REPÚBLICA
DE ANGOLA
MINISTÉRIO
DA EDUCAÇÃO
GOVERNO
DA PROVÍNCIA DE LUANDA
Trabalho elaborado por Vieira Miguel Manuel
GEOLOGIA
ACÇÃO GEOLÓGICA DAS ÁGUAS DO MAR
DOCENTE
___________________
Eng.º João M. Bunga
LUANDA,
JUNHO DE 2015
ESCOLA DO II CICLO DO ENSINO
SECUNDÁRIO N.º 4083 - JIKA
|
DOCENTE
___________________
Eng.º João M. Bunga
LUANDA,
JUNHO DE 2015
ÍNDICE
As
zonas da faixa marinha caracterizam-se por uma intensa actividade geológica
provocada pelo mar. O movimento das ondas, a subida e descida rítmica do nível
das águas consequentes das marés e as correntes marinhas resultantes da moção
das águas de um local para o outro da superfície da Terra, provoca um profundo
desgaste do material da superfície continental em determinadas zonas costeiras
e a sua deposição noutros locais, por vezes muito distantes da sua origem. Com
isto salientado, podemos observar que as acções geológicas das águas do mar têm
um papel no que concerne aos diversos fenómenos que ocorrem na terra.
O
conceito mar provém do latim mare e
refere-se à massa de água salgada que cobre grande parte da superfície
terrestre, representada a azul no globo e no mapa terrestre. Também se chama de
mar a cada uma das partes em que se pode considerar que essa massa de água está
dividida (Mar Mediterrâneo, Mar Egeu, etc.).
Por
outro lado, um mar é um lago de grande extensão. Nesses casos, costuma usar-se
a denominação de mar fechado ou interior pelo facto de não comunicar directamente
com nenhum oceano. O Mar Morto é um deles.
A
título de comparação, pode-se dizer que o mar é uma extensão de água salgada
cuja extensão é menor que a do oceano. Contudo, alguns especialistas não fazem
a distinção entre o mar e o oceano.
Entre
as diversas classificações dos mares, destacaremos os mares litorais ou
costeiros (os quais são grandes e bastante abertos, como é o caso do mar da
Noruega), os mares continentais (os quais se encontram dentro dos continentes e
que comunicam com os oceanos por um estreito de escassa profundidade. Por
exemplo: o Mar Mediterrâneo) e os mares interiores ou fechados (os referidos
lagos de grande extensão, que ocupam depressões endorreicas).
Muitas
pessoas utilizam as palavras Mar e Oceano como se elas fossem sinónimas. A
confusão entre esses dois termos é compreensível, pois a diferença entre eles é
muito pequena, pois ambos referem-se a grandes extensões de águas salgadas.
A
primeira e principal diferença básica entre mar e oceano é a sua extensão territorial.
Os oceanos ocupam grandes extensões e são delimitados por porções de terra (na
verdade, são as terras emersas que são delimitadas pelos oceanos), enquanto os
mares são bem menores e costumam ser delimitados pelos continentes em boa parte
de suas entradas.
Outro
aspecto importante para se notar é a profundidade. Os Oceanos são tão profundos
que até hoje o homem não conseguiu chegar e nem transportar um aparelho para a
localidade mais profunda deles, com milhares de metros. Por outro lado, os mares
possuem uma profundidade que costuma ficar em algumas centenas de metros.
Na
verdade, a maioria dos mares faz parte dos Oceanos. Eles são justamente aqueles
trechos mais próximos dos acidentes geográficos terrestres, possuindo uma
grande importância para inúmeros povos. Um exemplo é o Mar Mediterrâneo, uma
extensão do Oceano Atlântico.
Existem
três tipos principais de mares: os abertos,
que são abertos e possuem uma ampla ligação com os oceanos; os continentais, que possuem uma ligação
muito restrita com os oceanos, e os fechados,
que se ligam às águas oceânicas apenas indirectamente (através de canais e
rios).
Os
oceanos, as montanhas, os vales submersos, os vulcões submarinos e muitas
espécies de rochas e sedimentos, desempenham um papel importante na modelação
da crosta terrestre.
As
águas do mar estão em constante movimento, que se revela pelas ondas, marés e
correntes marinhas, provocando uma ação erosiva sobre os materiais sólidos com
que entram em contacto quer no fundo do mar quer na costa. Esta erosão é condicionada
por alguns factores, tais como: as ondas, as marés (que dependem da atração
gravítica da Lua e do Sol) e as correntes, bem como o tipo de rochas existentes
no litoral, o levantamento ou a subsidência das zonas costeiras e as variações
do nível médio das águas do mar (que condicionam as mudanças da linha de
costa).
Fig. 1 – Águas ilustrando os movimentos
e a acção erosiva das águas do mar
Os
oceanos são grandes extensões de águas salgadas que banham os continentes e
cobrem a maior parte da terra. Reserva-se a designação mar aos golfos, bacias e
porções limitadas dos oceanos. A oceanografia é a ciência que se ocupa do
estudo dos oceanos.
As
ondas são movimentos oscilatórios da superfície do mar produzida por qualquer ação
que perturbe as águas.
Dos
movimentos das águas marinhas, as ondas constituem o principal meio de que o
mar se dispõe para desgastar o litoral sobre o qual actua por abrasão. No seu
movimento, as ondas são possuidoras de uma poderosa energia cinética (força
hidráulica) principalmente quando o mar esta agitado, que é capaz de destruir
grandes massas rochosas, arrancando-lhes fragmentos por vezes de grandes
dimensões.
A
imensa quantidade de água que cobre a superfície da Terra constitui a característica
mais impressionante e mais evidente do nosso planeta quando visto do espaço.
Por isso mesmo é muitas vezes chamado de «o Planeta da água». O vapor e as
partículas atmosféricas, embora formando nuvens bem visíveis, não representam
senão uma ínfima fração do seu volume total.
A
maior parte da água faz parte dos oceanos, distribuindo-se a pequena percentagem
restante pelos lagos, rios e calotes glaciares, assim como pelos poros e
anfractuosidades das rochas.
A
interação entre a água, a atmosfera e a superfície da Terra, dá origem às
nuvens, à neve, à chuva, às correntes, à evaporação e à infiltração.
