INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO
INOCÊNCIO NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
TERAPÊUTICA I
NATUROPATIA
LUANDA
2016
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO
INOCÊNCIO NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
TERAPÊUTICA I
NATUROPATIA
SUZANA DOMINGOS FUAFUA
|
LUANDA
2016
SUMÁRIO
Naturopatia ou
medicina naturopata, derivado de natu
= natural e patia= doença, é um
sistema de medicina baseado no poder de cura da natureza. Naturopatia é um sistema
holístico, ou seja, os médicos naturopatas esforçam-se para encontrar a causa
da doença pela compreensão do corpo, mente e espírito da pessoa. A maioria dos
médicos naturopatas usa uma variedade de terapias e técnicas (como a nutrição,
a mudança de comportamento, fitoterapia, homeopatia e acupuntura).
Na verdade, a Naturopatia,
(é uma especialidade da Medicina Tradicional, que faz o enquadramento das
terapêuticas não convencionais), tem como objectivo repor o estado de saúde no
organismo através de produtos, técnicas e métodos naturais.
Há duas áreas de
foco em naturopatia: uma é apoiar as habilidades de cura do corpo próprio, e o
outro é capacitar as pessoas para fazer mudanças de estilo de vida necessárias
para a melhor saúde possível. Enquanto os médicos naturopatas tratam através de
sessões curtas da doença e condições crónicas sua ênfase é na prevenção da
doença e educar pacientes.
De salientar que a naturopatia
é uma das Terapêuticas Não Convencionais, enquadrada legalmente ao abrigo da
Lei 45/2003 – Lei das Terapêuticas Não Convencionais e recomendada pela
Organização Mundial de Saúde. Em Naturopatia, dá-se especial atenção à
etiologia das patologias, não descartando, contudo, a sua sintomatologia. Tendo
a sua base assente no conhecimento da Fisiologia, Bioquímica e Biologia humana,
em Naturopatia dá-se igual importância aos conceitos de saúde orientais acerca
do funcionamento orgânico. Proporcionando ao Naturopata uma visão da saúde
extremamente vasta, complementar e sinérgica. Uma correcta observação do estado
de saúde é essencial para uma correcta prescrição, daí a importância não só dos
métodos de observação típicos da naturologia, mas também na preparação que um
Naturopata Moderno tem, em interpretar os diversos exames clínicos
A forma moderna de
naturopatia pode ser rastreada para o século 18-19 como sistema de cura
natural. Tais sistemas incluem hidroterapia (tratamento de água), o qual era
muito popular na Alemanha e na cura da natureza, desenvolvido na Áustria, com
base na utilização de alimentos, ar, luz, água, e ervas no tratamento de
doenças.
Benjamin Lust, um
imigrante alemão, introduziu pela primeira vez naturopatia nos Estados Unidos
em 1902, quando fundou a Escola Americana de Naturopatia. A escola enfatizou o
uso de curas naturais, hábitos intestinais adequados e de higiene como ferramentas
para a saúde.
Esta foi a primeira
vez que os princípios de uma dieta saudável, como o aumento da ingestão de
fibras e reduzindo gorduras saturadas. Em meados de 1920 a 1940, o uso da
medicina naturopata diminuiu. Foi até 1960 que a naturopatia de estilo medicina
holística tornou-se popular novamente. Hoje, naturopatas são licenciados
prestadores de cuidados de saúde. Eles oferecem uma variedade de terapias
naturais, incluindo vitaminas, homeopatia e suplementos minerais, Medicina
Tradicional Chinesa, técnicas de relaxamento e remédios à base de plantas.
O naturopata é um
generalista dos métodos naturais de saúde. Ele indica ao seu paciente as vias
naturais para a obtenção da cura ou melhora e prevenção da doença. Ele trabalha
com espírito de abertura em relação aos outros profissionais de saúde, mantendo
sempre a sua independência. Ele pretende uma colaboração estreita com os
Quiropráticos, os Especialistas Médicos e outros profissionais das diferentes
disciplinas na área da saúde.
O Naturopata, em
todas as situações, recorre aos agentes físicos e métodos naturopáticos,
homeopáticos e energéticos; Com base nas filosofias ocidental e oriental,
através dos quais diagnostica, trata e cuida dos pacientes, utilizando sistemas
de práticas que se baseiam em tratamentos e cuidados de acção
bio-psico-fisiológica e higiénicos, que tenham como objectivo reequilibrar as
funções orgânicas e outras situações anormais existentes no organismo,
proporcionando ao mesmo as condições indispensáveis à manutenção e recuperação
do seu equilíbrio, no total respeito pelas Leis Naturais, que regulam as
funções do corpo humano.
