ÍNDICE
Há mais de uma década têm-se
observado o interesse de gestores e pesquisadores na questão da formação de
profissionais qualificados na área da avaliação psicológica. Contudo, é também
uma realidade o fato de que, nos últimos anos, diversas universidades
diminuíram de seu currículo o número de disciplinas destinadas ao ensino da
avaliação psicológica (AP). Em uma investigação sobre o ensino AP.
Isso traz como consequência o
despreparo dos futuros profissionais em relação ao domínio de técnicas de
avaliação validadas e a competências diversas que estão na matriz do que as
Diretrizes Curriculares (Conselho Nacional de Educação/Câmara Nacional de
Educação Superior, 2004) definem como requisitos mínimos para actuação de um
psicólogo. Citem-se, por exemplo, as competências de saber escolher e utilizar
instrumentos e procedimentos de colecta de dados em Psicologia, realizar
diagnóstico e emitir laudos e outros documentos psicológicos, nos quais haja
uma triangulação dos dados obtidos por meio de técnicas como testagem, inquirição
e observação. Ressalte-se, inclusive, que o uso de testes psicológicos é
prática exclusiva do psicólogo.
·
Conhecer a importância da aplicação dos testes
psicológicos no ensino.
·
Identificar os problemas psicológicos no ensino
que careçam da intervenção das avaliações psicológicas.
Um teste psicológico é um
instrumento desenhado para medir construtos não-observáveis, conhecidos também como
variáveis latentes. Os testes psicológicos são tipicamente (embora não
necessariamente) uma série de tarefas ou problemas que o indivíduo que responde
tem que resolver. Os testes psicológicos podem-se assemelhar fortemente a
questionários, que também são desenhados para medir construtos não-observáveis,
mas que diferem na medida em que um teste psicológico pede ao indivíduo o seu
desempenho máximo enquanto um questionário pede ao indivíduo um desempenho
típico. Um teste psicológico útil tem que ser ao mesmo tempo válido (ex.
existem evidências para apoiar a interpretação especificada dos resultados do
teste) e fidedigno (ex. consistente internamente ou que apresenta resultados
consistentes ao longo do tempo, em diferentes avaliadores, etc.).
A avaliação psicológica é
semelhante à testagem psicológica, mas implica geralmente uma avaliação mais
abrangente do indivíduo. A avaliação psicológica é um processo que implica a
integração de informações de várias fontes, tais como testes de personalidade
normal e anormal, testes de aptidão ou inteligência, testes de interesses e
atitudes, bem como informações a partir de entrevistas pessoais. Também são
recolhidas informações colaterais sobre a história pessoal, profissional ou
médica, como de registos ou a partir de entrevistas com os pais, cônjuges,
professores ou terapeutas anteriores ou médicos.
Um teste psicológico é uma
das fontes de dados utilizada no processo de avaliação; geralmente mais do que
um ensaio é utilizado. Muitos psicólogos fazer algum nível de avaliação na
prestação de serviços a clientes ou pacientes, e podem usar, por exemplo,
listas de verificação simples para avaliar algumas características ou sintomas,
mas a avaliação psicológica é um processo mais complexo, detalhado e em
profundidade. Os tipos habituais de enfoque para a avaliação psicológica são
fornecer um diagnóstico para as condições de tratamento, avaliar uma
determinada área de funcionamento ou deficiência muitas vezes para ambientes
escolares, para ajudar a seleccionar um tipo de tratamento ou para avaliar os
resultados do tratamento, para ajudar os tribunais a decidir questões como a
custódia de crianças ou a competência para comparecer a julgamento, ou para
ajudar a avaliar os candidatos a um emprego ou empregados e fornecer
aconselhamento de desenvolvimento de carreira ou treino.
─ Testes de QI/aptidão
Os Testes de QI pretendem ser
medidas de inteligência, enquanto os testes de aptidão são medidas do uso e
nível de desenvolvimento da utilização da capacidade. Os testes de QI (ou
testes cognitivos) e os testes de aptidão são testes comuns de interpretação
referente à norma. Neste tipo de testes, é apresentada à pessoa uma série de
tarefas a serem avaliadas, e as respostas da pessoa são classificadas de acordo
com orientações prescritas cuidadosamente. Após o teste estar concluído, os
resultados são compilados e comparados com as respostas de um grupo de norma,
geralmente composto de pessoas da mesma idade ou nível de ensino que a pessoa a
ser avaliada. Os testes de QI que contêm uma série de tarefas dividem as
tarefas tipicamente em verbais (que se apoiam no uso da linguagem) e de
desempenho, ou não-verbais (que se apoiam em tarefas do tipo olho-mão, ou no
uso de símbolos e objectos).
─ Testes de atitude
Os testes de atitude avaliam
os sentimentos do indivíduo acerca de um acontecimento, pessoa ou objecto. As
escalas de atitude são usadas geralmente em marketing para determinar a preferência
do indivíduo (ou do grupo) por marcas ou itens. Os testes de atitudes usam
geralmente ou uma Escala de Thurston ou uma Escala de Likert para medir os
itens específicos.
─ Testes neuropsicológicos
Estes testes consistem em
tarefas desenhadas especificamente para medir a função psicológica que se sabe
estar ligada a um determinado circuito ou estrutura cerebral. Os testes neuropsicológicos
podem ser usados em contexto clínico para avaliar o dano causado por uma lesão
cerebral ou uma doença que se sabe afectar o funcionamento neurocognitivo.
Quando usado em pesquisa, estes testes podem ser usados para contrastar
capacidades neuropsicológicos entre diferentes grupos experimentais.