A
água constituinte dos oceanos não é estática, ou seja, existem movimentos de
massas de água mais ou menos intensos, como são o caso das vagas, marés e
correntes marinhas. As vagas e as marés são apenas movimentos oscilatórios, que
em nada interferem na distribuição das temperaturas e da salinidade. Pelo
contrário, as correntes marinhas propriamente ditas formam uma verdadeira
circulação, que modifica o estado físico e químico da massa oceânica e cuja
influência até se faz sentir de forma marcada no clima dos continentes.
Nas
águas profundas, os movimentos são muito lentos tendendo a uniformizar as
condições térmicas e de salinidade. A circulação nas camadas mais superficiais,
muito mais rápida e com contrastes mais acentuados, merece particularmente a
nossa atenção.
As
correntes marinhas, são movimentos em grande escala de massas de águas
oceânicas ocasionadas por processos vinculados à distribuição de calor do sol
na atmosfera terrestre e na superfície dos oceanos. A distribuição espacial dos
grandes padrões de correntes frias e quentes nos oceanos está directamente
relacionada com esses diferenciais de temperatura.
O
movimento de rotação da Terra também influencia essa distribuição, assim como a
diferente salinidade e densidade das águas. Correntes frias tendem a movimentar-se
no fundo e as quentes na superfície. O exemplo mais expressivo de corrente marinha
é a do Golfo, que se origina no golfo do México, contorna a península da
Flórida e direciona-se para o hemisfério Norte banhando o litoral
norte-americano e parte do litoral leste da Europa, evitando um congelamento
dessas áreas no inverno.
No
oceano Pacífico, em intervalos de tempo aproximados de 10 anos ocorre o fenómeno
do El Niño, com um forte aquecimento da superfície do oceano, provocando, pela
inversão das correntes, graves efeitos climáticos em escala mundial.
A
costa marítima (zona limite entre a terra e o mar), encontra-se constantemente
submetida a transformações provocadas pela ação das correntes marítimas, das
marés, das ondas, da abrasão e das flutuações do nível do mar.
As
verdadeiras correntes não ocupam mais que uma pequena porção dos oceanos, sendo
a maioria unicamente a origem de derivas mais ou menos imprecisas, por outro
lado, a direcção, a velocidade e os limites de correntes estão longe de
apresentar uma determinação absoluta, as variações, por vezes sazonais são
bastante imprevisíveis e de causas mal conhecidas.
Existem
vários processos para determinar a presença ou não de correntes, e se os
resultados forem positivos, estes processos permitem determinar não só a sua
direcção e sentido mas também a velocidade do movimento da massa de água, os
quais se passam a discriminar.
Perto
das costas a determinação das correntes pode fazer-se pela observação de
flutuadores donde se marca a posição em relação à costa, podem ser prendidos a
uma linha ligada a um barco ancorado, permitindo assim uma medida bastante
precisa da velocidade. Ao largo, o procedimento mais simples consiste em
comparar a rota seguida por um navio tal como resulta do ponto feito todos os
dias com a rota estimada conforme a velocidade e o rumo. Verifica-se sempre um
desvio, devido à corrente, de que se pode calcular a direcção e medir
aproximadamente a velocidade. Na navegação a partir dum ponto A bem determinado
(Fig. 3), o ponto realmente atingido B (obtido por observação astronómica), e o
ponto estimado B’ deduzido do cabo e da marcha do navio. O vector B’B
representa a deslocação devida à corrente durante o intervalo de tempo
considerado. A dificuldade reside na determinação correcta de B’ tornada mais
precisa com os instrumentos tais como o compasso giroscópico que possuem os navios
modernos.
Um
outro procedimento muito antigo consiste na observação dos pontos atingidos
pelos objectos flutuantes abandonados em certos lugares dos oceanos. A operação
é evidentemente morosa, necessita o emprego de um grande número de flutuadores
e os resultados são falseados pela ação do vento. Este procedimento foi
empregue sistematicamente pelo príncipe do Mónaco (1885-1890).
Os
flutuadores são os dispositivos mais simples e práticos de medir as correntes
marinhas. Normalmente utilizam-se dois tipos de flutuadores; amarrados aos
navios ou deixados à deriva. Quanto aos primeiros consistem num pedaço de
madeira com a forma de um sector circular, lastrado com chumbo ao longo da
margem curva e preso ao navio por uma linha, para que flutue verticalmente na
água e se desloque na corrente afastando-se do navio, estando este imobilizado.
Tomando nota da linha que se deixou correr ao fim de um certo tempo, calcula-se
facilmente a velocidade da corrente.
Quanto
aos flutuadores deixados à deriva, tem que se saber de antemão o local e a data
da largada e o local e a data da chegada para se poder determinar o percurso,
ou seja, a direcção da corrente e a sua velocidade com base na relação do
trajecto com o tempo necessário para fazer esse percurso, mas não nos devemos
esquecer que estes resultados não são totalmente fiáveis e objectivos, pois
diversas causas exteriores às próprias correntes podem influenciar esses
resultados, tais como o vento, a saída da zona de correntes para outra zona
onde haja ausência delas. Estes flutuadores são constituídos, normalmente, por
garrafas contendo uma nota escrita em várias línguas com indicação do local e
da data da largada. O achado de um único documento pouco significa, mas se ao
longo de alguns anos se recolherem centenas destes documentos e se se
estudarem, oferecem um meio útil para a determinação das correntes marinhas, e
especialmente quando num espaço limitado do oceano se deixam ao mesmo tempo
grandes quantidades destas garrafas em diferentes estações do ano. Ensaios
sistemáticos deste género fizeram-se perto dos Açores, no golfo da Biscaia e no
mar do Norte.
Nesta
mesma ordem de ideias, a observação de restos de naufrágios, sabendo o seu
local de origem, também nos pode dar resultados interessantes. Alguns casos ficaram
célebres, como o do Jeannette (naufrágio dum navio americano) cuja deriva
trouxe as primeiras luzes sobre as correntes do Oceano Glacial Árctico.
Assinalemos igualmente a célebre deriva do Farm aprisionado pelos gelos (1893),
e a proeza dos exploradores russos construindo um observatório sobre um iceberg
à deriva (1937-1938).
A
massa oceânica é constantemente deslocada e misturada por movimentos mais ou
menos rápidos, provocados pela interferência de dois mecanismos fundamentais:
os ventos e as diferenças de densidade, cuja origem se encontra na superfície
de contacto entre a atmosfera e o mar.
