quarta-feira, 17 de junho de 2015

A IMPORTÂNCIA DOS TESTES PSICOLÓGICOS NO ENSINO - Trabalho organizado por Vieira Miguel Manuel

ÍNDICE









 





Há mais de uma década têm-se observado o interesse de gestores e pesquisadores na questão da formação de profissionais qualificados na área da avaliação psicológica. Contudo, é também uma realidade o fato de que, nos últimos anos, diversas universidades diminuíram de seu currículo o número de disciplinas destinadas ao ensino da avaliação psicológica (AP). Em uma investigação sobre o ensino AP.

Isso traz como consequência o despreparo dos futuros profissionais em relação ao domínio de técnicas de avaliação validadas e a competências diversas que estão na matriz do que as Diretrizes Curriculares (Conselho Nacional de Educação/Câmara Nacional de Educação Superior, 2004) definem como requisitos mínimos para actuação de um psicólogo. Citem-se, por exemplo, as competências de saber escolher e utilizar instrumentos e procedimentos de colecta de dados em Psicologia, realizar diagnóstico e emitir laudos e outros documentos psicológicos, nos quais haja uma triangulação dos dados obtidos por meio de técnicas como testagem, inquirição e observação. Ressalte-se, inclusive, que o uso de testes psicológicos é prática exclusiva do psicólogo.




·         Conhecer a importância da aplicação dos testes psicológicos no ensino.


·         Identificar os problemas psicológicos no ensino que careçam da intervenção das avaliações psicológicas.





Um teste psicológico é um instrumento desenhado para medir construtos não-observáveis, conhecidos também como variáveis latentes. Os testes psicológicos são tipicamente (embora não necessariamente) uma série de tarefas ou problemas que o indivíduo que responde tem que resolver. Os testes psicológicos podem-se assemelhar fortemente a questionários, que também são desenhados para medir construtos não-observáveis, mas que diferem na medida em que um teste psicológico pede ao indivíduo o seu desempenho máximo enquanto um questionário pede ao indivíduo um desempenho típico. Um teste psicológico útil tem que ser ao mesmo tempo válido (ex. existem evidências para apoiar a interpretação especificada dos resultados do teste) e fidedigno (ex. consistente internamente ou que apresenta resultados consistentes ao longo do tempo, em diferentes avaliadores, etc.).


A avaliação psicológica é semelhante à testagem psicológica, mas implica geralmente uma avaliação mais abrangente do indivíduo. A avaliação psicológica é um processo que implica a integração de informações de várias fontes, tais como testes de personalidade normal e anormal, testes de aptidão ou inteligência, testes de interesses e atitudes, bem como informações a partir de entrevistas pessoais. Também são recolhidas informações colaterais sobre a história pessoal, profissional ou médica, como de registos ou a partir de entrevistas com os pais, cônjuges, professores ou terapeutas anteriores ou médicos.

Um teste psicológico é uma das fontes de dados utilizada no processo de avaliação; geralmente mais do que um ensaio é utilizado. Muitos psicólogos fazer algum nível de avaliação na prestação de serviços a clientes ou pacientes, e podem usar, por exemplo, listas de verificação simples para avaliar algumas características ou sintomas, mas a avaliação psicológica é um processo mais complexo, detalhado e em profundidade. Os tipos habituais de enfoque para a avaliação psicológica são fornecer um diagnóstico para as condições de tratamento, avaliar uma determinada área de funcionamento ou deficiência muitas vezes para ambientes escolares, para ajudar a seleccionar um tipo de tratamento ou para avaliar os resultados do tratamento, para ajudar os tribunais a decidir questões como a custódia de crianças ou a competência para comparecer a julgamento, ou para ajudar a avaliar os candidatos a um emprego ou empregados e fornecer aconselhamento de desenvolvimento de carreira ou treino.


       Testes de QI/aptidão

Os Testes de QI pretendem ser medidas de inteligência, enquanto os testes de aptidão são medidas do uso e nível de desenvolvimento da utilização da capacidade. Os testes de QI (ou testes cognitivos) e os testes de aptidão são testes comuns de interpretação referente à norma. Neste tipo de testes, é apresentada à pessoa uma série de tarefas a serem avaliadas, e as respostas da pessoa são classificadas de acordo com orientações prescritas cuidadosamente. Após o teste estar concluído, os resultados são compilados e comparados com as respostas de um grupo de norma, geralmente composto de pessoas da mesma idade ou nível de ensino que a pessoa a ser avaliada. Os testes de QI que contêm uma série de tarefas dividem as tarefas tipicamente em verbais (que se apoiam no uso da linguagem) e de desempenho, ou não-verbais (que se apoiam em tarefas do tipo olho-mão, ou no uso de símbolos e objectos).



       Testes de atitude

Os testes de atitude avaliam os sentimentos do indivíduo acerca de um acontecimento, pessoa ou objecto. As escalas de atitude são usadas geralmente em marketing para determinar a preferência do indivíduo (ou do grupo) por marcas ou itens. Os testes de atitudes usam geralmente ou uma Escala de Thurston ou uma Escala de Likert para medir os itens específicos.

       Testes neuropsicológicos

Estes testes consistem em tarefas desenhadas especificamente para medir a função psicológica que se sabe estar ligada a um determinado circuito ou estrutura cerebral. Os testes neuropsicológicos podem ser usados em contexto clínico para avaliar o dano causado por uma lesão cerebral ou uma doença que se sabe afectar o funcionamento neurocognitivo. Quando usado em pesquisa, estes testes podem ser usados para contrastar capacidades neuropsicológicos entre diferentes grupos experimentais.

