INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO
INOCÊNCIO NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
TERAPÊUTICA I
OSTEOPATIA
LUANDA
2016
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO
INOCÊNCIO NANGA (ISPIN)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
TERAPÊUTICA I
OSTEOPATIA
HENRIQUES PEDRO SERAFIM
|
LUANDA
2016
SUMÁRIO
Osteopatia, do
grego osteon, "osso" e patheia, "doença", é uma
prática de medicina alternativa, que consiste na utilização de técnicas de
mobilização e manipulação articular, bem como de tecidos moles. Os osteopatas
crêem que esses procedimentos ajudam o corpo a se curar sozinho.
A Osteopatia foi
criada em 1874 pelo médico estadunidense Andrew Taylor Still. Há muito pouca
evidência de que a osteopatia seja de alguma ajuda no tratamento de qualquer
condição médica, já que não há estudos que comprovem a eficácia desse tipo de
tratamento. Seus praticantes são considerados osteopatas.
A prática
osteopática se baseia na crença de que todos os sistemas do corpo estão relacionados.
Assim, qualquer disfunção em um sistema afecta todos os outros. Além disso, crê
que o corpo tem total capacidade de se curar sozinho, desde que todas as suas
estruturas estejam equilibradas.
A Osteopatia usa
procedimentos cem por cento naturais e não invasivos, portanto sem recursos
químicos ou cirúrgicos.
É reconhecido pela
Organização Mundial de Saúde, a total autonomia, independência para com os actos
praticados pelos Osteopatas. Portanto a Osteopatia não pertence ao grupo das
Profissões Paramédicas, não é uma técnica, nem é um agregado de ideias
desconectadas; mas sim uma Profissão baseada numa filosofia própria com
aplicação técnico-científica, e capacidades intelectuais e práticas únicas e
diferentes, das outras áreas do conhecimento, assim, ajudará na sua intervenção
terapêutica, e ao paciente a compreender um “Conjunto de Cuidados de Saúde
Osteopáticos” apropriado e distinto à pessoa a nível particular e Individual,
para chegar ao melhor estado de saúde total.
Internacionalmente
os osteopatas são eticamente correctos, e competentes, como ‘Profissionais de
Saúde’; mantêm a privacidade dos seus pacientes, doentes ou utentes na relação
terapêutica. Respeitam as ideias, os desejos e os direitos dos pacientes, doentes
ou utentes e clientes (adiante designados de qualquer uma destas formas agora
descritas, como sinónimo), e obtêm o seu consentimento, interagem e tratam os
pacientes com sensatez, ponderação, com dignidade, respeito, gentilmente, e
mantêm a sua confidencialidade.
É do conhecimento
geral, e assim está designado Internacionalmente, a prática da osteopatia necessita
de conhecimento profundo e adequado das ciências médicas e de diagnóstico.
Impõe-se uma habilidade para aplicar os conceitos da osteopatia e um refinar no
conhecimento quanto aos métodos de tratamento osteopáticos.
Assim, para
absorver a destreza, a capacidade profissional, os valores éticos essenciais para
uma prática segura, competente, hábil e eficaz, os osteopatas necessitam duma continuidade
de experiência clínica combinada com uma substantiva, interacção de professores
teóricos, tutores clínicos e colegas. Os osteopatas estão convictos duma aprendizagem
e desenvolvimento ao longo da vida (que deve ser obrigatória para manter em dia
e revalidar automaticamente dentro dos requisitos estabelecidos, a sua licença
anual de exercício profissional) tendo a certeza que estas capacidades e qualidades
são aprendidas num ambiente que permite e é propício a uma síntese de desenvolvimento
e aprendizagem teórica, e também uma prática clínica experimental.
É um sistema
autónomo e independente de diagnóstico e tratamento que promove a minimização
ou resolução isto é, o alívio e a cura dos problemas estruturais e funcionais
do ser humano incluindo o estado mental e emocional do Paciente / doente ou
utente para que se chegue ao ideal dum estado de Saúde Total e Bem Estar.
