ÍNDICE
Alguns
fungos fazem parte da microbiota indígena e do meio externo e ao entrarem em contacto
com homens e animais, podem ou não produzir doenças, desde as micoses superficiais
benignas até infecções mais graves. Actualmente houve um aumento das infecções fúngicas,
em especial em pacientes imunocomprometidos. Dentre os fungos causadores das infecções
invasivas, as leveduras do género Candida
têm-se destacado pela sua frequência e relevância clínica, sendo
considerada como um dos principais agentes causadores de infecções sistémicas
de origem hospitalar.
A
infecção disseminada acomete pacientes com factores de risco específicos:
pacientes imunossuprimidos, infectados pelo vírus da imunodeficiência adquirida
(HIV), criticamente enfermos, em tratamento intensivo da terapia do câncer, das
complicações de cirurgias cardíacas e abdominais, transplantes de órgãos,
queimaduras, traumas, com diabetes, em uso de antibióticos de amplo espectro,
entre outros factores. Trata-se de condição clínica de difícil diagnóstico e
elevada morbidade e mortalidade.
As
infecções fúngicas tem se destacado pelo papel importante em clínica médica humana
principalmente pela emergência de isolados resistentes e pela dificuldade em se
estabelecer o diagnóstico rápido e preciso destas infecções. A terapêutica
antifúngica e o diagnóstico precoce são cruciais para o tratamento eficaz de
Candidíase invasiva. Actualmente, a principal metodologia de identificação do género
Candida tem-se baseado em técnicas
laboratoriais padronizadas. A Candidíase pode ser diagnosticada através da presença
de tubo germinativo, realização de testes bioquímicos, por meio da cultura ou histologia
de um sítio estéril, sendo que o teste diagnóstico padrão consiste da
visualização de pseudo-hifas invadindo tecidos. Estes procedimentos requerem o
isolamento do microrganismo e disponibilidade de tempo, podendo ser prejudicado
também pelas semelhanças bioquímicas apresentadas por algumas espécies do género.
Além disso, amostras da mesma espécie podem diferir em algumas características
bioquímicas e fisiológicas dificultando o acesso à classificação taxonômica.
Objectivo Geral:
·
Abordar relativamente às
infecções que determina a Candida, com
destaque para a candidíase Vaginal, nos aspectos relacionados ao diagnóstico, tratamento
e prevenção, com ênfase nas técnicas actualmente disponíveis.
Objectivo Específico:
·
Descrever as manifestações clínicas causadas pelo género Candida;
·
Descrever as causas e os sintomas
da Candidíase Vaginal
·
Descrever os tratamentos utilizados
para Candidíase e os mecanismos de resistência aos
·
antifúngicos;
Com
este trabalho pretendemos falar sobre a candidíase vaginal, nomeadamente os
seus sintomas, as formas de tratamento e formas de prevenção. É um assunto de
suma importância visto que quase todas as mulheres estão propensas a contrair
esta infecção devido ao desenvolvimento do fungo candida albicans, que faz parte da flora normal da região íntima da
mulher.
A
candidíase vaginal é causada por um fungo chamado Candida albicans. Este fungo está normalmente presente no nosso
organismo, onde vive tranquilamente sem provocar quaisquer danos. Todavia, se o
pH natural da vagina sofrer qualquer alteração, o que acontece com relativa
facilidade, a Candida pode
multiplicar-se. Nessas condições, poderá desenvolver-se uma candidíase vaginal.
Este fungo
afecta:
─ Vulva
(parte exterior da vagina)
─ Vagina
Uma
higiene íntima adequada contribui favoravelmente para a prevenção destas
infecções. Mas há outras causas, que a dado momento podem tornar o sistema
defensivo da vagina vulnerável e favorecer a multiplicação dos fungos.
A
infecção fúngica vaginal é um problema desagradável e incómodo, que mesmo não
sendo grave, deve ser sempre tratado.
Os agentes patogénicos estão sempre presentes no
nosso organismo
Os
seres humanos não são infectados com fungos, mas sim portadores de fungos.