─ Avaliação infantil e pré-escolar
Devido ao facto de os bebés e as crianças em idade
pré-escolar apresentarem capacidades limitadas de comunicação, os psicólogos
não podem usar os testes tradicionais para os avaliar. Assim, foram desenhados
alguns testes apenas para crianças com idades compreendidas desde o nascimento
até aos seis anos de idade. Estes testes variam geralmente com a idade,
respectivamente, de avaliações de reflexões e metas desenvolvimentais, a
capacidades motores e sensoriais, capacidades linguísticas e simples
capacidades cognitivas.
─
Testes de
personalidade
As medidas psicológicas da personalidade podem ser
descritas como testes objectivos ou projectivos. Os termos "teste
objectivo" e "teste projectivo" têm sido alvo de críticas
recentemente no Journal of Personality Assessment. São sugeridos os termos mais
descritivos "Escala de avaliação de medidas auto-relato" e
"medidas de resposta livre" em vez dos termos "testes
objectivos" e "testes projectivos", respectivamente.
─ Testes objectivos (Escala de avaliação de
medidas auto-relato)
Os testes objectivos
apresentam um formato de resposta restrito, tal como respostas de verdadeiro ou
falso ou uma avaliação de acordo com uma escala ordinal
─ Testes projectivos (Medidas de resposta
livre)
Os testes projectivos
permitem um tipo de resposta mais livre. Um exemplo disto seria o Teste de
Rorschach, no qual uma pessoa refere o que cada uma das dez manchas de tinta
pode ser.
Os testes projectivos
tornaram-se uma indústria em crescimento na primeira metade do século XX,
surgindo dúvidas acerca das suposições teóricas por detrás dos testes
projectivos na segunda metade do século XX. Alguns testes projectivos são menos
usados hoje em dia porque consomem mais tempo a administrar e porque a sua
validade e fidedignidade são controversas.
Uma vez que se desenvolveram
os métodos estatísticos e de amostragem, levantou-se uma grande controvérsia
sobre a validade e utilidade dos testes projectivos.
Testes de observação
directa
Embora a maioria dos testes
psicológicos sejam medidas de "escala de avaliação" ou de
"resposta livre", a avaliação psicológica também pode envolver a
observação das pessoas enquanto elas realizam actividades. Este tipo de
avaliação é geralmente conduzida com famílias, seja em laboratório, em casa, ou
com crianças numa sala de aula. O propósito da observação pode ser clínico,
como estabelecer uma linha prévia de intervenção de uma criança hiperactiva ou
observar a natureza da interacção pais-filhos de forma a compreender
perturbações relacionais. Os procedimentos de observação directa são também
usados em pesquisa, por exemplo no estudo da relação entre variáveis
intrapsíquicas e comportamentos alvo específico, ou na exploração de sequências
de interacção comportamental.
Actualmente a escola tem
solicitado também laudos psicológicos, não no sentido de um julgamento como
geralmente vem a solicitações do Fórum, mas a escola quer compartilhar e sanar
as angústias vividas com esse cliente. É claro que essa mudança ocorreu com as
novas directrizes sobre a educação especial. Antes, essas solicitações eram
dirigidas para um encaminhamento, por exemplo, para um ensino especial e, neste
sentido, verificamos nos últimos anos uma mudança positiva onde o compromisso
do psicólogo aumentou.
A avaliação psicológica era para
a tomada de decisões, por exemplo, se a criança deveria ou não frequentar uma
sala de aceleração, hoje, a escola "cobra" do psicólogo, como ela
deve lidar com aquela problemática no ambiente escolar e, além disso, solicita
que o psicólogo desenvolva instrumentos para lidar individualmente com o
cliente ou a família, no sentido de garantir, pelo menos, uma boa socialização
e escolarização.
Associar a aprendizagem do
aluno a uma prestação de serviço à comunidade, mas nem sempre é possível
atender seja ao cliente, seja ao aluno ou a ambos no seu processo de aprendizagem.
As justificativas são várias, seja da urgência do cliente; do pouco tempo de
supervisão para cada caso; seja do despreparo do aluno para o atendimento.
Nos casos encaminhados por Fóruns
há, por exemplo, uma solicitação de avaliação para contribuir na decisão se uma
dada criança continuará sob a guarda do estado ou não, ou ainda vinculado à uma
necessidade de acompanhamento psicoterapêutico, por exemplo, nos casos de
violência doméstica ou de vitimização por latrocínio ou homicídio. Aqui, embora
nem sempre é significativo o diagnóstico do sintoma do cliente o diagnóstico
dos estressores sociais envolvidos na relação judicial do processo são muito
significativos na relação com o cliente, logo a intervenção psicoterapêutica é
quase que óbvia. E a avaliação psicológica ganha outros paradigmas.
Este é o panorama da demanda que
o aluno junto com o supervisor irá enfrentar numa Clínica Psicológica. Nesse
estágio o aluno e supervisor devem também associar a esse atendimento a
integração dos instrumentos aprendidos em anos anteriores nas disciplinas de
Desenvolvimento, Psicopatologia, Técnicas de Exame e Aconselhamento Psicológico,
Teorias e Técnicas Psicoterapias, Problemas de Aprendizagem.
Conclui que a importância dos
testes psicológicos no ensino, visam a confirmação da personalidade do aluno
nas diferentes etapas do seu desenvolvimento, nomeadamente infância,
adolescência e juventude. Os alunos vão à escola para aprenderem a ler, escrever
e socializarem-se. É necessário que implementa-se um teste psicológico no
ensino.
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