Não visa somente
tratar doenças e sintomas específicos, não há um único tratamento específico
para uma determinada situação específica. A osteopatia é distinta em termos de
cuidados, de educação, promoção e capacitação da Saúde; de tratamento e
prevenção (incluindo a primária, secundária, terciária e primordial) de
doenças, assim, os métodos de tratamento caracterizam-se por respeitar e estar
em sintonia harmoniosa com os aspectos biológicos da pessoa, como indivíduo,
levando em consideração a organização e constituição do organismo, e a sua correlação
com o meio ambiente.
A osteopatia dá o
maior realce à integridade estrutural e funcional, com especial relevância ao
sistema neuro-músculo-esquelético, sempre ponderando nas inter-relações da
mobilidade e motilidade do e no organismo, está assente numa filosofia própria,
fundamentada em conceitos que adiante se expõem.
Reconhece que
muitos dos quadros dolorosos e disfuncionais derivam de anormalidades da organização
e função estrutural do corpo e também de doenças ou descompensações causadas por
processos patológicos tais como degenerativos, inflamatórios ou infecciosos. A osteopatia
reconhece a necessidade de investigação dos sintomas quando indicado e utiliza muitos
métodos clínicos de diagnóstico, que também são usados na medicina convencional
incluindo o recurso a meios complementares de diagnóstico, nomeadamente
imagiológicos.
O tratamento começa
por uma avaliação a partir das queixas e do historial do doente, paciente ou
utente e de um consequente exame. Este inclui a observação da postura em
situações estáticas e dinâmicas, actividades funcionais como a marcha, entre outras
situações são testadas constantemente as áreas de disfunção com as mãos do operador,
são usados testes de mobilidade, tensão, resistência, dor, temperatura ou textura
de pontos focais, etc.. Também se dá atenção à simetria, aos contornos, à facilidade
para as várias partes funcionarem activamente e em sintonia, também pode
usar-se a mobilização e palpação das articulações e zonas afectadas.
A sua ênfase está
também na forma, organização e integração, isto é, em como o Paciente é avaliado
em termos mecânicos, funcionais e posturais e os métodos de tratamento manuais são,
também, aplicados para servir a especificidade da pessoa.
Realçando e dando
prioridade ao sistema neuro-músculo-esquelético e a sua integração com os
outros sistemas, às influências recíprocas que podem ter uns nos outros, e os
efeitos adversos que tal pode ter no estado de Saúde geral. Ponderando sobre, a
intervenção manual, o aconselhamento, e a ‘instituição’, para esta última, tal
poderá passar pelo uso de muitas das técnicas osteopáticas manipulativas, de
exercício, de estilo de vida, nutricional, estratégias diárias, terapêutica
medicamentosa ou até outro aconselhamento para que o paciente compreenda as
várias causas e os factores, que de diferentes formas, contribuem para a Sua
Saúde ou Doença.
Na osteopatia
pratica-se um acto idêntico, embora paralelo, autónomo e independente ao Acto Médico
alopático.
a)
A pessoa humana é uma unidade
independente onde estrutura, função, mente e espírito (ou seja para as últimas
duas, a dimensão psico-emocional) se interligam e não funcionam
independentemente.
b)
Há uma auto regulação homeostática em
relação a desequilíbrios ou doenças.
c)
Uma função adequada depende duma
função neurotrófica normal, impulsos nervosos adequados e circulação eficaz.
d)
Um tratamento osteopático baseia-se
nestes princípios.
