sexta-feira, 12 de junho de 2015

EMFERNAGEM OFFSHRE - Trabalho Elaborado por Vieira Miguel Manuel

Trabalho Elaborado por Vieira Miguel Manuel




ÍNDICE







 





O Enfermeiro é detentor da responsabilidade privativa de planejar, organizar, coordenar, executar e avaliar os serviços da assistência de enfermagem e, como integrante da equipe de saúde, detém as atribuições de participar do planeamento, execução e avaliação da programação de assistência à saúde; além de participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde, entre outras atribuições.

Na óptica dessas directrizes curriculares, Peres e Ciampone (2006) descrevem que as competências e habilidades gerais do profissional de saúde devem estar pautadas em seis directrizes: na atenção à saúde, através da qual devem estar aptos a desenvolver acções de assistência à saúde de prevenção, promoção e reabilitação, tanto em nível individual quanto colectivo na prática que desenvolve no sistema de saúde angolano; na tomada de decisão, visando o uso apropriado, eficácia e custo-efetividade, da força de trabalho, de medicamentos, de equipamentos, de procedimentos e de práticas; na comunicação, pela qual o profissional deve saber utilizar e gerenciar, sendo acessível e mantendo a confiabilidade das informações a ele confiadas, na interacção com outros profissionais de saúde e o usuário do sistema de saúde em geral; na liderança, donde envolve compromisso, responsabilidade, empatia, habilidade para tomada de decisões, comunicação e gerenciamento de forma efectiva e eficaz; na administração e gerenciamento e ainda na educação permanente, com a responsabilidade de aprender e qualificar-se continuamente.

Neste sentido, o Enfermeiro detentor destas competências e habilidades em sua actuação deve transparecer a liderança de sua equipe através de gerenciamento de sua ação, e consequentemente dos resultados, produzindo qualidade de trabalho e harmonia, relacionada às demandas do cenário de trabalho. Deve desempenhar funções activadoras, que serão efectivadas e reconhecidas através do contacto com sua equipe no desenvolvimento do processo de trabalho, de seus resultados, ou ainda na interacção com a equipe multiprofissional.

Dentro deste contexto, nas últimas décadas, começo a surgir uma demanda por profissionais área da saúde embarcados, para prestação de socorro, tratamento e prevenção de saúde dos funcionários offshore embarcados. A  enfermagem offshore é escrita por profissionais provenientes  das áreas  de  Emergência, Unidade de Terapia Intensiva e Enfermagem do Trabalho, o alto  grau de risco  das  actividades desenvolvidas em unidades de plataformas offshore  com tecnologias de ponta para extracção de recursos em alto mar requer conhecimentos e habilidades específicas para se prestar assistência a possíveis lesões graves decorrente das operações complexas que elas desenvolvem, eventuais problemas de saúde que venho a ocorre  a bordo das unidades e à dificuldade de suporte médico e transferência em casos graves devido á distância de suas localizações em alto mar.  A enfermagem também actua em um serviço de segurança e saúde dos trabalhadores  embarcados. Nesse mercado da indústria petrolífera, bem como em outras produções industriais, necessita-se de um Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT).

Diante da reflexão sobre a inserção do enfermeiro no processo de trabalho da equipe de segurança e saúde nas actividades petrolíferas das instalações de exploração de petróleo offshore, este trabalho tem como finalidade descrever algumas das actividades desempenhadas pelo enfermeiro que trabalha embarcado numa plataforma de exploração de petróleo e gás.






·         Elucidar aos profissionais de enfermagem sobre as práticas e actividades desenvolvidas a bordo de uma unidade petroleira de uma empresa.


·         Identificar o processo de trabalho do enfermeiro que trabalha em plataforma de exploração offshore de petróleo e gás.

·         Verificar as competências apontadas pelo enfermeiro que trabalha em plataforma de exploração offshore de petróleo e gás.






Offshore, termo em inglês que significa “afastado da costa”, é um ramo da enfermagem do trabalho em que os profissionais da área têm suas actividades desenvolvidas em alto mar, em navios ou plataformas marítimas de petróleo. O segmento apesar de pouco conhecido é fundamental para que os trabalhos feitos em alto mar sejam seguros reduzindo o risco de acidentes e proliferação de doenças.

Trabalhar em alto mar exige tanto do enfermeiro quanto do técnico de enfermagem, a especialização em Enfermagem do Trabalho. Esta categoria é regulamentada pelo conselho de Enfermagem. Porém, infelizmente o segmento Offshore ainda não é, mas o Conselho Internacional está trabalhando nessa regulamentação.

