do tamanho reduzido destes se comparado ao de Candida sp. Portanto, a citologia
convencional é mais confiável que a citologia em meio líquido (Tavares, 2007).
Testes diagnósticos aperfeiçoados, auto colecta da secreção vaginal, teste POC
(Point-of-care ou teste rápido, utiliza tiras de teste de fluxo lateral que
identifica proteínas de membrana de T.vaginalis), amplificação mediada por
transcrição (TMA), teste que amplifica o ácido nucleico e usa de reagentes
específicos para T.vaginalis RNA podem aumentar a identificação e tratamento da
parasitose em populações vulneráveis, visto que em a colecta auto realizada
pode reduzir a situação desconfortável e embaraçosa do exame citológico e pode
ser uma alternativa a lugares que a estrutura para a realização dos exames não
é adequada.
A auto realização
de teste rápido pode ser realizada correctamente por todas as mulheres que
receberem instruções para a realização bem como a interpretação dos resultados
obtidos. As mulheres adolescentes expressam clara preferência em realizar métodos
não invasivos como o teste com swab auto-obtido a um exame pélvico realizado
por um clínico. Em ambientes pobres de recursos, diagnosticar com base apenas
nos sinais e sintomas não é confiável, realizar simples exames laboratoriais é
uma estratégia para que se possa chegar próximo ao padrão de cultura que seria
o confiável. Testes de cheiro, pH, esfregaços de Papanicolau podem ser
utilizados quando há a incapacidade de realizar cultura.
A
tricomoníase em mulheres grávidas pode causar ruptura prematura das membranas
que protegem o bebé e parto prematuro. A inflamação genital causada pela
tricomoníase pode também aumentar o risco de uma mulher de adquirir a infecção
pelo HIV, se ela é exposta ao vírus. A tricomoníase em uma mulher que também
está infectada com HIV pode aumentar as chances de transmissão de infecção por
HIV para um parceiro ou parceira sexual.
O tratamento mais
comum para tricomoníase, inclusive durante a gravidez, é tomar uma dose alta de
metronidazol ou tinidazol. O medicamento ministrado por via oral é muito mais
eficaz para tricomoníase que a inserção de um creme ou gel no órgão sexual.
Tanto o paciente
quanto os parceiros e parceiras sexuais precisam de tratamento e evitar ter
relações sexuais desprotegidas até que a infecção seja curada, o que leva cerca
de uma semana.
Os efeitos
colaterais da medicação podem incluir:
·
Náusea
·
Vómitos
·
Dor de cabeça
·
Gosto metálico na boca
·
Tontura.
É proibida a
ingestão de bebidas alcoólicas por 24 horas depois de tomar metronidazol ou 72
horas depois de tomar tinidazol, pois pode causar náuseas e vómitos severos.
IST em uma
população onde exista prevalência de monogamia e religiões que priorizam o
matrimônio. Discutir sobre uso de preservativos e doenças sexualmente transmissíveis
ainda apresenta barreiras, especialmente para mulheres grávidas, que revogam o
uso do preservativo por considerarem desnecessário durante a gestação. O profissional
enfermeiro deve utilizar intervenções educativas que promovam o conforto e
liberdade para discussão do tema entre a população-alvo, alertando sobre
práticas sexuais seguras inclusive no período gestacional motivando o interesse
e aplicação do conhecimento adquirido pelos pacientes atendidos para que estes
utilizem o novo aprendizado. Um estudo realizado em duas universidades
demonstrou que uma supremacia das mulheres ainda sentem bloqueios em solicitar
ao parceiro que utilize preservativo e a maioria relatou outrora, histórico de
alguma IST. Actualizar o conhecimento, adianta questões as quais as respostas
não são exactamente claras ao momento. O enfermeiro que educa sobre as IST,
impulsiona relações de confiança com os pacientes e atenua eventuais preocupações.
O paciente deve conhecer as opções de tratamento e ter as informações
necessárias sobre as infecções transmitidas sexualmente. É preciso que tanto a
paciente quanto o(s) parceiros sexuais reúnam o conhecimento empírico com o
recém-adquirido para que o profissional de saúde articule meios para um
tratamento apropriado para casos específicos e generalizados de forma eficaz e
compatível como normatiza a secretaria de saúde de cada município.
A implantação de
unidades básicas da família em áreas carentes e rurais por enfermeiros coopera
para a monitoração e acompanhamentos dos pacientes sujeitos a tricomoníase,
aumentando a disponibilidade do exame Papanicolau, interferindo no ciclo do
parasito e aumentado a cobertura de usuárias beneficiadas. Mesmo com a
Estratégia Saúde da Família, a adesão de usuárias em fase sexual activa é
baixa, fato que pode ser explicado devido aos mitos relacionados à monogamia e
baixo conhecimento sobre a tricomoníase. O tratamento da parasitose deve ser
acompanhado pela equipe de enfermagem, que deve atentar-se aos factores
carcinogênicos que podem ser instalados devido ao uso do fármaco metronidazol,
bem como o surgimento de cepas resistentes (LIMA, 2013).
Para prevenir a
tricomoníase deve-se sempre usar preservativos durante as relações sexuais e,
certamente, evitar o maior número de parceiros possíveis, tanto a camisinha
feminina quanto a masculina são eficazes para a redução da chance de infecção
pelo Trichomonas vaginalis. Também é importante evitar o uso de saunas,
piscinas e banheiros públicos.
A incidência das
ITS, particularmente no nosso país, vem aumentando e já podem ser consideradas
um problema de saúde pública. O início precoce da actividade sexual, associado
à baixa adesão ao uso do preservativo, contribui para o aumento da incidência. Portanto,
políticas públicas de saúde sexual e reprodutiva, que incluem educação em saúde
e acompanhamento psicológico em Angola são de extrema importância no combate às
IST.
Este trabalho nos
mostrou ainda que a maioria das infecções sexualmente transmissíveis, como o
caso da tricomoníase, pode ser evitadas com hábitos simples. O uso regular e
correcto de preservativo é essencial. Uma vida sexual saudável e o acompanhamento
regular nos serviços de saúde reduzem o risco de IST e suas complicações. Portanto,
a adesão é fundamental para a efectividade do tratamento.
AMATO-NETO, V. ; AMATO, V.
S. ; GRYSCHEK, R. C. ; TUON FF . Parasitologia - Uma abordagem clínica. 1. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 400 p.
DE CARLI, G.A. et al. Métodos de coloração para coccídios
intestinais. In: De CARLI, G.A. Parasitologia clínica. 2.ed. São Paulo:
Atheneu, 2007. p.213-264.
LIMA, GERALDO
RODRIGUES de; Girão, Manoel J.B.C.; Baracat, Edmund Chada. Doenças Sexualmente
Transmissíveis. In: Ginecologia de Consultório. 2003.1ª Edição. P.193-210.
Editora de Projetos Médicos. São Paulo-SP.
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Protocolo Clínico e Directrizes Terapêuticas,
Infecções Sexualmente Transmissíveis, Editora CONITEC, Brasília, 2015.
MINISTÉRIO DA
SAÚDE, Protocolo Clínico e Directrizes Terapêuticas para Atenção Integral às
Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis, 2ª edição revisada, Editora
MS/CGDI, Brasília, 2016.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, Orientações para o
Tratamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Genebra, Suíça, 2005.
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