       Avaliação infantil e pré-escolar

Devido ao facto de os bebés e as crianças em idade pré-escolar apresentarem capacidades limitadas de comunicação, os psicólogos não podem usar os testes tradicionais para os avaliar. Assim, foram desenhados alguns testes apenas para crianças com idades compreendidas desde o nascimento até aos seis anos de idade. Estes testes variam geralmente com a idade, respectivamente, de avaliações de reflexões e metas desenvolvimentais, a capacidades motores e sensoriais, capacidades linguísticas e simples capacidades cognitivas.

       Testes de personalidade

As medidas psicológicas da personalidade podem ser descritas como testes objectivos ou projectivos. Os termos "teste objectivo" e "teste projectivo" têm sido alvo de críticas recentemente no Journal of Personality Assessment. São sugeridos os termos mais descritivos "Escala de avaliação de medidas auto-relato" e "medidas de resposta livre" em vez dos termos "testes objectivos" e "testes projectivos", respectivamente.

       Testes objectivos (Escala de avaliação de medidas auto-relato)

Os testes objectivos apresentam um formato de resposta restrito, tal como respostas de verdadeiro ou falso ou uma avaliação de acordo com uma escala ordinal

       Testes projectivos (Medidas de resposta livre)

Os testes projectivos permitem um tipo de resposta mais livre. Um exemplo disto seria o Teste de Rorschach, no qual uma pessoa refere o que cada uma das dez manchas de tinta pode ser.

Os testes projectivos tornaram-se uma indústria em crescimento na primeira metade do século XX, surgindo dúvidas acerca das suposições teóricas por detrás dos testes projectivos na segunda metade do século XX. Alguns testes projectivos são menos usados hoje em dia porque consomem mais tempo a administrar e porque a sua validade e fidedignidade são controversas.
Uma vez que se desenvolveram os métodos estatísticos e de amostragem, levantou-se uma grande controvérsia sobre a validade e utilidade dos testes projectivos.



Testes de observação directa

Embora a maioria dos testes psicológicos sejam medidas de "escala de avaliação" ou de "resposta livre", a avaliação psicológica também pode envolver a observação das pessoas enquanto elas realizam actividades. Este tipo de avaliação é geralmente conduzida com famílias, seja em laboratório, em casa, ou com crianças numa sala de aula. O propósito da observação pode ser clínico, como estabelecer uma linha prévia de intervenção de uma criança hiperactiva ou observar a natureza da interacção pais-filhos de forma a compreender perturbações relacionais. Os procedimentos de observação directa são também usados em pesquisa, por exemplo no estudo da relação entre variáveis intrapsíquicas e comportamentos alvo específico, ou na exploração de sequências de interacção comportamental.


Actualmente a escola tem solicitado também laudos psicológicos, não no sentido de um julgamento como geralmente vem a solicitações do Fórum, mas a escola quer compartilhar e sanar as angústias vividas com esse cliente. É claro que essa mudança ocorreu com as novas directrizes sobre a educação especial. Antes, essas solicitações eram dirigidas para um encaminhamento, por exemplo, para um ensino especial e, neste sentido, verificamos nos últimos anos uma mudança positiva onde o compromisso do psicólogo aumentou.

A avaliação psicológica era para a tomada de decisões, por exemplo, se a criança deveria ou não frequentar uma sala de aceleração, hoje, a escola "cobra" do psicólogo, como ela deve lidar com aquela problemática no ambiente escolar e, além disso, solicita que o psicólogo desenvolva instrumentos para lidar individualmente com o cliente ou a família, no sentido de garantir, pelo menos, uma boa socialização e escolarização.

Associar a aprendizagem do aluno a uma prestação de serviço à comunidade, mas nem sempre é possível atender seja ao cliente, seja ao aluno ou a ambos no seu processo de aprendizagem. As justificativas são várias, seja da urgência do cliente; do pouco tempo de supervisão para cada caso; seja do despreparo do aluno para o atendimento.

Nos casos encaminhados por Fóruns há, por exemplo, uma solicitação de avaliação para contribuir na decisão se uma dada criança continuará sob a guarda do estado ou não, ou ainda vinculado à uma necessidade de acompanhamento psicoterapêutico, por exemplo, nos casos de violência doméstica ou de vitimização por latrocínio ou homicídio. Aqui, embora nem sempre é significativo o diagnóstico do sintoma do cliente o diagnóstico dos estressores sociais envolvidos na relação judicial do processo são muito significativos na relação com o cliente, logo a intervenção psicoterapêutica é quase que óbvia. E a avaliação psicológica ganha outros paradigmas.

Este é o panorama da demanda que o aluno junto com o supervisor irá enfrentar numa Clínica Psicológica. Nesse estágio o aluno e supervisor devem também associar a esse atendimento a integração dos instrumentos aprendidos em anos anteriores nas disciplinas de Desenvolvimento, Psicopatologia, Técnicas de Exame e Aconselhamento Psicológico, Teorias e Técnicas Psicoterapias, Problemas de Aprendizagem.







Conclui que a importância dos testes psicológicos no ensino, visam a confirmação da personalidade do aluno nas diferentes etapas do seu desenvolvimento, nomeadamente infância, adolescência e juventude. Os alunos vão à escola para aprenderem a ler, escrever e socializarem-se. É necessário que implementa-se um teste psicológico no ensino.







Almeida, S. L., Simões, M. R., & Gonçalves, M M. (Eds) (2014). Instrumentos e Contextos de avaliação psicológica (vol II). Coimbra: Almedina.

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Ceitil, M (2006). Gestão e Desenvolvimento de Competências. Lisboa: Edições Sílabo.

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