ÍNDICE
Reflexologia é a prática de
aplicar pressão em pontos dos pés e das mãos, normalmente os pés, a fim de
estimular o sistema de cura do próprio corpo. O nome “reflexologia” deriva do
fato de os reflexologistas acreditarem que as partes do corpo se reflectem nos
pés e nas mãos ou talvez do conceito de acção reflexa. Uma acção reflexa ocorre
em um músculo ou órgão quando a sua energia é activada a partir de um ponto de
estímulo do corpo. Em reflexologia, o ponto de estímulo situa-se na mão ou no
pé. Os reflexologistas acreditam que a aplicação de pressão nesses pontos
reflexos podem melhorar a saúde física e mental.
A Reflexologia pode ser
caracterizada como uma forma extremamente eficaz de massagem terapêutica,
através da aplicação de pressões específicas em pontos reflexos, em especial
nos pés, que detém um lugar de destaque no campo da medicina natural
complementar.
As origens da Reflexologia
remontam à antiguidade, quando as terapias de pressão eram conhecidas como uma
forma de medicina preventiva e terapêutica. Embora não se saiba ao certo quando
e como começou, as evidências apontam para que a massagem terapêutica nos pés
tenha sido praticada por diversas culturas ao longo da história.
Uma teoria, que goza de
aceitação no meio da Reflexologia, refere que esta terapia teria nascido na
China há 5.000 anos, muito embora as evidências concretas sejam ambíguas.
Todavia, as culturas egípcia e babilónica desenvolveram-se antes da chinesa e o
Egipto contribuiu com uma evidência histórica, tendo-se encontrado em escavações,
nesse país, um documento (pictograma) produzido entre 2.500 e 2.330 A.C. que
descreve a prática da Reflexologia.
Parece não haver dúvidas em
relação à existência de uma forte ligação entre a Reflexologia e a Acupunctura,
baseando-se ambas em ideias semelhantes, ou seja, em terapias enérgicas e de
meridianos, na medida em que ambas se propõem basear em que as linhas de
energia ligam as mãos e os pés a diversas partes do corpo. Isso permite que
todo o corpo seja tratado quando se trabalham as áreas reflexas.
Na Acupunctura, originária da
China, são utilizadas agulhas para eliminar os bloqueios nos caminhos
energéticos (meridianos), os quais, ao ocorrerem, quebram a harmonia do corpo,
dando origem à doença. Por sua vez, no Shiatsu, originário do Japão, é usada a
pressão dos dedos das mãos, em especial dos polegares, sobre os pontos de
Acupunctura, para alcançar resultados semelhantes. Os reflexologistas também
trabalham com pontos de Acupunctura, de Acupressão e outros pontos reflexos,
mas, normalmente, apenas situados nos pés.
É fácil imaginar as zonas reflexas do pé se pensarmos de
que modo a forma do pé está relacionada com a forma do corpo. Acredita-se que o
corpo se reflecte na forma dos pés, pelo que se estivermos deitados com os pés
juntos, os calcanhares para baixo e as pontas dos pés para o teto, a forma dos
pés coincide com o contorno do corpo. Os órgãos e as partes do corpo surgiram
nas zonas reflexas dos pés na mesma posição em que aparecem no corpo.
Imagina-se em termos de um corpo em miniatura sobreposto nas plantas dos pés,
com cada pé reflectindo metade do corpo. As correspondências seriam as
seguintes:
·
Os dedos dos pés correspondem às zonas da cabeça
e do pescoço, englobando cabeça, cérebro, olhos, nariz, dentes, etc.;
·
As zonas carnudas moles das plantas dos pés
reflectem os pulmões, o tórax e os ombros;
·
A secção da planta dos pés ao meio do arco cobre
as zonas que vão do diafragma à cintura;
·
A zona que vai da metade do arco ao início do
calcanhar relaciona-se com a cintura e a área pélvica;
·
Os calcanhares em si relacionam-se com a zona
pélvica esquerda e direita e o nervo ciático; A curva interior de cada pé
reflecte as curvas da coluna;
·
A parte exterior dos pés, começando pela ponta,
relaciona-se com os braços, ombros, anca, pernas, joelhos e zona inferior das
costas; Os tornozelos cobrem a zona pélvica e órgãos reprodutores.