Mesmo quando nos encontramos de boa saúde e não apresentamos qualquer tipo de
sintoma, os fungos (Candida albicans)
residem, com frequência, na vagina. Normalmente, o sistema imunitário e a
acidez vaginal (pH de 4) mantêm-nos sob controlo, pelo que passam totalmente
despercebidos. É só quando o equilíbrio do pH da mucosa vaginal se altera que
se verificam as condições favoráveis à multiplicação descontrolada dos fungos.
A infecção instala-se, com todos os seus sintomas indesejados.
Alguns factos sobre a candidíase vaginal:
Ø 3
em cada 4 mulheres contraem candidíase vaginal numa determinada altura da sua
vida.
Ø Qualquer
mulher pode ser infectada.
Ø O
agente causal é um fungo.
Ø O
fungo mais comum é a Candida albicans.
Ø A
presença de fungos na vagina é normal.
Ø O
tratamento da doença é simples.
Os
sintomas são claros: a maioria das mulheres sabe identificar os sintomas de uma
reinfecção.
Quais são os sintomas de uma candidíase vaginal?
O
principal sintoma da candidíase vaginal e - de longe - o mais incómodo é a
comichão. Poderá também sentir uma ligeira dor, um ardor que poderá ser
acompanhado de um corrimento branco e inodoro.
Embora
sejam bastante desconfortáveis, estes sintomas podem ser rápida e facilmente
eliminados, tratando o local da infecção e acalmando a irritação.
A
maioria das mulheres procura ajuda médica para combater a comichão externa.
Todavia, é importante que a infecção seja tratada tanto interna como
externamente, de forma a impedir que estes sintomas se repitam.
Principais sintomas:
Ø Comichão;
Ø Corrimento
mais espesso, de cor branca amarelada e grumoso;
Ø Coceira
intensa e sensação de ardência na região íntima;
Ø Dor
e ardência durante o contacto íntimo;
Ø Inchaço
e vermelhidão da região íntima.
Quais os grupos de risco?
Embora,
teoricamente, qualquer mulher possa desenvolver candidíase vaginal, existem
algumas mulheres mais susceptíveis à infecção:
As
mulheres com diabetes têm um nível de glicose mais elevado no sangue e tecidos,
o que constitui um ambiente preferencial para o desenvolvimento de fungos, em
termos da sua alimentação e reprodução.
As
mulheres com uma dieta desequilibrada criam um ambiente favorável à propagação
de fungos, enfraquecendo o seu próprio sistema imunitário. Noutros tipos de
doenças infecciosas como a gripe, inflamações, constipações fortes ou outras
infecções, o sistema de defesas naturais do nosso organismo também fica
enfraquecido, favorecendo o desenvolvimento dos fungos.
As
mulheres que tomam medicamentos, podem apresentar alterações a nível do pH
vaginal, e essas alterações são aproveitadas pelos fungos. O mesmo pode
acontecer se usarmos roupa demasiado justa, que não permita a respiração da
pele, durante períodos prolongados.
Factores de podem provocar estas infecções:
Ø Uso
de roupa interior sintética ou justa;
Ø Higiene
íntima excessiva ou com produtos desadequados;
Ø Uso
de medicamentos, tais como antibióticos, corticosteróides, etc;
Ø Uso
de anticoncepcionais orais;
Ø Diabetes;
Ø Defesas
diminuídas causadas por doença, estado de fadiga excessiva ou alimentação
deficiente (dietas ricas em hidratos de carbono);
Ø Pós-menopausa;
Ø Relação
sexual desprotegida com parceiro contaminado;
Ø Gravidez.
As
principais causas não são: Utilizar casas de banho públicas / Falta de higiene
/ Múltiplos parceiros.
O
tratamento deve ser iniciado, o mais cedo possível, pois uma infecção fúngica
vaginal desenvolve-se de forma relativamente rápida. A substância activa de
Gino-Canesten® previne o desenvolvimento e a proliferação dos fungos
e também os mata.