Os
especialistas estão longe de um acordo sobre a importância relativa de cada uma
dessas causas. Evidentemente, os antigos autores deixaram-nos opiniões bastante
fantasistas. Muitos, mesmo ainda actualmente, atribuem uma influência
preponderante ao movimento de rotação da Terra. É um erro grave, a força
centrífuga complementar que representa a sua ação, sendo nula para um corpo em
repouso, não podendo produzir uma deslocação, mas antes, tem um papel
importante na perturbação do movimento devido a outras causas. O vento foi
durante muito tempo considerado como a única causa (correntes de impulsão); sem
negar a sua influência, acrescenta-se também a importância das diferenças de
densidade (correntes de descarga). Enfim, há a considerar todas as numerosas
influências perturbadoras, pois estão todas relacionadas umas com as outras.
As
trocas constantes de calor e humidade na superfície de contacto entre as águas
marinhas e a atmosfera dão origem a desequilíbrios de densidade, provocando
assim os movimentos de conjunto do oceano. A repercussão destas trocas nas
camadas inferiores da atmosfera diferencia também as massas de ar, cujo
comportamento é um dos factores determinantes da variedade climática do Globo.
Em relação aos continentes, o oceano fornece parte da humidade e modera a
temperatura. Para entender este duplo papel é preciso ter ideia dos mecanismos
de troca entre o oceano e a atmosfera, que são bastante complexos e diferentes
dos que actuam à superfície dos continentes.
Por
um lado, os vários movimentos que agitam as camadas marinhas superiores fazem
com que o calor recebido da atmosfera penetre até várias dezenas de metros de
profundidade, a despeito da tendência das águas mornas e leves para
permanecerem à superfície, tornando assim o aquecimento superficial lento e
demorado. Mais lenta ainda é a restituição do calor armazenado e o
arrefecimento invernal muito moderado, já que as águas frias mergulham à medida
que se formam. Este facto constitui uma diferença marcante em relação aos
continentes, onde o aquecimento diurno e o arrefecimento nocturno das rochas
não penetra além de escassos centímetros e onde a própria variação anual se
atenua e desaparece em poucos metros.
Por
outro lado, as trocas de calor são interdependentes das trocas de humidade, que
modificam as características da atmosfera, absorvendo ou restituindo grandes
quantidades de calor. Se é preciso em média uma caloria para aquecer de 1ºC um
grama de água, são absorvidas 80 cal pela fusão e 596 cal pela evaporação da
mesma quantidade. Quando a temperatura da água do mar é mais elevada que a da
atmosfera, a evaporação é forte, uma vez que o ar aquecido na base se torna
instável em vários milhares de metros de espessura, havendo renovação constante
da camada de ar em contacto com a água, que nunca chega assim à saturação. O
arrefecimento mecânico progressivo da massa de ar ascendente dá origem a nuvens
de grande desenvolvimento vertical, donde provêm as precipitações.
Pelo
contrário, sobre águas frias, a camada atmosférica inferior arrefece e torna-se
muito estável, chegando assim facilmente à saturação; formam-se nevoeiros, incapazes
de provocar chuva, devido à sua pouca espessura. A temperatura das águas mais
quentes é moderada directamente pela forte evaporação e indirectamente pela
nebulosidade provocada. A fusão estival dos gelos mantém nos oceanos polares
uma temperatura superficial muito baixa e regular. Daí resulta que, de uma
maneira geral, a amplitude anual da temperatura das águas marinhas superficiais
seja muito fraca, sobretudo entre os trópicos e nas altas latitudes, onde nunca
atinge 5ºC, ficando em muitos lugares abaixo de 2ºC. Mesmo nas latitudes
temperadas é raro ultrapassar 10º.
A
evaporação é fraca nas latitudes polares porque o ar frio não é capaz de
absorver muita humidade; entre os trópicos é sobretudo forte na parte ocidental
mais quente dos oceanos e, nas latitudes temperadas, maior no Inverno do que no
Verão. Os máximos absolutos são registados nas latitudes médias do hemisfério
norte, à superfície das águas quentes da corrente do Golfo e do Kuro-Shivo,
sobre as quais, nos meses de Inverno, sopra o ar frio proveniente da América e
da Ásia cobertas de neve. Pelo contrário, sobre as águas frescas da parte
oriental dos oceanos intertropicais, a evaporação não ultrapassa, em média
anual, a das grandes florestas húmidas das regiões equatoriais.
Sendo
a evaporação no mar em média muito mais activa do que em terra, os oceanos
fornecem aos continentes uma parte da humidade que transmitem à atmosfera.
Quase um terço da precipitação nos continentes provém directamente da
evaporação marinha. O ciclo fecha-se pela restituição desta água ao mar,
através dos rios e dos glaciares.
O
efeito das correntes marinhas nos climas é um dado adquirido. O exemplo
clássico, sempre citado, é o efeito da Corrente do Golfo, que faz com que as
zonas mais setentrionais da Europa ocidental sejam habitadas (a temperatura
média do mês de Fevereiro no norte da Noruega é aproximadamente 20º superior à
temperatura normal a esta latitude), no entanto, ao contrário, do outro lado do
Atlântico, as águas geladas da corrente do Labrador torna toda a cultura
impossível a latitudes que correspondem às da Irlanda e Inglaterra.
Se
os ventos têm uma influência determinante em bastantes correntes marinhas, indo
influenciar o estado da atmosfera. É indiscutível que, se a circulação marinha
tem vindo a mudar, os climas dos continentes também têm sofrido modificações
importantes. Esta mudança na circulação marinha é uma das causas que se invocam
para explicar as modificações dos climas da Terra ao longo da história
geológica.
Esta
influência incide tanto ao nível das temperaturas como das precipitações.
Quanto ao papel térmico, o mais importante, as correntes exercem uma influência
marcante pelos locais onde passam e nas zonas limítrofes. As correntes quentes
geram massas de ar quente em toda a sua espessura, pois o aquecimento na base
arrasta uma convecção que a agita. As correntes frias e a ascensão de águas
frias exercem o efeito contrário, de tal forma que, a camada fria é pouco
espessa, de 200 a 300 metros, o suficiente, contudo, para refrescar
singularmente os climas onde se fazem sentir.