William Jerônimo de Oliveira, técnico de Enfermagem do Trabalho sénior, trabalha no segmento Offshore na Bacia de Campos na empresa Petrobrás, afirma que um profissional de enfermagem Offshore “precisa buscar a cada dia a bordo, acções para favorecer condutas preventivas de doenças e acidentes, e acima de tudo buscar um ambiente de trabalho a cada dia mais humanizado, que desenvolva mais habilidades e competências para trabalhar não apenas nas questões de prevenção, recuperação e reabilitação do trabalhador.”

As funções de um enfermeiro que trabalha em alto mar vão desde pronto atendimento para doentes e acidentados, até a aplicação de programas corporativos como: programa de alimentação saudável, programa de acompanhamento de doenças crónicas não transmissíveis (diabetes e hipertensão arterial, por exemplo), programa de prevenção e controlo da dependência química, educação para saúde, actividades físicas e lúdicas a bordo.

Ainda segundo William, a carga horária do enfermeiro Offshore é de 12 horas diárias, com 12 horas de descanso. Porém, neste momento de descanso, o profissional fica de sobreaviso para atendimento a emergências médicas (acidentes ou doença). Isso numa jornada de 14 dias embarcado.

A enfermagem Offshore exige do profissional habilidades para desenvolver um trabalho com base no valor humano e na qualidade de vida do trabalhador, sendo uma responsabilidade social da corporativa para proporcionar ao operário em alto mar melhor estabilidade bio, psico e social.


A Indústria do Petróleo é definida como o conjunto de actividades económicas  relacionadas com a exploração, desenvolvimento, produção, refino, processamento, transporte, importação e exportação de petróleo, gás natural, outros hidrocarbonetos fluidos e seus derivados (RODRIGUES, 2001, p.57).

O interesse económico e comercial pelo petróleo “emergiu absolutamente no final do século XIX e principalmente no século XX, e quando a partir da invensão dos motores a gasolina e a diesel, sua exploração teve justificativa comercial” (ORTIZ NETO; COSTA, 2007, p.96).

O tipo de exploração de petróleo offshore caracteriza-se como um processo de trabalho contínuo onde não há interrupção laboral - processos e operações - durante 365 dias do ano (LEITE, 2009). Neste ambiente de trabalho, há somente a substituição de equipes que interagem por escalas. Estas escalas variam de acordo com o tipo de empresa que emprega o profissional. Leite (2009, p. 2182) A norma padrão é que se respeitem o tempo de jornada de trabalho, mas se houver acordo dos trabalhadores e a empresa que o contrata, este padrão poderá ser considerado como viável e legal. Geralmente estes acordos acontecem junto com os sindicatos que representam estes trabalhadores, onde há negociações relativas à jornada de trabalho e benefícios aos trabalhadores.

A execução do trabalho em ambiente offshore em território angolano estrutura-se diante de práticas também direccionadas por legislações de órgãos nacionais perante algumas leis, regulamentações, normas, portarias que são directrizes essenciais. Estas directrizes oferecem subsídios para o desempenho de um serviço nos padrões de qualidade requeridos à saúde do trabalhador e de práticas de saúde.


A Enfermagem Offshore executam funções ligadas à área de saúde e muitas actividades de carácter administrativas.

       Atendimento ambulatorial e de primeiros socorros
       Manutenção dos registos médicos
       Comunicação com o sector médico responsável em terra sempre que necessário
       O controlo do Stock e de materiais e medicamentos
       Inspecção de higiene da embarcação com ênfase na alimentação
       Promoção de treinamento de primeiros socorros e palestras semanais de saúde 
       Supervisão da equipe de hotelaria.


O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa responsável por uma unidade marítima da indústria petrolífera é composto por uma equipe multidisciplinar. Equipe, em geral, composta por profissionais como o Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes profissionais formam o - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT).

Santos Júnior, Souza e Nóbrega (2008, p.2) descrevem que em plataformas offshore o serviço de engenharia e medicina do trabalho, possui o profissional denominado gerente de segurança do trabalho. Este é “aquele que planeja e executa acções com o objectivo de oferecer aos colaboradores um ambiente de trabalho seguro, tanto para colaboradores directos, terceirizados, terceiros externos a organização, quanto à sociedade e meio ambiente.”