Os reflexologistas falam em “trabalhar” as zonas reflexas
dos pés para liberar os bloqueios e estimular a cura. Utilizam diversas
técnicas para conseguir, recomendam normalmente ao polegar e ocasionalmente ao
indicador. Os pontos reflexos são pequenos, e os movimentos devem ser também
curtos e controlados. Utilize diferentes pressões, que sejam “firmes”, sem
serem duras ou dolorosas. Ao utilizar o polegar ou outro dedo, curve- o
levemente e actue sobre o ponto com a palma do dedo, de forma a não cravar as
unhas. Mova sempre o polegar ou o dedo para frente e segure o pé com a outra
mão. Eis algumas técnicas mais comuns: Percurso com o polegar: este é o método
ocidental mais comum. Pratica-se com a palma do polegar. Dobre o polegar e
pouse os outros dedos à volta do pé em que vai intervir. Pressione o polegar no
ponto reflexo que pretende tratar. Depois, alivie um pouco a pressão, deslize o
polegar como uma lagarta, pare e pressione de novo. Calque na zona precisa,
conservando os movimentos lentos e rítmicos (esta técnica é boa para todo o
pé); Percurso com o indicador: é semelhante à técnica anterior, só que
realizada com a parte lateral do dedo indicador; utilizando o polegar e os
outros três dedos como apoio (é indicado para zonas ósseas, como o calcanhar e
a ponta do pé); Rotação: com a mão esquerda segurando o pé, pressione o ponto
reflexo com o polegar direito. Pressione e rode o polegar sobre o ponto
reflexo, utilizando os outros dedos como apoio no outro lado do pé (indicado
para reflexos sensíveis); Flexão: segure os dedos do pé com a mão esquerda
enquanto pressiona com o polegar direito o ponto desejado. Dobre ligeiramente o
pé para frente e para trás, de modo que o seu polegar pressione e solte o ponto
de uma forma rítmica (indicado para a zona do plexo solar).
Algumas perturbações comuns,
tem sido tratadas com sucesso através da reflexologia: Ansiedade: comece por
massagear o pé. Depois, pressione o plexo solar, os rins e as glândulas
supra-renais com a palma do polegar. Rode o polegar para intervir de forma mais
profunda na zona reflexa. Se, por exemplo, a sua ansiedade reflecte-se no
estômago, preste especial atenção a essa zona também. Conclua massageando todo
o pé; Dores na costas: comece com o polegar caminhando sobre a zona do ombro e
depois percorra a coluna até ao calcanhar com o polegar.
Repita esta acção 4 vezes em
cada pé, concentrando-se na zona da dor; Resfriados: actue na zona da cabeça.
Depois, intervenha com o polegar nas zonas afectadas como nariz, garganta e
peito. Se tiver febre, actue também na glândula pituitária reflexa; Cefaléias:
intervenha ao nível de ambos os pés, a começar pelo direito. Percorra com o
polegar a zona da cabeça e do pescoço e depois o intestino delgado e conclua
com o polegar percorrendo a coluna; Indigestão: comece por baixo dos dedos dos
pés e pressione o polegar no estômago, intestinos, diafragma e plexo solar de
ambos os pés; Problemas de menstruação: actue em ambos os pés, prestando
especial atenção às glândulas endócrinas e conclua pressionando o plexo solar
reflexo de ambos os pés. Percorra com o polegar os ovários, o útero e as
trompas de Falópio. Os ovários encontram-se no exterior do pé entre o osso do
tornozelo e a ponta do calcanhar. Estas recomendações são apenas para
distúrbios agudos. Se os sintomas persistirem, consulte um terapeuta qualificado
e/ou o seu médico ou dentista, no caso de problemas dentários.
No final da sessão de
tratamento, quando ambos os pés foram trabalhados minuciosamente, devem estar
completamente relaxados e flexíveis e consequentemente devem poder mover-se com
muita facilidade e liberdade. É por isso que se executa durante a fase final da
sessão une série de exercícios gerais para reforçar o efeito relaxante do
tratamento. Apesar de ser uma parte essencial da sessão de reflexologia, a
parte do relaxamento dos pés não demora muito tempo, ocupa apenas cerca de três
minutos do tempo total do tratamento.
