ÍNDICE
Neste trabalho abordaremos o tema “Poupança e
Investimento”. Nos dias de crise económica em que vivemos, com certeza a maior
parte de população mundial já não consegue poupar muito dinheiro, pois o nível
de vida e o respectivo poder de compra estão cada vez mais diminutos o que faz
escassar o poder de poupança e investimento. Será também explicada a importante
relação económica da poupança e do investimento e de como são cruciais para o
desenvolvimento produtivo.
Existem alguns termos tantas vezes utilizados num
mesmo contexto ou até mesmo erroneamente citados como sinônimos que achamos que
possuem o mesmo significado. Um exemplo muito comum é tributo e imposto. Não
são raras as vezes que lemos artigos de pessoas muito influentes (Nova CPMF: você
vai pagar calado?, do Marcelo Tas) confundindo esses conceitos.
Imposto é apenas uma das cinco espécies de tributos,
composto ainda por taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e
contribuições sociais.
De uma forma bem simples, economizar é fazer um
esforço para sobrar algum dinheiro no final do mês, poupar é não gastá-lo e
investir é pegar esse dinheiro poupado e aplicá-lo financeiramente.
Por existir confusão entre esses termos, muita gente
pensa que poupança é investimento. E não é! O objetivo é justamente explicar a
diferença entre poupança e investimento e mostrar a importância de cada uma
dessas entidades.
Poupar é acumular valores no presente para
utilizá-los no futuro, o que geralmente envolve mudança de hábitos, pois requer
uma redução nos gastos pessoais e familiares. Reduzir despesas pode significar
desde simples cuidados para evitar o desperdício até o esforço, por vezes
árduo, no sentido de conter gastos.
Além disso, poupar exige a avaliação objetiva das
despesas, a fixação de metas e, principalmente, muita persistência, a fim de
manter-se economizando pelo tempo necessário até que sejam alcançados os
objetivos que motivaram a poupança.
Investir é empregar o dinheiro poupado em aplicações
que rendam juros ou outra forma de remuneração ou correção. O investimento é
tão importante quanto a poupança, pois todo o esforço de cortar gastos pode ser
desperdiçado quando mal investido.
Ainda que a maioria das pessoas esteja acostumada a
pesquisar e comparar preços de bens e serviços, isso nem sempre acontece quando
o objetivo é escolher serviços financeiros. Quando se trata de finanças,
tendemos confiar mais na opinião de amigos e familiares do que em conselhos de
profissionais especializados.
Isso se deve, em parte, à escassez de informações
sobre as características dos investimentos, mas também ao fato de que há opções
demais a considerar e comparar. Quando se tem muitas alternativas, a tendência
é simplificar o processo de decisão, apoiando-se em opiniões e dicas nem sempre
técnicas.
É comum o investidor prestar mais atenção à promessa
de rentabilidade do que às chances de perda do que foi aplicado. Mas acredite:
não há investimento sem risco!
Vejamos, por exemplo, um imóvel. Mesmo quando
utilizado como moradia, tem todas as características de um investimento e,
portanto, está sujeito a riscos. Apesar do imóvel poder ser vendido, permitindo
a recuperação do valor investido, seu preço está sujeito às altas e baixas do
mercado e, dependendo do momento da venda, pode não ser fácil encontrar alguém
disposto a pagar o preço desejado.
Além disso, em caso de emergência, pode ser
necessário vender a um valor mais baixo do que o considerado justo. Sendo
assim, há pelo menos dois riscos principais: o de não conseguir vender o imóvel
no momento desejado e o de não conseguir recuperar o valor investido.
Porém, apesar de ser fácil percebermos, pelo exemplo
acima, que o risco faz parte do negócio de investir, ainda assim, quem investe
bem pode atingir mais rápido seus objetivos, além de poder alcançá-los com
menor esforço.
Poupar e investir são duas atitudes relacionadas.