Quanto
ao efeito nas precipitações, dois fenómenos conexos estão em causa: a
evaporação mais ou menos grande e a estabilidade forte ou nula, segundo a
temperatura da água. Quando a água é mais quente que o ar ambiente, a
evaporação é activa e o vapor de água, por causa da convecção, é difundido em
toda a espessura da massa de ar sobrejacente. O aquecimento permite-lhe o
acréscimo da capacidade de saturação.
Quando
a água é mais fria que o ar ambiente, não há, ou há pouca evaporação e a
humidade fica instalada nas baixas camadas onde provoca nevoeiros persistentes
mas pouco espessos, de 200 a 300 metros de espessura.
Quando
o ar é aquecido pela base, o gradiente aumenta e a sua instabilidade é grande.
Quando o ar é arrefecido pela base é o contrário.
Resumidamente,
as correntes quentes geram massas de ar quente, húmidas e muito instáveis, ou
seja, susceptíveis de originar grandes precipitações. As costas com correntes
quentes são sempre bem irrigadas e verdejantes. Estas correntes constituem
lugares de ciclogénese, formando a origem das perturbações ciclónicas tropicais
e temperadas. Ao contrário, as correntes frias, originam massas de ar frio ou
fresco e seco, muito estáveis, ou seja incapazes de gerar precipitação. Os
piores desertos do mundo são banhados nas suas costas pelas correntes frias e,
mesmo no oceano é raro chover.
Assiste-se
de tempos a tempos a flutuações ou modificações na circulação marinha, que se
traduzem imediatamente por invasões ou desaparecimento de espécies marinhas, e
cuja ação no clima não é menos importante.
Entre
as modificações recentes, das quais fomos testemunhas, assinalemos o
desenvolvimento anormal ao longo da costa ocidental da América do Sul, durante
o Inverno de 1925, de uma corrente quente vinda do norte, corrente que fez
desaparecer praticamente a corrente fria dita de Humboldt, que banha estas
costas. Durante o mesmo Inverno, constata-se na costa ocidental da África do
Sul um fenómeno idêntico: a corrente fria, de Benguela, foi reenviada ao largo,
e as águas quentes vindas do golfo da Guiné aqueceram de uma maneira anormal as
costas do sudoeste africano.
Estas
modificações nas correntes marinhas tornam-se por vezes visíveis nas latitudes
médias pelos gelos que transportam. Entre 1892 e 1897, por exemplo, ocorreu uma
verdadeira invasão de gelos antárcticos, que se encontravam à latitude de
Montevideo.
Da
mesma forma, em 1901, assinalou-se no norte da Rússia, uma invasão de gelos
polares, que bloquearam durante todo o verão o Mar de Barentz. Ao contrário, em
1922, uma corrente quente excepcional fez reinar temperaturas relativamente
altas nas altas latitudes.
É
difícil dar uma explicação indiscutível destas flutuações da circulação oceânica,
dependendo, sem dúvida, de flutuações paralelas na circulação atmosférica ou da
variação da radiação solar.
A
maior parte das partículas geradas pelo intemperismo e erodidas nos continentes
são depositadas nas áreas oceânicas, embora possam também vir de outros processos
como nos mostra a figura abaixo.
Grande
parte dos depósitos sedimentares marinhos é composta por um ou vários tipos de
sedimentos de origens diversas tais como os precipitados de sais a partir da
água do mar (sedimentos autigénicos), conchas e matérias orgânicas derivadas da
vida marinha e terrestre (sedimentos biogénicos), produtos vulcânicos e
hidrotermais originados das actividades magmáticas no meio marinho (sedimentos
vulcanogénicos), além de uma pequena quantidade de fragmentos cósmicos,
atraídos pela gravidade terrestre, que se depositam em bacias oceânicas (sedimentos
cosmogénicos).
Todos
estes materiais depositam-se ao longo da costa e formam uma cintura contínua na
periferia dos continentes. Podemos considerar a partir da costa a seguinte
ordem de deposição: blocos, calhaus, rolados, cascalhos, areias e vasas.
Segundo
a localização, maior ou menor profundidade e arrastamento da costa, os
sedimentos marinhos repartem-se pelas seguintes categorias: litorais ou
costeiros, neríticos, batiais e abissais.
Os
sedimentos litorais ou costeiros, formam-se na plataforma litoral. Os detritos
são dos mais diversos tamanhos e são constituídos por blocos, cascalhos,
calhaus, areias e vasas. Os sedimentos de precipitação formados nas lagunas ou
deltas dos rios, são normalmente depósitos salinos ou calcários de precipitação.
Os
sedimentos neríticos constituem-se até às cotas de 200 metros no planalto
continental. Os detritos são constituídos por cascalhos, areias, vasas e os de
precipitação são algumas vasas calcárias.
Os
sedimentos batiais constituem-se para além dos 200 metros sobre o talude
continental, e o seu afastamento pode ir até aos 300 quilómetros da costa. São
constituídos por detritos de pequeníssimas dimensões e geralmente são vasas argilosas
que podem apresentar várias cores como azuis, vermelhas e verdes.
Os
sedimentos abissais constituem-se a profundidades para além dos 2000 metros.
Denominam-se sedimentos pelágicos por serem constituídos, em grande parte, por
restos de seres platónicos depositados a grandes distâncias da costa.
A
ação erosiva e de transporte da água é um agente modelador das faixas costeiras
das áreas continentais. As formas litorais resultam de processos de erosão e
deposição.
Na
sua ação contínua sobre a costa, as ondas provocam a sua destruição, arrancando-lhe
detritos, por vezes de grandes dimensões. Depois de embater nas falésias
(escarpa íngreme, à beira mar, formada pela ação da erosão marinha) ou de se
estender nas praias (porção da costa, levemente inclinada, entre a linha media
mais baixa da maré vazia e a linha media mais alta da preamar, coberta de
areias, pedras ou fragmentos rochosos que resultam da abrasão marinha sobre o
litoral), a agua das ondas regressa ao ma, originando uma corrente de refluxo
que arrasta consigo uma serie de materiais.