Os exercícios servem para reforçar o efeito geral do
tratamento e ajudam o paciente a "voltar a si" uma vez completado o
tratamento. Alguns reflexologistas poderão também executar estes exercícios no
começo da sessão, especialmente se o paciente estiver nervoso por causa do
próximo tratamento, ou se estiver excepcionalmente tenso e ansioso. Poderá
também ajudar começar estes exercícios se os pés estiverem doridos ou
extremamente sensíveis por algumas partes do corpo não estarem a funcionar
adequadamente.
Como cada parte do pé é
exercitada à vez, isto vai reflectir-se na pare correspondente, tornando-a
muito elástica, ajudando a eliminar qualquer resto de tensão e rigidez. O
processo começa com os dedos, fazendo girar cada um sucessivamente várias
vezes, primeiro numa direcção e depois na outra, isto irá aliviar qualquer
tensão no pescoço. Especialmente se a articulação do dedo grande estiver muito
rígida, isso poderá indicar que o pescoço do paciente também está rígido. Não
se deve fazer rodar o dedo demasiado depressa, porque isso pode fazer com que o
paciente se sinta zonzo; seria o equivalente a rodar a cabeça muito depressa. O
terapeuta depois vai trabalhando ao longo de cada pé, primeiro com um movimento
de torção - ou seja, como se estivesse a puxar para um lado os ombros e a espalhar os
órgãos que se encontram no peito e na cavidade abdominal para o outro. A fase
seguinte é a de massagear a planta do pé. Nesta fase o terapeuta trabalha o
diafragma em si e ao mesmo tempo a totalidade do resto do corpo. Finalmente faz
rodar suavemente os tornozelos, primeiro numa direcção e depois na outra. É
essencial que seja o terapeuta, e não o paciente, a controlar esta rotação para
assegurar que o tornozelo permanece descontraído. A rotação suave ajuda a fazer
desaparecer qualquer tensão na zona pélvica e também estimula a livre
circulação de energia através do corpo.
Estes exercícios resultam
melhor se forem feitos no final do tratamento de cada pé, porque então o pé
estará descontraído e os movimentos poderão ser executados sem força.
Os reflexos para os vários elementos que compõem o
aparelho reprodutivo encontram-se em ambos os pés, com as mesmas áreas a
representar os diferentes órgãos masculinos e femininos. Existe também um ponto
reflexo adicional no tornozelo, acima do calcanhar, de ambos os lados do tendão
de Aquiles. Tal como o baço, os nódulos linfáticos são um componente essencial
do sistema imunitário, e o tratamento dos pontos reflexos em ambos os pés é
essencial se se pretende que o corpo se defenda eficazmente das infecções.
Quando o reflexologista passa
para o Pé Esquerdo, começa a trabalhar os pontos reflexos que foram trabalhados
no pé direito e depois nos que só se encontram representados neste pé. Estes
incluem o coração, o baço e as partes finais do cólon. Tal como antes, o
reflexologista irá começar por trabalhar a cabeça e o cérebro e os reflexos
representados sobre ou imediatamente abaixo dos dedos dos pés, descendo
sistematicamente até à parte inferior do pé (e consequentemente do corpo), tal
como tinha feito no lado direito. Mais uma vez, irá dedicar mais tempo e
atenção a reflexos que aparentem estar especialmente sensíveis, indicando que a
parte do corpo a que está relacionada com eles não está a funcionar tão bem
como deveria.
Também irá trabalhar mais
cuidadosamente os reflexos que têm maior relevância para determinados sintomas
em particular ou quaisquer indicações de desequilíbrios de energia que possam
estar a ser sentidos pelo paciente. Alguns pontos reflexos do pé esquerdo
poderão necessitar de especial atenção se neles existir um problema relacionado
especificamente com esse lado do corpo - como por exemplo uma articulação do
joelho ou da anca.
Apesar do coração se
localizar no corpo mais para o lado esquerdo (na maioria das pessoas)
prolonga-se no entanto para a zona 1 do lado direito. Contudo, encontra-se
representado apenas no pé esquerdo, nas zonas 2 e 3. Trabalhar no ponto reflexo
do coração pode ter um efeito benéfico na circulação sanguínea em geral. O
tratamento pode também resolver problemas específicos, tais como angina de
peito. Além disso, pode ajudar a evitar o desenvolvimento de futuros problemas
cardíacos, num indivíduo saudável.