Sem poupança, é muito difícil acumular recursos para realizar investimentos.
Por outro lado, um investimento inadequado ao perfil do investidor pode
resultar em prejuízos e, assim, comprometer os recursos poupados.
A Poupança e o Investimento estão divididos em 3
áreas nomeadamente
·
A utilização do rendimento – o
consumo e a poupança;
·
Os destinos da poupança – a
importância do investimento;
·
O financiamento nas actividades
económica.
─ A utilização do rendimento
é um dos factores fundamentais da economia. È a formação de capital e a sua
aplicação que permitem que a economia funcione e não entre em colapso, até
porque, se congelarmos todas as formas de rendimento e colocarmo-la em modo de
repouso (poupança) estaríamos a impossibilitar o consumo e a parar a produção.
Consequentemente, haveria desemprego e ainda menos rendimento para ser aplicado
em bens de consumo fazendo com que o sistema produtivo deixa-se pura e
simplesmente de existir.
Mas o que é o consumo
e a poupança? O consumo é, um fenómeno social complexo, condicionado por
múltiplos factores e, com influência sobre a vida humana e a do Planeta. Por
consumo pode entender-se o acto de apropriação e/ou utilização (geralmente de
carácter aquisitivo, implicando uma troca) de um determinado bem ou serviço,
por parte de um ou mais indivíduos, com vista à satisfação de necessidades
materiais ou não-materiais, ou, em termos mais latos, “qualquer actividade
envolvendo a selecção, compra, uso, manutenção, reparação e destruição de
qualquer produto ou serviço. A tentativa de explicar o consumo pode implicar o
estudo da satisfação de necessidades ou desejos (desde a necessidade de comer e
vestir à compensação de sentimentos de inferioridade, insegurança ou perda), da
comunicação de distinções sociais, do reforço de padrões de superioridade e
inferioridade entre indivíduos e grupos, assim como da expressão de estados de
espírito ou de formas de comunicação interpessoal.
A poupança, nada é mais do que retirar parte do
rendimento de circulação para uma posterior utilização, em períodos mais
proveitosos para a pessoa ou empresa em questão. A poupança é a parte do
rendimento disponível que não é consumida, a poupança é igual ao rendimento
menos o consumo. O rendimento é o principal determinante do consumo, sendo que
os indivíduos mais ricos tendem a poupar mais. Constitui um acto de renúncia a
uma satisfação imediata, em prol de uma satisfação de consumo futuro.
─ Factores
determinantes da Poupança:
─ Económico
─ Rendimento
disponível
─ Psicológicos
─ Incerteza
quanto ao futuro
─ Sociais
/ Culturais
─ Publicidade;
─ Incentivos
ao consumo.
No decurso da actividade económica nem tudo aquilo
que se produz é consumido na sua totalidade. Com efeito, é precisamente esta
parcela do rendimento que não é consumida que constitui a poupança. A poupança
dá origem à formação de capital desde que seja utilizada em investimento, pois
é este que permite a manutenção do processo produtivo. A formação de capital
fixo é crucial no crescimento e no desenvolvimento duma economia. Afinal, é
esse capital fixo que aumenta e assegura a capacidade produtiva da economia. O
investimento constitui o motor do desenvolvimento económico e depende em grande
da poupança realizada pelo país. Hoje em dia, um dos grandes problemas das
economias do Terceiro Mundo, reside precisamente na dificuldade que estas têm
em realizar poupanças, devido aos seus baixos rendimentos.
Algumas das formas de possíveis
destinos das poupanças são:
Entesouramento:
Foi durante muito tempo uma forma muito utilizada, principalmente pelas
populações rurais, de lidar com as suas poupanças. Trata-se de guardar a moeda
não utilizada em casa para fazer face a eventuais futuras despesas. Ainda hoje,
algumas famílias, normalmente de fracas possibilidades (mas que, apesar disso,
conseguem efectuar algumas poupanças), guardam dinheiro em casa por
desconfiarem dos bancos ou para sentirem o dinheiro mais próximo de si, pronto
para qualquer eventualidade. No entanto, como facilmente podemos calcular, esta
forma de poupança comporta riscos relacionados com a falta de segurança das
habitações e possibilidade de assaltos.