Os
maiores e mais achatados são depositados mais próximos da linha de costa e os
mais rolados são arrastados para mais longe. Quando o processo actua por um
período de tempo longo, acaba por cavar cavidades subterrâneas que diminuem a
resistência das falésias, escarpas (rampa ou declive de terreno, deixado pela
erosão, nas beiras ou limites dos planaltos e mesas geológicas) ou arribas que
vão sendo destruídas, recuando. Este trabalho é facilitado se a rocha
apresentar fissuras.
Assim
se alarga a plataforma litoral ou plataforma de abrasão (região da costa que
fica a descoberta na maré baixa e coberta de agua durante a maré alta). Nas
zonas da costa onde as rochas não são muito resistentes à erosão, em pouco
tempo, os materiais são facilmente desgastados e originam praias, que
constituem as principais formas de deposição.
As
acções conjuntas de erosão, transporte e sedimentação, tendem a tornar a linha
de costa rectilínea. Quando há um levantamento da linha de costa ou uma descida
do nível do mar, forma-se um terraço marinho ou praia levantada.
Quando
as arribas, escarpas ou falésias são constituídas por material litológico
heterogéneo, de desigual dureza, o trabalho erosivo do mar, acompanhado do
transporte e sedimentação de material arrastado, pode dar origem a acidentes
diversificados como baías, arcos naturais, leixões, ilhas barreira, etc.
As
ondas, as correntes longilitorais e as correntes de maré interagem com as
rochas e a tectónica costeira para modelar as linhas de costa numa
multiplicidade de formas. Uma dessas formas, talvez a mais conhecida, é a
praia. Uma praia é uma linha de costa constituída por areia e seixos. As praias
podem mudar de forma de dia para dia, de semana para semana, de estação para
estação e de ano para ano. As ondas e as marés alargam, por vezes, e estendem
uma praia por deposição e, outras vezes, estreitam-nas através do transporte da
areia que constitui as praias.
Muitas
praias são faixas estreitas de areia mais ou menos compridas, outras, são
pequenos crescentes de areia incrustados entre promontórios. Os cordões dunares
limitam a comunicação com o continente em muitas praias; outras são limitadas
por rochedos ou por arribas de sedimentos ou de rochas. As praias podem possuir
terraços de maré – áreas pouco profundas e planas entre a praia superior e uma
barra arenosa exterior – nos seus locais próximos de mar.
Para
fora fica o largo (offshore), limitado pela zona de rebentação (surf zone),
onde o fundo começa a ficar suficientemente pouco profundo para as ondas
rebentarem. A praia baixa (foreshore) inclui a zona de rebentação, o terraço de
maré e a zona de ressaca (swash zone). A praia alta (backshore) estende-se
desde a zona de ressaca até ao nível mais alto da praia (o cordão dunar ou a
arriba).
Uma
praia constitui um cenário de movimento incessante. Cada onda movimenta areia
para a frente e para trás com a ressaca da água. Tanto a deriva como as correntes
longilitorais transportam a areia ao longo da praia. No final e ao longo de uma
parte da praia, a areia é removida e depositada em águas profundas. Na praia
alta ou ao longo das arribas são libertados areia e seixos pela erosão,
alimentando as praias.
O
vento que sopra sobre a praia transporta areia, algumas vezes para o largo,
para a água, outras vezes para terra. Todos estes processos juntos mantêm um
equilíbrio entre a adição e a remoção de areia, resultando numa praia
aparentemente estável mas que, na realidade, permuta material por todos os
lados. Deste modo, sumariamente:
Ganhos:
Þ Sedimentos
erodidos dos rochedos da praia alta pelas ondas;
Þ Sedimentos
erodidos da praia alta pela deriva e corrente longilitoral;
Þ Sedimentos
trazidos pelos rios;
Perdas:
Þ Sedimentos
transportados para as dunas da praia alta por ventos vindos do largo;
Þ Sedimentos
transportados ao longo da praia pela deriva e corrente longilitoral;
Þ Sedimentos
transportados para águas profundas por correntes de maré e pelas ondas.
Se
o total de ganhos equilibra o total de perdas, a praia está em equilíbrio e
mantém a mesma forma geral. Se os ganhos e as perdas não estão equilibrados, a
praia tanto pode crescer como minguar. Os desequilíbrios temporários são
naturais durante semanas, meses ou mesmo anos. Uma série de grandes
tempestades, por exemplo, pode movimentar grandes quantidades de areia para
águas mais profundas situadas para além da zona de rebentação, estreitando a
praia.
De
seguida, num lento retorno ao equilíbrio durante semanas de tempo ameno e ondas
baixas, a areia pode ser novamente transportada para a costa, reconstruindo uma
praia larga. Sem esta constante mudança de areias, as praias poderiam ser
incapazes de recuperar dos lixos e de outros tipos de poluição. Em um ou dois
anos até os derrames de petróleo serão transportados e enterrados fora de
vista, apesar de os resíduos poderem ser, mais tarde descobertos em alguns
pontos. As praias limpar-se-iam a si próprias mais rapidamente se o vazamento
de lixos parasse.
Podemos
agora explicar a formação de algumas das praias mais comuns. As praias que
crescem em locais onde os ganhos são abundantes, frequentemente onde a costa é
constituída por sedimentos brandos, são longas, largas e arenosas. Quando a
praia alta se situa a uma cota baixa e os ventos sopram do largo, grandes
cordões dunares limitam a praia.
Se
a linha de costa é elevada tectonicamente e as rochas são duras, a costa é
limitada por rochedos e por arribas litorais e qualquer pequena praia que possa
existir é composta por materiais erodidos das arribas. Quando a costa é baixa e
plana, a areia é abundante e as correntes de maré são fortes, são depositados
extensos terraços de maré, que ficam expostos nas maré baixa.
O
que acontece se um dos ganhos é cortado – por exemplo, por um paredão de betão
na parte superior da praia de forma a prevenir a erosão? Uma vez que a erosão é
um dos ganhos de areia da praia, a sua prevenção corta o fornecimento de areia
e diminui a praia. Tentativas de salvar uma praia com molhes, quebra-mares,
paredões, esporões e campos de esporões podem acabar por a destruir por
completo.