Tratar o ponto
reflexo do coração
O tratamento do ponto reflexo
do coração só deve ser dado por um reflexologista experiente pois deve ser
feito com o máximo de cuidado. É necessário um cuidado extra para tratar
problemas cardíacos específicos.
O tratamento do baço irá
favorecer a manutenção do bom funcionamento do sistema imunitário porque este
órgão desempenha um importante papel como produtor de linfócitos, os glóbulos
brancos que atacam os organismos portadores de infecções. Encontra-se no lado
esquerdo do corpo, precisamente acima do nível da cintura, e o seu ponto
reflexo está localizado no pé esquerdo.
As áreas reflexas para as
partes finais do intestino grosso - a extensão do cólon transversa, do cólon
descendente, do cólon sigmóide e do reto - encontram-se todas apenas no pé
esquerdo, e não no direito. O tratamento meticuloso das áreas do fígado e da
vesícula biliar estimula o corpo a fazer melhor utilização possível dos
nutrientes que ingere, mantendo uma quantidade adequada de
"combustível" para produzir energia e controlar a temperatura do
organismo. Todo o intestino grosso deve estar a funcionar perfeitamente para
assegurar que o organismo consiga extrair da sua alimentação toda a água de que
necessita e para assegurar que a matéria de desperdício seja devidamente
excretada.
Á medida que trabalha a zona
abdominal e a parte inferior do tronco, o reflexologista está ciente de que
muitos órgãos que compõem o aparelho digestivo e o sistema imunitário, estão
localizados nesta parte do corpo. Os pontos reflexos para o fígado, a vesícula
biliar e parte do intestino grosso só se encontram no pé direito, enquanto os
outros, tais como os dos rins e bexiga, se encontram nos dois pés.
O fígado é o maior órgão
interno do corpo, e se não estiver a funcionar devidamente a pessoa pode sentir
um estado geral de mau-estar ou sintomas específicos, como o amarelado da pele
e da parte branca do globo ocular e problemas digestivos. O ponto reflexo do
fígado é bastante grande, atravessando a totalidade das cinco zonas da parte do
pé. A vesícula biliar, ligada ao lado direito do fígado, desempenha um papel
importante na digestão das gorduras e a armazena a bílis, que é produzida pelo
fígado.
Tudo o que comemos e bebemos
chega ao estômago, onde começa o processo vital da digestão, mas os problemas
nesta área são tão comuns que podem ser considerados universais. Praticamente
já todas as pessoas experimentaram, a dada altura, dores de estômago e
indigestão, especialmente quando se encontram tensas, quando comem o que não
devem, ou comem a "correr".
O pé direito é geralmente
tratado antes do esquerdo, porque é aqui que se encontram os pontos reflexos
para a parte inicial do intestino grosso. O terapeuta pode trabalhar as
diversas partes do cólon na mesma ordem em que os produtos ingeridos viajam
através dele, encorajando deste modo a circulação natural através do corpo.
Qualquer líquido de que o corpo não necessite será filtrado e depois
transferido pelos rins para a bexiga onde fica até ser expelido pela urina.
Começa nas zonas lombar e do
sacro da coluna vertebral e passa através das nádegas até às coxas, descendo
até aos joelhos. Problemas que afectem este nervo podem causar dores
agonizantes.
É importante fazer um
tratamento meticuloso destes pontos reflexos como parte integrante de um
tratamento completo, e muitas pessoas têm problemas nestas áreas em dada
altura, quer seja resultado de uma lesão, doença ou tensão. Além do tratamento
conveniente destes pontos reflexos, quaisquer problemas existentes nesta parte
do corpo podem beneficiar através do tratamento da zona reflexa relacionada -
por exemplo o tornozelo está para o pulso como o joelho está para o cotovelo.
Quando se for trabalhar os
reflexos da parte superior do corpo, o terapeuta terá de procurar indicações de
bloqueamentos ou desequilíbrios na corrente de energia, e pequenas reacções
dolorosas nestas áreas, que não são invulgares.
Quando se trabalham os pontos
reflexos do ombro e do braço, é fundamental prestar atenção às articulações
principais, incluindo a do ombro, do cotovelo, e a do pulso, para facilitar uma
completa liberdade de movimentos. Tensão ou lesões que afectem os músculos,
podem ser sentidos como pontos dolorosos nos pontos reflexos pertinentes.
