INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO
INOCÊNCIO NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
PSICOLOGIA GERAL
PSICOLOGIA SOCIAL
LUANDA
2016
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO
INOCÊNCIO NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
PSICOLOGIA GERAL
PSICOLOGIA SOCIAL
ARLETE TCHISSINGUI
LUÍSA CAMBUNDO LUCIANO ANTÓNIO
OSVALDO FAUSTINO PAULO FARIA
|
LUANDA
2016
SUMÁRIO
A Psicologia Social
aborda as relações entre os membros de um grupo social, portanto se encontra na
fronteira entre a psicologia e a sociologia. Ela busca compreender como o homem
se comporta nas suas interacções sociais. Para alguns estudiosos, porém, a comparação
entre a Psicologia Social e a Sociologia não é assim tão simples, pois ambas
constituem campos independentes, que partem de ângulos teóricos diversos. Há,
portanto, uma distância considerável entre as duas, porque enquanto a
psicologia destaca o aspecto individual, a sociologia se atém à esfera social.
Psicologia social é
um ramo da psicologia que estuda como as pessoas pensam, influenciam e se relacionam
umas com as outras.
Surgiu no século XX
como uma área de actuação da psicologia para estabelecer uma ponte entre a
psicologia e as ciências sociais (sociologia, antropologia, geografia, história,
ciência política). Sua formação acompanhou os movimentos ideológicos e
conflitos do século, a ascensão do nazi-fascismo, as grandes guerras, a luta do
capitalismo contra o socialismo, entre outros.
Quanto ao objecto
de estudo, a Psicologia Social Psicológica procura explicar os sentimentos,
pensamentos e comportamentos do indivíduo na presença real ou imaginada de
outras pessoas. Já a Psicologia Social Sociológica tem como foco o estudo da
experiência social que o indivíduo adquire a partir de sua participação nos
diferentes grupos sociais com os quais convive. Em outras palavras, os psicólogos
sociais da primeira vertente tendem a enfatizar principalmente os processos
individuais responsáveis pelo modo pelo qual os indivíduos respondem aos
estímulos sociais, enquanto os últimos tendem a privilegiar os fenómenos que
emergem dos diferentes grupos e sociedades.
Mesmo antes de
estabelecer-se como psicologia social as questões sobre o que é inato e o que é
adquirido no homem permeavam a filosofia mais especificamente como questões
sobre a relação entre o indivíduo e a sociedade, (pré-científicas segundo
alguns autores) avaliando como as disposições psicológicas individuais produzem
as instituições sociais ou como as condições sociais influem o comportamento
dos indivíduos. Segundo Jean Piaget (1970) é tarefa dessa disciplina conhecer o
património psicológico hereditário da espécie e investigar a natureza e
extensão das influências sociais.
Segundo Aroldo
Rodrigues (um dos primeiros psicólogos brasileiros a escrever sobre o tema):
"a psicologia social é uma ciência básica que tem como objecto de estudo
as manifestações comportamentais suscitadas pela interacção de uma pessoa com
outras pessoas, ou pela mera expectativa de tal interacção. A influência dos factores
situacionais no comportamento do indivíduo frente aos estímulos sociais
A psicologia social
é o estudo científico de influência recíproca entre as pessoas do processo
cognitivo gerado por esta interacção. A excisão de figura legendaria de Robson
Crusoé e de eremitas, todos os seres humanos vivem em constante processos de dependeria
e interdependência em relação a nossos semelhantes.
Um sorriso, um aperto de mão, uma reprimenda,
um elogio, um simples olhar de uma pessoa em direcção a outra suscita neta
ultima uma resposta que caracterizamos como social. Por sua vez a resposta emitida
servirá de estimula a pessoa que à provocou, gerando por seu turno um outro comportamento
desta ultima, estabelecendo se assim o processo de interacção social.
Esta acção mútua afecta,
de uma forma ou de outra pensamentos, emoções e comportamento das pessoas
envolvidas seja deleitamento como no exemplo a cima, seja indirectamente, como ocorre
na média através de algumas campanha publicitaria.
Mais interessante
ainda é o facto que a expectativa com relação ao comportamento do outro ou a
seus pensamentos ou sentimentos pode igualmente modificar nossas acções. Assim
se você espera uma reacção negativa de alguém, é bem possível que você inicie a
interacção de forma agressiva.