A
topografia da linha de costa, tal como a do interior, é um produto das forças
tectónicas que elevam ou afundam a crosta terrestre, da erosão que a desgasta e
da sedimentação que preenche as zonas mais baixas. Assim, os principais agentes
são:
Þ Ascensão
da região costeira, levando a formas de erosão costeira;
Þ Subsidência
da região costeira, levando a forma de deposição costeiras;
Þ Natureza
das rochas ou dos sedimentos na linha de costa;
Þ Mudanças
no nível médio do mar, que afectam a submersão ou a emersão da linha de costa;
Þ A
altitude média das ondas de tempestade;
Þ A
altitude das marés, que afecta tanto a erosão como a sedimentação.
A
erosão é activa nas costas rochosas elevadas tectonicamente. Ao longo destas
costas, os promontórios e as arribas proeminentes penetram mar adentro,
alternando com estreitas enseadas e baías irregulares com pequenas praias. As
ondas embatem contra as arribas, erodindo-as por baixo. Esta abrasão marinha
faz com que rochas fiquem sem apoio e acabem por cair (derrocada em bloco) sob ação
da gravidade. À medida que os blocos caem, a falésia recua e os blocos são
degradados pela água. Por vezes, a abrasão marinha pode fazer com que se abram
cavernas e se formem arcos que, por evolução, formam leixões.
O
recuo das arribas deixa atrás de si uma plataforma rochosa que pode ficar a
descoberto nas maré baixa e é constantemente erodida e aplanada pela
rebentação, pela ressaca e pelas ondas. A esta espécie de terraço dá-se o nome
de plataforma de abrasão (wave-cut terrace). Por vezes, estas plataformas de
abrasão podem sofrer ascensão tectónica, tornando-se mais elevadas que a linha
de costa na maré alta. A uma plataforma nestas condições dá-se o nome de
terraço marinho ou praia levantada. A erosão pelas ondas pode alisar as costas
à medida que os promontórios recuam e as baías são colmatadas com os sedimentos
erodidos dos cabos.
Onde
existem costas constituídas por sedimentos relativamente brandos ou por rochas
sedimentares, os declives são mais suaves e a altitude das falésias é menor. As
ondas erodem eficientemente estes materiais mais brandos, pelo que a erosão
neste tipo de arribas pode ser extraordinariamente rápida. Estima-se que mais
de 70% do comprimento total das praias arenosas em todo o Mundo tenha recuado a
uma velocidade de, pelo menos, 10 cm por ano em décadas recentes e cerca de 20%
do comprimento total tenha recuado mais de um metro por ano. Muito deste
movimento pode ser devido à construção de diques e barragens nos cursos de
água, o que diminui o aporte de sedimentos às linhas de costa.
Os
sedimentos acumulam-se nas áreas onde a subsidência tectónica afunda a crosta
ao longo de uma costa. Tais costas são caracterizadas por praias longas e
largas e planícies costeiras largas, planas, baixas, constituídas por estratos
sedimentares. As formas costeiras de deposição incluem barras arenosas, ilhas
arenosas baixas e terraços de maré extensos.
As
praias longas crescem ainda mais à medida que as correntes longilitorais
transportam mais areia ao longo da praia e no final da mesma, onde se acumula,
primeiro como uma barra submersa, depois como uma barra emersa que se prolonga
da praia, constituindo uma restinga. Outras designações para as restingas de
areia são cordão litoral, flecha litoral ou cabedelo.
As
barras arenosas ao largo podem sofrer acumulações de material e tornar-se
emersas, tornando-se ilhas-barreira, que formam uma espécie de barricada entre
o oceano aberto e a linha de costa principal, formando-se uma laguna entre esta
e as ilhas-barreira. É este o caso da impropriamente designada “ria” Formosa,
em Faro, no Algarve, pois trata-se, afinal, de uma laguna e não de uma ria.
Outro
caso de laguna em Portugal é o da, de novo impropriamente chamada, “ria” de
Aveiro. Neste caso, como a separação é feita por intermédio de longas restingas
e não de ilhas-barreira, a laguna toma a designação de haff-delta. As
ilhas-barreira são bastante comuns, em especial ao longo de costas baixas,
compostas por sedimentos facilmente erodíveis e transportáveis ou por rochas
sedimentares pouco cimentadas e onde as correntes longilitorais são fortes.
À
medida que as barras são construídas sobre as ondas, a vegetação pode aí
fixar-se, estabilizando as ilhas e ajudando-as a resistir à erosão das ondas
durante as tempestades. Para além das lagunas, as ilhas-barreira também podem
estar separadas da costa pelos terraços de maré. Tal como as praias na costa
principal, as ilhas-barreira estão em equilíbrio dinâmico com as forças que as
modelam.
Se
o seu equilíbrio é perturbado por mudanças naturais no clima ou nos regimes
ondulatórios ou das correntes ou por desenvolvimento habitacional antrópico, as
ilhas-barreira podem ser destruídas ou devegetadas, levando a um aumento da
erosão ou, mesmo, à sua total desaparição. Outras ilhas-barreira podem, pelo
contrário, tornar-se grandes e estáveis.
Outras
formas deposicionais costeiras são os tômbolos, que se formam a partir da refração
das ondas em redor de uma ilha situada perto da costa ou de um leixão. Nessa
zona, por detrás do obstáculo, a água é mais calma e ocorre sedimentação,
acabando por se formar uma barra arenosa que liga o obstáculo ao continente. É
este o caso do tômbolo de Peniche, em Portugal que, com a laguna de Faro, o
haff-delta de Aveiro e os estuários do Tejo e do Sado constituem os cinco
acidentes típicos da costa portuguesa.
Existem vários
tipos de costa, de entre os quais vale a pena destacar:
Costa De Rias: forma-se
quando o mar invade antigos vales fluviais adjacentes;
Costa De Fiordes: forma-se
quando o mar invade antigos vales glaciários;
Costa Deltaica: forma-se
através da deposição de sedimentos fluviais num delta;
Costa Estuarina: forma-se
quando o mar invade um vale fluvial actual;
Costa Atlântica: costa
constituída por promontórios e por baías;
Costa Pacífica Ou Tipo Dálmata:
costa constituída por ilhas-barreira de origem tectónica;
Costa De Ilhas-Barreira:
costa constituída por ilhas-barreira de origem sedimentar;
Costa Vulcânica: forma-se
pela acumulação de material lávico e piroclástico de um vulcão;
Costa De Atol Ou De Recife Coralígeno:
forma-se pela acumulação de corais em redor de um vulcão submarino ou em redor
de um substrato rochoso;
Costa De Falha: forma-se
quando existe uma falha e o bloco rebaixado se encontra inundado.