A glândula tiroideia
localizada na parte da frente do pescoço, regula vários aspectos do
metabolismo, se não estiver a trabalhar convenientemente, a pessoa terá
geralmente tendência a sentir-se adoentado.
O bom funcionamento dos
pulmões é indispensável porque esta é origem do fornecimento de oxigénio, tão
necessário ao organismo, e por onde são expelidos os desperdícios de dióxido de
carbono. Quaisquer problemas que afectem os pulmões podem resultar num
abastecimento insuficiente de oxigénio às partes mais distantes do organismo.
Várias doenças, como a asma, a bronquite
e infecções no aparelho respiratório superior podem impedir que os
pulmões funcionem com a sua capacidade máxima; a tensão e a ansiedade também
podem impedir uma respiração normal.
Ao tratar uma pessoa tensa, o
reflexologista deverá prestar especial atenção à área reflexa que corresponde
ao plexo solar, um conjunto de nervos localizados na parte superior do abdómen,
logo abaixo do diafragma, para encorajar um relaxamento completo. O ponto
reflexo do plexo solar tem grande importância quando se estão a tratar sintomas
relacionados com a tensão e a ansiedade, bem como para promover um bom
equilíbrio de energia, e relaxamento físico e mental.
Muitos destes reflexos são
relativamente pequenos e necessitam de ser trabalhados com muita precisão, não
obstante, determinados problemas como alergias ou uma infecção que produzem
sintomas variados em vários destes órgãos e estruturas, significa que todos
irão necessitar de um tratamento meticuloso. Tratamentos para quaisquer
problemas que envolvam o rosto, incluindo a boca, os lábios, os olhos, os ouvidos
e o nariz, requerem não só que essa área
seja trabalhada mas também as áreas reflexas referentes a essas partes.
Trabalhar nas áreas reflexas
da cabeça para aliviar sintomas como as dores de cabeça e os derivados de
problemas psicológicos, como a insónia. A Glândula Pituitária tem um papel
importante no controlo e regulação do controlo hormonal. A área do pescoço pode
ser importante se a pessoa sofrer de dores de cabeça ou se tiver alguma lesão
ou rigidez. Problemas de coluna podem causar uma grande variedade de sintomas,
incluindo as dores nas costas.
O reflexologista
provavelmente vai passar uma quantidade de tempo considerável a trabalhar nas
várias zonas reflexas em redor do dedo grande do pé e na junção deste com a
planta do pé, devido aos muitos pontos reflexos que estão representados nessa área.
Para além da cabeça e do cérebro, outros órgãos e estruturas importantes,
dentro ou na cabeça, estão localizados nessa região. Estes podem ser
importantes por várias razões, e podem ter implicações em muitas condições e
sintomas, tanto de ordem física como psicológica. Muitos destes pontos reflexos
são extremamente pequenos e é necessário muita precisão quando se trabalha
neles.
O resto tem muitos terminais
nervosos, que podem causar problemas, tais como nevralgias, e as áreas reflexas
dos dentes e das gengivas podem necessitar de tratamento adicional para
sintomas com dores de dentes ou infecções das gengivas.
Os seios perinasais
encontram-se ambas no crânio, acima dos olhos e por detrás das bochechas e
podem ficar infectados ou congestionados, causando dor e/ou dificuldades
respiratórias. As zonas reflexas para estas partes do corpo estão situadas à
volta das partes laterais e bases dos dedos dos pés e podem necessitar de tratamento
imediatamente após uma constipação grave ou se a pessoa padecer de uma infecção
crónica.
Qualquer infecção do aparelho
respiratório superior, catarro, ou qualquer condição alérgica, como febre dos
fenos ou rinite, pode causar um bloqueio na trompa de Eustáquio (que liga a
garganta e o ouvido). Tal pode afectar a capacidade de uma pessoa ouvir
correctamente.
Os reflexos para os ouvidos e
os olhos estão localizados na planta do pé, na junção dos dedos com a planta.