Em geral, o engenheiro e o técnico de segurança actuam nas empresas organizando programas de prevenção de acidentes, orientando a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e os trabalhadores quanto ao uso de equipamentos de protecção individual. Com também, elaborando planos de prevenção de riscos ambientais, fazendo inspecção de segurança, laudos técnicos; e ainda organizando e ministrando palestras e treinamento. Muitas vezes esse profissional também é responsável pela implementação de programas de meio ambiente e ecologia na empresa.

Para exercer a actividade referente à engenharia de segurança, é necessário que o engenheiro, arquitecto ou afins atenda o que dispõem a Lei nº 7.410, de 27 de novembro de 1985. Esta legislação trata da formação e habilitação do engenheiro de segurança do trabalho, carga horária mínima, formato do curso de formação, grade curricular mínima necessária, assuntos a serem maioritariamente abordados, entre outros dispositivos.

Santos Júnior, Souza e Nóbrega (2008, p 1- 2) relatam que no caso da Medicina e da enfermagem do trabalho, também existe legislação específica que rege esta formação e atribuição profissional. E ainda direccionam que para que o Serviço Especializado em Engenharia e Medicina do Trabalho (SESMT) alcance seus objectivos são necessários que as partes envolvidas em sua constituição exerçam suas funções, a seguir:

·         Engenharia de Segurança do Trabalho – Determinação dos riscos de sua magnitude, elaboração de programas de prevenção, aplicação de medidas de controlo, dentre outras.
·         Empresa – Pela supervisão dos serviços e apoio materiais, financeiros e recursos humanos nas práticas de controlo do trabalho.
·         Medicina do trabalho – Monitoramento da saúde do trabalhador, coordenação de política de saúde, dentre outras.
·         Empregado/colaborador - Colocar em prática as medidas preventivas e as de controlo.

Contudo, o serviço de segurança e saúde, inseridos no ambiente offshore em unidades de perfuração e exploração de petróleo como plataformas, diferencia-se no processo de trabalho dos profissionais. Visto que é executado perante as acções e infra-estrutura já organizadas e orientadas pelos profissionais que implementam o SESMT para o exercício do trabalho offshore.

Neste contexto offshore, o profissional Técnico de Segurança desenvolve seu processo de trabalho juntamente com o enfermeiro, e os radioperadores, que são os profissionais que sinalizam as comunicações gerais e específicas da plataforma, uma vez que além de suas funções específicas na área da segurança industrial também actua como um intermediário entre a gerência a bordo e os demais trabalhadores. “Tem por funções avaliar e controlar os riscos a bordo, elaborar planos de prevenção de riscos e acidentes, promover treinamento e campanhas de conscientização e coordenar todos os pousos e decolagens de aeronaves” (RODRIGUES, 2001, p.108).

Já o trabalho do Enfermeiro desenvolve-se mediante “actividades ligadas à área de saúde e actividades administrativas, no enfoque de polivalência comum nas UPMs. Como técnico da área de saúde, monitora as condições de saúde a bordo, presta primeiros socorros, mantém registos médicos” (RODRIGUES, 2001, p.108). O autor também diz que o Enfermeiro controla o stock de medicamentos e materiais médicos, inspecciona a higiene da embarcação, com ênfase na alimentação, e promove treinamento em primeiros socorros.

Lomas (2005), a partir da entrevista com o enfermeiro offshore Gary Parkinson indica que, além da organização do material hospitalar, de assistência e de resgate, o enfermeiro em plataformas de petróleo offshore, também realiza inspecções de higiene, de armazenamento adequado dos alimentos e ainda inspecções de chuveiros de emergência. Chuveiros que são utilizados em caso de contacto de substâncias químicas na pele e/ou nos olhos do trabalhador.

Perante todas as actividades conferidas ao enfermeiro, Rodrigues (2001, p.108) aponta que, “um bom enfermeiro é um pouco médico, um pouco assistente social e um pouco psicólogo, afinal ele representa toda a área médica na plataforma”. Complementa, também, que na parte administrativa “o enfermeiro elabora, diariamente, a lista de pessoal a bordo, participa das reuniões de segurança, controla a lista de passageiros aérea para embarque e desembarque, e controla a alocação de pessoas nas balsas salva-vidas. Trabalha das 06 às 18 horas, além das solicitações durante a noite, caracterizando regime de sobreaviso.”