São conceitos da Osteopatia:
a)
O corpo é uma unidade funcional com
interligação dos sistemas que não podem ser considerados isoladamente.
b)
Há uma relação entre estrutura e
função.
c)
A integridade estrutural do corpo
condiciona o estado de saúde do indivíduo.
d)
Alterações na estrutura podem levar a
alterações na função e vice-versa.
e)
Há muitos mecanismos de compensação
que adaptam as alterações na estrutura/função sem necessariamente impedir os
mecanismos de auto-cura.
f)
O organismo é naturalmente
auto-suficiente.
g)
Quando os mecanismos inerentes de auto
regulação estão impedidos a disfunção pode ocorrer.
h)
Os mecanismos de auto recuperação ou
regulação são afectados pela maneira como os sistemas nervoso, circulatório e
linfático funcionam.
i)
A perca ou redução dos mecanismos
intrínsecos de auto recuperação pode levar a estados patológicos.
j)
A intervenção osteopática deve
sobretudo incidir no estado pré-patológico, mas também pode intervir no estado
patológico para facilitar os mecanismos inerentes de auto recuperação
equilibrando a reciprocidade entre estrutura e função.
k)
A aplicação destes conceitos e princípios
resulta numa versatilidade de abordagem de tratamento, (incluindo a prevenção),
especifica para as necessidades de cada paciente, doente ou utente.
l)
A disfunção dum ou mais sistemas do
corpo (por exemplo músculo-esquelético, “visceral”, neurológico ou psicológico)
pode causar ou influenciar uma disfunção noutros sistemas do corpo.
m)
O tratamento osteopático promove a
função optimizada do sistema neuro músculo-esquelético que influência todos os
sistemas do corpo incluindo as vísceras (que podem ser tratadas em termos
osteopáticos)
Um licenciado em osteopatia,
sem excepção, em todos os países onde há uma regulamentação oficial, recebe os pacientes
directamente sem qualquer interferência.
Dada a sua
perspectiva filosófica, técnica e científica, está em condições de avaliar que uma
dor que pode estar associada a incómodos do sistema músculo-esquelético pode ter
origem visceral, de qualquer parte do corpo e assim referir o paciente para um médico
convencional, se tal caso não for apropriado para a osteopatia nos países onde esta
é somente exercida como “especialidade”.
Um osteopata assim
reconhece, quando aplicável, a necessidade da investigação para o diagnóstico
também usada na medicina convencional ou alopática, só que não se limita a uma
abordagem sistema a sistema, procura integrar e interpretar todos os sistemas
em um todo que é o organismo.
No entanto, está
provado e tem-se demonstrado, sobretudo no Reino Unido que os osteopatas não
carecem de tantos exames para chegar ao diagnóstico. Nesta consequência,
devemos reafirmar que para isto o osteopata tem que ter conhecimento profundo
dos processos patológicos das doenças, o que implica o estudo desenvolvido e
adequado das disciplinas das Ciências Médicas, e deve possuir as competências
necessárias ao desempenho das suas funções com total profissionalismo, ética,
responsabilidade e autonomia em termos técnicos e deontológicos, terá que estar
habilitado a tomar decisões nas mais variadas e complexas situações clínicas
que surgem.
Deve avaliar
/diagnosticar e adaptar-se às circunstâncias, ter capacidades de comunicação,
tanto para com os utentes como para com os outros profissionais de saúde
especialmente se estiver integrado com total autonomia e independência em
equipas multidisciplinares. Ter aptidão e capacidade para aplicar os
conhecimentos adequados, ser capaz de utilizar as novas tecnologias com
relevância a informática, e também saber e poder usar as bibliotecas.
A manipulação
vertebral é comummente utilizada por fisioterapeutas para o tratamento de
diversas disfunções do sistema músculo-esquelético, principalmente nos casos de
restrição dos movimentos articulares acessórios que causam dor ou restrição do
movimento fisiológico normal, possibilitando através de um tratamento
conservador a eliminação de queixas álgicas de origem vertebral e periférica.
O procedimento de
realização da manipulação consiste em uma manobra de alta velocidade e baixa
amplitude, a partir da barreira restritiva, e pelo fato de estar além do
controle voluntário do paciente, o fisioterapeuta precisa ter certeza de que
não existem contra-indicações para o tratamento.