Qualquer destes reflexos poderá necessitar de tratamento adicional no caso de a
pessoa que está a ser tratada ter qualquer tipo de problemas com a visão ou a
audição, ou algumas vezes, com o equilíbrio ou com as vertigens. Mesmo quando a
pessoa a ser tratada não tiver sintomas relacionados com, ou derivados dessa
área, é importante dedicar-lhes uma atenção especial para assegurar que estão a
funcionar o melhor possivel. Qualquer perturbação ou desequilíbrio na corrente
de energia nestas áreas pode levar uma pessoa a sentir-se um pouco em baixo e
pode reflectir um estado geral de tensão que impede o corpo de funcionar tão
bem quanto deveria.
Durante uma sessão de
tratamento que dura cerca de 1 hora, todas as áreas reflexas de ambos os pés
deverão ser trabalhados minuciosamente e o terapeuta deve dedicar mais tempo a
determinadas zonas que necessitem de cuidado especial. O terapeuta deve se
concentrar nessas áreas à medida que chega a elas, e poderá voltar a trabalhar nas
mesmas áreas quando estiver a acabar a sessão. Se essas áreas estavam doridas
ao inicio, é possível que estejam menos doridas quando são trabalhadas
novamente se a parte do corpo relacionada tiver começado a reagir ao
tratamento.
Os profissionais podem usar
sequências diferentes para os tratamentos; alguns começam pelo pé direito e
outros pelo esquerdo; alguns trabalham alternadamente em cada pé, trabalhando
várias áreas ao mesmo tempo. Ainda que todas as diferentes abordagens tenham a
sua razão de ser, muitos terapeutas seguem a ordem introduzida pelos pioneiros
da reflexologia, Eunice Ingham e Doreen Bayly, e terminam o tratamento do pé
direito antes de começarem o esquerdo. As vantagens desta abordagem incluem o
facto de que o inicio do intestino grosso, que está representado no pé direito,
deverá ser tratado antes do final deste intestino que se encontra no pé
esquerdo. Isto também significa que o tratamento do coração, que está apenas
representado no pé esquerdo, só é tratado algum tempo depois de a sessão ter
começado, quando a pessoa já teve tempo para se habituar ao tratamento e
relaxar-se. O tratamento de reflexologia começa na parte superior do corpo,
isto é, na cabeça e no cérebro. Estas partes do corpo estão representadas nos
dedos grandes dos pés. O tratamento depois prossegue para baixo, passando pelas
outras áreas, trabalhando cada uma em ordem desde os dedos dos pés aos
tornozelos.
Enquanto muitas partes do
corpo estão representadas em ambos os pés, alguns órgãos só estão representados
num deles, o que significa que tem de existir alguma diferença na forma como
cada um deles é trabalhado. Algumas partes importantes que não estão
representadas em ambos os pés incluem o fígado, a vesícula biliar, e o cólon
ascendente (todos só no pé direito), e o coração, o baço, o recto e os cólones
transversos, descendente e sigmóide (apenas no pé esquerdo). Portanto se um
individuo tem problemas que indicam um bloqueio numa parte do corpo relacionado
com uma área especifica de um dos pés, tal como o baço, esta área poderá ser
tratada várias vezes numa sessão.
Onde quer que seja que
determinado terapeuta decida começar um tratamento, a regra mais importante é
que todas as partes do corpo deverão ser tratadas nos pés. A reflexologia é
frequentemente usada em conjunto com a Aromaterapia, e baseando-se no princípio
de que "mais é melhor", muitas pessoas decidem experimentar outras
terapias complementares ao mesmo tempo que estão a receber tratamento de
reflexologia. OU até mesmo existem terapeutas que fazem a terapia de
reflexologia ao mesmo tempo que a aromaterapia. Se bem que as outras terapias
ofereçam bastante em termos de benefícios para a saúde, o importante é o fato
de se começar a sentir melhor, é difícil depois de saber qual das terapias é a
responsável pela sua melhoria. Contudo, os benefícios de algumas actividades,
definidas como complementares, poderão eventualmente intensificar os resultados
em vez de serem incompatíveis com a reflexologia. Estas incluem várias terapias
de movimento, de contacto e medicinais.
Não se deve permitir que o pé
se mexa, portanto a mão que apoia deve estar numa posição que permita
contrariar a pressão que está a ser aplicada pela mão que está a trabalhar. O
pé tem de ser apoiado em diversas posições dependendo do ponto
reflexo que está a ser
trabalhado, mas a força básica de apoiar é sensivelmente a mesma, com o pé
ligeiramente flectido na direcção do terapeuta e apoiado na
"membrana" que fica entre o dedo indicador e o polegar.