Processos
erosivos são fenómenos referentes à transformação dos solos, que ocorrem em
processos de retirada ou transporte de sedimentos da superfície. Eles acontecem
a partir de etapas de desgaste, transporte e sedimentação das rochas ou do
próprio solo.
Trata-se
de um fenómeno natural, responsável pela dinâmica constante dos solos. No
entanto, a ação antrópica pode intensificar tal processo, provocando o surgimento
de inúmeros problemas. Esses problemas podem ser originários da utilização
incorrecta dos solos, a exemplo da agricultura intensiva, e da remoção da
vegetação, responsável, muitas vezes, por garantir a coesão dos sedimentos em
áreas com elevada declividade, além de proteger a superfície de agentes de
transformação como a água e o vento.
Os
processos erosivos costumam se iniciar com a lixiviação (lavagem da camada
superior dos solos), que é responsável pela retirada da cobertura superficial
dos solos e pela formação de pequenas rugosidades externas, chamadas de sulcos.
Se expostas à ação dos agentes exógenos de transformação do relevo, essas
rugosidades podem aumentar e transformarem-se em ravinas, que são tipos erosivos
mais profundos.
Ainda
existe um estágio mais avançado nos processos de formação de erosões, que são
as voçorocas. Elas possuem maiores proporções e provocam verdadeiros estragos
sobre áreas agricultáveis ou habitáveis, alcançando até mesmo o lençol freático.
Muitas
vezes, a ocorrência de processos erosivos pode estar ligada ao fenómeno do
intemperismo, que é um conjunto de elementos que ocasionam a fragmentação ou
destruição da camada superficial da Terra em virtude da ação de agentes
químicos, físicos e biológicos. Tal processo provoca o deslocamento de
sedimentos para outras localidades, onde se reagrupam em um processo chamado de
acúmulo ou sedimentação, podendo gerar novas erosões.
Para
que haja um controle sobre a ocorrência e proliferações sobre o solo, é preciso
planejar e regulamentar a ação humana, além de desenvolver técnicas de manejo
que não prejudiquem a superfície terrestre.
Os processos erosivos se dão em três etapas: A
erosão (desgaste), o transporte e a sedimentação (deposição). A erosão é o
processo de desagregação e remoção de partículas do solo ou de fragmentos de
partículas de rocha, pela ação combinada da gravidade com a água, vento, gelo e
organismos.
Ela desenvolve-se em condições de equilíbrio com a
formação do solo. Em condições naturais, o ciclo do desgaste erosivo é
equilibrado pela renovação e é graças a esse equilíbrio que a vida sobre a
Terra é mantida. As contínuas modificações ocorridas na superfície terrestre
pelos rios, ventos, geleiras e as enxurradas das chuvas, deslocam, transportam
e depositam continuamente partículas do solo, processo este denominado de
erosão geológica ou natural.
Quando existe uma interferência do homem, os
processos erosivos podem se intensificar, causando enormes prejuízos ao meio
ambiente, como um manejo inadequado do solo. Uma erosão antrópica pode ser
considerada quando sua intensidade é superior a formação do solo, não
permitindo a sua recuperação natural. Isso acontece quando não se conhece as
propriedades do solo, pois alguns possuem fragilidades a erosão maiores do que
outros. Outros factores como a declividade do terreno e o tipo climático, como
os tropicais, acabam tornando a fragilidade a erosão ainda maior.
É uma remoção e transporte dos horizontes superiores
do solo pela água. Inicia-se com o salpico de gotas de chuva directamente sobre
a superfície desprotegida e continua com a formação de enxurradas que formam
Sulcos de diversas proporções. Estes sulcos podem evoluir (aumentar a
profundidade) e passar a ser chamado de Ravina. Quando estas atingem magnitudes
maiores ainda, como chegar à profundidade do lençol freático, passam a ser
chamadas de Voçorocas (ou Boçorocas).
Este
tipo de erosão acontece naturalmente pelas águas dos rios. Estas provocam um
certo desgaste nos solos das margens dos rios podendo até causar o desmoronamento
dos barrancos. Este processo pode se intensificar quando não há uma mata ciliar
ao longo das margens do rio.
É
a erosão provocada pela ação das águas do mar. Elas actuam sobre os materiais
do litoral (linha de costa) desgastando-os através da sua ação química e da sua
ação mecânica. O aspecto da linha de costa é variável de acordo com a natureza
dos materiais rochosos que a constituem. De um modo em geral podemos detectar
dois tipos de costa:
-
A costa de arriba - de natureza
alta e escarpada
-
A costa de praia - baixa e
arenosa.
A
água do mar reage quimicamente com alguns materiais rochosos desgastando-os. A ação
mecânica das águas faz-se sentir quando o mar atira contra a costa rochas de
dimensões variáveis originando fracturas nas rochas do litoral.
A
ação que o mar exerce sobre os continentes faz-se sentir aos seguintes níveis
desgaste, transporte e deposição. A ação de desgaste está condicionada pelos
seguintes factores:
-
Reacções químicas entre a água e
os materiais;
-
Ação mecânica da água;
-
Força e direcção das rochas;
-
Natureza das rochas - dureza,
constituição química e coesão.
O
desgaste origina materiais soltos, de dimensões muito variáveis que as correntes
marítimas transportam, por vezes, a grandes distâncias. Quando a velocidade e
força das correntes diminuem os materiais transportados são depositados.
É
causada pela ação da água na forma sólida: o gelo. Elas podem se dar de duas
maneiras: a água na estação quente penetrando nas fracturas das rochas é congelada
na estação fria. Quando isso acontece há uma expansão, fazendo com que ocorra
um fracturamento da rocha, deixando sedimentos soltos e propícios ao
transporte.
A
segunda maneira é causada quando existe uma movimentação de grandes blocos de
gelo, como as geleiras. Quando estas se movimentam, causa um grande atrito com
a superfície, fazendo com que esta se desgaste. As formações sedimentares resultantes
deste processo se chama Moraina (ou Morena).
É um tipo de erosão causada pela ação do vento.
Este, dependendo de sua velocidade, pode carregar sedimentos, que em contacto
com superfícies como rochas e solos, pode os desgastar. Ou seja, os sedimentos
transformados pelo vento se chocam contra as rochas com fossem lixas. O vento
forte pode até destruir casas mal construídas e também destruir as matas.