A Psicologia Social
- é a ciência que procura compreender os “como” e os “porquê” do comportamento
social. A interacção social, a interdependência entre os indivíduos e o
encontro social. Seu campo de Acção é portanto o comportamento analisado em
todos os contextos do processo de influência social. Uma pesquisa nos manuais e
ensino e ementas das diversas universidades nos remetem à:
- Interacção pessoa/pessoa;
- Interacção pessoa/grupo
(os grupos sociais)
- Interacção grupo/grupo.
(enfoques nacionais, regionais e locais)
Estuda as relações
interpessoais:
- Influências;
- Conflitos;
comportamento divergente
- Autoridade,
hierarquias, poder;
- O pai, a mãe e a
família em distintos períodos históricos e culturas
- A violência
doméstica, contra o idoso, a mulher e a criança
Investiga os
factores psicológicos da vida social
- Sistemas
motivacionais (instinto);
- Estatuto (status)
social;
- Liderança;
- Estereótipos
(estigma);
- Alienação;
- Identidade,
valores éticos;
Teoria das
representações sociais, a Produção de Sentido Dialéctica Exclusão /Inclusão
Social
Analisa os factores
sociais da Psicologia Humana:
- Motivação;
- O processo de socialização
- As atitudes, as
mudanças de atitudes;
- Opiniões /
Ideologia, moral;
- Preconceitos;
- Papéis sociais
- Estilo de vida
modo ou género de vida
A Psicologia Social
se caracteriza como um campo altamente empírico. Mais do que buscar teorias
globais para o comportamento humano, como as que são frequentemente encontradas
nas teorias da personalidade, os psicólogos sociais utilizam uma vasta gama de
teorias específicas para os diversos tipos de fenómenos sociais e cognitivos.
Teoria da
Comparação Social: sugere que os seres humanos adquirem informações sobre si
mesmos e fazem inferências que são relevantes para a auto-estima, por meio de
comparações com outros seres humanos relevantes em seu contexto social.
Teoria da Troca
Social: é uma teoria económica social que parte do pressuposto de que as
relações humanas são baseadas na escolha racional e na análise de custo
benefício. Se os custos de um dos parceiros passa a superar seus benefícios, a
outra parte pode vir a abandonar a relação, especialmente se houverem boas
alternativas disponíveis.
Teoria da
Identidade Social: foi desenvolvida por Henri Tajfel e examina como a categorização
das pessoas (incluindo a si mesmo) como integrantes de grupos ou como excluídos
afecta as percepções, atitudes e o comportamento.
Erik Homburger
Erikson nasceu em Frankfurt, Alemanha, em 1902 (vindo a falecer em 1994). Tento
inicialmente optado pela carreira artística, foi convidado a trabalhar em uma
escola para pacientes submetidos à psicanálise, entrando então em contacto com
o grupo de Anna Freud. Em 1933, quando se casou com uma canadense, mudou-se
para os Estados Unidos, continuando seus estudos em Psicanálise, tornando-se o
primeiro psicanalista infantil americano.
Em meados do século
XX, Erikson começa a construir sua teoria psicossocial do desenvolvimento
humano, repensando vários conceitos de Freud, sempre considerando o ser humano
como um ser social, antes de tudo, um ser que vive em grupo e sofre a pressão e
a influência deste. A partir desta consideração, Erikson formula sua teoria de
forma a deixar duas importantes contribuições à Psicanálise, segundo Hall e
colaboradores (2000): deixa uma teoria na qual o ego tem uma concepção ampliada
e realiza estudos psicohistóricos, exemplificando sua teoria psicossocial no
curso de vida de algumas figuras famosas. Essa metodologia é totalmente nova
para a Psicanálise da época e na própria psicologia, pois estudos longitudinais
eram muito raros e complexos de serem realizados (ainda o são hoje), embora se
mostrem como um excelente método de validar teorias como a de Erikson, que
trabalham o clico vital como um contínuo onde cada fase influencia a seguinte.