Os reflexologistas usam uma
cadeira reclinável para o conforto e descontracção do paciente, para manter o
corpo bem apoiado e para que os pés fiquem numa posição acessível. Durante a
secção, o reflexologista deverá manter ambas as mãos em contacto com o pé ou a
mão que está a ser tratado. Qualquer interrupção brusca deste contacto,
perturba o paciente cortando a corrente de energia estabelecida.
Á medida que cada pé ou mão
está a ser trabalhado, deve ser mantido firmemente apoiado pela outra mão do
terapeuta para que o paciente não tenha de sofrer nenhuma tensão e possa
permanecer descontraído. Á medida que a mão que está a "trabalhar" se
vai movendo por todo o pé, a posição da mão que a apoia vai-se ajustando. O pé
pode ser apoiado de qualquer um dos lados conforme a necessidade, e a pele
entre polegar e indicador deve permanecer em contacto constante com o pé do
paciente. O terapeuta segura o pé de forma a mantê-lo ligeiramente flectido na
sua direcção, assegurando-se de que os dedos nunca dobrem para trás. Essa mão
que apoia oferece resistência à pressão que está a ser aplicada pela mão que
está a trabalhar, segurando o pé de forma a que este não se mova com a pressão.
Quando se aplica o auto
tratamento, o pé pode ser apoiado pela mão que está livre, no entanto se
preferir tratar as mãos em vez dos pés, necessitará de apoiar a mão numa
almofada de colo.
Quer esteja a tratar-se a si
próprio ou a tratar outra pessoa, deve apoiar o pé ou a mão que estiver a ser
trabalhada de modo a que fique segura e confortável, para poder trabalhar
livremente sem qualquer esforço. Poderá demorar um certo tempo até que um
reflexologista principiante adquira o domínio desta técnica, mas com a
experiência começará a ter mais sentido do que é mais confortável para si e
para a pessoa que está a tratar.
A maior parte das áreas
reflexas são tratadas utilizando o polegar, mas onde isto se torna impraticável
poderão ser utilizados outros dedos. A posição e a técnica usadas são as
mesmas. Com o polegar flectido aplica-se pressão com a extremidade interior ou
exterior, em vez de utilizaras pontas dos dedos, para evitar que as unhas façam
pressão na pele do paciente. A pressão deve ser mantida no ponto reflexo durante
alguns segundos e depois retirada, e o dedo avança para o ponto de pressão
seguinte.
Os reflexologistas
principiantes estão muitas vezes preocupados com a quantidade de pressão que
devem aplicar. Se a pressão for pouca o mais natural é que não seja eficaz; se
for excessiva pode tornar-se incómoda e chegar a ser dolorosa para o paciente.
Não existe uma medida precisa para indicar qual o nível adequado de pressão; é
uma questão do reflexologista ajustar o grau de pressão de acordo com as
reacções do paciente. Como orientação geral, a pressão deve ser firme mas não
forte e o terapeuta deve estar consciente do facto de não estar a aplicar
demasiada força quando pressiona com firmeza suficiente.
A sensibilidade de cada um
varia. Algumas pessoas acham desconfortável que mesmo uma pressão relativamente
ligeira, enquanto outras afirmam que mal conseguem sentir uma pressão bastante
firme. É provável que algumas áreas reflexas estejam mais sensíveis se a parte
correspondente do corpo não estiver a funcionar bem e portanto poderão
necessitar de ser tocadas mais levemente. Isso torna-se menos importante à
medida que o reflexologista vai ganhando experiência e vai aprendendo a ajustar
o nível de pressão consoante a informação contínua que recebe do paciente.
Durante o tratamento, o
polegar (ou por vezes o indicador) devem permanecer em contacto com a pele do
paciente, movendo-se em pequeníssimos passos de uma área reflexa para outra.
Como as distâncias entre os pontos são mais pequenas o movimento de um ponto
reflexo para outro tem de ser feito com muita precisão. É importante evitar
esticar o polegar o mais longe que lhe é possível. Manter o polegar flectido
com o mesmo ângulo durante todo o tratamento permite que o terapeuta aplique
uma pressão controlada sem forçar.