O processo de trabalho do Enfermeiro é realizado por todo ambiente da plataforma offshore. Conforme as descrições, este profissional, mantém vínculo de prática com vários outros profissionais como o nutricionista, profissionais do serviço de higiene a bordo, técnicos de segurança, rádioperadores, gerente da plataforma, engenheiro e técnico de segurança. Esta interacção se dá em vários ambientes dentro da plataforma offshore, além da instalação própria de seu trabalho de assistência à saúde, a enfermaria. Em geral, ele é o único representante de profissional de saúde para agravos e emergências a bordo de instalações offshore (MUNIZ, 2011). Leite (2006, p.42) descreve que “a enfermaria está equipada com farmácia, leitos e equipamentos médicos diversos para atendimentos imediatos e de menor gravidade. Em situações de emergências mais graves, o enfermeiro acciona o serviço médico do helicóptero-ambulância UTI.”

O Enfermeiro offshore deve ter condições mínimas de qualificações profissionais, como, estar registado no Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e inscrito no Conselho Regional de Enfermagem (COREN) da jurisdição onde actua e atender integralmente ao disposto na lei do Exercício Profissional de Enfermagem. Outros itens importantes exigidos pelas empresas do ramo offshore pedem que, preferencialmente, ele seja portador da Caderneta de Inscrição e Registo (CIR) emitida pela Marinha de Angola, documento que comprova o ingresso do cidadão angolano no grupo de trabalhador marítimo (FERREIRA; SILVA JÚNIOR; ASSIS, 2010). Algumas empresas solicitam que o enfermeiro comprove a titulação de especialista em Enfermagem do Trabalho e tenha experiência em assistência de emergência e urgência além de cursos de atualização nesta área.

Além destas especificações para respaldo da actuação legal dos profissionais enfermeiros, exige-se, do profissional offshore, habilidade para enfrentar situações desconfortantes inerentes ao seu processo de trabalho, principalmente em um sistema que necessita de agilidade e respostas seguras e pertinentes às situações de risco (SALES, 2009; FERREIRA; SILVA JÚNIOR; ASSIS, 2010), ou que causem consequências no processo da produção petrolífera e também nos efeitos económicos negativos que podem gerar.



       Carga Horária

Os Enfermeiros Offshore actualmente exercem turnos de 12 horas de trabalho diária em dois distintos tipos de escalas e/ou regime de revezamento de embarque:

Escala 14x14: O Enfermeiro permanece um período de 14 dias embarcado e outro período de 14 dias de folga.

Escala 14x21: O Enfermeiro permanece um período de 14 dias embarcado e outro período de 21 dias de folga. Esta escala é apenas aplicável à funcionários concursados na Sonangol, no caso de Angola, devido a um acordo sindical.

As empresas realizam suas contratações baseadas na CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas. Posicionando os seus profissionais em níveis de carreira que variam de I ao IV. Outras, seleccionam por contrato de trabalho temporário: Estes bem característicos de empresas de navios. Que por sua vez, são pré-estabelicido com duração que variam entre três a doze meses, renovável por igual ou diferente período. Existem outras que terciarizam este serviço através de outras empresas especializadas.

       Assistência de Enfermagem

Por se tratar de uma actividade em regime de confinamento, apresentando situações peculiares. Estes, passam grande período de dias em um espaço limitado, o que não permitem um deslocamento igualitária à outros trabalhadores da área de saúde, tais como: hospitais, clínicas e consultórios.

A relação Enfermeiro-Tripulação é de extrema importância. Estes profissionais devem possuir um perfil bastante sociabilizável. Pois, sua interacção com os demais tripulantes é um factor primordial para se gerar relações de: confiança, gregária e respeito. Visto, que eles serão em muitos casos, o único profissional de saúde à bordo. Ou seja, ele em tese deverá ser o mais preparado para lidar com todas as situações ligada à saúde.

Lembrando-se sempre que saúde é: “o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de enfermidade ou invalidez” (OMS). A Assistência de Enfermagem em Offshore deve promover uma assistência holística. Não enxergando os embarcados como apenas simples tripulantes. Mas, enxergando-os como pessoas no seu todo (o social, o psicológico, o biológico e o espiritual).

       Conhecimentos de língua Estrangeira

Existe ainda por parte de muitas empresas o requisito para se contratar profissionais que falem outra língua, de preferência o inglês. Isto, ocorre pela característica da grande maioria das empresas serem estrangeiras. Tendo profissionais de diversas nacionalidades envolvido nas operações à bordo.

       Atendimento de Emergência

O possibilidade de um atendimento de emergência de grande proporção e/ou gravidade é uma realidade bastante possível para o Enfermeiro Offshore. Visto que as operações envolvidas na exploração de petróleo e gás tem grande periculosidade. Tanto que este tipo de serviço é descrito pelo Ministério do Trabalho como de Grau de Risco IV, numa escala que vai de I à IV.