Depósitos:
É uma das formas muito utilizada actualmente por praticamente todas as classes
sociais e que consiste na colocação das poupanças em depósitos à ordem ou a
prazo nas instituições bancárias.
Investimentos:
É a forma de utilização das poupanças que consiste na compra de bens de
produção. É o caso da aplicação das poupanças na compra de um edifício para
instalação de uma empresa, ou na compra de um novo sistema informático, ou
ainda na compra de nova máquina para essa empresa. Em todos estes exemplos, a
poupança está a ser utilizada para comprar bens que, por terem como finalidade
a actividade produtiva, vão servir para gerar novos rendimentos.
Alguns
exemplos de investimentos são:
Investimento
material - É o conjunto de despesas destinadas à
aquisição de bens de produção físicos, tais como máquinas e edifícios.
Investimento
imaterial - Ou seja, aquele que é efectuado em
bens imateriais. Assim, quando uma empresa compra um programa informático,
quando lança uma campanha publicitária ou quando, através de acções deformação,
aposta na melhoria da qualificação dos seus trabalhadores, essa empresa não
está a comprar bens materiais, mas nem por isso deixa de estar a investir.
Investimento
financeiro - É aquele que resulta da venda de
acções, ou outros títulos, para as empresas poderem aumentar a sua capacidade
de produção. O investimento desempenha um papel determinante no desenvolvimento
da actividade económica de um país, traduzindo-se no aumento dos rendimentos a
repartir.
O
investimento pode desempenhar várias funções:
Investimento
de substituição: É constituído pelas despesas
efectuadas em bens de produção que têm como objectivo substituir o material
danificado ou já gasto (quando se compra uma nova máquina para substituir uma
outra já avariada).
Investimento
de inovação: Quando o investimento é aplicado na
compra de novas tecnologias, por forma a melhorar e modernizar o processo de
produção.
Investimento
em aumento da capacidade produtiva: Quando as
compras se destinam a aumentar a capacidade produtiva da empresa (a compra de
um edifício para nele instalar uma nova unidade de produção, por forma a
aumentar a produção).
Apesar de classificarmos o investimento desta três
formas possíveis, isso não significa que cada uma destas categorias de
investimento seja perfeitamente distinta das outras. Assim, um investimento
pode ser simultaneamente de inovação e de aumento de capacidade produtiva. A
compra de uma máquina inovadora, em termos tecnológicos, acaba, frequentemente,
por permitir também um aumento da produção. A verificação deste facto mostra-nos
a importância da inovação no aumento da capacidade de produção de um país. Ao
longo dos tempos, a Humanidade evoluiu devido à sua capacidade de inovar.
É muito importante compreender a diferença entre
poupança e investimento e a importância de cada um deles, pois dificilmente
atingiremos nossos objectivos financeiros sem utilizarmos ambos os conceitos.
Assim, o fogo, a roda, muito mais tarde, a máquina a
vapor (que impulsionou a Revolução Industrial) e, actualmente, um sem número de
inovações, nomeadamente as que estão ligadas às novas tecnologias de
informação, fazem parte de uma lista de inventos que, em virtude de terem sido
postos em prática, revolucionaram a vida das sociedades. Dito isto, podemos
facilmente concluir da importância do investimento em inovação tecnológica
tanto ao nível das empresas como ao nível do país. No entanto, a inovação
tecnológica não surge por acaso mas sim como fruto da investigação, seja ela
realizada de forma isolada, como aconteceu ao longo dos séculos ou como
acontece, actualmente, através de equipas de investigadores que trabalham nas
empresas, nos laboratórios ou nas universidades.
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