Para facilitar e ajudar o
polegar a mover-se suavemente sobre a pele sem arrastar, aplica-se uma ligeira
camada de talco ou creme próprio para os pés.
A pessoa que está a receber o
tratamento deverá estar confortavelmente sentada numa cadeira declinável que
apoiem bem as costas, o pescoço e as pernas. A parte inferior da cadeira deve
estar num ângulo de modo a que os joelhos fiquem ligeiramente flectidos,
mantendo as barrigas das pernas confortavelmente apoiadas. Isto coloca os pés
do paciente a uma altura cómoda para o reflexologista trabalhar neles. O
terapeuta senta-se normalmente num banco baixo junto à parte inferior da cadeira,
em frente ao paciente.
Em qualquer forma de terapia,
quer seja tradicional ou complementar, o tratamento tem geralmente um resultado
mais eficaz se o paciente e o terapeuta conseguirem estabelecer uma relação de
confiança. Um médico com um bom relacionamento, consegue geralmente melhores
resultados do que um que seja brusco ou ríspido; o mesmo se aplica a qualquer
terapeuta complementar. Isto significa que terá de ganhar a confiança do
paciente e fazer com que se sinta confortável, para que ambos se possam
descontrair. Apesar da reflexologia ser apenas tratada (na sua maioria) nos pés
e não requerer que o paciente se dispa completamente, tal como numa massagem
muitas pessoas sentem-se nervosas com o fato de irem ser tocadas por um
estranho. Ajuda se o terapeuta estiver calmo e tranquilo. E talvez tenha de
fazer um esforço para se concentrar e dar toda a atenção à pessoa que o está a
consultar.
Muitos reflexologistas são naturalmente pessoas afáveis e
compreensivas e sabem ouvir com atenção, deixando as pessoas à vontade. Até o
paciente mais apreensivo consegue descontrair-se, uma vez que se sinta em
segurança, num ambiente acolhedor, onde o único objectivo que o terapeuta tem é
o de o ajudar a sentir-se melhor. Para o paciente, é importante compreender que
o tratamento de reflexologia é uma espécie de sociedade entre ambos, o que dá e
o que recebe, devendo então trabalhar em conjunto para ajudar o corpo, a mente
e o espírito a recuperar o equilíbrio. O tratamento não pretende ter efeitos
instantâneos, mas sim libertar o corpo para que este faça uso dos seus poderes
de cura e restaurativo.
Para descontrair os
pacientes, alguns terapeutas colocam música suave ou sons naturais, tais como o
canto de pássaros ou o som das ondas do mar, para ajudar à descontracção e
concentração.
O reflexologista não
necessita de qualquer tipo de equipamento especializado a não ser uma cadeira
adequada. As principais prioridades são uma temperatura agradável, uma
atmosfera relaxante e boa luz para conseguir ver sem esforço o que está a
fazer. Pode também utilizar uma cadeira comum durante a consulta inicial, e uma
cadeira reclinável para que o paciente se possa sentar numa posição confortável
com os pés levantados a uma altura cómoda. Aconselho sempre a ter uma música
ambiente para que se torne mais relaxante de trabalhar, tanto para o paciente
como para o terapeuta. Servindo não apenas como para descontrair como também
para concentração.
A Reflexologia não pretende
"curar" qualquer doença, mas sim ajudar o organismo e a mente a
recuperar uma corrente de energia equilibrada e a encorajar os processos
naturais internos de cura. No entanto, seria exigir demasiado pretender que o
nosso corpo se curasse sozinho quando estamos constantemente a maltratá-lo.
Para uma boa saúde é necessária uma alimentação correcta, praticar exercício
físico e sujeitar-se a menos possíveis a poluentes ambientais de todo o tipo.
Uma boa dieta alimentar e
exercício físico são essenciais para manter uma saúde equilibrada. Como
bastante fruta fresca e legumes, comida integral como o arroz, a massa e
cereais integrais e reduza ao mínimo o uso de gorduras animais, açúcar, sal e
bebidas alcoólicas. Acrescentar um tipo qualquer de exercício físico à sua
rotina diária é mais um benefício do que participar num jogo semanal de squash
ou a visita esporádica ao ginásio.
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