Assim como Freud, Piaget, Sullivan, entre outras
figuras da época, Erikson optou por distribuir o desenvolvimento humano em
fases. Porém, seu modelo detém algumas características peculiares (Rabello,
2001):
·
Desviou-se o foco fundamental da
sexualidade para as relações sociais;
·
A proposta os estágios psicossociais
envolvem outras artes do ciclo vital além da infância, ampliando a proposta de
Freud. Não existe uma negação da importância dos estágios infantil (afinal,
neles se dá todo um desenvolvimento psicológico e motor), mas Erikson observa
que o que construímos na infância em termos de personalidade não é totalmente
fixo e pode ser parcialmente modificado por experiências posteriores;
·
A cada etapa, o indivíduo cresce a
partir das exigências internas de seu ego, mas também das exigências do meio em
que vive, sendo portanto essencial a análise da cultura e da sociedade em que
vive o sujeito em questão;
·
Em cada estágio o ego passa por uma
crise (que dá nome ao estágio). Esta crise pode ter um desfecho positivo
(ritualização) ou negativo (ritualismo);
·
Da solução positiva, da crise, surge
um ego mais rico e forte; da solução negativa temos um ego mais fragilizado;
·
A cada crise, a personalidade vai se
reestruturando e se reformulando de acordo com as experiências vividas,
enquanto o ego vai se adaptando a seus sucessos e fracassos. Erikson criou
alguns estágios, que ele chamou de psicossociais, onde ele descreveu algumas
crises pelas quais o ego passa, ao longo do ciclo vital. Estas crises seriam
estruturadas de forma que, ao sair delas, o sujeito sairia com um ego (no
sentido freudiano) mais fortalecido ou mais frágil, de acordo com sua vivência
do conflito, e este final de crise influenciaria directamente o próximo
estágio, de forma que o crescimento e o desenvolvimento do indivíduo estaria
completamente imbricado no seu contexto social, palco destas crises.
Esta seria a fase
da infância inicial, correspondendo ao estágio oral freudiano. A atenção do
bebé se volta à pessoa que provê seu conforto, que satisfaz suas ansiedades e
necessidades em um espaço do tempo suportável: a mãe. A mãe lhe dá garantias de
que não está abandonado à própria sorte no mundo.
Assim se estabelece a primeira relação social
do bebé. E justamente sentindo falta da mãe que a criança começa a lidar com
algo que Erikson chama de força básica (cada fase tem a sua força
característica). Nesta, a força que nasce é a esperança. Quando o bebé se dá conta
que sua mãe não está ali, ou está demorando a voltar, cria-se a esperança de
sua volta. E quando a mãe volta, ele compreende que é possível querer e
esperar, porque isso vai se realizar; ele começa a entender que objectos ou
pessoas existem, embora esteja fora – temporariamente – de seu campo de visão.
Nesta fase
eriksoniana, que corresponde ao estágio anal freudiano, a criança já tem algum
controle de seus movimentos musculares, então direcciona sua energia às experiências
ligadas à actividade exploratória e à conquista da autonomia. Porém, logo a
criança começa a compreender que não pode usar sua energia exploratória à
vontade, que tem que respeitar certas regras sociais e incorporá-las ao seu
ser, fazendo assim uma equação entre manutenção muscular, conservação e
controle (Erikson, 1976).
A aceitação deste controle social pela criança
implica no aprendizado – ou no início deste – do que se espera dela, quais são
seus privilégios, obrigações e limitações. Deste aprendizado surge também a
capacidade e as atitudes judiciosas, ou seja, surge o poder de julgamento a
criança, já que ela está aprendendo as regras. A questão é que os adultos, para
fazerem as crianças aprenderem tais regras – como a de ir ao banheiro, tão
enfatizada por Freud – fazem uso da vergonha e ao mesmo tempo do encorajamento
para dar o nível certo de autonomia. Os pais, muitas vezes, usam sua autoridade
de forma a deixar a criança um pouco envergonhada, para que ela aprenda
determinadas regras. Porém, ao expor a criança à vergonha constante, o adulto
pode estimular o descaramento e a dissimulação, como formas reactivas de
defesa, ou o sentimento permanente de vergonha e dúvida de suas capacidades e
potencialidades.