Para isso o
naturopata utiliza todos os meios naturais e ecológicos de preferência e sempre
que possível, Dietas individualizadas, segundo as bases da dietética, nutrição
e bioquímica alimentar, naturopáticas, usando produtos alimentares e plantas medicinais
e seus derivados (fitoterapia, gemoterapia e aromaterapia), de agricultura
biológica; sempre que possível; psicologia, jejum, ar, oxigenoterapia (banhos
de ar e ginástica respiratória), ginástica dos órgãos, água (hidroterapia)
aplicada segundo os temperamentos, em uso externo e interno, luz solar (helioterapia),
psicoterapia, electroterapia, mecanoterapia, correcções e manipulações naturopáticas
e ainda todos os restantes meios naturais; Isentos de efeitos colaterais.
A Naturopatia é um
sistema distinto de cuidados de saúde preliminares – uma arte, ciência, filosofia
e prática de diagnóstico, tratamento e prevenção da doença. A naturopatia
distingue-se pelos princípios que guiam e determinam a sua prática. Esses princípios
estão baseados na observação objectiva da natureza da saúde e da doença, e são
continuamente reexaminados à luz dos progressos científicos.
Os métodos
utilizados estão de acordo com esses princípios e são escolhidos com base na
individualidade do paciente. Os naturopatas são intervenientes de cuidados de
saúde primários, cujas diversas técnicas incluem métodos científicos e
empíricos, modernos e tradicionais.
Os naturopatas são
profissionais de cuidados primários de saúde e especialistas que identificam as
causas da doença e dão orientação no sentido de favorecer o reequilíbrio da
saúde através de terapias naturais, individuais e efectivas que integram o
poder de cura do corpo, da mente e do espírito.
Os naturopatas são
os únicos profissionais de saúde que -pelo facto de reconhecerem que existem
limites em todas as medicinas, mas que todas elas são necessárias – e
reconhecendo os seus limites – são favoráveis aos diagnósticos e tratamentos
que abrangem ambas as perspectivas das medicinas convencional e naturopática;
estes integram investigação científica com o poder de cura da natureza.
O objectivo do
naturopata é utilizar terapias que apoiam e estimulam os processos de cura
naturais do corpo humano, levando a um elevado estado de bem-estar, originado
pelo normal e natural equilíbrio das funções do organismo.
Como profissionais
responsáveis e pioneiros em ciência baseada na medicina natural, os naturopatas
defendem o desenvolvimento dos padrões profissionais, a responsabilidade, e a
regulamentação e inclusão no Sistema Nacional de Saúde, bem como nos dos
Estados Membros, de todas as Medicinas Não-Convencionais, conforme o sugeriu o
Parlamento Europeu em 1997 e o Senhor Director Geral da OMS, DR. RALFDAN
MALHER, na Conferência Internacional de ALMA-ATA, em 1978, para garantir e manter
a segurança e a liberdade pública, de escolha nos cuidados de saúde. Além do mais,
no interesse do paciente, nós apoiamos inclusão abrangente, colaboração e
acesso equitativo no sistema de cuidados de saúde a todos os níveis.
A Naturopatia é
definida primeiramente pelos seus princípios fundamentais. Os métodos e as
modalidades são seleccionados e aplicados com base nesses princípios conjuntamente
com as necessidades individuais de cada paciente. Os métodos de diagnóstico e
terapêuticos são seleccionados com o avanço do conhecimento.
As práticas
naturopáticas incluem as seguintes modalidades de diagnósticos e tratamento:
Diagnóstico:
Utilização de todos
os métodos naturopáticos de diagnóstico: Funcionais, Temperamentais,
iridológicos, exames físico, clínico, reflexológico, psicológico,
laboratoriais, incluindo o hematológico, urina, ecográfico e excepcionalmente,
outras técnicas pela imagem.
Tratamento:
Supressão das
causas, relaxação, alimentação (dietética, nutrição e bioquímica alimentar,
naturopáticas), com dietas e monodietas individualizadas, a cada caso e sempre
que possível, Vegetariana e de Cultura Biológica, jejum higiénico e
terapêutico; terapias de origem mineral e animal (homeopáticas), fitoterapia e
aromaterapia, medidas de higiene de vida e de saúde pública, homeopatia,
acupunctura, medicina chinesa, psicoterapia e aconselhamento, muito
excepcionalmente, cirurgia menor (cuidar de pequenos golpes, extracção de
pequenos corpos estranhos que não exijam o uso de anestesia), obstetrícia
naturopática (partos naturais), terapias manipulativas naturopáticas, o uso de
hidroterapia, calor, frio, ultra-sons, e exercícios terapêuticos e todos os
outros meios naturopáticos, inofensivos para o organismo.