Por ter esta característica o Enfermeiro deve ser capaz de lidar com situações extremas. Habilidades científicas e técnicas serão sempre colocadas á prática e serão os pontos primordiais para reverter desde possíveis ferimentos até: parada-cardíacas, amputações, queimaduras, envenenamento por gás e vítimas de explosões.

       Remuneração

Os salários actualmente variam entre Kz 158.775,00 para um enfermeiro iniciante à Kz 352.832,00 para um enfermeiro Nível Sénior ou Coordenador. Para os técnicos de enfermagem os valores ficam entre Kz 123.491,00 a Kz 211.699,00. Actualmente é uma das área mais bem pagas da enfermagem.



Entende-se assim que o trabalho do enfermeiro offshore seja diferente das acções desenvolvidas por este profissional em várias instituições de saúde. Porém, a essência das competências que formam o enfermeiro é vastamente aplicada no contexto offshore, mesmo com as particularidades de suas actividades administrativas.

Numa plataforma de petróleo offshore, a atenção à saúde dá-se na relação dialógica e interacional do profissional de saúde, no caso, o enfermeiro, com os profissionais que dirigem a plataforma, com o técnico de segurança e, fundamentalmente, na participação dos trabalhadores offshore activos, no cumprimento de suas responsabilidades na utilização dos equipamentos de protecção individual e na defesa de sua saúde e segurança, buscando o atendimento de saúde perante um mal-estar.

As acções do enfermeiro também se apoiam na relação estabelecida com o suporte externo do médico, pela videoconferência e/ou telefone, para a terapêutica a ser executada. Para tal, este enfermeiro deve traçar diagnósticos de enfermagem com competência, utilizando-se de seu conhecimento e habilidade técnica e postura ética na assistência ao trabalhador.

Outro ponto de suporte do enfermeiro para o desenvolvimento e a gestão do trabalho em saúde offshore se estabelece com a equipe de saúde do trabalhador, na sede da empresa, que elabora o PCMSO, visando o trabalho de promoção de saúde offshore.

Neste ambiente offshore notifica-se sempre, para que não haja dúvidas e condutas inseguras e resultados inesperados. O trabalho em equipa, a comunicação e a administração são amplamente difundidas e discutidas entre os supervisores, para que as acções sejam integradas na promoção da saúde e nos resultados que objectiva a empresa, seja de perfurar o poço de petróleo ou de extraí-lo, mantendo as condições de trabalho seguras e os riscos atenuados. A relação entre a avaliação constante do enfermeiro e os acontecimentos diários do ambiente é importante para que o profissional trace suas prioridades, visto que há sempre imprevisibilidades que modificam a organização do dia-a-dia de trabalho offshore. Porém, a assistência ao trabalhador sempre será a prioridade nas acções do enfermeiro.

O enfermeiro offshore gerencia suas actividades determinadas pelo job description da empresa, toma suas decisões e lidera acções através da fiscalização, treinamento, resgate a vitimas, palestras de saúde. Em todo espaço, o conhecimento e a habilidade subsidiam a atitude de liderança deste profissional. Para isto, tem-se que buscar o conhecimento constante, vestidas as variadas dinâmicas de trabalho dentro de uma plataforma de petróleo, e que podem configurar variados riscos a saúde do trabalhador. Para poder orientá-los, o enfermeiro precisa conhecer seu ambiente laboral e desenvolver suas competências profissionais direccionadas a atenção à saúde, liderança e comunicação no trabalho em saúde.

Faz-se necessário a continuidade da qualificação dos conhecimentos sobre práticas de saúde, visto que o enfermeiro é o detentor do saber em saúde em qualquer situação dentro da instalação offshore, e o único profissional de saúde embarcado. Em suas decisões precisa amenizar e eliminar riscos, e ter condutas adequadas e eficazes, até mesmo para conseguir comunicar-se claramente com o médico de suporte ao atendimento, embaçado no adequado diagnóstico de enfermagem.







Costa R, Padilha MI, Nazareth Amante L, Costa E, Bock LF. O legado de Florence Nightingale: uma viagem no tempo. Texto & Contexto Enfermagem 2009.

Enfermagem Offshore, Disponivel em: (www.enfermagemoffshore.com.br ) Acesso em:01/02/2013.

Manenti SA. O processo de construção do perfil de competências gerenciais para enfermeiros coordenadores de área hospitalar [tese]. São Paulo (SP): Universidade de São Paulo. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem; 2008. 

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