Em uma explanação mais completa sobre a
vergonha, Erikson ressalta que trata-se, na verdade, de raiva dirigida a si
mesmo, já que pretendia fazer algo sem estar exposto aos outros, o que não
aconteceu. A vergonha precederia a culpa, sendo esta última derivada da
vergonha avaliada pelo superego (Erikson, 1976).
Neste estágio, que
corresponde à fase fálica freudiana, a criança já conseguiu a confiança, com o
contacto inicial com a mãe, e a autonomia, com a expansão motora e o controle.
Agora, cabe associar á autonomia e à confiança, a iniciativa, pela expansão
intelectual.
A combinação confiança autonomia dá à criança
um sentimento de determinação, Alavanca para a iniciativa. Com a alfabetização
e a ampliação de seu círculo de contactos, a criança adquire o crescimento
intelectual necessário para apurar sua capacidade de panejamento e realização
(Erikson, 1987, p.116). Quando ela já se sente capaz de planejar e realizar, ou
seja, ela tem um propósito, ela tende a duas atitudes: numa delas, a criança
pode ficar fixada pela busca de determinadas metas. Freud descreveu uma destas
fixações a qual chamou de Complexo de Édipo, onde a criança nutre expectativas
genitais com o pai do sexo oposto. Geralmente, as metas que se estabelecem –
como no modelo freudiano – são impossíveis.
Quando a criança se
empolga na busca de objectivos além de suas possibilidades, ela se sente
culpada, pois não consegue realizar o que desejou ou sabe que o que desejou não
é aceitável socialmente, e precisa de alguma forma conter e reinvestir a carga
de energia que mobilizou. Então, ela fantasia (muitas vezes magicamente) para
fugir da tensão. Geralmente tais objectivos se dão no plano sexual e na vida
adulta o não revolvimento da falta de iniciativa pode causar patologias sexuais
(repressão, impotência) ou pode ser ainda expressos pela somatização do
conflito (doenças psicossomáticas). O despertar de um sentimento de culpa, na
mente da criança, poderá ficar atrelado à sensação de fracasso, o que gera uma
ansiedade em torno de atitudes futuras (Erikson, 1987, p. 119).
Novamente, o
sentimento a respeito de si próprio pode ser decisivo para que rackets não sejam
fomentados.
Erikson deu um
destaque a esta fase que, contraditoriamente, foi a menos explorada por Freud
(no esquema freudiano, corresponde à fase de Latência, por julgá-la um período
de adormecimento sexual). Podemos dizer que este período é marcado, peara
Erikson, pelo controle, mas um controle diferente do que já discutimos. Aqui,
trata-se do controle da actividade, tanto física como intelectual, no sentido
de equilibrá-la às regras do método de aprendizado formal, já que o principal
contacto social se dá na escola ou em outro meio de convívio mais amplo do que
o familiar. Com a educação formal, além do desempenho das funções intelectuais,
a criança aprende o que é valorizado no mundo adulto, e tenta se adaptar a ele.
Da ideia de propósito, ela passa à ideia de perseverança, ou seja, a criança
aprende a valorizar e, até mesmo, reconhece que podem existir recompensas a
longo prazo de suas atitudes actuais, fazendo surgir, portanto, um interesse
pelo futuro.
Nesta fase, começam os interesses por
instrumentos de trabalho, pois trabalho remete à questão da competência.
Nos estudos de
Erikson, esta é a fase onde ele desenvolveu mais trabalhos, tendo dedicado um
livro inteiro à questão da chamada crise de identidade. Em seus estudos,
Erikson ressalta que o adolescente precisa de segurança frente a todas as
transformações – físicas e psicológicas – do período. Essa segurança ele
encontra na forma de sua identidade, que foi construída por seu ego em todos os
estágios anteriores. Esse sentimento de identidade se expressa nas seguintes
questões, presentes para o adolescente: sou diferente dos meus pais? O que sou?
O que quero será? Respondendo a essas questões, o adolescente pretende se
encaixar em algum papel na sociedade. Daí vem a questão da escolha vocacional,
dos grupos que frequenta, de suas metas para o futuro, da escolha do par, etc.