Independentemente
do tratamento que escolheres, é importante lembrar que os sintomas vão começar
a melhorar apenas cerca de 3 dias após o início do mesmo.
Gino-Canesten
existe em creme vaginal e em comprimidos vaginais de 1 dia ou 6 dias de
tratamento. Quer o creme vaginal quer os comprimidos vaginais devem ser
inseridos na vagina com o aplicador especial que se encontra na embalagem,
eliminando, assim, a infecção na sua fonte. Se quiseres aliviar os sintomas
externos, como a comichão e o ardor, utiliza Gino-Canesten® Creme.
O
tratamento da candidíase vaginal pode durar até 15 dias e não dói, sendo feito
com a aplicação de pomadas antifúngicas como:
Ø Nistatina;
Ø Clotrimazol;
Ø Cicloexilmetilamina;
Ø Cetoconazol.
Estas
pomadas devem ser aplicadas até 2 vezes por dia ou de acordo com as indicações
do ginecologista, não devendo existir contacto íntimo durante o tratamento.
Em
alguns casos, também pode ser utilizada uma dose única oral de remédio antifúngico, como o Fluconazol,
especialmente em situações de candidíase vaginal recorrente.
Tratamento Caseiro
Um
óptimo tratamento caseiro para candidíase vaginal é lavar a região íntima com
água e vinagre, na proporção de 4 colheres de vinagre para meio litro de água.
É
também importante adoptar alguns cuidados para evitar a recorrência da candidíase
vaginal, como:
Ø Lavar
e secar bem a região íntima;
Ø Utilizar
roupa pouco apertada e de algodão;
Ø Dar
preferência para a ingestão de probióticos e lactobacillus, como iogurte;
Ø Não
utilizar produtos de higiene íntima com químicos.
Além
disso, deve-se evitar alimentos ricos em carboidratos, gordura e açúcar, pois
são a principal fonte de alimento do fungo causador da candidíase vaginal.
Conselhos
para prevenir e evitar reincidências de irritações e/ou infecções fúngicas
vaginais
Ø Escolhe
roupa que não seja justa ou apertada e que permita que a pele respire;
Ø Opta
por roupa interior de algodão para que absorva a transpiração e possa ser
lavada a temperaturas superiores a 60ºC;
Ø Depois
de nadar no mar ou numa piscina, toma duche e seca-te cuidadosamente. Evita
ficar com o fato de banho molhado durante muito tempo;
Ø Depois
de urinar, limpa-te cuidadosamente sempre de frente para trás;
Ø Lava-te
uma a duas vezes por dia, com movimentos da parte da frente para a parte de
trás e nunca na direcção contrária;
Ø Quando
te lavares, é importante enxaguares-te abundantemente com água e secares-te
suavemente com uma toalha limpa;
Ø Utiliza
produtos de higiene que não sejam agressivos e que sejam formulados
especialmente para a zona íntima;
Ø Não
partilhes as tuas toalhas e troca-as regularmente.
Em
harmonia com a matéria considerada no presente trabalho, concluímos que é
importante usar preservativo durante as relações sexuais e tê-las apenas com
uma única pessoa para prevenir que esta e outras doenças não se espalhem.
─ Lima,
Geraldo Rodrigues de; Girão, Manoel J.B.C.; Baracat, Edmund Chada. Doenças
Sexualmente Transmissiveis. In: Ginecologia de Consultório. 2003.1ª Edição.
P.193-210. Editora de Projetos Médicos. São Paulo-SP.
─ Rosa
MI, Rumel D. Fatores associados à candidíase vulvovaginal: estudo exploratório.
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2004;26(1):65-70.
─
Sobel, Jack D. “Epidemiology and pathogenesis of recurrent vulvovaginal
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Pennsylvania.
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924-935.
─ TUA
SAÚDE; Candidíase. Disponível em: < http://www.tuasaude.com/candidiase/>.
Acesso em 09 de janeiro de 2014.
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