O Poder de Cura da Natureza
O poder de cura da
natureza é a auto-organização inerente e o processo de cura dos organismos
vivos que estabelecem, mantêm e restauram a saúde. A medicina naturopática
reconhece estes processos de cura como sendo ordenados e inteligentes. É o
papel dos naturopatas de apoiar, facilitar e aumentar esses processos pela
identificação e eliminação dos obstáculos para a cura e a recuperação, e
apoiando a criação de um ambiente interno e externo saudável.
Identificação e tratamento das causas
A doença não ocorre
sem qualquer razão. As causas podem ter origem em várias áreas. As causas
identificadas como podendo ter tido ou e tenham influência no estado do paciente,
devem ser identificadas e eliminadas, para poder haver recuperação, parcial ou –
quando tal é possível – completa. Os sintomas são, sempre, expressões das tentativas
do corpo para se autodefender, se adaptar e recuperar, se curar a si próprio.
O naturopata
procura tratar, começando por agir no sentido de eliminar as causas do
desequilíbrio orgânico, que conduziram ao estado denominado doença, em vez de
eliminar ou suprimir meramente os sintomas.
Tratar o paciente como um todo
A saúde e a doença
resultam da influência e inter-acção, entre si, de um conjunto de factores, que
podem ser físicos, mentais, emocionais, ambientais, genéticos, sociais e
outros. Como a saúde em plenitude inclui igualmente saúde espiritual, o
naturopata incentiva os indivíduos a prosseguirem o seu desenvolvimento
espiritual.
A naturopatia
reconhece o funcionamento harmonioso de todos os sistemas que constituem o
indivíduo como sendo essencial à saúde. A natureza multifactorial da saúde e da
doença requer uma aproximação personalizada e inteligente para o diagnóstico e
tratamento. O naturopata trata os pacientes como um todo, tendo em conta todos
esses factores.
As Escolas e
Universidades de Medicina naturopática dão ênfase ao estudo da saúde bem como à
doença. A prevenção da doença e o alcance da saúde em plenitude nos pacientes
são os objectivos principais da medicina naturopática. Na prática, esses
objectivos são atingidos através da educação e da promoção de modos de vida
saudáveis. Os naturopatas avaliam os factores de risco, hereditariedade e
susceptibilidade à doença e fazem intervenções apropriadas, conjuntamente com
os seus pacientes para prevenir as doenças. A medicina naturopática afirma que ninguém
pode ser saudável num ambiente não saudável.
A minha conclusão
sobre este tema é bastante simples; posso dizer que a naturopatia é um conjunto
de métodos naturais que visa equilibrar o corpo e prevenir doenças, tem o objectivo
de proporcionar saúde e bem-estar. Portanto, é uma prática terapêutica que surgiu
para prevenir doenças e, a partir daí, são trabalhadas e usadas técnicas, como acupuntura,
aromaterapia, fitoterapia, floral de bach, auriculoterapia, entre outros. Em outras
palavras, a naturopatia é um conjunto de várias outras formas de terapia, algumas
delas já consideras em trabalhos científicos realizados e apresentados pelos nossos
colegas aqui dentro desta sala.
AMTC de Beijing:
Tratado de Medicina Chinesa. São Paulo: Editora Roca, 1993.
Auteroche B E NAVAILH P: O Diagnóstico da Medicina
Chinesa. São Paulo: Organização Andrei Editora, 1986.
Balbach, Alfons - As
Frutas na Medicina Natural, Edição Vida Plena, São Paulo, 2004.
BARROS, Nelson
Filice de e Nunes, Everardo Duarte "Complementary and Alternative Medicine
in Brazil: one concept, different meanings." Cad. Saúde Pública, Out 2006,
vol.22, no.10, p. 2023-2028.
BIANCHINI, Flávia;
Possebon, Fabrício. Ayurveda: a ciência da vida.Caminhos, Goiânia, v. 12, n. 1,
p. 8-21, jan./jun. 2014.
DAVID, J. Mayer - Acupuncture: An Evidence-Based
Review of the Clinical Literature - Department of Anesthesiology, Medical
College of Virginia, Virginia Commonwealth University, Richmond, Virginia,
23298-0337.
ERNEST, Edzard.
Medicina complementar, uma avaliação objetiva. SP, Manole, 2001.
SILVA, P.
Fitoterapia e Homeopatia: a via científica. Farmacia Distribuição. 97 ed. Lisboa:
Hollyfar – Marcas e Comunicação, Lda 1999.
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