A Osteopatia é
considerada uma das disciplinas da medicina alternativa, ou terapêutica não
convencional, já que seus princípios filosóficos diferenciam dos da medicina convencional.
Os tratamentos são baseados na capacidade de recuperação do corpo através da
estimulação das articulações.
Essa técnica é indicada
para alterações dolorosas no sistema musculo esquelético, como é o caso das
lombalgias, cervicalgias, hérnias de disco, dores de cabeça e nas articulações;
alterações de sensibilidade e limitações articulares.
O tratamento
osteopático é puramente manual, com grande eficácia e terapêutica conservadora,
sem utilização de medicação e/ou cirurgia.
Um outro
diferencial da Osteopatia é que esta foca o paciente, e não a doença, para
tratar as disfunções musculares, ósseas e articulares.
De acordo com o
exposto acima posso concluir, de uma forma empírica ou científica, que a
osteopatia é uma ciência terapêutica baseada na biomecânica de corpo. Trata-se
de um processo de diagnóstico e Terapias Manuais das disfunções de mobilidade
articular e tecidual, em geral no quadro da sua participação no aparecimento
das doenças. Daí que a lesão de uma articulação seja uma composição de todas as
variações de lesões individuais ou conjuntas. São ocasionadas por um factor,
mecânico ou não, que causa ou predispõe à doença. De facto, a filosofia e
princípios osteopáticos permitem a todos os níveis o cuidado na saúde, na
prevenção e tratamento das doenças.
A Osteopatia
reconhece que o Sistema Neuro-Músculo-Esquelético é importante e crucial na
expressão total da vida, dado que o sistema neuromuscular está intimamente
ligado a todos os outros sistemas do nosso corpo através do Sistema Nervoso;
daí que, em Osteopatia, estrutura e função estejam intimamente ligadas. Uma
anormalidade na estrutura do nosso corpo pode levar a uma disfunção que tanto
se pode manifestar localmente como distante da estrutura lesada.
Para corrigir as
lesões mecânicas o osteopata aplica manipulações terapêuticas que devem ser
suaves e controladas. Estas manipulações podem ser dirigidas no sentido das
articulações, músculos ou fáscias, ou serem orientadas para a circulação, drenagem
linfática e restabelecimento dos impulsos nervosos. A alma da Osteopatia é o
reconhecimento da capacidade que o corpo humano tem para se regenerar, com alguma
ajuda externa para muitas patologias.
A Osteopatia é um
conjunto de terapias manuais que corrigem os efeitos perversos vindos da
estrutura óssea. O tratamento requer um exame aprofundado do paciente e um diagnóstico
cuidado que vai terminar no acto terapêutico osteopático.
KISNER, CAROLYN, Exercicios
Terapêuticos - Fundamentos e Técnicas - 5ª Ed. Manole, Brasil 2009.
KAPANDJI, I. A. Anatomia
Funcional 2 - Membro Inferior - 6ª Ed. Editora: Guanabara Koogan, São Paulo,
2012
WHITING, WILLIAM
C., PH.D.; ZERNICKE, RONALD F. Manual de Cinesiologia Estrutural - 16ª Ed.
Floyd, R. T. / MANOLE Biomecânica Funcional das Lesões Muscoloesqueléticas - 2ª
Ed. Editora: Guanabara Koogan, São Paulo, 2009.
SARMENTO, GEORGE
JERRE VIEIRA. Tratado de Fisioterapia Hospitalar - Assistência Integral Ao
Paciente. Editora: Atheneu, Lisboa, 2011
REGENGA, MARISA DE
MORAES.Fisioterapia Em Cardiologia - da U.t.i. À Reabilitação - 2ª Ed. Editora:
Roca – Brasil, 2012
ABBAS, ABUL K.;
FAUSTO, NELSON; KUMAR, VINAY ROBBINS & COTRAN - Patologia - Bases
Patológicas das Doenças - 8ª Ed. Editora: Elsevier / Medicina Nacionais,
Coimbra, 2010.
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