Ao estabelecer uma
identidade definitiva e bem fortalecida, o indivíduo estará pronto para uni-la
à identidade de outra pessoa, sem se sentir ameaçado. Esta união caracteriza
esta fase. Existe agora a possibilidade de associação com intimidade, parceira
e colaboração. Podemos agora falar na associação de um ego ao outro. Para que
essa associação seja positiva, é preciso que a pessoa tenha construído, ao
longo dos ciclos anteriores, um ego forte e autónomo o suficiente para aceitar
o convívio com outro ego sem se sentir anulado ou ameaçado.
Nesta fase, o
indivíduo tem a preocupação com tudo o que pode ser gerado, desde filhos até
ideias e produtos. Ele se dedica à geração e ao cuidado com o que gerou, o que
é muito visível na transmissão dos valores sociais de pai para filho. Esta é a
fase em que o ser humano sente que sua personalidade foi enriquecida – e não
modificada – com tais ensinamentos. Isso acontece porque existe uma necessidade
inerente ao homem de transmitir, de ensinar. É uma forma de fazer-se
sobreviver, de fazer valer todo o esforço de sua vida, de saber que tem um
pouco de si nos outros. Isso impede a absorção do ser em si mesmo e também a
transmissão de uma cultura.
Agora é tempo do
ser humano reflectir, rever sua vida, o que fez, o que deixou de fazer. Pensa
principalmente em termos de ordem e significado de suas realizações. Essa
retrospectiva pode ser vivenciada de diferentes formas. A pessoa pode simplesmente
entrar em desespero ao ver a morte se aproximando. Surge um sentimento de que o
tempo acabou, que agora resta o fim de tudo, que nada mais pode fazer pela
sociedade, pela família, por nada. São aquelas pessoas que vivem em eterna
nostalgia e tristeza por sua velhice.
Segundo Erikson,
durante o ciclo vital construiríamos o que ele denomina plano de vida, um
curso, um roteiro segundo o qual as crises do ego vão se desenrolar de certa
maneira, que parece ter sido determinada pela infância, pelas primeiras crises
do sujeito.
Percorrendo a literatura eriksoniana, é
possível identificar alguns marcos de passagem e montagem do plano de vida. Uma
delas é a construção da confiança básica, já discutida anteriormente neste artigo.
Outra fase importante é a iniciativa, onde ficam arraigados os ideais e os
propósitos, importante elemento da formação da identidade (Erikson, 1987), e
montagem do plano certamente conta com esta convicção por parte da criança.
Erikson (1987) fala
da importância de se considerar o contexto histórico e cultural, utilizando
estas informações como instrumento de análise, afinal, são elas que vão nos dar
indicativos da formação de uma identidade, que é construída e mantida pela
sociedade, pelo que Erikson chama de “ego grupal” (1987, p. 69). Aliás, esta é
uma crítica feita constantemente pelo autor: a falta de integração ente o
social e o individual, ao estudar qualquer assunto que se refira à
subjectividade humana.
Uma pessoa é uma
coisa muito complicada. Mais complicada do que uma pessoa, são duas, três,
então é um caso quando não é um drama passional. Mas as pessoas só se definem o
seu relacionamento com as outras. Ninguém é o que pensa que é, muito menos o
que diz que é, ou seja, ninguém é nada sozinho, somos o nosso comportamento com
o outro.
Com base o estudo
feito chegamos a concluir que, a Psicologia Social faz revelar os graus de
conexão existentes entre o ser e a sociedade à qual ele pertence, desconstruindo
a imagem de um indivíduo oposto ao grupo social. Um postulado básico dessa
disciplina é que as pessoas, por mais diversificadas que sejam, apresentam
socialmente um comportamento distinto do que expressariam se estivessem
isoladas, pois imersas na massa elas se encontram imbuídas de uma mente
colectiva. É esta instância que as leva a agir de uma forma diferente da que
assumiriam individualmente.
ERIKSON, E. H.
Identidade, Juventude e Crise. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1976.
ERIKSON, E. H.
Infância e Sociedade. 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1987.
ERIKSON, E. H. e
ERIKSON, J. O ciclo da vida completo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
RODRIGUES, Aroldo. Assmar,
Evalina M. Leal & Jablonski, Bernardo: Psicologia Social, 27ª Ed. Revista e
Ampliada, Editora Vozes Lda: Rio de Janeiro, 2009.
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