Fig. 2 – Foto
mostrando uma erosão eólica.
Os ventos fortes podem ainda remover os horizontes
superficiais do solo, deixando muitos buracos no solo deixando-o ainda pobre em
substâncias nutritivas não servindo assim para a agricultura. Esta erosão pode
acontecer das seguintes maneiras:
Corrosão:
Processo de desgaste físico das rochas através, principalmente, do impacto e/ou
atrito de partículas transportadas pelo vento.
Deflação:
Erosão pelo vento com a retirada superficial de fragmentos mais finos
Ainda podemos
destacar o processo de formação de dunas, que o vento age como um agente
geológico que transporta os sedimentos e os deposita, em forma de dunas.
As
zonas costeiras ou zonas da orla marinha caracterizam-se por uma intensa
actividade geológica provocada pelo mar. O movimento das ondas, a subida e
descida rítmica do nível das águas resultantes das marés e as correntes
marinhas resultantes do movimento das águas de uns locais para os outros da
superfície da Terra provocam um profundo desgaste do material da superfície
continental em determinadas zonas costeiras e a sua deposição noutros locais,
por vezes muito distantes da sua origem.
O
mar é o receptor final dos sedimentos gerados no continente e constantemente
drenados para as bacias oceânicas. Calcula-se que apenas 10% dos sedimentos depositados
no mar sejam efectivamente produzidos pelo próprio mar. A observação das linhas
de costa permite apreciar o trabalho do mar sobre o litoral e formas de acumulação
de sedimentos.
Fig. 3 – Formas de erosão
Nas
regiões costeiras, onde as massas rochosas, estratificadas ou não, penetram na
água com forte inclinação, proporcionam-se as condições para a formação de escarpados.
Com o decorrer dos tempos geológicos, regiões costeiras podem afundar-se ou,
por outro lado, as águas marinhas elevarem-se e inundarem regiões anteriormente
emersas.
Na
linha de costa, existe sempre uma interação de forças destrutivas, resultado da
meteorização, erosão e, por outro lado, acções construtivas, por acumulação de
detritos.
As formas
litorais de erosão:
-
Resultam do desgaste provocado
pelo impacto das ondas do mar (ondulação, correntes, marés).
-
Ao desgaste provocado pelo mar
dá-se o nome de abrasão marinha.
No
âmbito da geografia, o termo Deposição designa um fenómeno ou processo
conducente à acumulação de materiais (limon, argila, areia, cascalho, etc.),
transportados por água corrente, vento, gelo, etc., de que resultam os
sedimentos e posteriormente as rochas sedimentares. Por ser sub-hídrica ou
subaérea, conforme se verifique em meio aquático ou em meio aéreo.
O presente trabalho procurou demonstrar, de forma
sucinta os pontos de convergência da ação geológica das águas do mar, em
especial os aspectos relacionados aos movimentos e ação
erosiva das águas do mar; transporte dos sedimentos marinhos e formas litorais
de erosão e deposição. Não foi pretensão deste
trabalho esgotar o referido tema, o que não seria possível no formato de um
trabalho científico, mas sim, despertar os pontos mais interessantes e
imprescindíveis do assunto tão apaixonante no âmbito do estudo da geologia.
Portanto, como vimos anteriormente, as zonas costeiras
caracterizam-se por uma intensa atividade geológica, que é em grande parte
provocada pelo mar. O movimento das ondas, a subida e a descida do nível das
águas resultantes das marés e as correntes marinhas resultantes do movimento
das águas de uns locais para os outros, provocam o desgaste do material da
superfície continental em determinadas zonas costeiras e a sua deposição em
outros locais. A erosão e a deposição de sedimentos conduzem a formas de relevo
características, das quais se salientam as praias (acumulação de sedimentos) e
as arribas (erosão marinha).
A erosão tem
provocado vários problemas para o ser humano. Constantemente, ocorrem
deslizamentos de terra em regiões habitadas, principalmente em regiões
carentes, provocando o soterramento de casas e mortes de pessoas. Os prejuízos
econômicos também são significativos, pois é comum as erosões provocarem
fechamento de rodovias, ferrovias e outras vias de transporte.
Assim,
recomendamos a todos os presentes a adotarem algumas medidas básicas de segurança
sugeridas na nossa pessoa:
·
Planejar qualquer tipo de
construção (rodovias, prédios, hidrelétricas, túneis, etc) para que não ocorra,
no momento ou futuramente, o deslocamento de terra, especialmente em zonas
perto do mar;
·
Monitorar as mudanças que ocorrem
no solo;
ANTUNES, J. Geografia, Plátano Editora, Lisboa;
1990
BRANDÃO, J. Geologia - 12.º ano, Texto Editora;
Lisboa; 1991
CARVALHO, A.
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DAVEAU,
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GOUVEIA, J.;
Dias, A. Geologia 12º ano; Areal
Editores, Porto. 1995
HOOK, B. Enciclopédia Geográfica, Selecções do
Reader's Digest, SA; Lisboa, 1988
PINTO, F.
Barbosa e PINTO, R. Barbosa. O Livro
Azul - Uma Exploração no Maravilhoso Reino dos Oceanos, Publiclub, Lisboa.
1980
ROQUE, M.;
Ferreira, M.; Castro, A. Geologia - 12.º
ano, Porto Editora; Porto; 1998
bom dia. como posso baixar o livro.
ResponderExcluirQuerem saber mesmo como abaixar?
ResponderExcluirmantêm só aberta a janela onde aparece o trabalho que vês, se estiveres a usar um modem ou uma rede com cabo ou mesmo uma rede sem fio, tira-o do lugar ou desconecta-te na rede, e daí podes copiar o trabalho ou aperte no comando "ctrl + a letra p ao mesmo tempo «ctrl+p» depois clica na opção guardar em pdf... acho que ajudei. By Moisés
Trabalho tá top
ResponderExcluirTrabalho tá top
ResponderExcluirGostei muito do trabalho, conteúdo todo lá como o Bunga gosta.
ResponderExcluirE a propósito também sou um aluno do Jika e também aluno do mesmo professor Eng° João M. Bunga
Obrigado...
ResponderExcluirEstá muito perfeito
ResponderExcluirAdorei do trabalho
ResponderExcluir